Fanfic: Irmãos ao sul do Mason Dixon - Vondy(finalizada/adaptada) | Tema: Vondy, Romance

Christopher

Este lugar foi um lixo. Limpo como um assobio maldito... Mas um lixo. Olhei pela janela a parte principal do trailer e estudei os arredores ao sol da manhã. Dulce estava no minúsculo armário que ela chamou de banheiro tomando banho. Ficamos acordados a maior parte da noite. Não havia uma polegada quadrada deste lugar que eu não tinha transado com ela. Não que isso fosse difícil. Este lugar era minúsculo.

Cobertores e sacolas plásticas cobriam algumas janelas no trailer ao lado dela. Carros estavam em tijolos, roupas penduradas em linhas de lavanderia; havia até um vizinho que fazia arte com latas de cerveja. Eles decoraram a pequena varanda que ele construiu.

Balançando a cabeça, eu afastei-me da janela. Eu não conseguia olhar para aquela merda e estar de bom humor quando ela saiu do banheiro. Isso me frustrou muito. Por que ela não voltou para casa?

A porta se abriu para o banheiro e eu me concentrei em Dulce quando ela saiu. Ela ficou com uma toalha em volta dela. Um pequeno sorriso incerto tocou seus lábios. Eu estava preparado para convencê-la a não me expulsar esta manhã. Ela ainda não havia tentado. Quando ela acordou e rolou de costas para olhar para mim, não foi o arrependimento que vi.

“Eu tenho pão e geleia. O leite está desatualizado. Eu normalmente como no trabalho,” ela disse se desculpando.

"Eu acho que também gostaria de comer no seu trabalho. Se estiver tudo bem com você." Eu queria vê-la trabalhar. Eu também queria ver Diesel e que ele me visse. Por mais que ela alegasse que eles eram simplesmente amigos de trabalho, eu pude dizer pela linguagem corporal dele na noite passada que ele pensava diferente.

Ela mordeu o lábio inferior nervosamente. “Ok, mas... OK." Ela mudou de ideia sobre o que ela queria dizer.

Incapaz de manter minhas mãos longe dela, caminhei para puxá-la contra mim. "Eu não vou sair daqui até você sair." Eu estava tentando como o inferno não exigir que ela voltasse para casa. Eu queria que ela decidisse por conta própria.

"E o seu trabalho?" ela perguntou.

“Eu posso perdê-lo. Mas não vou deixar você aqui.” Parei antes de mencionar os vizinhos de aparência perigosa que ela tinha.

Um cenho franziu a testa. "Você não pode perder o emprego."

"Acho que posso conseguir outro", não queria perder o emprego. Eu gosto. E havia Satanás que eu não queria deixar. Mas Dulce era mais importante que o Mustangue.

"Eu não posso voltar", disse ela, sua voz quase um sussurro.

A razão pela qual ela saiu não era mais um problema. "Por quê?" Eu perguntei.

Ela fechou os olhos e suspirou profundamente. Eu pensei que ela estava prestes a me dizer quando ela olhou por cima do meu ombro. A expressão dela se separou. Como se ela tivesse saído e estivesse em outro lugar. Eu nunca a vi fazer isso antes. Isso me incomodou. Não, isso me preocupou.

"Dulce." Ela piscou várias vezes depois de ouvir o nome dela, então seu olhar voltou para mim.

"Eu moro aqui. Esta é a minha casa agora.”

Isso não poderia ser mais atraente do que a casa grande em que ela morava com os pais. A menos que eles finalmente se divorciassem ou que sua mãe se mudasse. "Seus pais se mudaram?" Eu perguntei.

Ela balançou a cabeça negativamente. Emoção encheu seus olhos. Lágrimas que ela parecia determinada a não derramar. "Não. Mas não vou voltar para lá."

