Fanfic: O Milagre do Reencontro - Ponny e Vondy | Tema: AyA

   Ao se encontrar com Carolina Palomo, sua empresária, a primeira coisa que Maite fez foi pedir para conversar em particular com ela. Assim que tiveram uma pausa, Maite perguntou o que havia acontecido na reunião e qual havia sido a proposta. 

      - Como assim "Qual foi a proposta?" - Palomo lhe perguntou intrigada. - Você não ouviu nada do que ele disse?

      -  Não! - Maite disse nervosa. - É como se eu tivesse tido um lapso de memória.

     Palomo olhou desconfiada para Maite. 

     - Que estanho! - ela disse. - Bom, você sabe que ele é proprietário de uma empresa de audiovisual que realiza projetos independentes. Ele está com um projeto de um longa-metragem e pensou em você como protagonista. 

      - Mas não vamos aceitar, certo? - Maite perguntou tentando não demonstrar a sua aflição, mas era impossível.

       - Por que não?

       - Ele... Ele é produtor de uma empresa concorrente da Televisa. - disse com insegurança em sua voz. - Não acho que ficaria bem para mim aceitar um projeto desse. 

       - Você tem feito vários trabalhos para várias plataformas de streaming, qual seria o problema aceitar um projeto desse? 

        - Seria, seria... Como.... - tentou procurar as palavras. 

        - Se rebaixar?

        - Isso! - Maite concordou, mesmo não sendo o que acreditava de verdade. - Me rebaixar!

        - Não vejo por esse lado. - disse Palomo. - Mas temos outras propostas para você e quem sabe realmente seja mais viável para o momento. Você tem a gravação da segunda temporada de "Desejo Sombrio", "Jogo das Chaves", a divulgação dessas séries e de "Herdeiros por acidente"...

        - Pois é... Muita coisa! - Maite disse sem pensar muito. - Fora as fotos para as revistas e divulgações. Eu tenho trabalhado demais... 

        Palomo deu uma leve risada. Não estava entendendo muito bem o comportamento de Maite. 

         - Está dizendo isso por causa dos dias que pediu para viajar no seu aniversário? 

         - Não! Essas férias já estão certas, né? - Maite riu. - Eu tenho um casamento para ir nessa viagem. Não posso faltar!

          - Sim! E depois da viagem, lembre-se que vem muito trabalho pela frente!

          - Com certeza! - Maite sorriu. 

         Apesar de não ter falado mais nada, Maite interpretou que Palomo havia entendido que não estava disposta a aceitar o projeto. Ficou mais calma em saber que não iria encarar Andres tão cedo e, muito menos, conviver com ele durante algum período de trabalho.

            Anahí ficou muito incomodada durante todo o dia. Quando Poncho chegou, encontrou Anahí sentada no chão no quarto das crianças, com seu filho Emiliano nos braços enquanto falava com Manu que brincava ao seu lado. 

       - Olá, meu amor! - Poncho disse ao se aproximar. 

      - Oi... - Anahí disse em meio a um suspiro pesado, carregado de angústia. 

      - Está mais calma? 

     Poncho se agachou para beijar os seus lábios. Em seguida deu um beijo em Emiliano e em seguida em Manu. 

      - Olá, meninos!

      - Oi, papai! - Manu sorriu, indo abraça-lo, enquanto Poncho também se sentava no chão. Anahí sorriu em ver os gestos do filho com seu padrasto. Esta cena sempre lhe emocionava, ainda mais em um momento tão delicado quanto aquele.

       - Não estou nem um pouco calma! - Anahí disse aflita. - Depois que eu li aquilo, fiquei transtornada. Mandei mensagem para você e para o meu advogado. depois disso eu só quis ficar aqui com as crianças. É como se o fato de eu estar aqui, ajudasse a protegê-las, não sei! Está tudo bem confuso para mim.

