Fanfics Brasil - Esperança No berço da Máfia - (1° temp ) adaptada MyW, DyC, AyA - FINALIZADA

Fanfic: No berço da Máfia - (1° temp ) adaptada MyW, DyC, AyA - FINALIZADA | Tema: Levyrroni


Capítulo: Esperança

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Enquanto tomava café, perguntava-me mais uma vez onde é que meu marido estava que não voltou para casa.


Exatamente.


O desgraçado não voltou, não ligou, não mandou uma mísera mensagem. Não que isso fosse uma surpresa, pois nunca fez nada disso antes. Fui dormir preocupada e acordei mais ainda.


Só me tranquilizei quando Juliano avisou que William estava bem. E que noites como aquela, em que ele não voltava para casa, eram frequentes.


Eu pensei e me lembrei que, realmente, William havia me avisado que aquilo aconteceria. Só não pensei que fosse sério.


Não havia nada para fazer, então, coloquei um vestido florido – como sempre –, e enfiei meus pés numa linda bota. Procurei Juliano pela casa e o encontrei conversando com o jardineiro nos fundos.


— Bom dia, Juliano. Eu gostaria de ir comprar algumas coisas, mas posso pegar um táxi se você estiver ocupado — falei assim que ele se aproximou.


Eu sabia que ele me diria um lindo não, mas não custava nada tentar.


— Boa tentativa, senhora Herrera, e boa tarde, se me permite dizer. A senhora pode me dizer aonde quer ir?


— Eu quero comprar comida, doces. Você pode ir até aquela avenida dos comércios. — Minha boca encheu de água só de pensar nas maravilhas que havia para comer naquele lugar.


Quando chegamos, pedi que Juliano parasse. Saí do carro sem esperá- lo abrir a porta e fui andando. Num pulo ele estava alguns passos atrás de mim. Continuei andando pelas lojas, parando, entrando e comprando tudo que dava vontade. Eu era louca por doces e estava sempre comendo. Anahi odiava isso, dizia que era ruim para a saúde, que eu não me exercitava e blábláblá.


Eu era o tipo de pessoa que agradecia todos os dias por existirem clínicas e procedimentos estéticos. Tudo o que a comida causava que me incomodava, eu marcava um horário e plim! Feito, tudo no lugar.


Nível de preguiça altíssimo, e eu acreditava que jamais mudaria.


Entrei num Pet Shop para comprar comida para peixes. Reparei que havia um lago perto do condomínio, cheio de peixinhos. Nunca tinha
nada para fazer, então, poderia ir até lá e alimentá-los.


Fiquei olhando tudo em volta quando um pequeno folheto no balcão me chamou a atenção.


— Tão fofo, não é? — a atendente perguntou, ao me ver observar o panfleto. — Aqui está a comida, pode fazer o pagamento no balcão na saída.


— Ele é tão pequeno e peludo. Parece uma rapozinha — comentei ainda observando a folha com algumas fotos de cachorrinhos.


— É um Spitz Alemão. Existem três tipos. Este é o anão.


— Quais os cuidados com ele? — Só podia estar ficando louca.


Nunca fui muito de bichinhos de estimação, mas aquele era tão pequeno e gorducho, com aqueles olhinhos fofos... Eu o quis no mesmo momento.


Minha vida era uma rotina agonizante, e, certamente, ter companhia seria bom.


Ela me explicou sobre cuidados e disse tudo que eu precisava saber. Eu estava encantada. Por sorte aqueles folhetos estavam ali, a moça da loja os tinha esquecido no balcão, pois os cãezinhos só eram vendidos por encomenda, mas a sorte estava ao meu lado, e a van que os levaria para outro lugar tinha se atrasado e eles ainda estavam na loja.


Sorri com o pensamento. Eu não tinha seu amor, muito menos seu respeito, mas podia usufruir de sua riqueza à vontade.


E lá estava eu, com aquela bola de pelo minúscula a caminho de casa.


Ele era tão pequeno e cabia tão bem no meu colo que eu não queria soltá-lo nunca mais, e me perguntei por que demorei tanto tempo para ter um bichinho.


Assim que saí da loja, dei de cara com Juliano. Ele tirou os óculos escuros e pela primeira vez eu vi um quase sorriso no rosto do homem sério.


— Senhora... — Eu ri de sua falta de jeito e continuei a andar até onde o carro estava estacionado.