Eu sabia que a mãe dela era uma prostituta louca. A maioria da cidade sabia disso. Mamãe mencionou sua mãe antes e se referiu a ela como arrependida. O que era o mesmo que chamá-la de prostituta. Desculpe, foi um insulto profundo vindo da mamãe.

Mas o pai dela teve sucesso. Ele era conhecido por ignorar a infidelidade de sua esposa. Quando Dulce se formou no colegial, ele não estava lá. Nenhum deles estavam. Dixie ficou chateada com isso. Mas Dulce não parecia se importar.

"Por quê?" Perguntei quando ela não disse mais nada.

Ela inalou profundamente. “Esta é minha nova vida. Onde eu quero estar. Aquela vida, meus pais, aquilo... Eu não quero voltar para lá. Para sempre."

Que porra é essa? "Aconteceu alguma coisa com sua mãe?" A mulher era louca.

Ela balançou a cabeça.

"E o seu pai?" Ele apareceu e a aborreceu?

Ela balançou a cabeça novamente. Eu esperei, esperando que ela dissesse mais. Eu sempre soube que ela não era próxima de seus pais. Que o relacionamento dela com eles era tenso. Se ela pudesse ficar longe de casa, ela o faria. Ninguém parecia se importar. As noites em que ela dormiu comigo na minha caminhonete para que pudéssemos foder a noite toda, nenhuma vez eles ligaram procurando por ela. Preocupado que ela não estivesse lá. Pareceu estranho.

"Ele não é meu pai de verdade", ela deixou escapar como se estivesse tendo que se forçar a admitir isso. “Eu fui o resultado de um caso que minha mãe teve com seu irmão mais novo. Ele é meu tio. Meu verdadeiro pai morreu em um acidente de caça quando minha mãe ainda estava grávida de mim.” Os olhos dela estavam arregalados, surpresos. Como se ela não pudesse acreditar que tinha acabado de me dizer isso.

Puta merda. Eu não sabia o que dizer sobre isso. Eu queria perguntar se ela tinha certeza. Se isso não era um monte de besteira que sua mãe tinha dito a ela. Mas a maneira como o rosto dela estava lutando contra a emoção tentando se libertar, eu não tinha coragem de continuar perfurando-a com perguntas.

"Há quanto tempo você sabe?" Eu perguntei, me perguntando há quanto tempo ela aguentava isso.

"Desde que eu tinha nove anos."

Filho da puta. “Jesus, Dulce. Por que você nunca me contou?”

Ela virou a cabeça de mim. Sua boca em uma linha tensa. Ela parecia zangada com alguma coisa. Ela estava brava por eu estar fazendo perguntas? "Não conversamos muito sobre o Christopher. Nós fodemos.” O tom duro que sua voz tinha levado me levou a estudá-la mais de perto.

"Vou me atrasar para o trabalho", disse ela, afastando-se de mim. Ela puxou a toalha para não cair. Como se eu não conhecesse cada centímetro do corpo dela nu.

"Prepare-se, mas Dulce ainda não acabou. Temos mais o que conversar.”

Ela não disse mais nada. A porta se fechou firmemente atrás dela. Com muita firmeza.

Eu fiquei lá olhando para a porta pela qual ela havia passado e comecei a fazer planos. Eu não a deixaria ficar aqui. Ela não estava feliz aqui. Ela era uma sobrevivente e eu não tinha percebido até agora.

Uma vez eu me odiei por querer ela. Por fodidamente desejá-la. Porque eu pensei que ela estava brincando. Eu a agrupei com as outras. Supondo que ela era boba e selvagem. Não era nada como eu pensava.

Quando ela entrou pela porta, eu sabia o que ia fazer. Eu planejaria. Preparar. Mas eu sabia.

Dulce olhou para o telefone. "Temos dez minutos para chegar lá."

"Então é melhor você colocar sua bunda na caminhonete", eu respondi em um tom mais claro, na esperança de aliviar a tensão subitamente espessa ao nosso redor.

Ela assentiu, e fez exatamente isso. O tempo todo não olhando para mim.