Fanfic: O Milagre do Reencontro - Ponny e Vondy | Tema: AyA

             A sensação de Dulce era que estava fazendo errado ao ficar em casa esperando seu marido chegar. Sentia que seu lugar era na casa de Christopher, passando um tempo com ele para o que quer que fosse. 

             Sentada no sofá, Dulce lembrava de cada momento com carinho e sentia um arrepio na espinha com cada cena que passava na sua cabeça.

            Pegou o celular e abriu o seu whatsapp na conversa com o Christopher. Queria muito ligar para ele só para conversar e ouvir sua voz.

            Em sua casa, Christopher estava desapontado com tudo o que havia visto nas redes sociais de Dulce. 

            Ele tinha consciência de que ela era casada e que ela ainda o amava, mas depois do que viveram juntos, aquelas fotos e comentários e fotos postadas pareciam ser uma apunhalada pelas costas. 

           Mais uma vez o relacionamento deles tomaria o mesmo rumo: seguiriam com os seus respectivos parceiros, na tentativa se esquecer um ao outro e encerrar a história.

            Muriel não demorou muito para chegar. Quando a viu parada em sua porta, sentiu-se desanimado. Seu desejo era que pudesse dar mais valor a pessoa que estava ali na sua frente do que alguém que passou praticamente uma semana com ele, mas com seus pensamentos em outro homem a quem chamava de marido. 

           - Oi, meu amor! - Muriel entrou no apartamento de Christopher, abraçando-o e dando um beijo em seus lábios.

           Mesmo sem vontade, Christopher correspondeu. Tinha em mente que essa era uma boa forma de esquecer Dulce. 

         - Olá... - ele sorriu. - Senti sua falta!

          - Eu também! - ela o beijou novamente. - Mas agora eu estou aqui para recuperar todo o tempo perdido. 

           Ele ouviu seu celular tocar e foi até ele para atender. Ao ver que era Dulce, ele suspirou. Mesmo se quisesse, naquele momento não poderia atender. Pegou o aparelho nas mãos e desligou, rejeitando a ligação. 

            Deu uma olhada rápida no whatsapp e viu que havia uma mensagem de Dulce:

"Acredita que o Paco vai chegar só de noite? Devíamos ter aproveitado mais!"

           Ler aquilo fez Christopher se sentir muito mal. Era uma sensação de estar sendo usado. A mensagem soou como um desrespeito, já que não falar sobre o Paco havia sido um pedido seu desde o início. 

           - Quem era amor? - Muriel perguntou se aproximando. 

            - Aquelas ligações de operadora! - ele disse. - Ficam ligando direto.

            - Afff! - ela revirou os olhos. - eu sempre bloqueio.

            - É, é isso que eu devo fazer! - ele suspirou e bloqueou o número de Dulce no mesmo instante. 

            Depois da ligação com as amigas, várias coisas passavam na cabeça de Maite. "Desistir" parecia ser uma palavra tão forte que não conseguia imaginar que estava presente nas intenções de Mane.  

            Por todos esses anos, Mane sempre esteve ali esperando por ela, por mais que sempre ignorasse suas tentativas de cantadas e aproximação. 

              Começou a imaginar várias coisas, dando significado para a palavra "desistido". Questionava-se se desistir implicava em já estar com outra pessoa.

             Pegou seu carro e foi direto para a casa de Mane. Precisava falar com ele alguma coisa e entender o que estava acontecendo. 

             Tocou a campainha e quando ele abriu a porta, sentiu uma imensa vontade de abraçar e beijá-lo. Porém, esperou que ele fizesse alguma coisa para observar a sua atitude diante dela. 

            Mane se surpreendeu em ver Maite ali. A expressão do seu rosto era de surpresa e estranhamento. 

            - Mai? 

            - Oi...- ela sorriu um pouco constrangida. - Tudo bem? Er... Eu estava passando aqui perto e resolvi passar para conversarmos. 

            - Sério? - ele disse ainda surpreso. - Certo... Então tudo bem!

            A imaginação de Maite estava tão a vapor que pensou que dentro daquele apartamento havia uma outra mulher e devido a isso, Mane não a convidaria pra entrar. 

            Para o seu alívio, Mane deu um passo para trás, abrindo a porta e deixando com que ela entrasse.

