Fanfic: No berço da Máfia - (1° temp ) adaptada MyW, DyC, AyA - FINALIZADA | Tema: Levyrroni
Eu tinha passado os últimos dois dias depois que acordei, revezando minhas atividades entre levantar da cama, fazer minhas higienes, voltar para a cama, comer e receber visitas. Geralmente, minhas irmãs e Bernardo.
Melissa aparecia todos os dias, nem que fosse para ficar apenas cinco minutos e ir embora. Eu não podia reclamar, pois adorava a sua companhia, mas ela sabia que a causa da minha constante angústia era não saber dele.
Eu estava na cama, falando com Goretti, a senhora que eu descobri ser a responsável por cuidar dos serviços da casa, ela havia entrado no cômodo minutos após Melissa ter saído, com uma bandeja cheia de frutas e um suco, e já estava de saída quando forcei-lhe a ficar e me contar um pouco sobre si.
Agora eu sabia que seu nome era Goretti Santono, tinha 51 anos, porém aparentava bem mais, e tinha dois filhos. Ao falar deles, notei o quão chateada ela parecia. A filha era prostituta em um dos clubes da Famiglia e não queria saber da mãe, pois não aceitava não ter nascido em uma das famílias ricas, então, escolheu o jeito “fácil” de conquistar o que queria.
O menino, de apenas vinte e dois anos, era um iniciado na Famiglia, a caminho de ser um soldado. Disposto a matar e morrer.
Dona Goretti me explicou que seu filho ainda morava com ela e a ajudava em tudo o que podia; era um bom menino, apenas seguiu pelo
caminho errado.
Eu não quis chateá-la dizendo que se ele não tivesse entrado por vontade própria, seria caçado. Eles não tinham o sangue da Famiglia,
mas o pai deles era um soldado fiel, pelo que me disse brevemente, então, a Famiglia cuidaria dela, recebendo serviços em troca.
— Acho melhor que eu vá agora, menina. O patrão está para chegar hoje; não seria bem visto eu estar sentada na cama de vocês conversando com a senhora — ela disse, já levantando e ajeitando o avental no corpo.
Segurei-a pelo braço, querendo saber se tinha entendido direito.
— A que patrão você se refere? — perguntei, engolindo em seco.
— Senhor William mesmo, a senhora me desculpe aqui, viu? Mas Juliano sempre me liga para avisar quando estão a caminho —
comentou, referindo-se ao soldado sombra do meu marido.
Assenti, preocupada, ansiosa e com uma enorme vontade de sair correndo, melhor do que enfrentá-lo, ainda mais porque eu não sabia se estava preparada para aquilo.
Levantando-me da cama, corri para olhar através de cada janela do quarto, pensando e analisando os riscos.
— Sei o que está pensando, menina, e te peço que não faça isso. — Ergui uma sobrancelha, silenciosamente questionando. Ela suspirou e
andou até ficar ao meu lado, apontando para fora. — Você não pode ver, mas há mais de dez homens rondando a casa desde que você chegou aqui. — Arregalei os olhos, incrédula.
— Você não pode estar falando sério. Eu não vejo ninguém!
— É exatamente por isso que eles estão aqui. O Senhor William não a deixaria sozinha, ou você, menina boba, pensa que ele não imaginou que
uma hora você pensaria em fugir?
Olhei novamente para fora, irritada por ter meus planos frustrados, e suspirei.
Precisava enfrentar a fera. Afinal, foi isso que escolhi.
Eu já estava bem, leves dores de cabeça de vez em quando, mas fora isso, estava legal. Depois de saber que William voltaria para casa, levantei-me da cama, tomei um banho e coloquei uma roupa leve. O dia estava frio, mas a casa era aquecida, tanto que eu usava um vestido sem qualquer problema.
Meu rosto tinha um hematoma do lado que foi batido, e meu lábio inferior apresentava uma pequena casquinha do machucado, ainda um pouco inchado.
Fiquei na dúvida se passava uma maquiagem para esconder, mas resolvi que não, pois queria saber como ele reagiria. Daria tudo para ver
se teria pelo menos uma pitada de arrependimento no olhar. Por Deus, eu esperava que sim.
Fui até a cozinha e peguei um copo de suco, voltando para a sala logo depois. Andava pelo corredor, pensando seriamente que precisava dar uma cor àquela casa, afinal, onde não era preto era marrom, onde não era marrom era cinza escuro. Eu era uma pessoa das flores, precisava pintar o lugar com urgência.
