Fanfic: Irmãos ao sul do Mason Dixon - Vondy(finalizada/adaptada) | Tema: Vondy, Romance

Christopher

Christovão ficou parado olhando para mim como se eu tivesse perdido a cabeça. Era possível que eu tivesse. "Você não pode se mudar! E o seu trabalho? A respeito...” ele parou antes de me lembrar que eu tinha que tomar medicação para funcionar normalmente. Ou o que todo mundo considerava normal. Eu era capaz de tomar meus remédios sem mamãe me lembrar todos os dias.

Minhas malas estavam prontas e dentro da caminhonete. Eu só precisava que Christovão me levasse até Joe Kirks para poder comprar o Chevy Pickup vermelho 1998 que ele tinha à venda no quintal da frente. Eu tinha dinheiro suficiente para pagar em dinheiro e o tirei do banco no caminho de volta à cidade mais cedo. Joe concordou em vendê-lo por três mil dólares se eu pagasse em dinheiro. Ele estava pedindo quatro mil.

Não precisava defender minha partida para Christovão. Voltar a Robertsdale antes de Dulce sair do trabalho era importante. Deixando-a hoje, eu não tinha certeza do que ia fazer. Eu só sabia que precisava de espaço para ficar com raiva de sua teimosia e depois acalmar o inferno e descobrir coisas. Tudo isso levou cerca de trinta minutos e eu já estava na estrada em direção ao norte antes de perceber que minha decisão havia sido tomada.

"Apenas me leve até o Joe", respondi. "Estou comprando o Chevy e indo para o sul. Não preciso do seu conselho, Christovão.”

Christovão inclinou a cabeça para trás para encarar as vigas do celeiro e suspirou alto. "Esta é uma grande foda", ele murmurou.

Havia muitas coisas que eu poderia dizer. Coisas cruéis. Mas eu não fiz. Só porque Christovão havia mudado para Sadie não significava que estava tudo bem para eu contar a ele o que ele sentia falta de Dulce. Ele não a conhecia. Ela era mais amiga dele que ele beijava do que qualquer coisa.

A porta se abriu e a luz do sol encheu a sala brevemente enquanto Steel entrava carregando uma caixa de ferramentas e fazendo uma careta para nós. Sua camisa estava encharcada de suor e seu cabelo estava igualmente úmido. O calor do verão já estava em pleno vigor.

“Que bom que vocês dois filhos da puta podem ficar no celeiro enquanto eu trabalho. Não me deixe impedi-lo de sua conversa de garotas.” Seu sarcasmo era evidente.

"Ele está se mudando! Comprando uma caminhonete e se mudando para ficar com Dulce! Falta um pouco de sentido em sua bunda estúpida.” Christovão estava com nojo. Isso me irritou. Ele realmente prestou atenção em Sadie? A garota era risonha e boba. Sem profundidade. Eu queria enfiar uma meia na boca dela para calá-la regularmente.

Steel parou por um momento e olhou para mim. "Hmmm", ele respondeu com apenas uma pequena quantidade de interesse em seu rosto. "Boa sorte com isso. Não acho que é da minha conta o que diabos você faz. Você pode querer avisar a mamãe.”

Eu já planejava contar à mamãe. Eu estava saindo para o jardim para conversar com ela antes de ir pegar a caminhonete. "Eu sou. Você poderia me dar uma carona até Joe Kirk, para que eu possa comprar o Chevy que ele tem à venda no quintal?” Perguntei a Steel decidindo que eu tinha terminado de tentar conversar com Christovão.

Steel assentiu lentamente. "Esse é uma boa caminhonete. Velho, mas um clássico. Chevy de 1998 foram feitos bem. Bom estilo corporal. Fale com a mamãe e eu te encontrarei aqui em dez minutos. Christovão, você me ajuda a conseguir essa nova capa sobre o poço levantado. Acabei de pegar o podre.” Ele não esperou que Christovão respondesse antes de deixar a caixa de ferramentas na prateleira e sair. "Pressa. Eu tenho mais coisas a fazer,” ele disse quando saiu.