           - A que devo a honra dessa visita? - ele brincou enquanto indicava o sofá para que Maite se sentasse e em seguida ele se sentou de frente para ela. 

           - Bom... - ela suspirou. - Primeiro eu vim pedir desculpas por aquele dia no meu apartamento. Eu estava muito angustiada por causa do Sancho e não conseguia raciocinar direito.  Não sei se você consegue me entender, o Sancho é como um filho para mim e me assusta muito a possibilidade de não poder vê-lo mais. 

          - Koko não te deu nenhuma notícia?

          - Não! - Maite suspirou. - Nenhum sinal!

         - Poxa! - ele torceu o lábio, demonstrando solidariedade aos sentimentos de Maite. - Deixa as coisas se acalmarem! Tenho certeza que ele logo vai te procurar! Ele está nervoso, mas você sabe que ele te ama! Não vai conseguir ficar longe de você muito tempo!

            Maite estranhou as palavras de Mane. Levantou uma das sobrancelhas ao ouvi-las.

           - Do que você está falando? Eu não quero voltar com o Koko!

           Com um sorriso fraco, Mane apenas assentiu. 

          - Fique tranquila! Tenho certeza que as coisas logo irão se resolver! 

           Eles ficaram em silêncio e Maite ficava cada vez mais agoniada. As palavras e o olhar de Mane não pareciam ter o mesmo brilho de antes. Parecia que realmente havia se desencantado. 

           - Queria conversar sobre nós dois! - Maite disse com a voz fraca. - Você chegou naquele dia e eu estava tão transtornada que eu nem quis te ouvir. 

               Ele sorriu.

               - Desculpa, Mai! Fui tomado pela emoção e acabei confundindo as coisas! Eu imaginei que quando você se separou e foi me procurar era porque seu coração estava pedindo. Você disse a todo momento que não era para me iludir, porque para você aquilo não significava nada, era apenas uma noite. Mas eu estava deslumbrado! 

          Maite sentiu um aperto no coração ao ouvir as palavras dele. 

           - Quando cheguei na sua casa, disposto a te ajudar e estar com você, percebi nos seus olhos como tudo era realmente uma ilusão.  Não era comigo que você queria estar...

           - Queria estar com o Sancho! - Maite sorriu com cumplicidade. - Mane, por mais que eu tenha falado para você não se iludir e que para mim significava apenas uma noite, a todo momento eu estava bem confusa.

           Ele balançou a cabeça.

          - Você ama o Koko! - ele disse decepcionado. - Não é por acaso que vocês estão tantos anos juntos!

          - Eu não sei, Mane! Eu talvez tenha me acomodado nessa relação! - ela suspirou. -  Quando nós terminamos, eu estava chateada demais pra te ouvir e depois com o envolvimento com o Koko, acabei me apegando a ele. Nunca quis te ouvir e perdoar, pois isso passaria por cima do meu orgulho. Minha relação com o Koko sempre foi boa, a gente se dava bem, sempre um respeitando o espaço do outro. Mas era isso, sabe?

            - Não tinha amor? - ele levantou a sobrancelha. 

            Ela ficou refletindo por um tempo e suspirou.

             - Não sei... Eu sentia que eu o amava, mas agora parece tão estranho dizer isso. 

            - E o que você sente por mim? - Mane perguntou.

            - Eu te amo! - ela disse, dando um sorriso. - Sempre te amei! Só que durante todos esses anos eu estava muito machucada para admitir.

             - Mas Maite, eu posso ter desconfiado de você e ter pensado em te trair, mas foi por pura insegurança! Você sabe que eu nunca teria coragem de fazer nada, porque meu amor por você sempre foi mais forte do que tudo. A minha insegurança era algo que eu tinha que ter dado conta e procurado ajuda para trabalhar isso em mim! Era isso que me faltava! 

               Ela olhou para baixo refletindo. Lembrou-se de como era amada por ele em todos os dias que estavam juntos. Tudo isso foi muito diferente do que viveu nos últimos anos com Koko. Com Mane, tinha um relacionamento com intensas trocas de carinho, o que sempre a fez se sentir muito bem e confortável. 

           - E... - ela sorriu. - Se voltássemos, você confiaria mais em mim e trataria de resolver os problemas de forma madura?

