Fanfic: O Milagre do Reencontro - Ponny e Vondy | Tema: AyA

  Depois de descansarem um pouco, Dulce e Christopher foram tomar banho para que pudessem jantar.  

              Dulce se secou com uma toalha, foi para o quarto e pegou a camiseta de Christopher que estava no chão para vestir-se. Ele ficou encostado no batente da porta do banheiro, olhando o que Dulce estava fazendo.

               -  Não trouxe roupa, não? - disse de modo divertido.

               - As duas são tão confortáveis! - ela deu um sorriso travesso.

              Christopher deu risada. Foi até onde ela estava, ficou por trás, abraçando-a pela cintura e deu um beijo em seu pescoço. Ao sentir aquele carinho, o corpo de Dulce se arrepiou e ela estremeceu nos braços dele.

              - Confessa que gosta de ficar com a minha roupa para ficar sentindo o meu cheiro!

              Ainda em seus braços, Dulce virou para ficar de frente para Christopher. Segurou seu rosto e lhe seu um beijo nos lábios.

            - Para sentir seu cheiro, eu tenho você! - ela sorriu.

             Aquele sorriso mexia com Christopher da mesma forma que mexia há tantos anos atrás. Sentia-se preso aos seus traços que o enfeitiçavam.

             - Eu te amo tanto! - Christopher disse.

             - Também te amo, Ucker!

             Dulce conduziu Christopher para mais um beijo.

            - Vamos jantar? - Christopher arrumou o cabelo de Dulce. 

           - Vamos! Mas... - olhou para a parte debaixo do corpo de Christopher. - Você não vai se vestir?

          - Não gosta de me ver assim? - ele fez um olhar malicioso.

          - Amo! -  disse em tom provocativo. - Por isso mesmo prefiro que você se cubra!

         - Não vai conseguir resistir? - Christopher colocou as mãos nos quadris de Dulce e a trouxe mais junto de seu corpo, fazendo com que ela sentisse o roçar do seu membro. Dulce deu risada e deu um leve tapa no ombro de Christopher. 

           - Mas gosta de me atiçar, né? - disse, enquanto ria. - Vamos, se cubra e vamos jantar! Chega de ser pervertido!

             - Tudo bem, depois da janta, eu janto de novo... - disse regulando o corpo de Dulce de cima abaixo com um olhar malicioso.

               - Besta! - Dulce deu mais um tapa de leve em Christopher e saiu de seus braços. 

              - Você gosta!

              Christopher se vestiu apenas com uma cueca e bermuda, enquanto Dulce ficou de calcinha e a camiseta dele que já havia pego.

              Foram para a cozinha e Christopher mostrou tudo que havia comprado. Tinha várias opções de massas e carnes. Havia comida congelada e ingredientes para fazer algo, caso desejassem.  Dulce ficou encantada com a preocupação de Christopher em encher a dispensa com variados tipo de comida.

              Decidiram preparar tacos. Fizeram juntos entre risadas e conversas. Eles se sentiam muito bem juntos, havia harmonia e sintonia entre os dois.

              - Está delicioso! - disse Dulce, quando estavam sentados à mesa. 

             - Está mesmo! - Christopher disse. - Tudo que você coloca a mão fica maravilhoso! 

              Dulce deu risada e balançou a cabeça. 

             - Você é muito besta quando...

             - ...está apaixonado! - Christopher interrompeu Dulce e complementou a frase.

             Queria brincar e chamá-lo de "besta" novamente, mas não conseguiu. A palavra parecia não sair de sua boca.  Ao invés disso, ela sorriu. 

               Era muito bom ouvir de Christopher que estava apaixonado por ela. Sentia um prazer enorme e um grande sentimento de orgulho. Sentia-se tão valorizada e tão amada que seu coração se enchia de felicidade.

             - Ai Christopher... - ela sorriu. 

            - O que foi?

            - Você me desconcerta! - ela deu uma risada e balançou a cabeça. - É incrível como você ainda consegue fazer isso comigo!

            - Não acho nada de anormal! Eu me sinto igualzinho!

          Ela deu uma risada, mas ficou encantada com aquilo. Realmente se sentia muito bem ao lado de Christopher.

          Ouviram o som de um celular tocando e ao reconhecer o toque, Christopher levantou para pegar. Dulce sentiu um aperto no coração. Na mesma hora imaginou que fosse Muriel que estivesse ligando.

