Fanfic: O Milagre do Reencontro - Ponny e Vondy | Tema: AyA

           - Maite? - perguntou Christian ao telefone, assim que a amiga atendeu.

            - O que foi, Chris? - perguntou preocupada.

            Ela se assustou ao ouvir Christian. Ele parecia tenso e nervoso, o que demonstrava que não estava bem. Maite estava dirigindo e colocou no viva-voz para falar com ele.

            - Você está em casa? Está ocupada?

            - Estou chegando em casa agora! Precisa que eu vá em algum lugar? Onde você está? - perguntou apreensiva.

            - Será que posso ir para a sua casa? 

            - Claro! Quer que eu te busque?

             -Não, não... Estou de carro! Já estou indo aí! Obrigado, Mai. 

          O coração de Maite disparou de preocupação. Estacionou o carro em sua garagem e entrou em casa. Koko estava lhe esperando e estranhou a expressão de preocupação estampada no rosto da namorada.

          - O que houve, meu amor? Você está bem?

          - Mais ou menos... Estou preocupada com o Christian, ele me ligou e parecia estar bem tenso, sabe? Ele está vindo aqui em casa!

          -  Certo... Estou preparando algo para comermos. 

          - Obrigada, meu amor! - Maite sorriu. -Vou tomar um banho e já volto!

        Maite tomou um banho rápido, para estar pronta quando Christian chegasse. Depois de se vestir, foi ajudar Koko na cozinha.

          Quando Christian chegou, Maite se assustou ao abrir a porta. Ele estava  com o rosto todo machucado. Haviam vários hematomas, assim como no seu corpo.

            - O que aconteceu??? - perguntou apavorada.

            - Calma! Eu estou bem...- Christian suspirou. - Bom, na medida do possível. 

           - Vamos entrar! - Maite disse. 

           Koko também se assustou assim que viu Christian. Além dos machucados físicos, ele estava visivelmente abalado.  

            - O que aconteceu com você? - Koko perguntou.

           - Eu não aguento mais essa relação! Não está dando certo e ele não sai da minha casa.

          Eles foram até a mesa de jantar e se sentaram. Koko trouxe a comida para eles, enquanto Christian falava.

           - Você e o Maico brigaram?

           - Sim! - Christian disse. - Foi uma briga horrível! Mas isso aqui - ele disse, indicando o rosto. - Não foi nada! Estou muito mais machucado psicologicamente do que isso que vocês veem por fora.

           - Mas, Chris! - Maite disse em tom de desespero. - Isso não pode continuar! Você tem que  fazer um boletim de ocorrência! Tirar ele da sua casa, precisa fazer algo!

           - Não quero fazer isso para não colocar esse assunto na mídia de novo! Esses boletins de ocorrências nunca ficam em total sigilo! Em menos de vinte quatro horas, estão todos sabendo! Não quero isso acontecendo de novo...

             - Alguma coisa precisa ser feita, Chris! - Maite insistiu. - Você está machucado! Vamos fazer o exame de corpo de delito! Você precisa fazer enquanto as provas ainda estão evidentes em seu corpo.

          - Não sei, Mai! - Christian suspirou, deixando seu corpo pesar sobre a mesa. - Ele disse que era melhor eu não fazer nada, se não seria pior.  Eu não quero a mídia envolvida de novo!

          - Então o que podemos fazer?? - Maite perguntou. - Ele continua na sua casa?

          - Sim.

         - Então hoje você não volta para lá! - Maite disse firme. - Você fica aqui em casa!

         Imediatamente Koko olhou para Maite. Ela percebeu e entendeu o que ele queria dizer. Koko nunca gostou de visitas em casa para passar a noite. Ele achava que casa era um local muito íntimo e sagrado, portanto outras pessoas não deveriam "invadir" esse espaço. 

          Mesmo sabendo disto, Maite não estava disposta a abrir mão do que havia sugerido. Naquele momento, ela sabia que a prioridade era a segurança de Christian.

           - Não, não precisa se preocupar! - Christian disse. - Vou para um hotel ou algo assim.

           - Bom, hoje você dorme aqui! - Maite disse firmemente. - Não vou me sentir segura se você sair desse jeito! Amanhã eu vou com você para procurar algum lugar, mas essa noite você fica aqui!

            - Eu não quero incomodar! - Christian falou olhando para os dois.

            - Não incomoda! Eu sempre disse que a minha casa é a sua também! Pode ficar aqui!

          Koko não falou nada. Ele sabia o quanto Maite se importava com o amigo. 

          Receber Christian em sua casa não era algo que o deixava confortável, mas devido as circunstâncias, entendeu a posição de Maite.

           De noite, Anahí já estava com tudo preparado. Já havia uma equipe de segurança à paisana ao redor da casa de sua mãe. Entrou em contato com seu advogado, enviou fotos de todos os documentos que tinha em relação ao marido e ele disse que iria averiguar para posteriormente dar entrada no processo de divórcio e retirada dos seus pertences. 