          Mane abriu os olhos surpreso.

          - Sim! - disse animado. - Claro que sim! 

         Ele se aproximou de Maite, segurou seu rosto com carinho.

     - Eu prometo que vou fazer você a pessoa mais feliz desse universo!

      - Não tenho dúvidas! - ela sorriu. 

      Então Mane a conduziu para um beijo, repleto de amor e carinho. Maite o abraçou pela cintura e se aproximou mais ainda do seu corpo. Estava imensamente feliz em estar com ele. 

          - Posso te dar o que eu queria entregar naquela noite? - Mane sorriu. 

          - Pode, mas... - ela suspirou timidamente. - Podemos ir com um pouco mais de calma? Sabe... um passo de cada vez?

            - Eu entendi! - ele soltou uma risada. 

            Mane saiu dos braços de Maite e foi com pressa no seu quarto. Quando ele voltou, sentou novamente de frente para Maite e abriu a caixinha que tinham dois anéis que  deixavam aparentes que era de noivado. 

            - Vou adaptar o pedido! - ele sorriu. - Você aceita ser, novamente, a minha namorada? 

            - Aceito! - ela sorriu. 

            Ele colocou o anel no dedo de Maite e deixou com que ela colocasse no seu. Então Mane aproximou-se novamente e a conduziu para um beijo. 

            Anahí ouviu o barulho da porta e sorriu em ver Poncho abri-la, enquanto Manu entrava correndo. 

            - Mamãe, mamãe! - ele disse, indo até ela e dando um abraço. - Eu pulei lá do alto!

           - Lá do alto da onde? - Anahí olhou assustada. 

           - Do muro! - ele disse orgulhoso.

           Poncho deu risada e balançou a cabeça.

           - Ele pulou no meu colo! - Poncho foi até Anahí e lhe deu um selinho demorado. - Pode ficar tranquila!

           - Olha lá, hein? - Anahí brincou. - Cuidado com o meu filho!

          - Nosso filho! - ele sorriu e acariciou a barriga de Anahí. - Você sabe que Manu e Emi são meus filhos também!

          - Sim! - ela sorriu orgulhosa. -  Nossos filhos!

         - Amanhã vou conversar com a mãe da Diana para ver se posso trazer o Dani um pouco! 

         - Se ele pudesse dormir aqui seria ótimo!  

         - É, quem sabe? Vou tentar! - Poncho refletiu. 

         Anahí levou o filho para o banheiro, para dar banho já que havia brincado no hotel. Poncho a acompanhou para continuarem conversando. 

         - Sabe quem ligou aqui? A Dulce! Está toda apaixonada!

         - Já acabou a lua de mel?  - Poncho perguntou rindo.

         - Sim! Saiu de lá hoje, mas já está doida para voltar! - Anahí deu risada.

        - E ela vai se divorciar?

        - Tenho certeza! Ela está muito apaixonadinha! Outra que tenho certeza que hoje volta é a Maite! 

        - Já não tinham voltado?

        - A Mai está cheia de onda, não quer voltar para não passar por cima do orgulho. Mas você viu como ela fica com o Mane! Aquilo é amor, não tem como negar!

        - E é totalmente diferente de como ela fica com o Koko!  - Poncho riu. - Mas ela vai perceber isso! Digo por experiência própria! Eu até que aguentava bem ficar longe de você, mas depois que nos beijamos, não tinha mais como esconder...

        - Parece uma necessidade estar junto, né? - Anahí riu. - Nem me lembre! Dava um desespero ficar longe!

         - Não parece! Era uma necessidade!  - ele deu risada e deu um selinho em Anahí. 

          Dulce tentou mais uma vez ligar para Christopher, mas logo imaginou que Muriel devia estar ao seu lado e por isso estava evitando sua ligação. 

           Mesmo sabendo que era melhor esperar até que Christopher estivesse desocupado, toda hora olhava para ver se Christopher havia respondido a mensagem.

           Quando viu que a foto de Christopher havia sumido do perfil dele, ela sentiu seu corpo gelar. 

           - Como assim? - perguntou confusa para si mesma.  - Ele não pode ter me bloqueado... Não... Por que ele me bloquearia? Será que a Muriel está do lado dele e ele não quer que apareça nenhuma ligação minha, para ela não desconfiar? Será que descobriu algo?

