Fanfic: Irmãos ao sul do Mason Dixon - Vondy(finalizada/adaptada) | Tema: Vondy, Romance

Christopher

Christovão decolou de sua última tentativa de montar Satanás. Norton Knolls tinha um mustangue selvagem e os tolos pensavam que o iriam quebrar. Já fazia um ano e eles ainda não conseguiam se entender por mais de um minuto. Christovão já havia sido jogado uma dúzia de vezes. Ele ia acabar com um osso quebrado ou um ombro deslocado. Maldito idiota.

"Esse mustangue não quer ser montado", gritei para ele enquanto pegava Desoto, um puro-sangue, em seu luxuoso estábulo. Era para isso que estávamos aqui. Treinar cavalos de corrida que vencessem corridas e vendessem ao maior lance. Não brincando com um mustangue que não demonstrou interesse em se acalmar.

“Majestic precisa se aquecer. Um novo jóquei está chegando mais tarde para conhecer o Majestic e ver se é adequado”, eu disse a ele. Ele não estava aqui quando Norton saiu com sua lista de coisas que precisava fazer antes de sair para ir ver um cavalo no Kentucky que estava interessado em comprar.

Christovão estava carrancudo quando se limpou quando saiu do ringue com o animal selvagem. "Besta maldita nem vai dar. Nem uma polegada de merda. Jurei para Dallas que o montaria primeiro,” ele resmungou.

Eu não ia discutir com ele. Porque eu conhecia a personalidade de Satanás. Eu entendi isso. Ele não cedeu para ninguém. Ele estava no controle. Entrar nele e pensar que você iria dominá-lo foi seu primeiro erro. Ele nunca iria desistir de seu poder.

"Perda de tempo", ele latiu para Satanás, que poderia dar uma merda. Satanás alargou as narinas e se aproximou para me encarar. Eu olhei de volta. Era a nossa coisa. Ele sabia que eu o entendia. O filho da puta não queria ser domado. Ele queria ser livre.

"Você quer que eu aqueça Majestic?" Christovão perguntou enquanto se dirigia para os estábulos.

"Sim. Vou trabalhar com o Desoto. A perna dele está melhor, mas eu vou deixá-lo esticar um pouco. Então o massageie. Jockey deve estar aqui por volta das duas.”

"Conhecemos esse jóquei?" Christovão chamou quando eu saí.

"Ela nunca esteve aqui para experimentar um dos cavalos de Norton", eu disse a ele mantendo sua identidade para mim. Ele a conheceria. Qualquer pessoa no ramo sabia quem era Cat Carmichael. Ela ganhou mais corridas nos últimos cinco anos do que qualquer outra pessoa no circuito. Norton estava frustrado por ela ter vindo enquanto ele estava fora, mas ele também não queria perder esse cavalo.

"Asher e Dix voltam para casa hoje, não foram?" Christovão perguntou desta vez.

Eu tinha esquecido disso. Eles não estavam voltando para casa. Mas sim, eles voltariam a Moulton jogando em casa feliz e essas merdas. "Eu acho."

"Acho que a mamãe está preparando o jantar para eles", acrescentou.

Tínhamos cavalos para trabalhar e exercitar. Não havia tempo para conversar sobre nosso irmão e sua esposa. Prefiro não pensar neles. Se eu pensasse neles, lembraria da porra do casamento e Dulce fugindo novamente. Essa merda me deixou de mau humor. DeSoto era sensível ao meu humor e precisava relaxar antes de trabalharmos sua perna.

"Mamãe cozinha todas as noites", apontei, depois saí sem dar tempo a ele para dizer alguma merda estúpida. Ele tinha um cavalo para se aquecer. Às vezes, ele falava como uma mulher maldita. Dallas também. Quem estaria aqui depois que ele saísse da escola hoje. Se ele perdesse Cat montando Majestic, ficaria chateado. Quase desejei que ele faria. Só para que ele pudesse fazer beicinho por alguns dias como o maldito bebê que ele era.

"Christopher!" Christovão chamou.

Jesus! Ele não podia calar a boca o tempo suficiente para fazer alguma coisa?

Suspirando, parei e olhei para ele irritado. "O que?" Eu gritei.

Christovão franziu a testa enquanto ele estava lá com as mãos nos bolsos, olhando para mim. "Você está bem?"

Eu não ficaria se ele não calasse a boca. "Estarei quando puder começar a trabalhar e parar de ouvi-lo continuar como uma mulher."