Assim que virei no corredor para entrar na sala parei no lugar, meus pés grudados no chão. Por onde ele tinha entrado que eu nem mesmo ouvi?
William ainda estava de costas, tirando o paletó, e não consegui me mover, até mesmo meu cérebro “bugou” com medo de que se eu me movimentasse, ele faria algo contra mim.
Não precisei pensar por mais tempo, porque tão rápido quanto podia ele se virou, e seus olhos me penetraram, analisando todo meu corpo lentamente, passando, então, para meu rosto. Deu alguns passos à frente, focado no hematoma, e quando levantou a mão, eu apertei o copo mais forte e fechei os olhos, preparando-me para o que viria a seguir.
— Por favor... — sussurrei, querendo implorar a ele que não me machucasse.
Eu certamente não esperava o toque delicado de seus dedos no meu lábio ferido. Abri os olhos e foquei nele, que me encarava e engolia em seco.
— Por favor o quê? — questionou, com a voz abafada.
— Não me machuque.
— O que te faz pensar que um simples pedido poderia mudar quem eu sou?
— Não tem que ser assim, você não precisa me odiar. Podemos tentar ser felizes, eu te perdoo e apenas... Vamos apenas... tentar. — Ele se
afastou e virou de costas. Aproximei-me novamente, respirei fundo e me coloquei à sua frente. Precisava aproveitar que ele estava calmo. — Você gosta disso? De me causar sofrimento? De me machucar dessa forma? — perguntei num sussurro.
Ele franziu a testa.
— Eu não sou um sádico, porra!
Assustei-me e vacilei para trás.
— Então, por favor, William, você pode ser bom... comigo. — Ele se aproximou e rosnou.
— Você não pode pensar com a cabeça? Abra seus olhos, isto aqui não é um filme onde tudo é perfeito, menina. Eu não vou me apaixonar
por você no fim do dia. — Abri a boca, em choque, ignorando a pequena pontada de dor que suas palavras causaram, mais uma vez.
William caminhou até o bar e se serviu de uma dose.
— Você não tem que se apaixonar por mim, eu não pedi isso — declarei irritada. — Mas nós estamos casados, e eu não quero que nossos filhos cresçam no mesmo ambiente que você cresceu. Vendo e ouvindo tudo o que ouviu. Meus filhos serão bons! — Tapei a boca e me
xinguei de todos os nomes possíveis depois de ter dito aquilo. Eu abusava da sorte!
Ele jogou o copo contra a parede atrás de mim, fazendo-me pular de susto, e se aproximou.
— Que porra você está falando?
— E-eu...
— Com quem você andou conversando? Com Melissa? — Balancei a cabeça, negando. — Não fale sobre isso novamente, entendeu? - Assenti, ainda sem falar. — E tire essa ideia de filhos de sua mente maldita; eu não teria um filho nunca. A propósito, enquanto você dormia, nosso médico cuidou para que não tenhamos problemas futuros com isso, receitando anticoncepcionais que já comprei. Também se
certificou de que não há nada crescendo aí dentro, das vezes em que eu gozei em você. — Com cada palavra eu ficava mais chocada, como ele podia dizer aquilo? — Portanto, comece a tomar as pílulas que estão no banheiro do quarto.
Vendo que fiquei em silêncio, ele levantou meu queixo e, olhando fundo em meus olhos, declarou:
— Não ouse tentar me dar um golpe com isso, eu mato você e a criança sem hesitar.
Ele me soltou, após ter dado seu recado, e começou a sair do cômodo.
Antes virou-se e olhou em seu relógio de pulso.
— Vamos a um evento hoje à noite, tenho certeza de que não preciso te dar um manual de como se comportar.
Não tive nem mesmo tempo de me recompor antes que meu celular começasse a tocar.
Olhei no visor e hesitei antes de atender, porém, sabia muito bem que minha irmã não desistiria até conseguir falar comigo.
— Olá.
— Irmã! Como você está? Papai disse que seu marido estúpido tinha voltado para casa, só estamos ligando para saber se está tudo bem.
Engoli as lágrimas e forcei minha voz a um tom enganosamente calmo.
— Sim, ele chegou e nós conversamos. Ele vai me levar a um jantar esta noite, algum evento, algo assim.