        Suas dúvidas e questionamentos duraram o dia inteiro. Sentia uma angústia com o silêncio de Christopher que lhe causava uma imensa vontade de chorar. A cada minuto que se passava, aquela angústia parecia aumentar, trazendo um desconforto no estômago. 

            Já eram quase dez da noite quando Paco chegou. Dulce suspirou em ver o horário e perceber que desperdiçou muito tempo por ter ido embora cedo da casa de Christopher. Pensou que se tivesse esperado mais, não estaria passando por aquilo e sentindo todos os desconfortos que estava tendo.

            Quando abriu a porta, Paco carregava, além das malas, um grande buquê de rosas.

            - Olá, meu amor! - Paco disse carinhosamente ao entrar em casa.  

           Dulce levantou para ajuda-lo e deu um sorriso fraco ao pegar o buquê.  

           - Trouxe para lembrar o tamanho da saudade que  eu estava! - ele sorriu. 

            Depois de acomodar as malas, Paco segurou na nuca de Dulce e a aproximou para um beijo. Sem muito ânimo, Dulce correspondeu apenas  para agradá-lo. Não estava sentindo nem um pouco de vontade de beijá-lo, e tampouco o beijo ajudava a diminuir a tristeza que estava sentindo. 

           - O que foi, meu amor? - Paco lhe perguntou. - Parece triste!

           - Nada! Não estou muito bem!

           Paco ficou preocupado ao vê-la assim. Ficou com medo de que ela estivesse desconfiando dele ou estive brava por ele ter ido viajar sem ela. 

          - Meu amor, você está chateada comigo? - ele peguntou. - Você disse que estava tudo bem eu ir viajar...

         Ao perceber a interpretação de Paco sobre a sua tristeza, Dulce deu um longo suspiro. Aquilo lhe era conveniente. 

          - Deixa para lá... - Dulce disse sem ânimo. - Mas me conte, como foi a viagem? Seus filhos gostaram de passar um tempo com o pai? 

           - Sim, foi muito bom! Nós nos divertimos muito juntos! - ele sorriu. - E sua viagem com a Maite? Foi boa? 

           - Foi sim! - ela forçou um sorriso. 

           Paco contou vários acontecimentos da viagem e Dulce ouviu sem interesse. De verdade, não queria saber o que havia acontecido. Sua maior preocupação naquele momento era saber sobre Christopher: o que ele estava fazendo e por quê a sua foto havia sumido do whatsapp. 

           Em sua casa, junto com Muriel, Christopher tentava ser o mais prestativo possível, por mais que seus pensamentos estivessem totalmente ligados em Dulce. 

          Ainda doía a ideia que havia criado de que Dulce não queria estar com ele de verdade, mas apenas como um passatempo. 

          A todo momento vinham flashes em sua mente de  Dulce em sua casa. As cenas se misturavam entre juras de amor e os silêncios em relação ao divórcio. 

        Para ele, foi difícil se concentrar na transa, já que algumas horas antes era Dulce que estava deitada naquela cama.

        - Ucker, você me ama? - perguntou Muriel, deitada ao seu lado. 

        - Amo, claro! - se forçou a dizer, tentando ser o mais convincente possível.

        - O que você acha de assumirmos o namoro de vez? 

       - Namoro? - ele suspirou. - O que você está querendo dizer com isso?

      - É! Namoro! - Muriel disse empolgada. - Sabe, foi tão ruim nestas festas de final de ano, perguntarem se eu estou com alguém e eu não ter uma resposta concreta! Você é famoso e eu nem ao menos posso dizer "estou com um cara..." 

         Ele suspirou novamente. Não queria namorar com Muriel ainda, antes de realmente ama-la. Aceitar essa ideia lhe causava a sensação de estar lhe usando - e isso era algo que não queria fazer com ela, já que estava sentindo na pele como era ser usado por alguém.

          Queria esquecer Dulce, porém achava que assumir um namoro era algo muito forte. Queria se apaixonar naturalmente por Muriel, ou por qualquer outra mulher que ajudasse esquecer todo o sofrimento que estava atingindo o seu coração.

oieeee!!! Pessoal!!! Desculpe a demora!!

Espero que gostem!!!

Obrigada pelo apoio!!!!

Beijooooos