           Seu celular tocou e viu que era Manuel Velasco quando olhou no identificador. Respirou fundo para se acalmar e preparou o aparelho celular de sua mãe para fazer a gravação da chamada.

            - Anahí? - disse ele com a voz ríspida. - Que horas você vai sair da casa da sua mãe??

           - Eu não vou sair, Velasco. Vou ficar aqui. Pode pedir para o seu pessoal ir embora, por favor.

          Ele deu uma risada debochada.

          - Eu sabia que tinha armação sua aí! Pois vou pedir para eles entrarem na casa da sua mãe e pegarem vocês dois de volta para trazerem para casa. 

            - Não vou sair, Velasco! Eu já disse! Vou fazer o que conversamos ontem. Vou dar entrada no divórcio e procurar os meus direitos. Enquanto isso, vou ficar na casa da minha mãe. 

            - VOCÊS VÃO VOLTAR PARA CASA AGORA! - ele disse em tom agressivo. 

           - Não, não vamos! Para que? Para que me mantenha em cárcere privado assim como você quer? Eu não vou permitir, Velasco! Já disse! Vou ficar aqui!

            - Ok! - disse ainda nervoso. - Já falei que você pode ir para onde quiser! Mas lembre-se de todos os acordos que fizemos. E se você quiser ficar na casa da sua mãe, tudo bem, é uma escolha sua! - disse com raiva. - Mas o Manu volta comigo para Chiapas e o Emiliano vai assim que nascer!

           - Não, quanto a isso vou buscar meus direitos como mãe. Você poderá ter contato com seus filhos, porque não vou te privar disso. Mas tudo será feito de acordo com a lei.

           - Anahí, os filhos ficam comigo! E se você não facilitar, as coisas podem piorar para você!

         Ela deu um alto suspiro. 

          - Vai fazer o que?

         - Eu vou pegar meus filhos, custe o que custar! - disse em tom ameaçador.

        - Olha, eu já disse que quero o divórcio e quero me ver livre de toda essa palhaçada! Não vou tirar seu direito de ver seus filhos e nem de ter contato com eles, mas, como eu disse, vou fazer isso do modo correto.

          Ela respirou mais uma vez. Precisava manter o equilíbrio, mas estava difícil. Aquela conversa mexia muito com seu emocional

          - Quanto a nós dois, esqueça! - Anahí continuou. -  Não vai existir essa imagem de família perfeita que você tenta forçar  para que os outros acreditem! É tudo uma farsa e ninguém está sendo feliz!

         - Você não sabe o que está fazendo, Anahí! Você vai se dar muito mal!

          - Nem tente fazer nada ou senão todo mundo saberá de tudo! Eu sei muito bem o que estou fazendo! Não tente vir atrás de mim, pois tenho uma equipe de segurança comigo e chamarei a polícia, se for preciso.

          Velasco deu uma risada bochada.

          - A polícia trabalha para mim, Anahí! Eles não vão me fazer nada!

          Anahí suspirou. Ele tinha razão, mesmo assim, não poderia perder o foco.

         - Eu estou bem segura do que estou fazendo! - Anahí tentou parecer natural. - Vou dar entrada no processo de divórcio e buscar todos os meus direitos! É só isso que eu tenho a dizer! -  e desligou o telefone.

           Quando terminou de falar com ele, percebeu que seu corpo inteiro tremia. Sua mãe veio lhe segurar, com medo que acontecesse alguma coisa.

            - Any! Você está muito nervosa! Vamos sentar!

            Marichelo conduziu Anahí até o sofá. Ela apoiou a cabeça entre os braços e começou a chorar.

           A mãe fez carinho na filha até que ela desabafasse no choro e conseguisse se acalmar.

          - Mãe, eu estou perdida, na verdade! Eu não me sinto bem e não sei o que fazer! Tenho medo que fazer simplesmente o que está ao meu alcance não seja o suficiente! Tenho medo que ele mande fazer algo comigo ou com meus filhos...

           Ouvir a filha dizer aquilo lhe causava um mal estar. Também se preocupava com o que Manuel Velasco seria capaz de fazer. 

         - Filha, vamos manter a calma! Estamos com a equipe de segurança ao nosso favor, pelo menos! O advogado já está cuidando das questões legais e eu tenho certeza de que tudo isso vai se resolver. 

         - Mas eu não sei por quanto tempo vamos conseguir manter! Estou sem dinheiro! Eu não tenho nada! Nem roupa eu tenho!

          - Já disse que vamos dar um jeito! Vou pedir para sua irmã trazer algumas coisas dos meninos para o Manu. Você pode usar minhas roupas e amanhã compraremos mais!

           - O advogado está vendo sobre a retirada dos meus pertences da casa. Daqui e de Chiapas. Enquanto isso, eu vou depender da doação de vocês! 

          - Então logo tudo vai se resolver! Fique tranquila! Aqui vocês estarão seguros. - disse abraçando a filha. 