— Já podemor ir, Juliano.


Passavam das duas da tarde quando pisei dentro de casa. Estava tão animada com o cachorrinho que nem me dei conta do problema em ter um animal de estimação: William.


Enquanto a pequena bolinha se remexia em meus braços, eu pensava em mil e uma maneiras de mostrar o cãozinho ao seu “pai”.
Uma gargalhada sem graça nenhuma escapou de mim por conta dessa palavra.


Pai.


Algo que ele claramente não queria ser. Mas isso valia apenas para uma criança, certo? Bem... eu não tinha nenhuma certeza. Coloquei a bolinha no chão e assim que ele começou a saracutiar pela sala, minha alegria voltou. Esqueci-me até mesmo do meu marido.


Mandei um vídeo dele correndo com as pequenas patinhas descoordenadas para Dulce, Anahi e para Bernardo. Minhas irmãs acharam graça e, assim como eu, ficaram encantadas de primeira. Bernardo ficou bobo também, mas me perguntou se eu tinha perdido o juízo, já que não cuidava nem de mim imagine de um cachorro. Por fim, disse que iria ligar sempre para zelar pela vida do meu novo bebê.


Estava tirando meus sapatos quando ouvi vozes vindas do corredor. Já fiquei em alerta.


Minha bolinha correu na mesma direção do barulho, e foi quando William e mais quatro homens surgiram de lá. Bolinha estava agitado, correndo e batendo bobamente nos pés dos homens. Eu me coloquei de pé e o peguei, sorrindo sem graça.


— Senhores, peço desculpas, ele ainda é um bebezinho.


Eu era tão estúpida. Não seria dificuldade nenhuma para William apenas dar um tiro no meu cachorro. E eu podia jurar que ele faria isso, só pela cara com a qual estava me olhando.


O mais velho sorriu e passou a mão pela cabeça do cãozinho.


— Minhas netas têm um, nunca se cansam de brincar. — Sorri e saí do caminho deles. William passou por mim, levando os homens até a porta. E logo estava de volta.


Peguei bolinha e fiquei parada olhando para ele, que estava de costas, servindo-se de algo no bar.


— O que é essa coisa nos seus braços?


— Esta coisa é meu novo cachorrinho.


— Eu não me lembro de ter dito que você podia comprar um. — Ele se virou, com o copo na mão.


— Bem... eu o vi e o quis. E ele não dá muito trabalho, você não vai nem mesmo notar sua presença. Eu prometo! — Forcei um sorriso. —
Ele ainda não tem um nome, você quer me ajudar a escolher?


— Você sabe que eu sou bom com facas, certo?— Assenti, estranhando o tópico. — Quão difícil você acha que seria, para mim, acertar uma nele e eliminar este incômodo desta mesma distância? — Eu dei um pulo para trás. Horrorizada.


— Isso... Por Dio, William, isso é assassinato! — Ele me olhou por alguns segundos, então, colocou as duas mãos tampando o rosto.


Eu estranhei. Então ouvi um barulho. E estranhei mais ainda. Quando menos esperei, ele tirou a mão do rosto e riu.


Uma gargalhada de tremer o corpo todo.


Eu fiquei maravilhada.


Ele era tão bonito, e todo seu rosto iluminou.


Ele se apoiou na estante, e sua risada reverberou pelo cômodo. Eu nem tinha notado que estava sorrindo também.


— Então... Não há problemas em eu já ter matado mais pessoas do que posso contar, mas o cachorro é assassinato? — Eu ainda estava desacreditada.


— William... sua risada é a coisa mais bonita que já ouvi.


Quando eu disse isso, foi como se um alarme tivesse disparado para ele. O sorriso morreu, o olhar iluminado foi perdido, não havia mais nada. Apenas a fria casca novamente.


Eu dei um passo para perto dele.


— William, eu... — Ele levantou a mão.


— Mantenha o cachorro longe de mim. Ou já prepare a cova dele. — Sem mais, ele saiu.


Fiquei olhando para a porta, por onde ele saiu, e lamentei. Sentei-me no chão com a bolinha e fiquei fazendo carinho nele.


— Eu e minha boca maldita. — Ele se aconchegou a mim, como se sentisse minha tristeza.


De longe, ouvi o toque do telefone, mas a preguiça de levantar venceu. Fechei os olhos e esperei que o barulho infernal parasse.


— Telefone para você, menina!


