Fanfic: O Milagre do Reencontro - Ponny e Vondy | Tema: AyA

 Animados, durante o almoço, todos conversavam animadamente sobre diversos assuntos. Todos, menos Christian. O rapaz até tentava se entrosar na conversa e se contagiar com a animação dos amigos - porém a tentativa era falha. 

      Em meio as suas distrações, o seu olhar parou para quem entrava no restaurante. Passando pela porta principal, estava Diego - bem acanhado e tímido - acompanhado de Renata que conversava com ele animadamente. Diego não parecia nem um pouco confortável com a situação. 

      Ver aquilo deixou Christian sem ar. Para ele, estava vendo exatamente o que mais temia: Renata e Diego juntos. 

      Ao perceberem o olhar vago de Christian, todos imediatamente olharam na mesma direção que ele estava olhando e se surpreenderam com o casal que estava chegando. 

      – Canalha! – disse Maite, sem  conseguir segurar a raiva que estava sentido. 

     Os amigos olharam para ela e Maite balançou a cabeça indignada. 

   – Vocês não estão vendo?? Ele é um idiota! Como ele tem coragem de fazer isso? Poxa! Estamos todos aqui. Isso é uma traição com todos nós que estávamos acolhendo ele tão bem! – Maite falava com raiva e Mane fez carinho em suas costas para que ela se acalmasse. 

    – Calma, amor... – Mane disse em tom carinhoso. 

    – Não aguento essas coisas, me desculpem! – Maite suspirou. – Mexe muito comigo!

   Christian assentiu com a cabeça e piscou os dois olhos juntos para indicar que estava bem. 

   – Fica tranquila, Mai. – Christian falou. – Eu já entendi tudo... Não tem mais o que fazer. 

   Diego olhou para Christian e viu o olhar decepcionado do rapaz. Não queria de jeito nenhum causar isso. Havia passado uma noite turbulenta aonde seus pensamentos lhe incomodaram muito. 

   Apesar de todos os seus dilemas, não achava justo o que havia feito com Christian na noite anterior. Ficou pensando na conversa e mesmo que ainda não tivesse se decidido, tinha consciência de havia sido muito errado o que fez. 

  Mesmo sem conseguir dormir direito, não teve força de sair do quarto. Na hora do almoço, até pensou em pedir algo para comer, entretanto sabia que deveria enfrentar a situação. O que ele não contava era encontrar Renata Notni a poucos passos de entrar no restaurante. 

     Desde o abraço que ela deu ao se encontrarem, Diego já se sentiu incomodado e assim continuou ao entrarem no restaurante. Tudo piorou ao ver a frustração no olhar de Christian, que assim que miou em seus olhos, desviou rapidamente.

     – Então, Di! – Renata disse na mesma empolgação que mantinha a conversa. – Aonde você quer sentar?  

     – Oi? – ele perguntou, distraído, pois pouco prestava atenção na conversa de Renata.

    – Aonde você quer sentar? Pode ser ali, ao lado da janela? 

    Ele olhou para Christian novamente e depois para Renata.

  – Eu não vou poder ir com você, me desculpe!

  Ela olhou em direção a todos e acenou animadamente, porém na hora percebeu a expressão de preocupação estampada em cada um deles. 

   – Você quer sentar com eles? Tudo bem, podemos ir.

   Ela deu um passo em direção a mesa, mas Diego colocou a mão na frente como se quisesse para-la. 

    – Não... Desculpe. Você se importa de não ir junto? Eu preciso conversar com eles em particular. 

    – Tudo bem! – ela estranhou o comportamento de Diego. – Depois do almoço a gente se encontra?

    Diego pensou por alguns instantes e achou que realmente poderia conversar com Renata depois com calma, para esclarecer tudo entre eles. 

    – Sim. Mas, depois eu te procuro. 

   – Er... Ok... – Renata estranhou. 

  Ela fez a menção de abraça-lo para se despedir, mas Diego deu um passo para trás, esquivando disfarçadamente.

   Ao chegar na mesa, todos o olhavam com raiva e decepcionados. Ficou um silêncio constrangedor entre eles, até que Mane resolveu falar.

  – Oi... – Mane disse. – Veio sentar com a gente? 

  – Sim... Er... – Diego disse um pouco sem graça. – Posso? 

 Ele olhou para Christian e este apenas confirmou com a cabeça. Como não havia nenhuma cadeira livre, Diego buscou na mesa ao lado para que pudesse sentar na ponta, ao lado de Christian. 

   – Bom, – Diego disse ao sentar na cadeira. – eu sei o que vocês devem estar pensando. Mas eu eu não  estava com a Renata. 

   Todos permaneceram em silêncio e Diego, ainda que incomodado com a situação, achou melhor continuar. 