Christovão me lançou um último olhar. "Quando tudo der errado, vou lembrá-lo que eu disse isso."

"Quando você finalmente colocar um pedaço de fita adesiva na boca de Sadie, começarei a considerar seus conselhos sobre as mulheres", eu atirei de volta para ele, depois segui Steel para fora do celeiro para encontrar mamãe.

"Você é um filho da puta!" ele chamou atrás de mim.

"Sim", eu concordei com um levantamento da minha mão, mas não me virei para olhá-lo. Ele sabia que Sadie falava por ouvir sua própria voz. Ele só não queria admitir essa merda.

Fui em direção à fileira com repolho e vegetais de raiz. Nesta época do ano, as cenouras, os nabos e as beterrabas estavam prontos para comer. Bem como o repolho e, se tivéssemos sorte, o brócolis. Eu podia vê-la de joelhos na terra com uma cenoura que ela estava inspecionando na mão. Eu cresci neste jardim. Quando crianças, corríamos para o jardim, pegávamos uma das cenouras, lavá-la sob a torneira do celeiro e depois comíamos como lanche. Fazia anos desde que qualquer um de nós tinha comido uma cenoura no jardim como um lanche. Agora, estávamos mais propensos a pegar uma cerveja que mantivemos escondida no refrigerador do celeiro.

Mamãe olhou para mim quando me aproximei e ela ouviu meus passos pelo caminho. Franzindo a testa, ela protegeu os olhos do sol e me estudou mais perto. Então, com um suspiro consciente, pegou a cenoura e a colocou no balde ao lado dela. Como ela podia ler nossos pensamentos tão facilmente sempre me deixavam nervoso. Eu juro que a mulher recebeu algum tipo de presente do céu para nos criar ou ela estava em bruxaria.

"Você está saindo?" ela perguntou quando eu parei, de pé a alguns metros dela.

"Robertsdale", respondi.

"Dulce não quer voltar para casa então." Não era realmente uma pergunta. Mais uma declaração.

Eu balancei minha cabeça. "Não. Ela está feliz lá. Quer ficar. Eu não posso... Eu quero estar com ela.”

Mamãe se levantou devagar. Sua idade começou a aparecer em coisas tão simples quanto ficar em pé depois de ficar de joelhos. Ela espanou o jeans para tirar um pouco da sujeira, depois ficou ereta e me olhou diretamente nos olhos. “Eu acho que essa garota tem coisas ruins no passado. As pessoas falam e já ouvi o suficiente sobre a mãe dela para saber que a infância de Dulce não foi boa. Nunca vi um sorriso de verdade no rosto daquela garota. Então tome cuidado. Não estou dizendo que ela não vale a pena perseguir. Estou dizendo que ela pode correr mais, lutar mais e construir muros que você não pode escalar. Se ela vale a pena, você descobrirá tudo. Se ela não estiver, então há uma cama naquela casa que sempre será sua." Ela parou então. Quando ela terminou o que ela planejava dizer, terminou a conversa. Pedir a ela mais informações do que ela forneceu foi inútil. Ela forneceria tudo o que você precisava saber primeiro. Não mais.

"Obrigado, mamãe", eu disse, uma vez que sabia que ela tinha terminado.

Depois de um breve aceno, ela apontou para o balde aos pés. "Pegue isso e leve-o de volta para a cozinha a caminho."

Eu fiz o que foi instruído, mas, ao caminhar por ela, parei e coloquei meu braço em volta dos ombros em um pequeno abraço. "Eu te amo." Não fui eu quem disse essas palavras. Nunca tinha sido. Mas, naquele momento, senti que ela precisava ouvi-los.

“Eu sei que sim, garoto. Eu sei que você faz."

Com um sorriso, voltei para a casa com o balde de cenouras na mão esquerda. Antes de sair do caminho que levava onde mamãe estava no jardim, ouvi-a gritar. "E eu te amo também."

Meu sorriso se transformou em um sorriso. “Eu sei, mamãe. Eu sei." Eu disse calmamente.