Fanfic: Christopher (Adaptada) | Tema: VONDY

Uma pessoa não muda quando você quer. Ela muda quando percebe a importância que você tem na vida dela. (Autor desconhecido)

Christopher

Aquele deveria ser um dos dias mais felizes da minha vida, afinal em poucos minutos estaria casado. Rebeca era a mulher perfeita. Nosso casamento foi projetado como ela sonhou. As flores brancas estavam em todos os locais, decorando o espaço onde seria realizada a cerimônia e onde aconteceria a festa. Os convidados já tinham chegado e eu, já a aguardava no altar. Não só eu, mas os meus pais, os padrinhos, as madrinhas e a mãe dela. Estava nervoso, hora ou outra apertava os punhos, tentando controlar a ansiedade que me dominava.

O fundo musical também foi escolhido por ela. Na verdade, tudo foi escolhido por Rebeca, até mesmo minha roupa. Ela estava feliz e isso era o que importava para me deixar feliz. Segundo Rebeca, a cor branca trazia paz, mas a minha foi arrancada quando percebi que ela estava demorando a entrar. Eu já estava no altar há uns bons minutos e os murmurinhos começaram naquele ambiente. Olhei para minha sogra, que não conseguia esconder o desespero. Quando comecei a escutar os convidados falando que a noiva havia fugido, meu nervosismo e ansiedade foi substituído por aflição e medo. Como assim fugido? Éramos um casal feliz. Nos amávamos. Algo realmente estava errado, pois a demora não era normal. Acenei para meu pai, pedindo que ele fosse verificar o que estava acontecendo, mas antes dele descer o degrau do altar montado, meu sogro apareceu no início do corredor feito pelas cadeiras dos convidados. No rosto um olhar de tristeza, fazendo com que meu coração batesse violentamente.

Algo aconteceu com ela?

Sentia que ia sufocar a qualquer momento, devido a pressão em meu peito. Não consegui me mover, ele cruzou o tapete branco a passos rápidos e parou diante de mim.

─ Eu sinto muito meu filho! Aquelas palavras não eram para ser proferidas naquele momento. Não quando uma pessoa está prestes a casar. Na verdade, aquelas palavras não deveriam ser ditas em nenhum momento. Apertei minhas mãos em punho com mais força, senti as unhas machucar a palma da mão, mas aquela dor não era nada se comparado a dor que meu coração começava a sentir.

─ Onde está a Rebeca? Ignorei o que ele disse. Eu só precisava saber o que estava acontecendo. ─ O carro chegou apenas com o motorista, que me entregou isso ─ Estendeu um papel para mim. ─ O que tem nele? ─ Recusei aceitar. ─ Leia você mesmo. Olhei para os convidados que prestavam atenção no que estava acontecendo entre a gente.

Respirei fundo sem coragem para pegar aquele papel. Rafael, meu amigo e padrinho se aproximou, retirou o papel da mão daquele homem e abriu para que eu pudesse ler.

"Não posso seguir adiante Christopher. Não quando a dúvida tomou conta de mim. Espero que um dia me perdoe. Rebeca"

A paz que todo aquele cenário deveria trazer foi tomado pela raiva ao ler aquele pedaço de papel. Não estava acreditando que a Rebeca tinha me abandonado no altar. Tomei o bilhete da mão de Rafael e o amassei com força, olhei para aqueles senhores que foram meus sogros e sem expressar nenhuma reação, virei-me e saí do altar.

─ Christopher, meu filho... ─ Me deixe em paz, pai. Resolva essa palhaçada com a cerimonialista.

Os cochichos aumentaram, mas a minha raiva era grande demais para prestar atenção. Pelo mesmo tapete que entrei, eu saí. E sem olhar para trás. Doeu muito mais que um soco na boca no estômago. Entreguei meu coração a Rebeca e ela o destruiu em um dia memorável. Consumido pela dor, segui até meu carro que havia deixado em um local de fácil acesso para ir embora depois da festa, e entrei, batendo a porta com força. Um dia, o destino a faria pagar pela minha humilhação.