— Jesus, dona Goretti, que susto! — Eu reclamei, porque ela adorava me pegar desprevenida.


Ela riu e esticou o telefone.


— É a senhora Herrera. — Coloquei bolinha no colo da mulher e me levantei num pulo, já pegando o telefone.


— Melissa?


— Olá, querida! Soube que voltou de viagem. Estou com saudades.— Meu coração se encheu de amor com suas palavras.


— Oh, eu me sinto horrível por não ter ligado, mas voltei e tive que correr na casa do meu pai. Como você está? Estou com saudades também!


— Vamos resolver isso agora, então. Peça a seu segurança para trazê- la ao Palazzo. Eu estou aqui, então, podemos tomar um chá juntas. O que acha?


— Acho perfeito. — Comecei a andar, para ir atrás de uma carona, mas parei. — William está em casa.


— Oh. — Ela ficou quieta por alguns segundos antes de falar novamente. — Apenas saia daí. Enquanto você vem, vou ligar para ele.


— Provavelmente é melhor que eu não faça isso. — Eu diria que provavelmente era um eufemismo.


— Eu estou sentada no restaurante já lhe esperando e vou desligar aqui para discar o número dele. Beijos.


— Mas Meli... — Ela desligou. Encarei o telefone, pensando seriamente se minha doce sogra estava querendo me colocar numa enrascada.


Mas entre ter de enfrentar a fúria do meu marido agora ou deixar que a mãe dele o acalmasse, eu ficava com a segunda a opção.


Calcei minhas botas novamente e peguei minha bolsa antes de correr para fora da casa. Logicamente evitando encontrá-lo.


Olhei em volta e vi um soldado se aproximando.


— A senhora precisa de algo?


— Você viu o Juliano?


— Ele saiu com o chefe. Há algo que eu possa fazer? — Eu pensei por alguns segundos, mas sabia que ele era minha única opção.


— Tudo bem. Eu preciso chegar ao Palazzo. — O homem assentiu e me pediu para esperar que ele pegasse um carro.


O Palazzo não ficava longe de onde morávamos, então, em menos de 20 minutos havíamos chegado. O soldado, que descobri ser chamado de Nando, seguiu-me por todo o lugar. Assim que entrei no restaurante,
avistei Melissa. A ansiedade para vê-la quase me fez correr até a mesa, mas mantive a postura e deixei para demonstrar toda a saudade quando nos abraçamos.


Quando nos soltamos, ela me segurou pelos ombros e me analisou por completo.


— Está tudo bem?


— Na medida do possível — respondi, forçando um sorriso.


Nós nos sentamos e pedimos o café da tarde.


O Palazzo era um dos melhores lugares para se ter uma tarde tranquila e uma boa refeição em Palermo.


— Eu soube o que aconteceu na Suécia. Sinto muito, querida. — Peguei sua mão por cima da mesa e sorri.


— Você precisa parar de se desculpar pelos erros do seu filho. Estou começando a não me decepcionar mais com as coisas que ele faz, apenas me surpreendo.


— É um costume que adquiri ao longo dessa vida como mãe deles. — Ela riu.


— Eu sei. — Ficamos alguns segundos em silêncio depois que nosso pedido chegou. — Hoje algo aconteceu.


Ela ergueu as sobrancelhas enquanto levava sua xícara à boca.


— Algo bom, eu espero.


— Conversei com Alfonso alguns dias atrás, e ele me contou sobre as duas semanas que Thom manteve William longe de casa, quando era pequeno. — Ela abaixou a cabeça, e seus olhos perderam todo o brilho quando balançou a cabeça positivamente.


— Infelizmente lembro-me dessas duas semanas infernais longe do meu bebê.


— Alfonso disse que quando William voltou, ele não era mais o mesmo. Não brincava, não conversava, não sorria... e hoje...


— O quê? O que houve hoje?


— Eu sei que não devo me iludir, ou criar esperanças, mas... eu comprei um cachorrinho esta tarde. Quando cheguei em casa, William estava lá. Acontece que durante uma breve conversa, eu disse algo, e ele riu. Não foi uma risada forçada ou irônica, ele gargalhou de verdade! — contei entusiasmada. Melissa apenas me olhava de boca aberta.