          Não estava preparada para ouvir Christopher sendo carinhoso com ela ou falando um "eu te amo". O que ele havia conversado sobre não falar sobre seus parceiros fazia total sentindo naquele momento, pois não queria nem ao menos lembrar que ele tinha uma namorada.

          Christopher pegou o celular, levou até a mesa e se sentou novamente de frente para Dulce, mostrando-lhe a tela.

          - Minha mãe!

         - Ah! - Dulce sorriu. - Que saudade dela!

         - Ela também está de você! Com certeza ficaria muito feliz em saber que você está aqui!

        - Você não vai contar, né?? - perguntou assustada. 

         - Não! - Christopher disse. - Ela ficaria feliz demais e seria uma decepção muito grande se soubesse que não estamos namorando.

            - Ela não iria entender nada!

           - Não... mas mesmo assim iria gostar! - ele sorriu.

         Devido a demora, a ligação de Dona Alexandra havia caído e então Christopher retornou a chamada.

          - O que houve meu filho? Por que não atendeu? - Alexandra falou assim que atendeu o telefone. Christopher deixou no viva-voz para que Dulce também ouvisse.

           - Eu estava indo pegar o celular e a ligação caiu.

          - Ah sim! - disse a mãe. - eu estava preocupada.

         - Fique tranquila! - ele disse. 

         - Não quer passar a virada do ano aqui em casa, filho? 

        - Não, obrigado! Vou ficar em casa e relaxar um pouco! Avisei para todo mundo que eu estava viajando, abasteci a geladeira e só saio de casa dia quatro! - ele piscou para Dulce.

         - Por que tanto tempo?

          - Foi o tempo que eu disse para Muriel que estaria viajando! - Christopher disse. - Falei que estaria sem sinal e bloqueei todo mundo, menos você!  Só quero meu tempo de paz e sossego durante estes dias!

          - Eu sei o que é isso! É porque essa menina deve ser insuportável e você está precisando relaxar sua cabeça e descansar! - sua mãe lhe disse. - Ela deve ficar te enchendo o saco o dia inteiro e você não aguenta mais!

          Dulce segurou a risada ao ouvir aquilo.

          - Você implica demais com ela... - Christopher sorriu para Dulce e mexeu os lábios falando "escuta o que ela vai dizer" - Mas isso tudo é porque você não desapegou....

          - Não desapeguei mesmo, porque eu acho que a Dulce é única mulher que serve para você, meu filho! Não consigo te enxergar com mais ninguém! E olha, escreve o que eu estou dizendo: Vocês ainda vão ficar juntos!

        Ao ouvir as palavras de Alexandra, Dulce sorriu.            

      -  Ela é única pessoa que te faz feliz de verdade! - Alexandra continuou. - Eu percebo nos seus olhos que você só está feliz quando está com ela!

       - A Dulce está casada, mãe!

      - Ih, mas não dura muito não! - disse em tom de desprezo. - Aquele cara nem combina com ela! Não entendo porque casou com ele! Tenho certeza que foi para tentar te esquecer! 

      -Quem sabe? - Christopher levantou a sobrancelha, olhando para Dulce. - Eu iria adorar se ela se separasse e ficasse comigo!

        - Fique tranquilo, filho! Isso logo vai acontecer! Eu sinto!

        Christopher deu risada e Dulce também riu em silêncio. 

        Depois de ouvir seu filho dizer por mais de dez vezes que estava abastecido de comida e que ficaria bem durante os próximos dias, Alexandra desligou.

          - Viu só? - Christopher falou. - E sabe de uma coisa? Intuição de mãe não erra.

         - Você não combinou essa encenação?

         - Claro que não! Você sabe que ela te ama e que ela pensa isso mesmo de você! Não é segredo nenhum.

         Ela sabia disso. Alexandra sempre deixou bem explícito a preferência por Dulce para que ela fosse esposa de seu filho.

         - Quem sabe um dia eu possa fazer minha mãe feliz! - Christopher foi até Dulce e deu um selinho nela.

           Dulce não respondeu nada, apenas sorriu. Talvez as coisas tomassem outro rumo.

           Eles terminaram de jantar, arrumaram a cozinha e foram assistir um filme. Tanto Dulce quanto Christopher estavam adorando aquele clima de casal que estava entre os dois. 

             Após brincar um pouco com seu filho, Anahí conseguiu pegar no sono, junto com ele. Porém, os pesadelos vieram lhe atordoar de noite, fazendo com que ela acordasse. 

