“Naquela noite, eles tentam jantar e fingir que é só uma refeição normal entre amigos, mas o barulho insistente de garras do lado de fora acaba com todas as conversas. O som é uma lembrança constante do exílio em que se encontram, da ameaça mortal que está logo ali fora, do isolamento. Contam uns aos outros suas histórias de vida, se esforçam ao máximo, mas o barulho ameaçador deixa todos os nervos à flor da pele”.
KIRKMAN, Robert. A Ascensão do Governador (pag. 134)
Capítulo 85:
Degredados e Abolidos
— Estou surpresa que tenha nos encontrado, depois de tudo — Dulce comentou com um cinismo escancarado que não fez questão se esconder ao deixar seu pé-de-cabra de lado e Carlos, em resposta, deu de ombros, apático.
Depois de ajeitar os óculos grandes, ele finalmente se deu ao trabalho de explicar como os havia encontrado, relatando sua jornada na floresta, após haver escapado da madeireira, até o primeiro distrito, Aikawa, no qual topou com uma horda numerosa demais para se arriscar.
— Foi nas primeiras horas do dia que me deparei com seu rastro e o de Christopher, vocês não foram exatamente muito cuidadosos. — E então era a vez de ele se valer de um cinismo incisivo que levou Dulce a travar a mandíbula. — Além disso, L.A me pareceu um paraíso assim que a encontrei. Com poucos errantes, várias casas ainda abastecidas com suprimentos e que me protegeriam da tempestade.
— Pois que procure por outro lugar para você então, não o queremos aqui, não depois de haver nos deixado para trás — Ela o dispensou com um floreio da mão e tentou passar pela porta, mas Carlos se moveu tão rápido ao bloqueá-la que o primeiro instinto de Dulce foi levantar o pé-de-cabra novamente e ameaçá-lo com ele.
— Ei, ei, calminha! — Ele ciciou ao espalmar ambas as mãos para mostrar que estava desarmado; Na escuridão, seu cabelo louro-acinzentado se destacava e as lentes redondas dos seus óculos brilhavam. — Eu não quero machucá-la, tudo bem? Eu não quero nem mesmo causar problemas, só precisa me ignorar, se quiser, mas não pode me mandar lá para fora outra vez — Ele argumentou com tamanha convicção que Dulce abaixou a guarda (e o pé-de-cabra), ponderando.
Ela o fitou demoradamente durante quase um minuto e ele retribuiu seu olhar com a mesma intensidade irremovível. Carlos franziu o cenho, mas relaxou perceptivelmente assim que Dulce fez menção de passar pela porta, e desta vez ele se afastou para deixá-la ir.
— Faça como quiser, mas estou prestando atenção em você — Deixou clara a ameaça ao se dirigir para a escada e subir os degraus novamente, movendo-se pela casa imersa numa penumbra densa.
O biomédico exalou um suspiro profundo e, depois de alguns minutos, se acomodou na sala de estar da casa, no sofá mofado. Não arriscaria segui-la, é claro, mas pela manhã se incomodaria em verificar alguns dos cômodos no segundo piso. Por ora, seria prudente não abusar da sorte.
De volta ao quarto, Dulce encostou a porta e só por precaução também a trancou, então se voltou para o olhar expectante e ansioso de Christopher, que continuava acomodado embaixo dos cobertores.
— Era só o Carlos — Murmurou num tom cansado se aproximando da cama e ajeitando-se ao lado dele.
Christopher soergueu uma sobrancelha, cético, e esperou por mais detalhes, que ela prontamente forneceu.
— Aparentemente ele é covarde demais para ficar sozinho e resolveu se juntar a nós.
Ele bufou, mas se arrependeu assim que o gesto fez repuxar as bordas do seu ferimento, debaixo das ataduras limpas que Dulce havia trocado não muito tempo atrás.
— Nós precisamos desse cara, Dulce — Disse por fim num tom contido. — Ele é a nossa única chance de chegarmos a um lugar seguro.
— Como assim? — Ela o indagou, levantando o tronco para fitá-lo e escorando-se nos cotovelos.
— Quando estávamos em Ride, esse cara, o Carlos, nos contou a respeito de uma base militar em uma ilha para onde ele estava sendo transportado antes do seu helicóptero sofrer uma pane e fazer um pouso de emergência. Ele ia para Kunashir, Dulce.
— Kunashir? — Ela ecoou o nome, pouco familiarizada.
— É uma ilha que está sob controle dos russos, ao norte. É nossa única esperança de escapar de tudo isso — Completou taciturno e ela voltou a se recostar nos travesseiros, pensativa.
— Uau — Exalou enfim. — Kunashir, é? Não me parece uma má ideia...
— Assim que eu me recuperar — Christopher a interrompeu — Nós o levaremos até Shizuoka. É lá que uma unidade remanescente o espera com um helicóptero. Nós vamos escapar desse inferno, Dulce, vamos conseguir...
Mas então, a voz rouca dele foi esmorecendo gradativamente e, quando ela voltou a fitá-lo, encontrou-o adormecido, ressonando tranquilamente debaixo dos cobertores ao seu lado. Suspirando, ela se acomodou mais confortavelmente (sem tocá-lo) e fechou os olhos, tentando copiá-lo.
Christopher não era o único que ainda precisava se recuperar, ela própria também necessitava disso. Todos os três precisariam disso, caso tivessem mesmo de partir dali a alguns dias em direção à Shizuoka, em direção ao paraíso prometido.
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+ Fanfics do autor(a)Olaa, vc posta uma vez por semana? É só p eu me atualizar aqui kkkkkkk e ñ ficar entrando toda hr. Beijosss, continuaa.
Assim amg, não tem dia certo, tenho q arrumar tempo, mas aí se tiver comentários tenho mais força para postar capítulo, e tava sem comentário novo
Continua porfa, mal posso esperar p Dulce o Chris se encontrarem cm o irmão dele, e cm a Mai tbm.
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Aiii me doi o coração ver ela assim! Continuaaa amoreee S2
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Eu qro um encontro dos irmaaaaos! Continuaaa amoreee S2
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Aaaaaaaaa a cavalaria chegou kkkkk continuaaa amoreee S2
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