Fanfic: Toma mi mano! - Portirroni | Tema: Rebelde; RBD; Portirroni

No dia seguinte, Anahí acordou por volta das oito e rapidamente se arrumou para ir até a casa dos pais, para o almoço que tinham marcado. Chegando lá, foi recebida por sua sobrinha que logo se jogou em seus braços.

- Pensei que não viria mais. - disse sua irmã enquanto a observava se aproximar.

- Bom te ver também. - disse irônica. - Não vai nem me dar um abraço?

As duas sorriram e se abraçaram, logo indo até a cozinha onde seus pais estavam.

- Como está minha filha? Aproveitou para descansar? - perguntou Enrique já se separando de um abraço.

- Sim, ontem eu descansei bastante. - abraçou a mãe que cozinhava. - Depois de amanhã já tenho uma entrevista e daqui a alguns dias uma reunião sobre o próximo álbum.

- Mas vocês nem terminaram a turnê dos dois últimos ainda! - exclamou sua irmã.

- Deve ser só pra escolher algumas músicas. - disse desinteressada. - Vamos gravar só no final dessa correria mesmo.

- Entendo. A mamãe me contou que você terminou com o Poncho. - começou a irmã. - O que aconteceu?

- Ah…- Anahí suspirou. - Nós estávamos com alguns problemas a um tempo, mas a gente tinha se acertado. Eu só percebi que nós somos bons amigos mesmo, e é isso.

- Alfonso é um bom rapaz minha filha. - disse Enrique. - Talvez você e ele ainda se acertem.

- Seria o melhor pra você. - disse sua mãe, atraindo a atenção da filha.

- Mãe, eu estou feliz assim. Não gosto do Poncho a não ser como um amigo e é isso que vamos ser daqui pra frente.

- E você vai ficar sozinha no meio daquela gente toda? - a mais velha largou o que fazia para encarar a filha.

- Que? Que gente toda? - perguntou confusa.

- Ahh minha filha, por favor! Christopher e Dulce vão se resolver a qualquer momento também, Christian já esta...casado. - fez uma leve careta ao dizer a última palavra. - Maite está com o músico, você vai ficar sozinha?

Anahí riu, recebendo um olhar rígido da mãe como resposta.

Sua sobrinha entrou correndo na cozinha e a agarrou pela mão, enquanto a puxava para o quintal.

- Tia, vamos brincar comigo! - pediu a menina. - Por favor, não quero mais brincar sozinha.

- Ana Paula! Estamos conversando. - repreendeu a mãe da menina. - Depois sua tia brinca com você.

- Tudo bem. - disse Anahí. Ela pegou a menina e a colocou sentada em seu colo. - Vamos ficar aqui só mais um pouquinho, ok? - encarou os olhos azuis da menina. - Depois eu prometo que fico a tarde inteira com você. - sorriu e sentiu o coração se aquecer quando a menina a abraçou.

Ana Paula se ajeitou no colo da outra e começou a brincar com a boneca que trazia consigo. Any, ainda sorrindo, desviou seus olhos da sobrinha para a mãe que, agora, arrumava a mesa para almoçarem.

- A Mai não está mais com o Guido, mãe. E a Dul e o Ucker não vão dar certo, é muito improvável que isso mude. - disse simplesmente.

- Como assim a Maite não está mais com o Guido? - intrometeu-se a irmã. - Eles não iam até se casar?

- Ele nunca chegou a pedir. - disse Any enrolando uma mecha dos cabelos da sobrinha no dedo. - Mas a mídia dizia que ele iria e eu acredito que ia mesmo. Ele andava de muitos cochichos com algumas pessoas da equipe, mas ela terminou com ele antes. - a loira percebeu que sua mãe a encarava fixamente, com a expressão extremamente fechada.

- Achei que ainda estavam juntos por causa do show de Madri. - disse seu pai. - Ele agarrou ela tão rápido no fim.

