Fanfic: O Milagre do Reencontro - Ponny e Vondy | Tema: AyA

Dizer que estava com cólica havia sido apenas uma desculpa para dar ao seu marido, porém como se o corpo de Dulce tivesse escutado aquela frase como um pedido, ela sentiu dores o dia inteiro. Começou a se sentir mal com aquilo, pois já sabia o que iria acontecer.

Quando começava a sentir cólica era porque naquele dia iria vir a sua menstruação. Percebeu que talvez que sua dor de cabeça também devia ser por causa disso.

Ficou muito mal no final da tarde quando viu sua calcinha suja de sangue. Aquilo tinha um significado: não estava grávida.

Não tinha planejado ficar grávida de Christopher, muito pelo contrário. Entretanto, em seu desespero de falar com ele, imaginou que se estivesse grávida, os dois finalmente poderiam se resolver.

- O que eu estou pensando? Isso é loucura! - disse a si mesma. - Eu sou casada! Paco não quer mais filhos! E Christopher? Bom, certamente, Christopher só me queria para uma diversão. Matar uma "saudade" que guardava dentro de si e agora que conseguiu o que queria, me descartou como sempre fez!

Dulce sentia que não tinha mais lágrimas para chorar. Por mais que pensasse que deveria esquecer Christopher, ao mesmo tempo tentava bolar alguma forma de falar com ele.

Quem também pensava em alguma forma de eles se encontrarem era Maite e Mane. Quando Mane foi buscar Maite no evento que estava, conversaram justamente sobre isso.

- Você acredita que o Christopher também não me atendeu? - Maite falou incrédula.

- Provavelmente ele acha que a Dulce falou com você...

- Sim, deve ser! - Maite suspirou e depois o olhou com empolgação. - E se você ligasse?

- Será que não sabem que estamos juntos?

- Com certeza não!

- É, podemos tentar! - Mane disse.

Maite pegou o celular de Mane e quando tentou desbloquear o aparelho, apareceu a opção de digitar a senha.

- Do jeito que você é previsível, já até sei a sua senha! - Maite deu risada e começou a digitar a sua data de nascimento. - 090383... Sabia!

Ele deu risada.

- Coloquei essa senha depois que começamos a namorar. - ele disse.

- Em 2010, né? - ela riu e procurou o número de Christopher para ligar, colocando no viva-voz para que Mane pudesse falar enquanto dirigia.

Porém, Christopher sabia sobre o encontro de Maite e Mane que iria rolar no ano-novo, pois Anahí havia contado para Dulce e ela havia lhe contado. Unindo os pontos, junto com a amizade que Mane e Dulce tinham, Christopher imaginou o assunto seria o mesmo.

Não via nenhum problema em atender Maite ou Mane, entretanto sabia qual seria o assunto e não queria conversar sobre Dulce na frente de Muriel. Quando estivesse sozinho, ligaria para eles e conversaria.

- Também não atende! - Maite disse. - Será que foi com a Dulce mesmo? Ou será que aconteceu alguma coisa com ele?

- Acho que deve ser por causa da Dulce! Ele deve saber que queremos falar dela!

- Isso está muito estranho! - Maite refletiu. - Eles estavam reclusos em um apartamento, quase um semana, vivendo uma "lua de mel" e de repente ele bloqueia a Dulce e some? Com certeza teve algo aí que a Dulce não contou! Não é possível!

- Está bem estranho mesmo!

- Muito! - Maite continuou. - Ela voltou toda apaixonada! Não é possível que as coisas tenham mudado do nada!

Maite continuava com o celular de Mane desbloqueado nas mãos e começou a mexer para ver as suas conversas de whatsapp. Sempre tiveram liberdade em olhar a rede social um do outro, por isso não viu problema nenhum em fazer isso.

- Já apagou seus contatinhos? - Maite deu risada e observou a expressão de Mane, para ver se ele ficava nervoso. No entanto, ele apenas deu risada.

- Ainda não tive tempo! - ele riu. - Lembre-se que eu era um cara solteiro, você era casada e me deu um fora.

- Vou acabar com a alegrias delas agora mesmo! - Maite disse, enquanto olhava seus contatos. - Vou dar uma de Christopher e bloquear todo mundo.

- Fique a vontade!

Ela começou a ler em voz alta todas a conversas e tirar sarro de cada uma, dando risada. Mane também ria dos comentários de Maite.

- Está procurando a Lizandra que o Diego falou? - Mane deu risada.

- Ela existe? Estou louca para bloqueá-la. -Maite riu e no mesmo instante parou, levantando a sobrancelha e encarando Mane. - Ei! O que temos aqui? Natalia Subtil?

- Ah, essa aí sempre tenta!

- Não acredito! Essa louca fez e faz um inferno na minha vida desde sempre! Não acredito que ela também estava te rodeando... Que isso? - Maite começou a ler as mensagens que ela mandava. - "Nê"?? Ela te chama de "Nê"?

- Brega, né? - ele deu risada.