            Anahí ficou um tempo com a mãe, até se acalmar um pouco. Com medo de estar sendo monitorada através do celular, Anahí saiu de todos os seus grupos no whatsapp e deixou o  aparelho desligado. Logo em seguida, entrou utilizou o celular da mãe para entrar em contato com Maite. 

              - Mai? Oi... é a Anahí, estou usando o celular da minha mãe.

              - Oi Any! O que houve? - ela estranhou. - Peguei meu celular agora e vi que você não estava mais no grupo. 

              - Sim, eu acabei de sair! - ela suspirou. - Está acontecendo tanta coisa, Mai! Eu saí de casa, vim para a minha mãe. 

               Resumidamente, Anahí contou tudo o que havia acontecido nos últimos dias.

              - Nossa, Any! - Maite suspirou. - Que barra! E você está precisando de alguma coisa?

             - De roupas... - Anahí soltou uma risada.

              - Sim, claro! Eu posso levar aí! - disse rapidamente.

             - Estou brincando, Mai! Minha mãe e minha irmã vão me emprestar até que eu consiga pegar as minhas.

             - Tudo bem, mesmo assim, eu levarei algumas! O Christian está aqui do meu lado, ele teve uma briga com o namorado e eu pedi que ele ficasse aqui pelo menos essa noite.

              - Sério? Mas ele está bem?

              - Estou indo... - Christian disse, se aproximando do celular de Maite. - Mas vou ficar bem!

               - Espero que consiga resolver sua situação! - Anahí disse.

               - E eu também espero que você possa resolver a sua! - Christian disse. - No que eu puder te apoiar, estou aqui!

               - Também estou aqui para o que precisar! - Anahí disse. 

               - Eu também! - Maite sorriu. 

              - Ah amiga! - Anahí suspirou. - Você sempre apagando os incêndios!

             - Estou aqui para isso! Sabem que podem contar comigo para o que precisar! Sempre vou fazer de tudo para ajudar vocês!

              - Você é incrível, Mai! - ela suspirou. -  Posso te pedir mais uma coisinha? 

             - Claro!

             - Consegue avisar ao Poncho sobre tudo o que aconteceu? Eu estou um pouco insegura de ligar para ele e a Diana atender... Sei que ela não desconfia de nada entre a gente, mas já estou tão atordoada com os problemas, que não quero me meter em mais um e muito menos envolvê-lo. 

              - Pode deixar que eu falo com ele.

              - Depois vou avisar a Dulce e Ucker sobre o motivo de eu sair do grupo. 

             - Sim, - Maite disse. - mas só semana que vem! Os dois estão muito ocupados!

            - Sério??? - Anahí sorriu surpresa. - Eles estão juntos? De novo??

            - Sim! Paco foi viajar e a Dulce disse para ele que viria para minha casa. Ao invés disso, foi para casa do Christopher!

              - Que esperta! - Anahí deu risada. - Que bom que ela está bem com o Ucker! Espero que esse encontro deles ajuda a Dulce a perceber que deve logo pedir o divórcio e ficar com o Ucker de vez!

            - Estou torcendo para isso! - Maite disse animada.

            - E você, hein, Mai? Sempre é nosso refúgio! Eu deveria ter ido para sua casa em vez de ter vindo para a minha mãe!

           - As portas estão sempre abertas, você sabe! -  ela disse, mas imediatamente pensou em Koko. Infelizmente as portas de sua casa não estavam tão abertas como gostaria que estivesse.

          - Obrigada, amiga! 

        Maite desligou e olhou para o Christian.

       - A Any também está passando por uma situação bem difícil. 

      - Sim! - Christian disse. - Mas que bom que ela tomou coragem de sair dessa relação. Vai dar dor de cabeça, mas acredito que finalmente ela será feliz!

        - Com certeza! - Anahí suspirou e sorriu. - Só espero que isso incentive o Poncho a fazer o mesmo...

         - Seria incrível. Anahí e Poncho, Christopher e Dulce, você e Koko e eu solteiro! Acho que 2020 está precisando dar uma repaginada em tudo.

        - Verdade... Está! 

         Maite ficou pensando nas palavras de Christian e imediatamente veio a imagem de Mane em seus pensamentos. Ela também queria uma repaginada em sua vida? Ou não? Era apenas uma saudade? Não havia conseguido ainda definir seus sentimentos e muito menos as suas vontades. 

          - Você vai encontrar um cara legal e que te faça feliz de verdade, Chris! - Maite disse. - Você merece ser feliz!

          - Ah Mai, eu também preciso aprender que posso ser feliz sozinho! Não preciso de ninguém na minha vida para isso. 

          Ela olhou para o amigo e fez carinho em seus cabelos. Sabia que ele estava machucado demais emocionalmente para pensar em uma nova relação naquele momento. 

           - O importante é que vocês esteja bem! - Maite disse. - Sozinho ou não, só quero te ver feliz!

          Ela deu um abraço no amigo, passando-lhe confiança.