          - Calma, meu amor! - ele fez um esforço e deu um beijo rápido nos lábios de Anahí. - Tudo vai se resolver! 

          - Estou pensando em fugir!

         - Fugir? - Poncho franziu a testa, surpreso com a ideia da namorada.

        - Sim, fugir! Já íamos para Acapulco para evitar essa situação, não é? - falou, tentando concentrar-se em suas palavras, já que o nervosismo estava tomando conta. - Estou pensando em ir antes que termine esse prazo do Manuel! Assim, eles não me achariam aqui em casa. Não sei... Eu não estou com um bom pressentimento. Eu já imagino eles entrando aqui e arrancando os meus filhos dos meus braços. - seus olhos encheram de lágrimas e imediatamente, Anahí fungou na tentativa de segurar as lágrimas. 

          - Mamãe?- Manu se aproximou de Anahí e tocou o seu rosto com sua pequenas mãozinhas. - Você está chorando? 

        Com cuidado, Anahí segurou Emiliano só com um braço e conduziu para que Manu se sentasse ao seu lado.

         - Ah, meu amor! - Anahí deu um beijo no rosto do seu filho e sorriu. - a mamãe logo vai ficar bem!

         - Você está dodói? - perguntou com a sua inocência. 

        - Sim! A mamãe está dodói. 

        - Onde dói?  - Manu perguntou.

       Anahí tirou o braço que estava envolvendo Manu e massageou acima do peito, onde está localizado o coração.

        - Aqui! mas logo vai passar!

        Carinhosamente, Manu deu um beijo no lugar aonde Anahí havia indicado. O casal ficou comovido com aquele gesto. Era surpreendente como Manu conseguia deixa-los emocionados a cada comportamento que tinha diante das situações.

         - Agora, - Poncho se levantou rapidamente e pegou Manu no colo, levantando-o no ar. - que tal um super banho na banheira? 

        - Siiiim! - Manu levantou os braços comemorando. - Vou pegar o tubarão!

         Manu se remexeu no colo de Poncho para que o padrasto o soltasse e assim que o pedido foi atendido, manu correu para pegar um tubarão de brinquedo. Fazia poucos dias que Poncho havia inventado uma brincadeira com Manu em que passeava com brinquedo em baixo da água e buscava a barriga da criança, que sempre caía na gargalhada quando era "atacado" pelo tubarão. 

           - Depois conversamos a sós! - Poncho disse em um sussurro, enquanto levava Manu para o banheiro. 

         Anahí deu um sorriso desanimado em meio a um suspiro. Em meio a toda tormenta que estava vivendo, ficava feliz em ter Poncho presente em sua vida e na de seus filhos. 

         No final da tarde, Diego encontrou-se com Dulce e Christopher no apartamento em que estavam. Diego contou todos os detalhes da conversa com Christian e o casal ouviu com atenção. 

           - O que mais me estranha é que ele não contou nada para mim no dia que aconteceu. - Diego disse.  - Apenas que havia discutido com o namorado. Eu achei que era uma briga verbal e não que o Christian tinha tacado uma garrafa na cabeça dele.

         - Ele nos contou essa história! - Dulce disse. - Mas ele explicou que fez isso para se defender.

         - Sim! - Christopher confirmou. - E nós conhecemos o Christian muito bem. Sabemos que ele não seria capaz de violentar alguém se não fosse em legítima defesa.  

        - Faz tempo que eu convivi com ele. Não sei se ele... - Diego ficou inseguro de continuar. Dulce e Christopher ficaram olhando para ele, esperando que terminasse a frase. - Se ele está usando algo. 

        - Não, não! - Dulce fez um gesto com a mão. - Christian não é disso. Ele é de beber. Mas usar drogas, não. 

         - E eu acho que ele não ficou violento por conta da bebida. Ele nos contaria se fosse isso... - Christopher disse. 

         - Eu já vi o Chris bêbado. -Diego disse. - Ele não estava violento... Estava era com sono. 