- Ridículo, na verdade! Vocês já saíram juntos? - perguntou irritada.

- Não, está doida? - Mane deu risada. - Eu não sou nem louco! Pode ver todas as mensagens aí, eu nunca dei atenção para ela!

- Acho bom! - Maite revirou os olhos.

Percebeu que realmente Mane nunca havia dado muita atenção para Natalia. Ela, por sua vez, tentava sempre seduzi-lo através das mensagens, dizendo que tinha visto seus vídeos, escutado alguma música dele ou lembrado de Mane por algum motivo. Viu que ela também sempre comentava nas fotos que ele postava no status, na tentativa de puxar algum assunto.

- Aff... - Maite disse, respirando fundo. - Essa eu vou bloquear com gosto!

- Que linda, toda ciumenta!

- Não é ciúmes! Você sabe que essa mulher adora tentar destruir a minha vida. É o passatempo preferido dela!

- Eu sei, amor! - ele massageou a perna de Maite. - Mas não precisa se preocupar! Eu não tive nada com ela e nunca pretendi ter!

- E nunca terá! - Maite disse. - Faltou falar essa parte.

- Mas isso é óbvio! Agora que estou novamente com o amor da minha vida, não pretendo ter mais nada com ninguém!

Ele estacionou o carro e assim que parou de dirigir, segurou o queixo de Maite e deu um selinho demorado.

- Eu te amo! Pode ficar tranquila! - ele disse.

Christian demorou para chegar no apartamento de Diego. Porém não foi por falta de interesse e nem para provocá-lo. Na verdade, Maico tentou atrasar seu compromisso, pois não queria que Christian saísse com os amigos. Ele até se convidou para ir junto, mas Christian inventou uma desculpa para que o namorado desistisse da ideia.

Ao abrir a porta, Diego mais uma vez ficou sem graça. Não sabia bem como agir. Christian sorriu e lhe deu um abraço.

- Desculpe a demora! Foi difícil convencer o Maico de que ele não poderia vir junto!

- Seria uma situação bem embaraçosa! - Diego deu um sorriso nervoso.

Diego estava com a expressão tensa. Suas mãos suavam e seu coração estava disparado. Christian percebeu o nervosismo de Diego e carinhosamente passou as mãos em seus braços, massageando-os.

- Fiquei feliz com o convite! Eu estava com saudades! - Christian disse.

- Eu também estava. - Diego sorriu.

Eles entraram e Christian puxou um assunto qualquer, do qual Diego ficou totalmente envolvido. E , assim, com a distração, Diego conseguiu se acalmar, ficando mais a vontade com Christian.

- Como estão você e o Maico? - Diego perguntou um pouco sem graça.

- Estranhamente estamos bem! - Christian disse. - Sei que não posso confiar de que será assim para sempre! Só que esses dias estão sendo bons! Não estamos discutindo e nem brigando!

Ouvir aquilo soou estranho para Diego. Acabou se sentindo desconfortável em saber que os dois estavam bem.

- Que bom que as coisas se acalmaram entre vocês! - Diego forçou um sorriso. - Você está feliz com ele?

Christian ficou em silêncio e suspirou.

- Não! - ele balançou a cabeça olhando para baixo. - Não estou bem porque é um solo inseguro, sabe? Eu não sei até quando esse momento de calmaria vai durar e isso me traz instabilidade. Só que eu tenho medo de voltar a falar em separação e virar o caos novamente, sabe?

- E como você vai sair disso?

- Não tenho ideia! - suspirou. - Eu não tenho como simplesmente expulsá-lo de casa! Seja qual fosse a forma que eu fizesse isso, com certeza ele voltaria para me atormentar de algum jeito.

- Você tem razão! - Diego suspirou.

- Então estou levando por esses dias e vou continuar levando o quanto eu aguentar, ou pelo menos até achar alguma solução.

- Ah... - ele ficou em silêncio por um momento. - Queria poder te ajudar de alguma maneira!

- Está ajudando muito! - Christian sorriu. - Só de me chamar aqui, já está me fazendo muito bem!

- Que bom!

Diego sorriu. Teve vontade de beijar Christian, porém, apesar de tudo tinha que lembrar que ele estava namorando.

Mesmo assim, viu que era importante preservar uma amizade. Christian realmente precisava de um ombro amigo para apoiá-lo e animar os seus dias. 

Os momentos em família entre Anahí, Poncho e os filhos estavam sendo muito especiais. Dani havia se dado muito bem com Anahí e Manu. Ela, por sua vez, tratava Dani como um filho, assim como Poncho tratava Manu.

Como Dani estava de férias da escola, Vera disse que Diana havia concordado que o filho ficasse com mais frequência com Poncho, o que o deixou muito feliz. Seu maior receio sempre foi a distância do filho, entretanto, mesmo que Diana estivesse evitando contato com o ex-marido, em nenhum momento privou o contato com o filho.

