Fanfic: Toma mi mano! - Portirroni | Tema: Rebelde; RBD; Portirroni

Anahí sentia seu corpo gelado conforme o carro do pai se afastava a toda velocidade.

- Any…- começou Mai tocando no braço da outra.

A loira se afastou e encarou a namorada já deixando as lágrimas escorrerem livremente por seus olhos. Milhões de coisas passavam por sua cabeça e ela não sabia o que deveria fazer. Num impulso, correu até a garagem de casa, ignorando os chamados atrás de si.

- Any, por favor, me escuta! - a morena caminhava atrás dela. - Você precisa se acalmar, não saia assim por favor. - pediu ao ver a namorada entrar no carro.

- Eu...eu preciso falar com eles, Mai. - disse em meio as lágrimas. - Não posso perder eles. 

- Você não vai, meu amor. Me escuta por favor! - apoiou as mãos sobre o vidro abaixado da janela. - Fica comigo, só se acalma primeiro. Eu te levo lá depois, eu prometo.

Maite encarava a loira em desespero. Era evidente que ela não tinha condições de dirigir. Chorava copiosamente, com certeza não conseguiria ter uma visão clara naquele estado. Seu corpo tremia enquanto as mãos apertavam o volante.

- Você não entende…- sussurou Anahí apoiando a cabeça no volante.

Ela sentiu a mão da namorada acariciar seus cabelos e levantou a cabeça. Maite a encarava já com os olhos marejados também. A loira se esticou e puxou o rosto da morena para baixo, juntando seus lábios em um suave e rápido beijo.

- Desculpa. - sussurou ao se separarem.

Anahí empurrou levemente a morena e arrancou com o carro, indo o mais rápido possível até a casa de seus pais. Pode ver o descontentamento no rosto da outra, mas ela precisava encontrar seus pais o mais rápido possível.

Estacionando o carro de qualquer jeito da frente da casa dos pais, Anahí mal se preocupou em desligá-lo. Avançou até aporta onde começou a bater incansavelmente.

- Mãe, pai! - chamou em meio ao choro. - Por favor, deixem eu explicar. Vamos conversar por favor.

A porta se abriu bruscamente e ela quase caiu dentro da casa. Sua mãe a olhava friamente.

- Olha pra você….- disse a olhando de cima a baixo. - Deplorável. Por que fez aquilo Anahí?! Eu te disse era pra acabar com isso!

- Então já tem tempo que isso está acontecendo? - soou a voz de Enrique de trás da esposa.

- Pai…- resmungou antes de um soluço. - Você tem que entender, vocês precisam entender…eu amo a Mai e...e nós estamos felizes juntas.

Enrique avançou contra a filha, que se encolheu ao ver o quão agressivo ele parecia. O homem agarrou os braços da filha, apertando o máximo que podia enquanto aproximava seu rosto do dela.

- Não ouse insinuar mais uma vez que existe algo além de uma amizade entre vocês!  - empurrou-a com força.

Anahí cambaleou para trás, quase caindo.

- Isso não passa de uma pouca vergonha. Influência do Christian e de todas essas pessoas que vocês chamam de "fãs". - disse com desprezo. - Esse discursinho de que não importa sexo, religião…é tudo uma baboseira pra vocês terem desculpa pra fazer o que quiserem.

- Não deveríamos ter permitido que você entrasse nessa banda. - disse sua mãe. - Você deveria ter continuado seu caminho sozinha, como sempre foi. Não teve problemas em fazer música sozinha.

- Mãe eles são meus amigos! Eu nunca teria conquistado tudo o que tenho hoje sem eles e…eles são muito importantes pra mim! - ainda chorava. - O Christian não tem nada a ver com isso e eles estão certos sobre não importar o sexo, a religião ou qualquer outra coisa. Eu amo demais a Mai! - se aproximou dos pais. - Por favor, se vocês me amam vocês devem querer que eu seja feliz e eu sou feliz com ela! - estendeu a mão para tocar seu pai.

O homem se afastou rapidamente.

- Não toque em mim. Vai embora agora e termine tudo com aquela mulher. 

- Pai, por favor… - começou, mas logo foi interrompida.

- Você escutou o que ele disse. - manifestou-se sua mãe. - Termine tudo o que tem com ela. Se possível, arranje um namorado, um ficante ou o que você quiser, desde que seja um homem. - a olhou com desdém. - Talvez Alfonso ainda te aceite, ou mesmo o Christopher.

O casal se virou e caminhou para dentro de casa novamente. Antes que Anahí pudesse dizer qualquer coisa, a porta se fechou com uma batida e ela deixou seu corpo cair, se permitindo chorar sentada no chão.

Parada a uma quadra de distância, Maite batucava nervosamente sobre o volante de seu carro. Assim que Any saiu, ela logo se apressou em ir atrás em seu próprio carro. Preferiu esperar a uma certa distância, caso os pais da namorada ficassem ainda mais furiosos ao vê-la.

