Fanfic: Toma mi mano! - Portirroni | Tema: Rebelde; RBD; Portirroni

Ao parar em frente a porta, Maite teve a visão do que julgou ser a pior de sua vida. Any estava jogada no chão, ao lado da bacia do vaso sanitário, nua, com a cabeça apoiada na parede enquanto ainda chorava, mas agora apenas com lágrimas silenciosas.

A loira esticou a mão e apertou a descarga enquanto com as costas da outra mão esfregou a boca, engolindo em seco. Ela encarou a namorada que estava estática na porta e viu lágrimas solitárias escaparem dos olhos castanhos.

- Desculpa…- sussurrou a loira, quase de forma inaudível.

Maite soltou um soluço e rapidamente levou a mão a boca, como que tentando esconder o som, mas já era tarde demais. Ela se aproximou da namorada, não fazendo mais questão de esconder as lágrimas, e a levantou. Guiou a loira novamente até o chuveiro, que ainda estava aberto. Retirou seu roupão e se enfiou embaixo da água quente com a outra, agarrando seu corpo no abraço mais apertado que conseguiu.

Ela lavou mais uma vez o corpo da loira e passou o condicionador em seus cabelos, que já tinham sido lavados com shampoo no tempo em que esteve fora. Após enxaguá-la, colocou o roupão sobre seu corpo e a guiou até o quarto.

Anahí se sentou na cama e ficou encarando a parede do cômodo, inerte. Maite pegou uma calça, uma calcinha e uma camisa qualquer e voltou até a namorada, vestindo-a calmamente. Enquanto ligava o secador na tomada, foi interrompida pelo barulho da campainha. Any a encarou em meio as lágrimas que ainda escorriam silenciosas por seus olhos, com um fio de esperança.

- É a Dul, meu amor. - acariciou a bochecha da namorada com um sorriso triste.

A loira fechou os olhos, deixando mais lágrimas rolarem e voltando a soluçar. Maite acariciou suavemente suas costas e saiu do quarto. Recolheu a chave de seu carro antes de chegar a porta e a abriu, encontrando a amiga que tinha um semblante preocupado.

- Como ela está? - questionou a ruiva.

- Mal. - suspirou. - Não para de chorar.

- Eles reagiram tão mal assim?

- Não sei, eu não vi nada. Acho que ela não vai estar bem o suficiente pra falar tão cedo também.

- Bom, só resta esperar o tempo dela. - suspirou. - Onde está a chave do carro? Vou trazer pra você.

A morena estendeu a mão e entregou as chaves para a amiga.

- Obrigada, Dul. Pode parecer paranóia, mas não sei se ajudaria muito eles saírem de casa e encontrarem meu carro ali perto. E eu não quero deixar ela sozinha.

- É melhor mesmo, ela precisa de você. - sorriu. - É melhor você vestir uma roupa, vai ficar doente assim, apesar de estar linda só de lingerie. - disse sorrindo, já caminhando para a rua.

Maite sorriu e desceu o olhar por seu corpo. Nem se lembrava de que estava sem roupas.

- Ei! - gritou e a ruiva se virou. - Eu sou linda sempre. - sorriu debochada e jogou outra chave para a ruiva. - A chave da porta, quando voltar é só entrar.

A amiga apenas sorriu e saiu. Maite fechou a porta e voltou para o quarto, encontrando a namorada passando uma escova pelos cabelos.

Seus movimentos eram agressivos, puxando longos tufos de cabelo sem a menor prudência, com raiva. Os fios loiros pareciam ficar ainda mais bagunçados diante de tal ato. Ela se aproximou e tirou o objeto das mãos da namorada, começando a desembaraçar suavemente seus cabelos.

Anahí lentamente abriu um pouco suas pernas para que Mai pudesse se aproximar mais e ter uma posição melhor para realizar sua tarefa. Sorrindo pela atitude, a morena se posicionou entre as pernas da namorada enquanto continuava seu trabalho. A loira encostou a testa entre os seios da outra, franzindo a testa ao sentir a peça molhada em contato com sua pele.

- Está molhado. - disse rouca.

- Eu sei. Já vou tirar. - depositou um beijo sobre a cabeça da namorada, logo voltando a pentear seus cabelos.

Any colocou as mãos sobre as coxas da namorada e estremeceu ao sentir o quão gelada a pele estava. Maite logo deixou a escova de lado e começou a apenas acariciar os longos fios loiros.

A morena logo sentiu os dedos quentes da namorada deslizarem até os lados de sua calcinha e começarem a tirá-la.

- Você precisa tirar isso, está gelada. - disse a loira com a voz fraca. 