— Ah, que fofo, não? Ele voltou todo dedicado! Foda-se, porra, diga- me que evento é esse porque eu vou até lá chutar a bunda do imbecil!
— Dulce — veio a voz de Anahi, chamando a atenção de nossa irmã.
Respirei fundo e resolvi acabar logo com aquilo, eu estava por um fio.
— Olha só, tenho que ir me arrumar, falo com vocês depois.
— Tudo bem, ligue-nos se precisar de algo — Anahi declarou.
— Eu sei, obrigada, irmã. Eu amo vocês.
— Amamos você! — Dulce se despediu, e eu desliguei.
Suspirando, segurei-me até chegar no quarto. Assim que fechei a porta, a primeira lágrima rolou. Cerrei os olhos com força e respirei
fundo várias e várias vezes, impedindo que outras a seguissem.
Entrei no banheiro, abri minha bolsa de maquiagem e me olhei através do espelho.
Eu tinha uma máscara para colocar no rosto, não podia perder tempo. Enquanto cobria o hematoma e passava uma segunda camada do
batom na boca, pensei em toda a conversa.
Eu mato você e a criança sem hesitar.
Sem hesitar.
Autor(a): naty_h
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 40
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poly_ Postado em 21/07/2020 - 11:32:24
Tenho certeza que William vai conseguir sair dessa, ele não se pode deixar abalar pelas coisas que esse homem fala. Continuaa
naty_h Postado em 21/07/2020 - 16:45:21
Ele apenas está inseguro ainda sobre se tornar um bom pai, mas ele ama o filho e a Mai sabe disso
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poly_ Postado em 16/07/2020 - 12:35:30
Aí q fofura esse capítulo. Continuaa
naty_h Postado em 16/07/2020 - 18:18:41
Momento mais lindo desses dois
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poly_ Postado em 14/07/2020 - 11:32:34
Pena que está acabando, eu amo essa fic. Comtinuaa
naty_h Postado em 14/07/2020 - 14:30:50
Ainda falta alguns dias, mas se você gostar de vondy pode ler a segunda temporada e ainda acompanhar um pouco da vida de MyW
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poly_ Postado em 11/07/2020 - 12:37:54
Muito fofa a Melissa. Continuaaa
naty_h Postado em 11/07/2020 - 18:01:08
Melissa entende ela melhor do que ninguém
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poly_ Postado em 10/07/2020 - 12:04:17
Aí gente q dó do Christopher, será que o William não aceita fazer um triângulo amoroso? Hahahahaha. Continuaa
naty_h Postado em 10/07/2020 - 15:35:18
William é muito ciumento kkkkkkkk a última coisa que vai fazer na vida é dividir a Mai com outra pessoa
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poly_ Postado em 09/07/2020 - 13:02:27
Ai q fofo os dois juntos, e tenho certeza que Maite será uma mãe maravilhosa. Continuaa
naty_h Postado em 09/07/2020 - 17:37:11
Ela já está sendo protegendo o bebê de todos, muito fofa
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poly_ Postado em 08/07/2020 - 08:33:20
Agora William acha ruim, mas quando nascer tenho certeza que ele irá ceder, ninguém resiste a um bebê hahaha. Continuaa
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poly_ Postado em 07/07/2020 - 10:39:00
Alfonso e Christopher merecem o mundo, amo eles hahahah. Continuaaaa
naty_h Postado em 07/07/2020 - 15:59:05
Já já eles entram em apuros com a 2° e 3° temporada deles kkkkkkkk nenhum dos irmãos Herrera é fácil de lidar
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poly_ Postado em 06/07/2020 - 11:52:26
Imaginei que William havia sofrido, mas não tanto. Mas ele podia tentar encarar isso, e fazer diferente, para não se tornar um Thom também. Continua logoooo
naty_h Postado em 06/07/2020 - 12:04:51
Por isso ele não que filho, ele n quer correr o risco de ser como o pai dele já que o William se considera um monstro, mas agora a criança ta feita né? Tem que assumir os pulos
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poly_ Postado em 05/07/2020 - 17:49:33
A Mai que se cuide, porque o William vai ficar ainda mais bravo quando descobrir que ela ajudou a garota a fugir. Continuaaaa
naty_h Postado em 05/07/2020 - 19:25:07
Mai podia até parecer boba perto do William, mas agora tem alguém mais importante que ele na vida dela, tenho certeza q ela vai fazer de tudo pra defender o bebê