— Eu não me lembro qual foi a última vez que o vi rir. Acho que desde que tornou-se um homem adulto, não sei como é o som de sua risada. — Ela parou de falar e de repente um sorriso surgiu em seu rosto. — Ele riu. — Eu assento sorrindo, enquanto explodia de felicidade por dentro. — Não é ridículo? Eu e você sentadas aqui, totalmente abobadas apenas porque meu menino mostrou os dentes. — Ela alcançou minha mão por cima da mesa e deu um leve aperto. Uma lágrima escapou de seus olhos. — Não perca as esperanças.


Eu não tinha como dizer a ela que não iria perder, porque, afinal, o filho dela não era nada fácil de lidar.


Ela segurou minha mão em um aperto firme e sorriu.


— Agora é muito mais fácil lutar. Sei que meu filho está em boas mãos.


— As vezes eu quero acreditar que serei o suficiente, mas ele vem e me desarma completamente.


— O que seu coração te diz?


— Para ir em frente, para fazer o que for preciso por ele. — Melissa assentiu, seus olhos brilhavam.


— Então continue lutando, querida. Continue lutando.



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Autor(a): naty_h

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 40



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  • poly_ Postado em 21/07/2020 - 11:32:24

    Tenho certeza que William vai conseguir sair dessa, ele não se pode deixar abalar pelas coisas que esse homem fala. Continuaa

    • naty_h Postado em 21/07/2020 - 16:45:21

      Ele apenas está inseguro ainda sobre se tornar um bom pai, mas ele ama o filho e a Mai sabe disso

  • poly_ Postado em 16/07/2020 - 12:35:30

    Aí q fofura esse capítulo. Continuaa

    • naty_h Postado em 16/07/2020 - 18:18:41

      Momento mais lindo desses dois

  • poly_ Postado em 14/07/2020 - 11:32:34

    Pena que está acabando, eu amo essa fic. Comtinuaa

    • naty_h Postado em 14/07/2020 - 14:30:50

      Ainda falta alguns dias, mas se você gostar de vondy pode ler a segunda temporada e ainda acompanhar um pouco da vida de MyW

  • poly_ Postado em 11/07/2020 - 12:37:54

    Muito fofa a Melissa. Continuaaa

    • naty_h Postado em 11/07/2020 - 18:01:08

      Melissa entende ela melhor do que ninguém

  • poly_ Postado em 10/07/2020 - 12:04:17

    Aí gente q dó do Christopher, será que o William não aceita fazer um triângulo amoroso? Hahahahaha. Continuaa

    • naty_h Postado em 10/07/2020 - 15:35:18

      William é muito ciumento kkkkkkkk a última coisa que vai fazer na vida é dividir a Mai com outra pessoa

  • poly_ Postado em 09/07/2020 - 13:02:27

    Ai q fofo os dois juntos, e tenho certeza que Maite será uma mãe maravilhosa. Continuaa

    • naty_h Postado em 09/07/2020 - 17:37:11

      Ela já está sendo protegendo o bebê de todos, muito fofa

  • poly_ Postado em 08/07/2020 - 08:33:20

    Agora William acha ruim, mas quando nascer tenho certeza que ele irá ceder, ninguém resiste a um bebê hahaha. Continuaa

  • poly_ Postado em 07/07/2020 - 10:39:00

    Alfonso e Christopher merecem o mundo, amo eles hahahah. Continuaaaa

    • naty_h Postado em 07/07/2020 - 15:59:05

      Já já eles entram em apuros com a 2° e 3° temporada deles kkkkkkkk nenhum dos irmãos Herrera é fácil de lidar

  • poly_ Postado em 06/07/2020 - 11:52:26

    Imaginei que William havia sofrido, mas não tanto. Mas ele podia tentar encarar isso, e fazer diferente, para não se tornar um Thom também. Continua logoooo

    • naty_h Postado em 06/07/2020 - 12:04:51

      Por isso ele não que filho, ele n quer correr o risco de ser como o pai dele já que o William se considera um monstro, mas agora a criança ta feita né? Tem que assumir os pulos

  • poly_ Postado em 05/07/2020 - 17:49:33

    A Mai que se cuide, porque o William vai ficar ainda mais bravo quando descobrir que ela ajudou a garota a fugir. Continuaaaa

    • naty_h Postado em 05/07/2020 - 19:25:07

      Mai podia até parecer boba perto do William, mas agora tem alguém mais importante que ele na vida dela, tenho certeza q ela vai fazer de tudo pra defender o bebê


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