- É, ele ainda corre atrás dela. - revirou os olhos ao se lembrar do quão inconveniente Guido podia ser nessas horas. - Aquilo tudo era ciúmes dela com o dançarino de flamenco, ele queria algo com ela também.

- Está vendo? Mesmo que não tenha o músico já tem outro pretendente. - disse sua mãe enquanto se sentava. - Ana, senta no seu lugar para comermos.

A menina ameassou pular do colo da tia, mas antes seus olhos encontraram o pequeno pingente de sol que pendia de sua pescoço.

- Que lindo! - disse a menina enquanto o segurava. - ela encarou de perto o objeto enquanto a tia sorria.

- Gostou? Foi a Mai que me deu. - sorria como boba.

Na noite anterior, quando chegou em casa, a primeira coisa que fez foi procurar alguma corrente para que pudessem colocar o pingente.

- É lindo! - disse a criança e foi até sua cadeira. - Ela tem bom gosto.

Anahí apenas sorriu e pode ver que, mais uma vez, sua mãe parecia querer furá-la com o olhar.

- Mas porque a Maite e ele terminaram? - questionou sua irmã enquanto arrumava o prato da filha.

- Ele era meio babaca com ela as vezes, mas isso não importa muito. - começou a arrumar seu prato. - Ela está bem melhor agora e todos do grupo…- encarou a mãe enquanto falava. - exceto o Christian, estão solteiros, ou estavam até ontem. - disse simplesmente e começou a comer.

- Gosto muito do Christian, mas não sei bem como reagiria se fosse alguém da família. - disse sua irmã bebericando seu suco.

- Fosse o que? - questionou Any, sentindo um calafrio.

- Fizesse uma sem vergonhice dessas. - disse sua mãe a encarando. - Ficar com alguém do mesmo sexo.

Anahí se sentiu ainda pior quando viu sua irmã e seu pai assentirem após o fim da fala de sua mãe. Aquilo não era nada bom. Sua irmã logo tratou de mudar de assunto, mas a tarde inteira pareceu um tormento para a loira. A todo momento ela podia sentir o olhar rigoroso da mãe sobre si e sentia vontade de correr a cada vez que isso acontecia. 

Ao fim do almoço, correu para o quintal com a sobrinha, onde se distraiu um pouco. Brincavam animadamente, mas sempre tinha algo que a preocupava. A menina notava a tia distante, pois de tempos em tempos precisava chamá-la de volta para fora de seus pensamentos.

- Você está bem, Any? - Perguntou sua irmã se sentando ao lado das duas na grama. - Está tão aérea.

- Estou. - sorriu fracamente. - Mari, você acha...errado pessoas como o Chris? Quer dizer, isso não é uma coisa que se escolhe e, se você ama alguém, por que o sexo dessa pessoa deve ser tão relevante? - questionou enquanto encarava os dedos, nervosa.

- Any, isso não é certo! - respondeu Marichelo sem hesitar. - Eu até respeito, mas não sei se o que faria se fosse alguém da nossa família. - encarou a irmã, que estava de cabeça baixa. - Mas por que essas perguntas agora? - disse em tom suspeito.

- Nada! - se apressou ao responder. - É só...nada, deixa pra lá. - sorriu e voltou a brincar com a sobrinha.

Já era tarde quando ela e a irmã saíram da casa dos pais. Ana Paula dormia no banco traseiro do carro de Anahí que dirigia calmamente.

- Mas me diz…- começou Marichelo. - Você e o Poncho terminaram, mas você não tem mais ninguém em mente? Vamos Any, eu sei que você não é de ficar muito sozinha.

- Talvez seja por isso que nenhum relacionamento deu certo até hoje. - riu. - Eu…- suspirou. - Talvez eu só esteja bem dessa vez. - sorriu. - Estou feliz do jeito que estou e é isso que importa.

Olhou rapidamente para irmã e pode perceber que ela sorria. Deixou as duas em casa e logo seguiu para a sua, checando o celular para ver se tinha recebido algo durante a tarde em que ficou longe do aparelho.