A carranca de Christovão só se aprofundou. "Quero dizer... Com Dulce saindo novamente. Você ficou irritado. Não que você fosse um raio de sol antes. Mas você esteve em um funk sombrio."

“Eu moro em um funk escuro. É quem eu sou."

Essa não era a resposta que ele queria. Cabeça de merda ia tentar ser Dr. Phil. Não tivemos tempo para isso.

"Ela não vale a pena. Ela não queria ficar. Você merece alguém que seja menos vaidosa e egoísta.”

Agora, se essa não era a coisa errada para me dizer. Eu tive que contar até dez na minha cabeça antes de abrir a boca. Mesmo assim, meu sangue ainda estava fervendo. Christovão odiava Dulce por sua traição. No entanto, ele me perdoou. Não era justo guardar toda a raiva dele por ela. Ela tinha uma merda pessoal que ele nem sabia. Ela não teve a mesma vida em casa que nós. Ele não a conhecia como eu.

“Temos trabalho a fazer, Christovão. Mesmo eu não... Não quero ouvir você falar merda sobre Dulce novamente. Você não a conhece como eu. Se eu quiser sentir sua falta, eu sentirei. Ao me dizer que ela não vale a pena, você será jogado mais longe do que o maldito mustangue pode atirar em você.”

Não esperei uma resposta. Ele dizia algo estúpido novamente e minha paciência se rompia. Não que eu tivesse muito disso para começar.

“Eu era o único em um relacionamento com ela! Fui eu quem quis casar com ela! Eu a conheci!” Ele gritou quando eu coloquei mais distância entre nós.

Eu poderia parar e responder, mas não o fiz. Eu continuei andando. Ele estava errado. Ele nunca viu dessa maneira, mas estava. Se ele a conhecesse, ele não estaria apaixonado por outra pessoa agora. Não teria sido tão fácil seguir em frente. Se ele a conhecesse, teria entendido por que ela fugiu. Ele ficaria acordado a noite preocupado com ela. Se ele a conhecesse, teria lutado para mantê-la.

Ele nunca seria capaz de odiá-la.

Então não, o idiota não a conhecia.

Ele sabia o que queria saber. Eu tinha certeza que ele poderia me dizer sua cor favorita, a maneira como ela tomava seu café e a roupa que ela usava no primeiro encontro.

O que ele não poderia me dizer foi a primeira vez que o namorado de sua mãe a tocou onde ele não deveria, a primeira vez que ela pegou sua mãe na cama com o garoto da piscina enquanto seu pai estava fora da cidade, ele também nem sequer soube da cicatriz de cigarro no braço que foi deixada por sua mãe quando ela tinha seis anos e tentou sair furtivamente de casa durante uma festa bêbada que sua mãe estava dando.

Ele nunca recebeu o verdadeiro Dulce. Ela pensou que estava danificada e foda-se que estava. Isso não a fez menos perfeita. Isso a fez forte. Christovão nunca veria tudo isso. Ele viveu no mundo feliz, tudo o que ele já enfrentou foi a morte de nosso pai.

Respirei fundo várias vezes enquanto esfregava as costas de DeSoto. Ele saberia que eu estava tenso e não era isso que ele precisava. Eu me acalmava e assegurava que ele estivesse igualmente seguro antes de fazermos a terapia dele. Felizmente, sua lesão no ligamento havia sido uma tensão leve. Ele se recuperaria completamente.

"Irmãos podem ser chatos", eu disse a ele.

DeSoto olhou para mim como se estivesse tentando ler meus pensamentos.

"Eu estou bem. Irritado com ele, mas você e eu estamos bem. Agora, você trabalha essa perna para mim e veremos algumas cenouras."

Ele me entendeu. Eu o liderava algumas vezes e deixava que ele se alongasse primeiro.

Um relincho alto veio da caneta. Sorrindo, olhei para Satanás. Ele queria minha atenção. Mas o bastardo sabia que eu não mostraria minha mão na frente de ninguém. Se Christovão soubesse que eu poderia cavalgar com Satanás, ele diria a Dallas e Dallas estaria ainda mais determinado a montá-lo. Satanás acabaria matando seu traseiro imprudente.

DeSoto se mexeu nervosamente. Satanás deixou a maioria dos outros nervosos. "Está bem. Ele é uma merda ciumenta. Vamos nos afastar,” eu assegurei a ele.

Foi o que fiz melhor. Cavalos me entendiam e eu eles. As pessoas, no entanto, não eram realmente loucas.