Fanfic: No berço da Máfia - (1° temp ) adaptada MyW, DyC, AyA - FINALIZADA | Tema: Levyrroni
Parei na frente da escada e respirei fundo.
Ele não tinha me dito que tipo de roupa usar, então, enfiei-me num simples vestido azul longo, com fenda e decote, e uma sandália preta básica. Na minha cabeça, parecia o tipo de roupa certa quando seu marido lhe diz apenas “Vamos a um evento”, ainda assim, eu poderia chorar de frustração. Nenhum detalhe, nada acrescentado que me ajudasse como... festa temática, ou baile de máscaras, a fantasia ou sabe Deus que tipo de evento era aquele. Comecei a descer lentamente cada degrau, e a cada passo ficava mais ansiosa. Confesso que, por dentro, estava torcendo para que ele fosse me levar para jantar ou algo do tipo. Tudo bem que tinha dito que não se apaixonaria por mim, mas eu ainda acreditava que podíamos conviver juntos. Precisava ter fé e esperança,
pois não existia divorcio na máfia e viver em um relacionamento onde havia ódio mútuo não estava nos meus planos para o resto da vida.
Ao pé da escada, Juliano estava à minha espera. Este acenou para mim e nos levou para fora de casa. Assim que pisei no gramado, tive a visão de William encostado no carro, telefone na orelha, olhando para os próprios pés. Ainda me chocava o quanto ele era bonito, e naquela noite parecia mais ainda. O terno – como sempre – preto, um sobretudo combinando com seus sapatos italianos e o cabelo estrategicamente penteado para trás.
Juliano entrou no carro, no banco do motorista e eu permaneci no mesmo lugar até que William colocou o telefone no bolso já encerrando sua ligação, levantou a cabeça, olhando diretamente para mim. Começou
a andar em passos decididos até parar na minha frente.
Seus olhos foram parar no meu decote, arrastando-se até a enorme fenda do vestido, e sua mandíbula trincou.
Será que ele tinha gostado, pelo menos, da minha roupa?
— Nós vamos a um evento, não a um dos clubes da Famiglia — rosnou.
Abri a boca, chocada.
— Percebe que chamou sua esposa de prostituta? — bufei. — Talvez eu devesse ir mal arrumada para que passasse vergonha. Afinal, pra quê deixar que vejam a bela mulher que você tem ao lado, não? — Virei-me
e saí andando em direção ao carro, abri a porta por mim mesma e afundei no banco, de braços cruzados.
Segundos se passaram e nada dele. Logo a neblina da raiva desapareceu e me dei conta que estava tremendo, não sei se de raiva ou de medo.
Merda. Ótimo momento para tirá-lo do sério, Maite.
A porta se abriu, e ele se sentou ao meu lado, sem encostar em mim.
— Você pode ir, Juliano — ele mandou, apertando um botão em sua porta, fazendo com que subisse uma tela preta entre os bancos da frente e nós dois. — Eu não vou esquecer seu pequeno chilique — falou,
olhando para frente. Eu espiei de rabo de olho e falei calmamente.
— Você não me disse aonde iríamos, então, fiquei sem opções.
— Sim, eu sei. Mas isso não vai impedir que os homens daquele maldito lugar a devorem com os olhos — rosnou.
Arregalei os olhos e o fitei. Ele estava com ciúme?
Percebendo minha reação, ele pegou o celular do bolso e limpou a garganta enquanto passou a mexer na tela.
— Digo, eles estarão mais focados em você do que nos negócios que temos a tratar.
— Ok — sussurrei depois de alguns segundos pensando em sua resposta. Voltei meu olhar para longe, focando-os na janela do carro e
sorri sutilmente.
Porque sua resposta não tinha me convencido em nada. E eu tinha certeza de que pelo menos meu corpo tinha sua atenção.
Assim que o carro estacionou, William foi todo cavalheiro ao abrir minha porta e nos guiar, com a mão em minhas costas, até a entrada do bonito prédio reluzente.
