Fanfic: Toma mi mano! - Portirroni | Tema: Rebelde; RBD; Portirroni

Any se remexeu ainda de olhos fechados. Sentiu o braço de Mai mole por cima de seu corpo. Após se acostumar com o escuro do quarto se virou devagar sobre o colchão, encontrando o rosto da namorada que dormia tranquilamente. Acariciou seu rosto e a viu suspirar.

Ao checar o relógio, percebeu que eram 5:23 da manhã. Se aconchegou a namorada, fechando os olhos para tentar dormir novamente. Alguns minutos depois, percebeu que não conseguiria, seu sono tinha ido embora. Se levantou e caminhou silenciosamente pelo corredor, parando em frente ao quarto de hospedes. Abriu um pouco a porta e pode ver que Dulce também dormia calmamente.

Já na sala, se sentou no sofá para assistir a alguma programação qualquer. Não tinham se passado nem 20 minutos quando ouviu passos apressados no corredor. Olhou por cima do encosto do sofá e viu Maite se aproximando apressada, com os olhos cerrados e passos atrapalhados.

A morena suspirou ao vê-la no sofá.

- Any, você me assustou. - disse esfregando um olho.

- Perdão. Eu perdi o sono. - sorriu fraco para a namorada.

Maite caminhou até ela, parecendo finalmente se tocar de que estava descalça.

- Podia ter me chamado. - se sentou. - Está se sentindo melhor? - acariciou o rosto da loira.

- Não. - suspirou. - Mas consegui parar de chorar e não coloquei o sushi pra fora, então já é um progresso. - sorriu sarcástica. 

Sua expressão era amarga e dura, não demonstrava o menor idício de que estava melhor.

- Já fico feliz só com isso por enquanto. - sorriu e se deitou no colo da namorada.

Logo Maite estava dormindo novamente e Any continuou assistindo a tv, sem dar muita atenção de fato. Sua cabeça não parava de relembrar tudo o que seus pais tinham lhe dito. Ela encarou o corpo de Mai ao seu lado e não pode deixar de suspirar, acariciando as costas da namorada.

- Bom dia, loira. - soou a voz de Dulce vinda do corredor.

- Bom dia. - respondeu Any, acariciando mais uma vez a cabeça de Mai.

- Por que estão aqui? - a ruiva se sentou ao seu lado.

- Eu perdi o sono. A Mai percebeu que eu não estava na cama e veio atrás, mas como é muito cedo ainda ela dormiu de novo.

- Era cedo quando vocês vieram, né? Porque agora já são 8 horas. - mostrou o celular para a amiga.

- Meu Deus! - exclamou olhando o aparelho. - Não percebi que já era tão tarde.

As duas amigas se levantaram e foram até a cozinha, onde tomaram café juntas. Any não queria comer nada, mas após muita insistência de Dulce, acabou comendo. Um pouco mais tarde, Maite também apareceu na cozinha para comer. 

As três passaram o dia assistindo a coisas aleatórias na tv e conversando, a cada momento tentando tirar apenas um pequeno sorriso da loira, o que não aconteceu. Já a noite, Dulce se despediu e foi para casa. Por mais que Anahí insistisse que estava bem, Mai se recusou a deixá-la sozinha, assim passaram mais uma noite juntas.

- Já falei que não vou te deixar sozinha, mas se você não me quer por perto, tudo bem. - disse a morena manhosa. Já se virava em direção a saída quando foi puxada pela namorada.

- Não se faça de ofendida, Perroni. - a loira a abraçou. - Sabe que eu te quero o mais perto possível. - selou seus lábios em um calmo beijo.

Sorrindo, Maite a empurrou até a cama onde dormiram calmamente.

No dia seguinte foram as primeiras a chegar no estúdio de gravação. Any não falou muito com nenhum dos outros membros da banda que demostraram preocupação com ela, se limitando a apenas gravar quando era chamada.

Era evidente que algo estava errado, pois a todo momento era possível ver lágrimas solitárias escorrendo por seu rosto, mas ela se recusava a falar, afastando todos que se aproximavam, até mesmo Maite.

