Fanfic: Christopher (Adaptada) | Tema: VONDY

Se preparem pra um cena cut♥️

Christopher

Quando meu telefone tocou mais cedo para me confirmar o horário da dedetização foi que me lembrei que havia marcado há mais de um mês, e se eu soubesse que teria uma vizinha, não teria feito só para não ter que falar com ela.

Não havia necessidade de abrir as portas dos apartamentos, mas no andar que eu morava, gostava de fazer para que protegesse melhor o local.

Minha vizinha é tão linda que fazia meu juízo perder o foco. Também era audaciosa e apesar do sorriso lindo, não segura a língua quando era para me enfrentar. Estava com raiva de mim mesmo. Poderia ter cancelado o serviço quando recebi a ligação. Poderia, mas não fiz. Vê- la entrar furiosa no apartamento dela, me fez querer sorrir. Consegui tirá- la do sério pela segunda vez, e talvez isso fosse bom, assim ela evitaria falar comigo.

Olhei rapidamente para dentro daquela casa, tudo parecia impecável, entrei na minha, deixando a porta entreaberta.

Abri todas as portas dos cômodos, para que o veneno chegasse até os locais. Aguardei que o homem finalizasse o serviço no prédio e efetuei o pagamento, afinal tinha sido eu quem tinha feito a solicitação. Poderia ter conversado com os vizinhos, mas não queria contato.

Depois de um tempo, quando fui fechar a porta da minha casa, notei que a da minha vizinha ainda continuava aberta. Olhei um pouco mais e resolvi voltar para dentro de casa. Não daria motivos para ela puxar conversa. Fui para o quarto onde ficava minha tela e me perdi por alguns minutos olhando para o desenho que vinha fazendo. Se eu não queria que ela se intrometesse em minha vida, por que eu a estava desenhando?

Puxei o papel e rasguei ao meio. Amassei e joguei na lixeira que ficava no canto da porta. Decidi que para passar o tempo, voltaria as minhas pinturas abstratas, afinal, quando o ano acabasse, teria que voltar a trabalhar.

Era pouco mais de meia noite, quando fui fazer um lanche para me deitar. O som de tosse me chamou atenção quando passei pela sala. Olhei para a janela, para ver se a tinha deixado aberta e os barulhos da rua estavam ecoando aqui, mas ela estava fechada. Me aproximei e olhei através dela e não havia ninguém no estacionamento. A tosse continuou, mesmo que longe. Caminhei até a porta e pelo olho mágico vi que a porta da minha vizinha estava aberta. A preocupação de ter acontecido algo me atingiu.

Abri a minha para conferir se tinha algum movimento e o barulho da tosse ficou mais alto. Eu não deveria me intrometer. Não deveria. Mas caminhei na direção da casa dela.

Senti o vento frio quando atravessei aquele pequeno espaço e parei diante da porta. O que merda eu estava fazendo? Uma sequência de tosse se rompeu e dane- se meu mau humor, invadi a casa daquela mulher.

─Quer acordar o prédio inteiro com a porta aberta e essa tosse? ─bradei. Não acreditei quando encontrei minha vizinha deitada no sofá toda encolhida sem nenhum cobertor. A janela da sala estava aberta deixando aquele apartamento gelado.

─Quer morrer congelada? ─Caminhei na direção da janela e fechei.

─Huummm.... ─ela gemeu. Aproximei- me dela, engoli em seco e relutante coloquei a mão na testa. Minha vizinha estava quente... muito quente.

─Que merda fui me meter.

Com a consciência pesada, terminei de invadir a casa e abri a primeira porta, para minha sorte tinha uma cama. Voltei para sala e a peguei no colo. Olhei para aquele rosto colado meu peito, pela primeira vez desde que fui abandonado por uma mulher, meu coração bateu de uma forma diferente. Minha vizinha tinha a boca bem desenhada... rosa, parecia que estava com batom. O nariz, milimétricamente feito para aquele rosto.

─Esse cheiro está se tornando o meu preferido ─a voz dela saiu baixa e embolada.

─Você está apenas delirando... ─coloquei- a deitada na cama─E eu também. Não é possível!

Coloquei o cobertor em cima dela. Ela precisava de remédios, mas não queria mexer mais em nada. Corri até minha casa e peguei um remédio para dor. Voltei e fui direto para cozinha, para pegar água e então segui para o quarto. Deixei o copo e o remédio em cima do criado mudo, e a puxei para se sentar um pouco, antes de medicá- la. Meu lado egoísta dizia para voltar para casa e largar aquela mulher ali, pois não era problema meu, mas um lado protetor que eu não sabia que ainda existia, dizia que ela poderia passar mal e precisar de ajuda.

Em um conflito interno, aguardei até que a febre abaixasse. Era quase duas da manhã, quando saí da casa dela e fechei a porta. O problema foi que não consegui pregar o olho, me culpando por não a ter levado no médico, ou por não ter ficado na casa dela até o dia amanhecer, mas eu não queria que ela me visse ali, cuidando dela, sendo que tivemos uma discussão na noite passada.

Quando escutei algumas vozes no andar, corri até o olho mágico e uma senhora acompanhada de um homem, tocava a campainha da casa dela. Espionei até que a porta fosse aberta e enfim eu pudesse respirar. Notei que ela ainda não parecia bem, quando abraçou aquelas pessoas com um sorriso fraco no rosto. Como se ela pudesse ver que eu estava ali, seu olhar vacilou até minha porta, me afastei rapidamente e fui para o quarto.