Eu fiquei surpresa que fosse algo tão exageradamente grande a ponto de ter fotógrafos e até mesmo tapete vermelho. E se por fora eu achei enorme, o lugar por dentro me deixou de boca aberta. Estava me sentindo no Oscar, com flashes e pessoas nos cumprimentando a cada passo que dávamos. Sorri e agradeci cada elogio que recebi, e não me passou despercebida a forma como William não se esforçava nem um pouco para tentar parecer gentil.
Ele tinha a atenção total sobre si. As pessoas se forçavam em uma conversa com ele, desistindo logo quando viam que ele não era nada sociável. Todo mundo queria ter a atenção do meu marido.
Depois de praticamente toda alma viva naquele lugar falar conosco, conseguimos respirar. William pegou minha mão, que ainda estava em seu braço, e inclinou-se para falar no meu ouvido.
— Vamos cumprimentar o anfitrião; sua esposa está com ele, puxe assunto com ela quando formos para a mesa. — Assenti.
— Nós vamos nos sentar com o dono da festa? — perguntei meio abobada e, ao mesmo tempo, frustrada. Eu teria que fazer o papel da perfeita dama durante toda a noite. William não me respondeu, apenas continuou nos guiando pelo salão.
Caminhamos até chegarmos em frente a uma mesa, e minha cabeça quase pifou.
— Governador, esta é minha esposa, Maite Herrera. Querida, você conhece Marcel. — O homem sorriu e pousou um beijo leve na minha
mão.
Olhei para William, surpresa pelo “querida”.
— É um prazer conhecê-lo pessoalmente, Governador.
— Esta é minha esposa, Andrea. — A bonita loira sorriu para mim, porém, me incomodou o sorriso maior ainda que deu a meu marido. — Sentem-se, vocês duas podem conversar, enquanto os homens da casa cuidam dos negócios. — Ele soltou uma gargalhada como se aquilo fosse super engraçado e bateu nos ombros de William. Meu marido olhou para a mão do homem no seu ombro e lhe lançou um olhar nada agradável, fazendo o outro parar de rir, limpar a garganta e se sentar quase imediatamente. — Bem, meu caro amigo Herrera, vamos tratar de negócios.
Minha frustração aumentou. Tudo bem que eu estava num evento enorme e sentada na mesa com o Governador, mas percebi que William não tinha me levado para jantar nem para acompanhá-lo. Aquilo era um simples esquema para falar dos negócios da Famiglia. O Governador não era da máfia, mas provavelmente um associado, dado que homens da lei e homens do crime não dividiriam uma mesa em público, ainda por cima com suas esposas se não tivessem o mesmo assunto a tratar e estivessem fingindo algo. Eu e Andrea, nada mais éramos do que parte do disfarce.
— William, eu estou cem por cento tranquilo de falar sobre nossos assuntos na presença de minha mulher, gostaria que você tivesse certeza da descrição da sua.
— Está dizendo que minha esposa trairia a Famiglia, Marcel? — respondeu num tom perigosamente calmo, enquanto passava o dedo pela borda da taça de vinho.
O homem tossiu e gaguejou.
— E-Eu jamais insinuaria isso, meu amigo, apenas quis garantir. Você sabe que um homem na minha posição não pode correr riscos.
— Não se preocupe com Maite. Preocupe-se com a sua mulher, e garanta que ela não esteja falando dos negócios da minha Famiglia nos salões de beleza ao redor.
Marcel engoliu em seco e assentiu.
— É claro. Ela sabe o silêncio que deve manter sobre o que escuta.
— Ótimo, não quero perder mais tempo. Eu preciso de assinaturas e alvarás, você vai conseguir isso para mim até a próxima semana.
Eu fiquei sentada, ouvindo por, no mínimo, uma hora e meia, enquanto eles falavam sobre mil e uma coisas. Foi um tédio e, mais uma vez, eu estava tão perto e tão longe dele. Só na minha fantasia de menina boba mesmo para sequer cogitar que ele pudesse estar me levando em
um encontro, porque apreciava minha companhia.