Maite se afastou um pouco e deixou a namorada retirar a peça, sem nenhum protesto. Any ficou de pé em sua frente e passou o braço por suas costas, desabotoando seu sutiã e o retirando rapidamente. A morena segurou o rosto da namorada e iniciou um calmo beijo, sem malícia, apenas rodeado de carinho.

- Vai tomar um banho - sussurrou a loira ao se afastarem- , eu já estou melhor.

A outra pareceu hesitar por alguns minutos, mas logo começou a caminhar até o banheiro do quarto.

- Quando eu sair, seco seu cabelo pra você. - disse enquanto pegava uma toalha para si, recebendo apenas um fraco sorriso como resposta.

Dulce estacionou o carro de Mai logo atrás do seu, na frente da casa de Any. Carregando algumas sacolas repletas de peças de comida japonesa e uma com algumas coisas do cardápio de um restaurante tradicional mexicano, a ruiva caminhou até a porta da frente e a destrancou calmamente. Deixou as sacolas sobre a mesa de centro da sala e foi até o corredor que levava aos quartos.

Pode perceber que a luz do banheiro do quarto de Any estava acessa e escapava pela porta escancarada, iluminando o quarto, já que agora o céu estava escuro. Ao se aproximar do banheiro do corredor, ouviu um barulho lá dentro e bateu de leve na porta.

- Mai? Any? - chamou.

O corredor estava escuro, com apenas a luz do banheiro acessa. Um pouco de claridade entrava pela janela do quarto da loira, mas não o suficiente para iluminar bem. Ela ouviu uma tosse e logo em seguida o som de uma descarga.

- Oi - disse baixinho a voz de Any. - Oi Dul, já estou indo.

Logo a loira apareceu no corredor, iluminada pela luz do banheiro atrás de si. Seu cabelo estava claramente encharcado, mas estava preso em um rabo de cavalo. Anahí esfregou os lábios com as costas da mão, forçando um sorriso sem mostrar os dentes. Dulce reparou na palidez da boca da outra e sentiu um aperto no coração.

- Por favor, me diz que você não está fazendo aquilo de novo. - questionou triste.

- Eu não fiz. Juro que não….que não queria, eu só…- as lágrimas tomaram seus olhos mais uma vez. - eu só não consegui segurar. - já chorava mais uma vez. 

A ruiva se aproximou o mais rápido que pode e apertou a amiga em um abraço. Any de deixou chorar mais ainda enquanto sentia os braços quentes a envolverem.

- Vai ficar tudo bem. - disse Dulce. - Eu estou aqui pra você como estive antes, a Mai está aqui, o Chris, Ucker e Poncho. Nós vamos te ajudar. - deixou uma lágrima escorrer pelo próprio rosto.

- Eu...eu não...não consegui evitar. - agarrou a camisa da amiga.

- Eu entendo, Any. Você vai superar isso, vai ficar tudo bem. 

Dulce levou a loira de volta para o quarto onde Mai tomava banho e soltou seus cabelos, começando a secá-los. Assim que a morena saiu do banheiro, se surpreendeu por encontrar a amiga ali, mas apenas sorriu em agradecimento. Depois de vestida, ela se sentou ao lado da namorada. Estendeu a mão e secou a bochecha da mesma.

- Vai ficar tudo bem, meu amor. - abraçou a loira de lado. - Eles vão entender em algum momento.

- Não, não vão. - disse decidida. Sua voz soara forte pela primeira vez desde o acontecimento.

Maite e Dulce trocaram um olhar preocupado. A ruiva desligou o secador e se preparou para guardá-lo.

- Não diga isso. Você sabe que eles te amam e que não se afastariam de você por algo assim. - disse a ruiva. - Eles só precisam de um tempo. - se sentou do outro lado da loira.

Anahí apenas sacudiu a cabeça em negação, derramando mais algumas lágrimas.

- Por favor Any, se acalme. - começou Maite. - Vai dar tudo certo, eu sei que vai.

- Me deixem sozinha por alguns minutos, por favor. - pediu a loira. - Só... só alguns minutos.

As outras duas mulheres se encararam, cada uma pensando nas cenas que viram a alguns minutos, mas sem nem sequer imaginarem que tinha acontecido mais de uma vez.

- Eu trouxe comida. - começou Dulce. - Eu...eu vou arrumar a mesa para a gente comer, mas assim que eu chamar, é pra você ir, ok

A loira apenas acenou com a cabeça e se deitou na cama, encolhida, de costas para as outras. Maite suspirou e seguiu a ruiva para fora do quarto, fechando a porta em seguida.