Fanfic: Christopher (Adaptada) | Tema: VONDY

Dulce Maria

Michelly me arrastou para comprar lingerie e toda sua desculpa de que precisava da minha ajuda era só para não fazer compra sozinha. Aproveitei e comprei alguns conjuntos para mim.

Na volta, passamos na delicatessen onde Cat trabalhava. Pensei em alertar a Mi, sobre a personalidade da Catarina, mas preferi que tirasse suas próprias conclusões.

Anotei mentalmente que traria minha mãe em breve, assim ela ficaria tranquila por saber que fiz novos amigos.

Quando entramos, senti falta dela, era como se o clima do ambiente avisasse que ela estava no local. Imediatamente olhei para o caixa e vi outra mulher, no balcão estava apenas o Ruy.

─O cappuccino daqui é muito gostoso.

─Se você diz.... e além do mais, quem resiste à um cappuccino? Sorrimos e caminhamos em direção ao balcão, quando Ruy me avistou exibiu seu sorriso de covinhas, eu estava começando a gostar daquilo.

─Oi, Dulce. Pensei que o episódio de ontem tivesse te assustado, já que não veio pela manhã. ─ele comentou com graça.

─Não guardo rancor das pessoas, Ruy. ─brinquei e me apoiei no balcão

─Vê dois cappuccinos, por favor. Um para mim e outro para minha cunhada.

─Vai tomar aqui ou vai levar?

─Vou levar. ─Saindo agora no capricho. Enquanto Ruy preparava as bebidas, fui até o caixa e paguei. A funcionária apesar de pouca conversa, foi simpática. Retornei até o balcão e aguardei.

─Esses bolos estão gritando para que eu os leve. ─dei risada do comentário da Michelly ─Vou comprar um. ─disse saindo em direção ao caixa.

─A Cat não trabalha à noite, Ruy?

─Não. O horário dela é até as cinco. Aqui está, Dulce.

─Obrigada. ─Quando peguei os copos das mãos dele, senti nossos dedos se tocarem, no susto olhei em seus olhos e sorriso de canto mostrando as covinhas estavam lá. Limpei a garganta e me afastei sentindo meu rosto quente.

Michelly retornou do caixa e pegou o bolo com outro atendente.

─Tchau, Ruy. Obrigada. ─Levantei os copos envergonhada pelo toque repentino

─Aqui está o seu. ─Entreguei um copo para Michelly.

─Adorei esse lugar.

─Você precisa vim pela manhã e conhecer uma funcionária que tem aqui. ─Abri a porta para Michelly sair e a acompanhei.

─Vamos ver se esse bolo, vai me fazer voltar. Porque, por esse café aqui... huumm, eu já volto.

─Vá curtir a noite. Eu vou andando para casa.

─Eu te deixo lá, Dul.

─Não precisa. Olhe para a direita e vai ver o prédio que moro. ─ela sorriu concordando.

─Se meu dia for tranquilo amanhã, eu passo para ver as gêmeas.

─Obrigada por passar um tempinho comigo cunhada.

─Sempre que precisar. ─Abracei- a e beijei seu rosto, eu tinha a Michelly como uma irmã.

Caminhei  devagar pela calçada, sentindo a brisa fresca da noite enquanto bebia meu cappuccino. Estava cansada, mas me sentia bem. O dia de hoje, tinha sido divertido.

Como uma sirene que toca nas escolas informando que chegou a hora de ir embora, a voz do Christopher sobre a dedetização invadiu em minha mente. Peguei o celular e vi que faltavam cinco minutos para às sete. Apressei o passo e segui para o prédio. Terminaria de tomar meu café quando chegasse em casa. Ele estaria frio, mas o que eu poderia fazer? Se era para evitar o mau humor do vizinho, estava válido.

Cheguei quase sem fôlego no prédio, respirei fundo tomando ar para escarar os lances de escadas. Franzi a testa quando encontrei as portas dos apartamentos de baixo fechada. Subi as escadas correndo e quando pisei no último degrau do andar que moro, Christopher estava conversando com um homem que tinha algo parecido com uma mochila nas costas.

─Ele estava só te esperando para começar. Segurando firme no corrimão da escada, tomei uma respiração profunda tentando recuperar o fôlego e encarei aquele homem barbudo. Queria mandá- lo tomar naquele lugar, mas assumi meu papel de boa moça que não xinga. Peguei meu celular da bolsa para conferir o horário e para minha felicidade, eram sete horas em ponto.

─Boa noite, senhor. Desculpe atrasar o seu serviço. Só fui informada que o prédio passaria por uma dedetização às quatro da tarde, e eu tinha um compromisso.

─Tudo bem, senhora. Eu acabei de chegar.

─Senhorita, por favor. ─sorri para o homem e me virei para Christopher

─Você estava tão preocupado comigo, mas não reparou que os outros apartamentos estão com a porta fechada. Terminei de subir o degrau e abri a porta do meu apartamento.

─Eu me preocupo com o andar que eu moro. Não quero bicho entrando no meu apartamento. Parei no lugar e virei abruptamente para olhar para aquele homem, caminhei em sua direção e apontei o dedo em riste, cutucando aquele peitoral firme. Claro que aproveitei da situação. Meus pais me deram educação para jamais apontar o dedo para alguém, mas o vizinho realmente estava me tirando do sério.

─O único bicho que tem aqui é você.

Christopher  ficou calado olhando entre meu dedo e meus olhos. Contive a vontade de levantar a mão para tocar na barba e me virei para o homem que nos olhava sem entender aquela situação. Sorrindo, tentei quebrar aquele clima tenso.

─Não ligue para o humor dele, às vezes penso que ele não... bem, pode fazer seu serviço. Vou entrar, e deixarei a porta aberta. Percebi que o homem conteve o sorriso com meu comentário, mas não falou nada sobre o assunto.

─Aconselho que deixe a porta aberta por uns trinta minutos, para que o cheiro não fique forte na casa, e depois que fechar a porta, abra um pouco as janelas.

─Ok. Entrei em casa sem olhar para o vizinho e fui direto para o quarto, guardar minha bolsa, a sacola da compra e trocar de sandália. Enquanto o homem fazia o serviço dele, terminei de tomar meu café que já estava gelado. Trocar meu café quente, pelo humor do vizinho não adiantou de nada, da próxima vez, ele que esperasse.