Fanfic: Toma mi mano! - Portirroni | Tema: Rebelde; RBD; Portirroni

Já era meio dia quando Any ouviu batidas na porta de seu quarto. A loira tinha tido um sono conturbado, acordando várias vezes diante as horas restantes da madrugada que lhe sobravam. As 7, decidiu que não ia mais tentar dormir e começou a assistir coisas aleatórias na televisão, mas nada prendia sua atenção. A única coisa em que pensava era em uma certa morena que estava dois quartos a frente e do lado oposto do corredor. Provavelmente já estaria acordada agora, mas ainda lhe faltava coragem para encará-la.

Anahí tinha passado a noite toda pensando nos seus beijos com Mai. Para ela, não tinha nenhuma pessoa que tivesse tido uma conexão tão boa com ela antes. Era incrível como os lábios de Mai podiam completar perfeitamente os seus. Também era incrível como seu desejo pela morena só crescia cada vez mais. De repente, Any se viu repensando grande parte dos momentos que já tinham vivido juntas e, dessa vez, ela parecia notar mais os sorrisos que Mai tinha lhe dado, os olhares, abraços, toques. A verdade é que ela sempre tinha notado, só não admitia isso para si mesma, afinal, se não tivesse notado não iria lembrar de tudo com tantos detalhes.

Ela pensou sobre as palavras de Dul no camarim. "Ela também gostou!". Isso era de fato verdade ou Mai não teria correspondido a seu beijo na balada. Talvez ela tivesse razão ao dizer que o seu relacionamento com Poncho se resumia apenas em sexo, já que os dois não tinham mais a mesma relação de antes. Any se revirava como uma louca na cama enquanto sentia sua cabeça doer de tantos pensamentos.

Quando o dia já começava a clarear ela estava decidida. Iria terminar com Poncho e correr atrás de quem realmente queria. Talvez desse errado? Talvez Mai a rejeitasse quando fosse para valer? Talvez as duas não se dessem tão bem assim sendo mais que amigas? Talvez, mas Any estava decidida a tentar e, na mesma hora, mandou uma mensagem para Poncho pedindo para que ele fosse até seu quarto quando acordasse.

Cinco horas depois da mensagem, Any se levantava para atender a porta e encontrava o moreno do lado de fora.

- Caramba, eu tô com muita dor de cabeça. - disse o homem entrando no quarto

- Com razão. Quando eu saí você já tinha bebido bastante. - disse Any fechando a porta e indo se sentar na cama ao lado do outro.

- É, mas pelo menos eu me diverti. - disse sorrindo e encarando a ainda namorada e vendo-a séria. - O que foi? Por que você está tão séria?

- Eu tenho uma coisa importante pra te dizer. Eu gosto muito de você Poncho e sou extremamente grata, mas não vou ficar te enrolando. Eu quero terminar com você. - disse sem rodeios. Ela já tinha pensado demais naquele assunto por hoje.

- Mas…- começou atônito. - assim, do nada? Nós não estávamos bem?

- Você sabe que não. A gente mais briga do que tudo e eu acho que merecemos coisa melhor, nós dois. - segurou as mãos do moreno. - Eu te amo. Você sempre vai ter um lugar no meu coração, mas não podemos mais ficar juntos. Vai ser melhor pra gente.

- Se você acha melhor assim… - disse triste. - eu respeito isso. Mas talvez ainda exista alguma esperança pra gente e,...se você achar que sim, me procure.

Ambos sorriram e se abraçaram. Poncho deixou o quarto e Any só esperou que ele entrasse em seu próprio quarto para ir até o de Mai. Bateu na porta enquanto sentia cada centímetro de seu corpo tremer. Para sua surpresa, uma funcionária do hotel atendeu a porta.

- A senhorita Maite saiu e pediu para que eu viesse arrumar o quarto agora. - disse a funcionária.

- Ah, entendo. Ela disse onde foi ou que horas voltava? - perguntou Any.

- Não senhora.

- Ok, obrigada.

Any se retirou, mas não voltou para o quarto. Deu uma volta pelas áreas públicas do hotel na esperança de encontrar a morena em algum lugar, mas não a encontrou. Voltou para o quarto derrotada e cheia de preocupação. Ela poderia estar no hospital sozinha de novo, mas também podia estar apenas dando uma volta. Olhou no relógio e constatou que já eram uma e quarenta da tarde. As cinco precisavam estar no aeroporto para pegarem o vôo de volta para o México, então logo ela encontraria Mai.

As horas pareciam se arrastar e a cada 30 min Any ia até o quarto de Mai e batia na porta, na esperança dela já ter chegado, mas não obteve resposta nenhuma das vezes. Eram quatro horas quando Any fechou sua mala suspirando depois de guardar lá dentro o último item que tinha trazido. Ela saiu do quarto mal humorada e foi em direção ao elevador enquanto olhava para a porta do quarto de Mai. Mesmo que ela estivesse lá agora, elas precisariam descer de qualquer jeito.

Chegando no saguão ela andou até onde o resto do grupo estava e pôde ver que ao lado de Dul haviam duas malas, sendo que uma era de Mai, mas não havia nenhum sinal da morena.

- Onde está a Mai? - perguntou se aproximando.

- Já está no aeroporto. - disse Pedro. 

- Ela já deixou a mala pronta hoje cedo e me pediu pra levar. - completou Dul e deu de ombros ao ver a expressão confusa no olhar da amiga.

O grupo saiu do hotel por uma entrada de serviços, usando capuzes, bonés e óculos escuros para que não fossem reconhecidos. Ao chegarem no aeroporto, foram guiados por Pedro em direção a um grupo mais afastados de cadeira onde havia apenas uma pessoa de jeans e moletom sentada. Any logo soube que era Mai, pois reconheceu o moletom branco que a morena usava. 

- Bom, aqui estão as passagens de vocês. - disse distribuindo. - Estão todos no meio, mas pelo menos é primeira classe, vão ter privacidade. Acho melhor já irmos pra evitar tumultos.

Mai se levantou e pegou sua mala da mão de Dul.

- Obrigada sua lindaaa! - disse a morena brincando com Dul.

- De nada amor da minha vida! - disse entrando na brincadeira e abraçando Mai.

O grupo saiu caminhando calmamente. Any queria poder falar com Mai o mais rápido possível, mas imaginava que seu lugar era ao lado do de Poncho, como sempre. Suas suspeitas foram confirmadas ao entrarem no avião. Ela percebeu quando o moreno lhe deu um sorriso sem graça.

- Posso tentar trocar com alguém se você quiser. - Poncho disse olhando para Any que estava atrás dele. 

- Não precisa. - sorriu. - agora senta logo que estamos atrapalhando os outros. - gesticulou para a fila que se formava atrás deles.

Os primeiros dessa fila eram justamente Chris e Dul, respectivamente, que estranharam o fato de Poncho considerar a possibilidade de trocar de lugar, mas nada comentaram.  A viagem ocorreu sem imprevistos, porém assim que chegaram na área pública do aeroporto do México viram uma multidão de paparazzi sendo contidos por uma fita e alguns seguranças. Ao vê-los, as câmeras logo começaram a fotografar. Seguranças surgiram para tirá-los dali em segurança, mas nesse processo eles foram separados. Mai, Poncho e Dul em um carro, pois moravam para um lado da cidade e o restante em outro.