Anahí e Poncho começaram a procurar uma casa para que pudessem morar. Ficavam em dúvida em relação aos quartos. Às vezes achavam que cada criança deveria ter um quarto e outras vezes achavam que não precisavam de uma casa tão grande. 

Christopher acabou não entrando em contato com nenhum dos seus amigos. Isso porque Muriel praticamente havia se mudado para a sua casa. Desde que haviam assumido um namoro entre eles, Muriel havia se instalado e o acompanhava o tempo todo.

Nos primeiro dias, Christopher havia achado uma boa ideia. Pensou que talvez aquela era uma boa forma de esquecer a Dulce. Entretanto, depois de uma semana de convivência diária, já estava se sentindo cansado com a presença da namorada.

Ele sabia que não era o tempo, pois havia ficado quase o mesmo tempo com Dulce em seu apartamento e em nenhum momento havia se cansado dela.

A semana havia sido extremamente tensa para Dulce. Chorou em todos os momentos que estava sozinha e ficou pensando em Christopher o tempo todo. Não achava justo sofrer daquele jeito sem ter ao menos uma explicação do que estava acontecendo.

Farta de esperar uma resposta de Christopher ou que seus amigos pensassem em um jeito de ajudá-la, Dulce decidiu ir até o apartamento de Christopher.

Chegou ao prédio com o mesmo "disfarce" de sempre: os óculos escuros. Porém, desta vez, necessitava dos óculos para esconder os olhos inchados.

- Alícia! - disse o porteiro ao vê-la.

Dulce sentiu-se envergonhada ao ouvir o cumprimento.

- Oi, boa tarde! - disse sem graça. - Eu precisava falar com o Christopher.

- Sim, claro!

-Será que eu... - Dulce respirou fundo. - Não poderia subir?

Ao ouvir isto, o porteiro balançou a cabeça em sinal negativo e assustado.

- Não, senhora! Desculpe! Mas meu trabalho aqui é avisar e só liberar a entrada quando for autorizada pelo morador. Eu poderia ser demitido se fizesse o contrário.

- Ah... - suspirou. - Tudo bem, eu entendo! Desculpe por pedir isso!

Ele interfonou para Christopher que não demorou muito para atender.

- Olá, boa tarde! Sr. Uckermann, a senhora Alícia está aqui na portaria. Posso autoriza-la a subir?

Ao ouvir o nome, Christopher sentiu seu coração apertar. Queria muito que pudesse fazer isso, porém não era apenas o seu orgulho que impedia - lembrava de Muriel que estava, naquele momento, no quarto lhe esperando.

- Desculpe, não posso recebe-la agora.

- Ah, certo... - ele olhou para Dulce. - Não pode recebe-la agora!

- Deixa eu falar com ele? - Dulce pediu.

- Posso passar o telefone para o senhor falar com ela?

- Não! - Christopher disse prontamente e refletindo por alguns segundos. - Não posso atende-la.

- Christopher, é urgente! - Dulce falou alto na intenção de que ele escutasse.

- Diga que, se quiser, eu posso passar na casa dela amanhã! - Christopher falou para ele.

O porteiro deu o recado para Dulce e os olhos dela se encheram de lágrimas. Ela sabia o que Christopher estava fazendo, ele queria reverter o jogo.

- Deixa para lá! - Dulce disse em um longo suspiro.

Ela voltou para o seu carro arrasada. Sentia uma necessidade muito grande de falar com o Christopher. Mesmo que tudo estivesse terminado entre eles, queria ao menos uma explicação.

Achava que tudo o que viveram juntos na semana do Ano-novo havia sido perfeito demais para ter sido destruído em um passe de mágica.

Após se acalmar, Dulce resolveu passar em uma farmácia. Com um teste de gravidez nas mãos, foi no banheiro de um restaurante, fez o teste e esperou o resultado. Com seu celular, tirou uma foto do resultado para não "perdê-lo" e levou até uma gráfica para imprimir. Comprou um envelope para colocar a foto, o teste e mais uma carta que dizia:

"Christopher, eu não sei o que aconteceu entre nós e também não tenho ideia de como vai ser daqui pra frente. Aliás, eu sei, já imagino. Mas antes da nossa história chegar neste desfecho, quero esclarecer e entender porque as coisas estão como estão. Não acho justo que você me ignore sem nem ao menos dizer o que aconteceu.

O diálogo nunca esteve presente na nossa relação, porém ele é necessário e acho que seria bom se a gente finalmente fizesse uso dele. Tenho certeza que será bom para os dois. Depois disso, você pode sumir de novo se quiser. Mas eu não vou aceitar que nossa história acabe em aberto. Não mais!

Quando eu estava na sua casa, fizemos uma aposta e eu ganhei: Eu não estou grávida. Lembra que eu tinha um prêmio caso ganhasse? Pois bem, quero o prêmio que nunca tive durante todos esses anos que estivemos e não estivemos juntos: o diálogo.

Amanhã, às 18h estarei na sua casa para receber o meu prêmio!" 

- Por favor, entregue isso para o Christopher. - disse Dulce ao deixar o envelope na portaria.