    – Eu estava no quarto até agora, sozinho. Decidi vir almoçar e encontrei ela aqui na porta do restaurante. 

   – Que coincidência...  – Christian murmurou ironicamente. 

  – Sim, eu sei que é uma coincidência estranha, mas é a verdade. Eu não tenho muito o que dizer. Se quiserem, posso chamar a Renata aqui para comprovar, mas se vocês estiverem duvidando de mim, provavelmente vão achar que combinei com ela...

  – Não precisa de nada disso! – Anahí disse. – Diego, você é sempre bem-vindo aqui! Eu já sei de tudo o que aconteceu e se você está aqui pelo Christian, não vamos ficar remoendo nada do que passou. Todos nós merecemos uma viagem tranquila enquanto estamos nos preparando para o tão esperado "casamento Vondy". 

  Dulce sorriu só de pensar que este momento estava prestes a acontecer.

  – Sim, ótimo! – Maite continuou. – Vamos nos focar nisso agora. 

  Ainda que a conversa carregasse uma carga de constrangimento, todos se empenhavam para que a conversa fluísse da melhor maneira possível, até mesmo Diego e Christian. Conversaram sobre os preparativos para o casamento e o quanto Dulce estava ansiosa para aquele momento. 

   – Eu acho engraçado que eu casei a pouco tempo e não se compara com a emoção que estou sentindo agora! - ela riu. 

    – Sei exatamente sobre isso! – Anahí comentou. – Meu casamento foi um fracasso do começo ao fim. Sei que o próximo será diferente. 

    – E aí, Poncho? Para quando? – Christopher perguntou rindo.

    – Calma! Ainda estamos resolvendo sobre o divórcio! – ele respondeu, rindo também. – Mas já estamos tendo vida de casados. Oficializar não vai ser problema nenhum...

   – Mas acho que o meu e o da Maite sai antes! – Mane disse tão animado que fez Maite olhar para ele. Ela passou a mão em seu rosto com carinho, dando um beijo em sua bochecha. 

  – Sem pressa, amor! Tudo ao seu tempo...

   Depois do almoço, os amigos ficaram juntos na beira da piscina e ainda que o clima estivesse mais ameno entre Christian e Diego, a situação ainda parecia embaraçosa.

     Anahí ouviu seu celular tocando e tirou da bolsa para olhá-lo. 

    – É a minha mãe. – ela disse, atendendo prontamente. 

    – Any? – Marichelo perguntou preocupada. – Está tudo bem por aí?

    – Está sim, mãe. Aconteceu alguma coisa?  – Anahí perguntou ao sentir a tensão na voz da mãe. 

   – Sim. Bem, não sei dizer ao certo. Apareceram uns homens aqui. Eles tinham um documento para buscar o Manu e o Emi. 

   – Quem eram essas pessoas? Oficiais de justiça?

  – Um era. Os outros dois deviam ser funcionários do seu ex-marido. Eles estavam com um documento de "busca e apreensão" e disseram que  caso você não entregasse as crianças, você seria incriminada por sequestro. 

   Anahí engoliu seco apenas por ouvir essas palavras. 

    – Meus filhos não mercadorias para eu "entregar"! – disse nervosa. – E eu não estou sequestrando coisa nenhuma. Sou mãe e tenho direito de levar os meus filhos para viajar dentro do México. Isso não é sequestro, 

   – Não sei, filha! – a mãe respondeu ainda preocupada. – Eu não entendo bem o que pode acontecer. Mas não quero que nada de ruim aconteça com você e nem com as crianças. 

   – Eu vou falar com o meu advogado e vou resolver isso. Pode ficar sossegada.

 Ao desligar o telefone, Anahí estava visivelmente alterada. 

 – O que foi, amor? – Poncho perguntou preocupado enquanto todos prestavam atenção.

– Velasco "apareceu". Mandou pessoas lá na casa da minha mãe com um mandato de busca e apreensão para levar o Emiliano e o Manu. 

–  O papai foi me ver? –  Manu perguntou eufórico ao ouvir o sobrenome do pai.  –  Ele está na vovó me esperando? 

  Anahí fechou os olhos e deu um longo respiro. Em meio ao seu nervosismo, havia se esquecido que Manu estava ali ouvindo tudo. 

  –  Não, –  Poncho disse rapidamente. –  não foi ele que foi na sua casa. Foram pessoas que trabalham com ele... O seu pai...

 – O seu pai você vai ver depois da viagem, lembra? - Anahí lhe disse. 

 – Lembro... – Manu disse desanimado. 

 Vendo que ele estava daquele jeito, Mane pegou Manu no colo e sorriu para a criança. 

  – Temos que aproveitar nosso tempo, não é mesmo? Que tal irmos no parque agora? 

A criança respondeu que sim, porém sem muita empolgação.