            Como havia descansado um pouco, sua cabeça parecia mais leve para raciocinar o que deveria ser feito. Foi então que começou a arquitetar seu plano.

           Em seus pensamentos, Anahí foi listando tudo que deveria ser feito. Não poderia esquecer de nada. 

            Ficou ansiosa com suas ideias e não conseguiu dormir mais, no entanto, isso não importava para ela. Afinal, queria resolver o problema o quanto antes. 

            Quando Manu acordou, Anahí pediu para que fosse entregue o café da manhã no quarto em que estevam. Não queria ver o marido de jeito nenhum e portanto esperou até que ele fosse trabalhar para que saísse do quarto. Como ele estava na capital, estava frequentando várias reuniões com o presidente e ministros. 

              Assim que ele saiu, Anahí foi para o quarto, pegou sua bolsa e colocou todos os documentos importantes que tinha. Foi até o quarto do filho e pegou algumas roupas e colocou dentro de sua bolsa também. Não dava para levar muita coisa para não levantar suspeitas.

            Deu prioridade para as coisas do filho e de pertence só levou o vestido que havia sido escolhido por Poncho. 

           Após tomar banho e dar um banho em seu filho, Anahí foi em direção a porta da casa para sair, mas assim que chegou perto, um segurança a barrou. Não conhecia aquele funcionário e estranhou a presença dele ali. 

            - Desculpe, não posso permitir que a senhora saia. - disse o rapaz alto que se encontrava em frente a porta, impedindo sua passagem.

            - Quem é você?  - Anahí perguntou. Estava de mãos dadas com o filho que levava nas mãos um único brinquedo: um boneco de super-herói.

             - Rubens, sou o segurança contratado pelo Senhor Velasco.

            Anahí revirou os olhos. 

           - Preciso visitar a minha mãe. - disse firme. - Vamos voltar para Chiapas e eu preciso vê-la antes de irmos.  Meu filho também precisa se despedir da avó.

          - As ordens que recebi do Senhor Velasco é não permitir que a senhora saia em hipótese nenhuma.

           Anahí sentiu a raiva subir pelo seu corpo. Porém, não queria estragar tudo. Preferiu respirar e se controlar.

           - Ok! - tentou ser o mais natural possível. - Por favor, avise para ele que preciso ir visitar a minha mãe. Aliás, peça "permissão".  - Anahí disse em tom debochado.

            Rubens ainda exitou um pouco antes de ligar para Manuel Velasco, mas assim o fez. Após conversar com ele e receber todas as coordenadas, Rubens olhou para Anahí. 

            - Nós vamos te levar até a casa da sua mãe e ficaremos na porta até que você saia. 

           - Perfeito, como quiser! - Anahí disse forçando uma simpatia.

        Ela foi com o filho para o carro e Rubens os acompanhou. Manu estava feliz em saber que iria para casa da avó, pois mesmo sem ter muito a noção do tempo, ele sabia que sempre ficava muito dias sem ver a avó, então sempre ficava contente ao saber que iria vê-la.

         Ao pararem em frente a casa de sua mãe, Anahí foi bem simpática com o segurança e o motorista. Incentivou o filho a se despedir dos funcionários e dizer que voltaria logo.

          Quando abriu a porta, Marichelo se surpreendeu ao ver a filha. 

           - Any? Que bom que veio! - sorriu e olhou para o neto que já vinha em sua direção com os braços estendidos. - Meu amor!

          - Oi vovó! - Manuel disse animado. 

         - Oi, Manu! Que bom que vieram! Vamos entrar! 

        Assim que entraram e fecharam a porta, Anahí soltou a bolsa e apontou a televisão para o filho. 

          - Manu, vamos ver um desenho? Mamãe vai colocar um para você!

         Marichelo estranhou a atitude e pressa da filha. Percebeu que ela não estava bem.

       -  O que aconteceu, Any?

       - Precisamos conversar! - disse seriamente.  

       Elas sentaram afastas de Manu para que ele não pudesse ouvir a conversa. Mesmo que ele estivesse entretido com  o desenho, Anahí preferiu falar baixo para que ele não escutasse.

        - O que foi, Anahí? Você está me assustando!

        - Mãe! Eu vou precisar da sua ajuda! - ela disse séria. - Eu e o Manu teremos que ficar aqui na sua casa!

        - Você se separou do Velasco? O que houve?

        - Eu não sei como te contar isso... Mas eu traí o Velasco com Poncho!

