Fanfic: Christopher (Adaptada) | Tema: VONDY

Dulce Maria

Tive uma semana de louco. Resolvi ouvir minha mãe e algumas clientes e comecei a desenhar alguns vestidos de festas. O problema era que, quanto mais eu desenhava, mais ideias surgiam e aí, surgiam mais ideias de vestidos de noivas, mas foi bom, assim consegui esquecer o Christopher. Quando me lembro do beijo, meu coração chega salta.

Além dos desenhos, passei a semana produzindo um vestido de noiva, era algo simples, porém sofisticado. A noiva queria algo leve, mas que não o deixasse de fora o estilo “noiva”, pois o casamento seria na praia. Então passei os dias, enfurnada no meu ateliê, desenhando e costurando. Poderia contratar costureiras, mas eu queria participar de toda a criação dos sonhos das minhas clientes.

O corpo cobrou a tensão da semana, então resolvi sair daquele espaço para me distrair um pouco, aproveitaria para olhar pelas redondezas, se não encontrava alguma casa para alugar com espaço para colocar meu ateliê, afinal, eu não ficaria mais nesse apartamento, sendo que o dono dele me quer fora, e... eu o beijei. Sou madura o suficiente para encarar uma pessoa que eu beijei, mas a questão é que aquele vizinho me atraí e não sei se conseguirei me controlar sempre.

Depois de um banho relaxante, peguei meu celular e conferir antes de colocar na bolsa. Tinha mensagens da Cat. Ela havia enviado várias mensagens durante a semana, perguntando por que eu não tinha aparecido para comprar pão ou tomar um café. Quando respondi que estava atolada com trabalhos, ela pareceu sossegar, mas hoje era sexta e a primeira mensagem dela, estava dizendo justamente isso. Dei risada quando comecei a ler.

CAT: Hoje é sexta! Sai da toca para ver o mundo.

Poderia responder, mas resolvi surpreendê- la. Na verdade, não tinha a intenção de ir à delicatessen hoje, iria na casa dos meus pais, já que fazia um tempo que não os via, mas poderia tomar um café e conversar com Cat, antes de fazer isso.

Assim que abri a porta para sair, meus olhos rapidamente pousaram no apartamento da frente e sorri. Estava fechada e me perguntei se ele estaria lá dentro. A vontade de vê- lo era grande, mas ignorei. Fechei a porta e desci as escadas.

Mesmo sabendo que iria na casa da minha mãe, resolvi ir andando até a delicatessen para tomar um café. Passei a semana em pé e sentada, sentia falta de algum exercício, andar um pouco me faria bem. Respirei fundo o ar fresco daquele final de tarde e entrei no estabelecimento.

─Dulce! ─Ruy foi o primeiro a me ver, e uma pontada de culpa tomou conta de mim, pois no dia que saí com eles, eu estava determinada a ficar com ele e alguns dias depois eu beijei o Christopher. O que me tranquilizava era que Ruy não sabia que eu tinha feito naquela noite.

─Oi, Ruy. ─apressei o passo para retribuir seu cumprimento. Leo não estava no balcão e também não avistei Cat no local de sempre.

─Cat já foi?

─Não! Ela foi no depósito, daqui a pouco está de volta.

─Ah, faz um cappuccino para mim e... ─olhei a vitrine cheia de bolos.

─Cookie? ─Olhei para ele no momento em que piscou o olho.

─Sim, um Cookie e um pedaço desse bolo de tapioca.

─Sente- se, daqui a pouco levo seu pedido.

─Obrigada Ruy. Me direcionei até as mesas da cafeteria Love Story.

Escolhi um local próximo da janela, assim dispersava minha mente que trabalhou demais e estava agitada. Atualizei minha rede social, com um vídeo que a Raquel tinha me mandado e comecei a olhar o que tinha acontecido em nosso país, enquanto fiquei reclusa no meu mundo de conto de fadas.

─Olha só se não é a borboleta que saiu do casulo. Assustei- me com a voz de Cat.

─Tive saudades de você também. ─pisquei o olho brincando.

─Como anda?

─Bem... ─Cat puxou a cadeira e se sentou

─Na verdade, nada bem. Fez o drama típico dela e apoiou o queixo na mão me olhando.

─O que aconteceu? ─Minha semana foi caótica. Eu e meu crush, estamos nos desentendendo.

─Não sabia que tinha namorado.

─Não é namorado. É só uma pessoa que estou saindo. Bebi um pouco do cappuccino e fechei os olhos degustando aquela delícia de líquido.

─Relacionamentos são complicados. Mas, com diálogo e os dois cedendo, dão certo.

─Eu sou a que dá conselhos aqui e não você. ─ela fez careta e logo sorriu.

─Vamos esquecer de mim, me fale sobre você. O papo estava até bom quando o assunto em questão era ela. Comi um pedaço do bolo para tentar distrair.

─Sabe, o vizinho bonitão mal pediu pão essa semana.

─E? ─terminei de engoli o bolo.

─Nada, só é estranho, porque faz o pedido todos os dias.

─Por que insiste em falar de Christopher comigo? Moro no mesmo prédio que ele, mas isso não quer dizer que mantenho contato com ele.

─Só acho que vocês combinam. Me controlei para não cuspir o café.

─Minha amiga, vamos falar do seu crush? Qual o nome dele? Por que vocês estão brigando?

Mostrei interesse em sua vida, afinal queria ajudar.

─Dul... eu vi como o Christopher ficou com ciúmes quando o Ruy deu em cima de você.

Senti meu rosto esquentar.

─Não confunda ciúmes com ignorância. Além do mais, não somos nada além de vizinhos.

Leo apareceu no balcão e chamou por Cat, interrompendo nossa conversa.

─Se você diz vou acreditar. Vamos marcar para assistir um filme hoje?

─Só se me prometer não falar do Christopher.

Ela ficou de pé e levantou uma das mãos.

─Prometo.

Depois que Cat saiu, me lembrei que tinha planos de ir à casa dos meus pais. Daria um jeito de fazer as duas coisas e quem sabe, arrastaria minha mãe para o cinema também.

Fiquei concentrada no meu celular, enquanto terminava de comer o lanche, quando a cadeira a minha frente foi arrastada de novo.