Durante os assuntos que foram abordados, eu só conseguia sentir dó das pessoas que acreditavam e confiavam no governo daquele homem, porque ele nada mais era do que um porco sujo. Suas piadas, declarações ofensivas sobre diversas coisas e a forma como lidava tão alegremente com sua corrupção eram a prova disso. Eu sabia que não podia falar nada sobre esse assunto, porque nasci numa organização criminosa, simplesmente a maior do mundo. Mas além de não ter tido escolha, nunca roubei nem uma moeda de alguém. Aquele homem escolheu, e eu podia ver a ganância corroendo-o. Era triste. Não justificava, mas a Famiglia nunca se comprometeu com o povo nem fez promessas para ganhar sua confiança. Muitas vezes fizemos até mais do que os que tinham essa função.
— Você pode me acompanhar até o toilette, querida? Preciso retocar meu batom — Andrea me perguntou, já se levantando.
Olhei para William, que franziu a testa, mas assentiu. Caminhamos pelo salão lado a lado, eu e ela. Andrea rebolava de uma forma totalmente desnecessária e acenava sensualmente para alguns homens que
passavam por nós. Eu não sabia se ria ou se falava para ela se controlar. Por fim, não disse nada e quando ela entrou no banheiro eu apenas pensei que talvez fosse melhor não sair de perto de William quando ela
estivesse próxima.
Enquanto a esperava sair da cabine, ajeitei meu cabelo de frente para o espelho. Estava retocando o batom quando alguém me cutucou no ombro.
— Angelique? — Franzi a testa, confusa. O que ela estava fazendo lá?
— Olá, querida! Que surpresa ver você aqui. Não tivemos tempo para conversar, não é? — perguntou, cínica.
— Você está bêbada? — Nós nem mesmo conversamos. Nunca fomos amigas, e nossos assuntos em eventos onde nos cruzávamos
sempre estiveram relacionados à Famiglia..
— Você não pôde ir na minha festa, foi uma pena. — Sorriu, cheia de ironia, e enrolou um cacho do cabelo preto no dedo. — Mas William a representou muito bem. Inclusive, ele me contou que sofreu um acidente, por isso não pôde ir. — Eu cerrei os olhos, já irritada com sua ironia.
— Meu marido não tem por que ter te dito isso. — A cretina jogou a cabeça para trás e riu.
— Bem, seu marido e eu temos mais assuntos em comum do que você pensa. — Virou e foi embora. Minha cabeça viajou para o que Alfonso me disse, sobre William estar com outras mulheres enquanto eu ainda permanecia desacordada. Mas balancei a cabeça, expulsando aquele pensamento.
Angelique era tóxica, e eu não tinha motivos para dar ouvidos às suas mentiras. Andrea apareceu e rapidamente retocou seu batom, enquanto voltávamos para nossa mesa, e eu quase a ignorei. Perto de Angelique, Andrea não tinha poder nenhum para me tirar do sério.
O caminho todo para casa foi em silêncio. William mexeu no celular o tempo inteiro, e eu também não fiz questão de falar.
Quando colocamos os pés dentro de casa, fui direto para as escadas. Só queria tomar um banho e me deitar.
— Maite. — Parei onde estava. Respirei fundo e me virei para olhá- lo.
— Sim? — sussurrei. Eu estava tremendo de medo que tivesse feito algo para irritá-lo. Porque se fosse o caso, sabia que as consequências viriam naquele momento.
Ele me olhou por mais um tempo antes de falar.
— Você se comportou muito bem esta noite. — Suspirei de alívio.
— Dio, grazie — murmurei, fazendo com que ele erguesse uma sobrancelha. — Digo, obrigada. Eu acho.