        - O Chris fica assim quando bebe.  - Dulce reforçou o que ele havia dito. - O que aconteceu, é que ele sofria muito com o ex-namorado. E naquele dia, o Maico estava bem violento.

          Dulce observou os movimentos de Diego e percebeu a sua expressão apreensiva. 

         - Diego, - Dulce falou com a voz carinhosa. - eu sei bem que você está preocupado. Junta também o fato que você já estava com as suas dúvidas. Sei que é fácil falar, mas: fica tranquilo. Você está solteiro, ele também. Curtam o momento juntos! E, você sabe, se qualquer coisa acontecer, você tem voz para dar um basta! Para sair da relação e até mesmo falar com todos nós sobre o que está acontecendo. Eu não acho que o Chris seja capaz de qualquer coisa desse tipo, mas, de qualquer forma, estaremos aqui para ouvir você e entender o seu lado.

         - Com certeza! - Christopher lhe disse. - Pode ficar sossegado que vamos ajudar no que for!

        Ao ouvir isso, Diego realmente se sentiu mais tranquilo. Se percebesse qualquer tipo de mudança de comportamento em Christian, ele sabia que poderia sair daquela relação. Diferente de Christian, que não terminava o relacionamento por pressão de Maico. 

         - Vocês tem razão! - Diego disse. - Eu estou muito inseguro e toda essa história mexeu comigo. Eu vou nessa viagem e curtir da melhor forma possível. Fazer uma coisa de cada vez, sem ansiedade. Sei que é difícil, mas vou tentar!

        - Isso! - Dulce bateu palmas. - Só vamos estar nós! Com certeza vai ser um momento incrível!

         Depois de dar banho em Manu e fazê-lo dormir, Poncho foi com Anahí até o quarto do casal. Ela já havia deixado Emiliano no berço e estava atenta às câmeras. Queria conversar com Poncho longe das crianças, para que nenhuma energia negativa passasse para eles através de suas palavras e muito menos que Manu sofresse ouvindo alguma coisa. 

           Assim que chegou no quarto, Anahí se sentou na cama e se permitiu chorar. Poncho sentou-se ao seu lado, a abraçou e levou o corpo dela junto ao seu, para que ela apoiasse em seu tórax, enquanto a envolvia em seus braços. 

          - Tudo bem, meu amor! - Poncho disse fazendo carinho em sua cabeça. - Pode chorar!

         Anahí ficou alguns minutos chorando até que conseguisse se acalmar. 

          - Eu estou com medo de ficar longe dos meus filhos! - ela fungou, puxando o ar. - Eu sei que pode estar difícil para ele por estar longe das crianças. Mas eu não consigo, eu não sobrevivo!

          - O que o advogado disse?

          - Que estão averiguando! Só isso! Eu não vou esperar, Poncho! Eu já imagino eles chegando aqui e levando meus filhos na força bruta! Você sabe, desde o começo essas cenas já estão na minha cabeça. Eu não quero que se torne real! 

          - Me conta sobre a sua ideia sobre Acapulco! - Poncho pediu. 

         - Quero ir para lá com as crianças. Mas não posso ir de avião para não ter registro de nomes. O Velasco nos acharia rapidamente! Eu preciso ir para lá de carro e ficar num quarto alugado com outro nome. Pensei na família da Dulce, porque assim, não teria vínculo nenhum comigo e logo eles estarão lá também, então se for preciso assinar alguma coisa, não vai ter problema. 

         - Entendi... Mas, amor, você não acha que é muito arriscado viajar assim para tão longe de carro? Você acabou de ter bebê! Pode ser arriscado!

         - Não me importo! Eu me arrisco pelos meus filhos. - falou desesperadamente, voltando a chorar.

         Com cuidado, Poncho conduziu Anahí para que deitasse novamente em seu tórax e lhe fez carinho novamente para que se acalmasse.