Alguns dias tinham se passado e os pais da loira a evitavam a todo custo. Todas as suas ligações eram ignoradas e, sempre que ela tentava ir até a casa deles, Maite a impedia.

- Maite, por favor, sai da frente! - dizia a loira irritada. - Já falei pra você parar com isso. Eu preciso ir atrás deles, preciso conversar com eles!

- Você sabe que eles não vão te escutar e que você só vai ficar plantada na porta deles. - já se irritava. Era a terceira vez que tinham essa conversa em uma semana.

- E daí? Eu preciso tentar, não posso ficar aqui esperando. Vendo meus pais saírem da minha vida sem fazer nada.

- Any, dê mais um tempo. Eu sei que eles vão entender.

A loira bufou e caminhou até seu quarto, batendo a porta com toda a força que tinha. Maite suspirou e foi atrás da namorada, encontrando-a deitada na cama encarando o teto.

- Eu só quero o seu bem, meu amor. - disse ao entrar no quarto.

- E se eles não mudarem de ideia? - questionou com os olhos ainda fixos no teto.

- Isso não vai acontecer, Any.

- E se acontecer, Mai? - virou o rosto e encarou a namorada. - E se eles realmente estiverem falando sério e eu...eu precisar…precisar escolher? - sussurrou a última palavra.

Maite engoliu em seco. Não sabia o que deveria responder. Só de imaginar Any saindo de sua vida já sentia o coração se apertar. A loira, ainda na cama, se sentou e deixou uma lágrima escorrer. Não. Não iriam ter aquela conversa. Ela se recusava a escutar.

- Te vejo amanhã no estúdio. - disse Maite para logo em seguida sair correndo do quarto.

Anahí encarou por alguns segundos o lugar onde a namorada estava, mas logo se apressou em ir atrás dela. Só teve tempo de ver a morena com o rosto banhado por lágrimas enquanto entrava apressadamente no carro.

- Idiota. - bateu levemente a testa contra o batente da porta. - Sua idiota. - se praguejou.

Entrou em casa logo indo para o banho. Precisava de um banho para espantar todos esses pensamentos bestas que rodeavam sua mente.

Sentindo a água correr por seu corpo, tocou no pingente pendurado em seu pescoço. Levou a peça até os lábios e o beijou suavemente.

Sorrindo, se lembrou da noite em que Maite lhe dera a peça. Se lembrou das duas correndo pelo parque em Madri, da praia em Celestún, de sua dança no cais, de Ana Paula elogiando o pingente, da cara de desespero de Maite quando a criança entrou correndo por sua sala e quase a pegou em uma "posição constrangedora". Sorriu mais ainda.

Sua sobrinha adorava Perroni, assim como sua irmã, sua mãe e seu pai também, desde que ela fosse apenas uma amiga de sua filha.

Suspirando, desligou o chuveiro e voltou para o quarto, vestindo um pijama qualquer. Resolveu ligar para a irmã. Tinham se falado desde a confusão com seus pais e Marichelo parecia não saber o que tinha acontecido. Any se prepara para conversar com a irmã, lhe devia isso, mas ainda não se sentia pronta.

O telefone tocou até cair na caixa postal. Depois de mais duas tentativas, desistiu. Dali a alguns dias fariam a apresentação do ônibus que usariam durante o tempo que sua turnê passaria pelos EUA e Mari tinha prometido levar a pequena Ana Paula e pudesse se despedir da tia.

Deixando o celular de lado, encarou a parede, sentindo o sono se aproximar. No travesseiro ao lado, sentia o perfume de Maite impregnado. Abraçou o artefato, expirando profundamente. Pegou seu celular novamente e digitou uma última mensagem.

"Eu te amo muito! Nunca se esqueça disso, ok?"

Maite, já pronta para dormir, leu a mensagem e não pode deixar de sorrir.

"Eu também te amo minha Tincker"

Deixou novamente o aparelho de lado. Por mais que sorrisse, sua preocupação ainda estava viva em sua mente.