— Preciso fazer uma viagem. — Eu assenti, de repente decepcionada ao perceber que nosso casamento seria basicamente feito da ausência
dele, mas um fio de esperança me tomou quando ouvi suas próximas palavras: — Venha comigo — Abri a boca, surpresa e temerosa.
— Está falando sério? — Ele me olhou por algum tempo antes de se aproximar.
— Não tivemos uma lua de mel, e não estou dizendo que será uma, mas você pode ir e conhecer um país novo. Vai lhe poupar de ficar
escondida entre as paredes desta casa.
Não contive o sorriso que surgiu em meu rosto. Só queria gritar de felicidade e sair pulando pela casa. Porque, talvez, reamente pudesse fazer com que ele enxergasse o mesmo que eu.
Podia dar certo.
Autor(a): naty_h
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 40
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poly_ Postado em 21/07/2020 - 11:32:24
Tenho certeza que William vai conseguir sair dessa, ele não se pode deixar abalar pelas coisas que esse homem fala. Continuaa
naty_h Postado em 21/07/2020 - 16:45:21
Ele apenas está inseguro ainda sobre se tornar um bom pai, mas ele ama o filho e a Mai sabe disso
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poly_ Postado em 16/07/2020 - 12:35:30
Aí q fofura esse capítulo. Continuaa
naty_h Postado em 16/07/2020 - 18:18:41
Momento mais lindo desses dois
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poly_ Postado em 14/07/2020 - 11:32:34
Pena que está acabando, eu amo essa fic. Comtinuaa
naty_h Postado em 14/07/2020 - 14:30:50
Ainda falta alguns dias, mas se você gostar de vondy pode ler a segunda temporada e ainda acompanhar um pouco da vida de MyW
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poly_ Postado em 11/07/2020 - 12:37:54
Muito fofa a Melissa. Continuaaa
naty_h Postado em 11/07/2020 - 18:01:08
Melissa entende ela melhor do que ninguém
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poly_ Postado em 10/07/2020 - 12:04:17
Aí gente q dó do Christopher, será que o William não aceita fazer um triângulo amoroso? Hahahahaha. Continuaa
naty_h Postado em 10/07/2020 - 15:35:18
William é muito ciumento kkkkkkkk a última coisa que vai fazer na vida é dividir a Mai com outra pessoa
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poly_ Postado em 09/07/2020 - 13:02:27
Ai q fofo os dois juntos, e tenho certeza que Maite será uma mãe maravilhosa. Continuaa
naty_h Postado em 09/07/2020 - 17:37:11
Ela já está sendo protegendo o bebê de todos, muito fofa
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poly_ Postado em 08/07/2020 - 08:33:20
Agora William acha ruim, mas quando nascer tenho certeza que ele irá ceder, ninguém resiste a um bebê hahaha. Continuaa
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poly_ Postado em 07/07/2020 - 10:39:00
Alfonso e Christopher merecem o mundo, amo eles hahahah. Continuaaaa
naty_h Postado em 07/07/2020 - 15:59:05
Já já eles entram em apuros com a 2° e 3° temporada deles kkkkkkkk nenhum dos irmãos Herrera é fácil de lidar
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poly_ Postado em 06/07/2020 - 11:52:26
Imaginei que William havia sofrido, mas não tanto. Mas ele podia tentar encarar isso, e fazer diferente, para não se tornar um Thom também. Continua logoooo
naty_h Postado em 06/07/2020 - 12:04:51
Por isso ele não que filho, ele n quer correr o risco de ser como o pai dele já que o William se considera um monstro, mas agora a criança ta feita né? Tem que assumir os pulos
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poly_ Postado em 05/07/2020 - 17:49:33
A Mai que se cuide, porque o William vai ficar ainda mais bravo quando descobrir que ela ajudou a garota a fugir. Continuaaaa
naty_h Postado em 05/07/2020 - 19:25:07
Mai podia até parecer boba perto do William, mas agora tem alguém mais importante que ele na vida dela, tenho certeza q ela vai fazer de tudo pra defender o bebê