Fanfic: Irmãos ao sul do Mason Dixon - Vondy(finalizada/adaptada) | Tema: Vondy, Romance

Dulce

“O que quer que seja que eu pago. Mas ela está indo embora comigo.” Ao som dessa voz, minha cabeça se levantou e eu olhei através das grades da cela onde eu estava. Felizmente eles não me levaram para a área real da prisão com os outros criminosos que eles tinham lá atrás.

Christopher estava aqui. Eu descobri que Dallas havia caído com um cavalo com risco de vida. Ele estava em cirurgia e poderia estar morrendo um dos policiais com quem estudamos havia me dito.

Por que ele estava aqui?

"Christopher?" Eu disse o nome dele enquanto me levantava ainda vestindo a camisa dele. Eu me recusei a usar o uniforme feio que eles colocam nos prisioneiros. Eu não era prisioneira. Eu era incendiária, mas eles não poderiam me segurar se o proprietário da propriedade que eu queimei não fizesse queixa. E o homem que eu chamei de pai, boa parte da minha vida, telefonou cerca de dez minutos atrás de Utah e disse para eles me libertarem.

Christopher levou três longos passos para chegar até mim. Sua expressão feroz. "Vou tirar você daqui. Não se preocupe. Nós podemos lutar contra isso.”

Sua mão alcançou através das barras para tocar meu rosto.

Comecei a dizer a ele que não havia nada para lutar. Mas o olhar de amor e proteção em seus olhos roubou minhas palavras. Era novo e eu não tinha certeza se algum dia me acostumaria. Esse sentimento. Sabendo que eu não estava sozinho no mundo. Não mais. A raiva que senti quando vi que meu diário se dissipara enquanto eu observava as páginas dele se transformarem em cinzas aos meus pés. Ele conhecia minha dor. Ele conhecia meus monstros. Mas se ele ia me amar, então precisava saber quem era quem amava. Estava na hora de aceitar isso e parar de fingir.

“Não há necessidade de fiança. O pai dela disse que não havia cobranças e a deixou ir. Foi um acidente,” Shane Lowry disse enquanto destrancava as barras na minha frente.

“Você a trancou em uma cela? Você está brincando comigo, Shane? Ela parecia perigosa para você?” O tom de Christopher passou de incrédulo para zangado tão rapidamente que quase perdi.

Shane deu de ombros. "Cara, é o meu trabalho. Ela está apenas em uma cela. Eu a peguei vestindo...” Ele apontou para mim. "Isto! Ela tinha fósforos nas mãos e a varanda da casa dos pais estava queimando na frente dela.”

Em outras palavras, ele tinha certeza de que eu era louca. No momento, pensei que ele estivesse certo. Quem sai correndo de casa sem roupa, sem bolsa ou telefone até ficar sem combustível, andar pelo resto do caminho, apenas para queimar uma casa?

Eu parecia mental.

Mas a visão daquela casa queimando. A fumaça. Os gritos histéricos da minha mãe. Tudo isso. Cada segundo valeu a pena. De alguma forma, isso me permitiu deixar ir. Livre de toda a feiura que eu mantive enterrada lá dentro. Jogue-o nas chamas e observe as cinzas flutuarem no ar.

Shane me deixou sair, e Christopher estava me agarrando e me puxando para seus braços mais rápido do que eu podia me mover em direção a ele.

"Dallas", eu deixo escapar, preocupada que Christopher estivesse aqui e não lá.

"Ele vai viver."

Eu afundei em seus braços pressionando minha cabeça contra seu peito. Aliviado por o garoto mais novo de Uckermann ter outra chance na vida. Ele era meu único caminho. Até Christopher.

"Por mais que eu goste de você vestindo minha camisa, vou precisar que você use roupas antes de levá-la ao hospital." Seus olhos estavam sorrindo, mas ele estava fingindo ser sério.

Eu levantei um ombro. "Então meus pés sujos e cabelos bagunçados estão bem?"

Ele me examinou com o olhar. “Cada centímetro de você é fodidamente perfeita, Dulce. Mas se eu tiver que ameaçar mais um homem com o meu olhar por ter visto aquelas pernas e seios saltando sob esta camisa, serei eu naquela cela.”

Não era hora de sorrir. Nós tivemos que chegar a Dallas. Acabei de cometer um crime que meu pai... Estava me deixando ir embora. Esse foi seu último presente de despedida? Sua oferta de paz?

O que quer que fosse, não importava. O que importava era que, pela primeira vez na minha vida, me senti normal. Eu me senti amada. Eu já era o suficiente. O sujo se foi. Queimado com as cinzas e memórias.