        - Eu sei... - disse em tom decepcionado. - A Mari me contou! 

       - Sério? - Anahí mordeu o lábio, com receio. - E o que você achou disso?

       - Errado, é claro! 

      - Sim, eu sei que é errado!

     - Sei que você ama o Poncho, minha filha! Mas, mesmo com todas as circunstâncias você é casada! Aliás, ele também!

       - É... - Anahí disse desapontada. - Mas o pior é que Velasco descobriu tudo e agora está me vigiando!

        - Não era para menos! - a mãe falou.

         - Não é vigiar de ficar me olhando! É de querer me manter em cárcere privado! - Anahí disse nervosa.

          - Credo, Anahí! Não seja exagerada!

           - Mãe, tem um segurança me esperando lá fora! Eu não posso sair sozinha. Para vir aqui, o segurança ligou para o Velasco pedindo autorização. Autorização! Você consegue perceber a gravidade disso?- Anahí balançou a cabeça. - eu estou farta de tudo! Não quero mais continuar esse casamento! Pedi divórcio para o Velasco, mas primeiro ele disse que não ia dar. Agora, ele disse que se eu quiser, posso ir embora, mas tenho que deixar o Manu e entregar o Emiliano quando nascer. 

          - QUE?? - Marichelo perguntou exaltada. - Ninguém separa os filhos de uma mãe!

         - Eu falei isso para ele! Mas ele disse que temos um contrato! Por isso eu vim para cá, mãe! Preciso muito de sua ajuda! - suplicou Anahí. - Eu vou contratar o serviço de segurança para nos proteger e procurar meus direitos com meu advogado! Mas não posso sair daqui da sua casa até conseguir resolver tudo!

         - Mas filha...Como assim? O que você quer fazer?

         - Fugir e me proteger! - os olhos de Anahí encheram de lágrimas. - Eu preciso ficar aqui até estar respaldada juridicamente! Quero ter meu divórcio e meus filhos de comigo.

         - E o dinheiro? Você deve pagar uma multa, não é? 

         - Sim! - Anahí apoiou a cabeça. - Mãe, eu perdi tudo! Confiei nas pessoas erradas e eu perdi tudo, absolutamente tudo! Eu achei que essa ideia de contrato e casamento eraa minha salvação! Tive meus dias de rainha por muios anos, mas agora novamente eu volto a estaca zero!

          Sua mãe deu um suspiro e segurou suas mãos para acalmá-la.

            - Fique tranquila, filha! Vamos conseguir resolver isso! Se você quer se separar do seu marido é seu direito e homem nenhum vai tirar seus filhos de você! Vamos fazer o que vocêe stá pensando! Fique aqui em casa até tudo se resolver!

           - Meu problema é dinheiro, mãe! - Anahí suspirou. - Só vim com a roupa do corpo! Eu não tenho como pagar nada e muito menos os serviços de segurança e jurídico que estou precisando.

           - Daremos um jeito! Pode ficar tranquila!

           Marichelo abraçou a filha e por mais que estivesse com medo, Anahí se sentiu confiante. Contratar o serviço de segurança era o mais importante naquele momento, pois tinha medo que fizessem algo contra ela ou sua família, principalmente o seu filho.

            Olhou para Manu e ficou compadecida. Sabia que ele sentiria falta do pai. Não queria ser injusta com o filho. Queria que ele tivesse contato com o pai e pudesse visitá-lo com frequência. No entanto, só permitiria que isso acontecesse quando estivesse tudo certo e pudesse ter a certeza de que seu filho iria visitar o pai, mas depois voltaria para sua casa.

            Estava disposta a dar entrada no divórcio e arcar com todas as consequências, ainda que soubesse que tudo isso lhe renderia várias noites de dor de cabeça. Enquanto tentava resolver algumas coisas, lembrou-se de Poncho. Queria muito que ele estivesse ao seu lado. 

           Com o celular da mãe, tentou ligar para o número do qual ele havia ligado no dia anterior, porém ninguém atendeu. Pensou que talvez Poncho tivesse usado aquele número apenas para falar com ela aquele dia e depois havia jogado o chip fora. Era uma possibilidade.

           Preferiu não ligar para o celular próprio de Poncho, por medo que ele estivesse com Diana e visse a ligação. Decidiu então que era melhor esperar um pouco, as coisas ainda estavam recentes e ela ainda tinha muita coisa para resolver.