Sentindo o coração apertar com a angústia, saiu do carro e caminhou apressadamente até a casa que já tinha visitado mais de uma vez. Ao se aproximar, viu a namorada sentada no chão, se debulhando em lágrimas. Any vestia apenas um short e uma regata e estava descalça, do mesmo jeito em que saira de casa no desespero.

Maite correu até a namorada e a envolveu em seus braços, sentindo-a tremer descontroladamente enquanto ainda chorava. A loira se assustou ao receber um repentino abraço, mas logo se agarrou a camisa da namorada. Ela tentava murmurar algo, mas era impossível entender qualquer coisa em meio a tanto choro.

- Shiu, meu amor. - disse a morena acariciando seus cabelos. - Vem, vamos pra casa. Está esfriando pra você ficar aqui desse jeito.

Ela puxou o corpo da outra para cima, mas Any se recusou a se levantar. Se soltou do abraço da namorada e agarrou os joelhos, insistindo em ficar ali.

- Por favor, Any. Vamos. - levantou o rosto da namorada. - Deixa eu cuidar de você, por favor. - pediu encarando os olhos azuis, agora irritados por tantas lágrimas.

A loira pareceu ponderar por alguns minutos, mas não hesitou em levantar da segunda vez em que foi puxada pela namorada.

Maite a guiou até seu carro, ainda ligado, e a colocou no banco do carona. A loira virou o corpo em direção a porta e se encolheu no banco, chorando ainda mais. Com certa dificuldade a morena passou o cinto por seu corpo e fechou a porta, suspirando em seguida. Correu até o outro lado e dirigiu o mais rápido possível para a casa da loira.

Any se encolhia cada vez mais no banco e seu corpo tremia como nunca. Maite a encarava preocupada. A namorada estava muito nervosa, isso poderia ser perigoso para ela.

- Any…- tocou as costas da mulher que se encolheu diante do toque. - Por favor, meu amor, tente se acalmar. Isso vai te fazer mal.

A loira parecia tentar se controlar, mas a cada soluço que tentava segurar, mais um rio de lágrimas escorriam livremente por seu rosto. 

Ao chegarem, Maite guiou-a até o banheiro, logo retirando suas roupas e a colocando embaixo do chuveiro. Any encostou a cabeça sobre a parede fria, deixando a água bater em suas costas e escorrer pelo resto do corpo.

Maite lavou todo o corpo da namorada com toda a calma do mundo. Deslizou suavemente a mão pelas costas de Any beijando seu pescoço exposto.

- Estou aqui, meu amor. - sussurrou depositando mais um beijo, agora na clavícula. - Estou aqui.

Anahí apertou os punhos e socou a parede irrompendo em mais uma crise de soluços. Bateu a testa repetidas vezes contra a parede, sem muita força, logo sentindo os braços da namorada envolverem seu corpo e puxá-la para trás.

- Não faz isso, por favor. - pediu a morena com a voz chorosa.

Ela apertava as costas da loira contra seu próprio corpo, sem se importar de estar molhando suas roupas.

Maite retirou todo a espuma do corpo da outra e não pode deixar de sentir uma ponta de felicidade quando esta pegou um shampoo e começou a lavar os próprios cabelos, mesmo que ainda chorasse.

- Vou pegar uma toalha e algo pra você vestir. - disse.

Quando não obteve resposta, suspirou e saiu do banheiro. Já no quarto, retirou suas roupas molhadas, ficando apenas de lingerie, e vestindo um roupão. Enquanto vasculha a o guarda roupas da namorada, pegou seu celular e observou seus contatos. Passou por nomes como Adolfo e Christian, mas se lembrou que o primeiro estaria trabalhando e o segundo dissera algo sobre um compromisso hoje. Ao continuar deslizando, chegou no número de Dul e rapidamente ligou para a amiga.

- Ei, Mai. - disse a ruiva ao atender.

- Oi, Dul. - disse com um suspiro. - Preciso de uma ajuda sua. Está ocupada?

- Não, não estou. O que aconteceu? - questionou preocupada ao perceber o tom também preocupado da amiga.

- Os pais da Any descobriram sobre a gente e ela não tá nada legal, mas depois eu te explico. Preciso que busque meu carro pra mim. Acabei deixando perto da casa deles. - massageou as têmporas fechando os olhos.

- Claro! - disse a ruiva prontamente. Foi possível ouvir a agitação causada por seus rápidos movimentos. - Está na casa dela? Vou aí buscar a chave.

- Estou sim. Ela não está nada bem Dul. - disse segurando agora o próprio choro. - Eu não sei o que fazer pra ela parar de chorar. - derramou uma lágrima solitária.

- Ei, respira! Ela precisa de você agora. Estou saindo de casa agora mesmo.

- Obrigada, Dul. Eu nem sei como... - de repente, ouviu um alto som vindo do banheiro. Um som que ela reconhecia, mas que não era nada bom. - Dul eu preciso ir…. - disse rapidamente e largou o celular sobre a cama, correndo até o banheiro.