Fanfics Brasil - Não é sua culpa #recado# No berço da Máfia - (1° temp ) adaptada MyW, DyC, AyA - FINALIZADA

Fanfic: No berço da Máfia - (1° temp ) adaptada MyW, DyC, AyA - FINALIZADA | Tema: Levyrroni


Capítulo: Não é sua culpa #recado#

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Em breve a história vai mudar de nome, vai ser "No berço da Máfia" pq na verdade esse é o nome da série de livros, o nome "o monstro em mim" é apenas do primeiro livro.


__________________________________________


Quando ele terminou de falar, me dei conta de que minhas mãos, em punho, apertavam a unha contra a pele. As lágrimas corriam pelo meu rosto, fazendo-me provar seu gosto salgado. Meu corpo todo tremia com os soluços.


Eu odiava Thomas Herrera desde o dia do meu casamento. Mas agora eu não só odiava, eu o mataria se pudesse.


Olhei para o meu bonito marido, e seu rosto estava congelado em pedra, olhos vidrados, como se ele ainda estivesse preso nas memórias de sua infância. A forma como William detalhou seu ódio, sua repulsa e o profundo desgosto consigo mesmo foi de quebrar o coração. Os meninos da máfia eram iniciados ainda adolescentes, mas o que foi feito a William era a pior forma de abuso e brutalidade.


Algo tão profundo que deixou cicatrizes não só no corpo, mas em sua alma. Tudo o que ele se tornou foi um reflexo do que lhe foi feito naqueles dias.


Olhando para William, eu conseguia ver o pequeno menino quebrado. O homem que precisou crescer rápido demais. O que eu sentia por ele só aumentou – por tudo o que sofreu no passado e pela força de ter sobrevivido.


Levantei-me devagar e sentei-me em seu colo, incapaz de manter qualquer distância. Busquei seus olhos e sussurrei.


— William...


— Eu nunca contei isso a ninguém.


— Você me contou agora, e estou muito feliz por ter me cofiado essa parte da sua vida.


— Nunca falei sobre isso. É a primeira vez que coloco as palavras para fora da minha boca. —Eu continuei em silêncio, sem saber o que
dizer. — Só preciso que você entenda que não posso. Eu jamais poderia ser pai. Acredite em mim, essa criança está melhor longe de mim e de tudo o que represento.


— Eu não acho isso. As coisas que aconteceram com você foram terríveis, mas ter colocado para fora te ajuda a superar e...


— Não quero superar. Na minha posição, é necessário que eu seja assim. Não te disse isso na intenção de te dar esperanças de posso me tornar alguém melhor. Não vai acontecer, Maite. — Abri a boca para responder, mas ele balançou a cabeça. — Não quero falar mais. — Encarei seus lindos olhos azuis e passei os dedos pelo cabelo macio.


— E o que você quer? — sussurrei.


William passou um braço em torno da minha cintura, e o outro segurou minha nuca.


— Eu quero você.


Assenti, preparada para deixá-lo me tomar como quisesse. Porque aquele momento não tinha a ver comigo, mas com ele. Qualquer outro sentimento desapareceu, restando apenas a necessidade de estar ali quando ele claramente precisava de mim.


 


 


— Você acha que Alfonso e Christopher foram iniciados da mesma forma que você? — eu perguntei depois de um tempo. Estávamos deitados, seu braço servindo de travesseiro para mim e minha mão apoiada em seu
peito.


Aquela era a primeira vez que ele me abraçava depois de fazermos sexo. Uma mistura de emoção, ansiedade, medo, alegria e amor preencheu meu peito. Tentei não demonstrar tanto espanto para que ele não se afastasse imediatamente de mim, mas era impossível não fazer perguntas.


Sentia-me confortável aninhada em seu peito, com meus dedos acariciando os pelos de seu peitoral forte, e suas mãos enrolando distraidamente uma mecha do meu cabelo. Eu suspeitava que nem ele percebia seu sutil movimento.


— Eu não sei. Nós nunca falamos sobre isso. Depois daquele dia, quase não fiquei mais com eles. — Minhas sobrancelhas se juntaram.


— Como não? Vocês moravam na mesma casa.


— Depois de um tempo ficou fácil evitá-los. As coisas se complicaram quatro anos depois. Alfonso foi iniciado, Christopher foi dois anos
depois. Antes dos quatorze anos nós já éramos homens feitos. Acredito que Thom não fez o mesmo que fez comigo. Eles voltaram da mesma forma que foram. Estavam apenas mais... duros.


— William, isso não é normal, certo? Meus irmãos foram iniciados apenas com 15 anos. Eu nunca ouvi que alguém da Famiglia foi antes
disso.


— Meu pai acreditava que nós éramos muito mimados por Melissa. Ele queria mudar isso, e a forma que encontrou foi nos introduzindo nos negócios da máfia.


Eu absorvia cada grama de informação que ele estava me dando.


— Ela sabe que você descobriu sobre não ser seu filho?


Ele ficou quieto por alguns segundos. Até duvidei que fosse responder, mas ele falou:


— Sim, ela sabe.


— Eu odeio o seu pai ainda mais agora.


— Ainda mais? — Pude ouvir a suspeita em sua voz. Hesitei. Não estava certa se deveria contar ou não. Porém, eu não conseguia ver como as coisas entre nós poderiam funcionar se guardássemos segredos. E agora eu entendia muito do seu comportamento.


— No dia em que nos casamos, ele foi até o quarto onde eu estava me arrumando e meio que... me ameaçou.


— Por que nunca me contou?


— Você não foi exatamente receptivo nos primeiros dias de casamento.


— Talvez não. Mas é importante que você me diga, Maite. Thom pode ser um velho sem poder nenhum acima de mim, que precisa respeitar as minhas ordens, mas não deixa de ser perigoso.


— Eu não vou mais deixar essas coisas de lado.


— Bom. No mundo em que vivemos, até mesmo um garfo fora do lugar pode ser algo maior do que parece.


— Eu sei.


— De qualquer forma, o que ele disse?


— Ele só queria esclarecer que você sempre o escolheria sobre mim. Deixei claro que queria que nosso casamento desse certo, e ele pareceu ficar bravo com isso.


— Ele é um filho da puta covarde. Thomas Herrera tem sua parcela de importância na Famiglia, mas não é nada para mim, e eu vou
proteger você, Maite. Prometi no dia do nosso casamento e não vou falhar no meu dever ou naqueles votos.


— Tenho certeza disso — sussurrei, deixando a emoção transbordar em minha voz. Eu realmente acreditava que ele me protegeria. — Mas parece um sonho estarmos deitados aqui, conversando como se não tivéssemos problema algum. Isso muda alguma coisa entre nós? — Seu corpo ficou tenso, mas sua voz era suave.


— Não posso te dar o que você quer. — Apoiei me sobre um cotovelo e olhei em seus olhos.


— Eu não quero declarações e café na cama, quero apenas que dentro das paredes desta casa nós possamos ser eu e você. Do jeito que estamos agora. — Ele pegou uma mecha do meu cabelo e colocou atrás da orelha.


— O único motivo de você estar aqui é a Famiglia. E a Famiglia é a única coisa que ainda me incentiva a continuar nesse mundo. Meu coração é só um órgão do meu corpo, Maite, e ele não vai amolecer por você. Pode viver com isso, sabendo que é a única de nós dois que quer que este casamento signifique mais do que apenas negócios? — Senti as lágrimas se reunindo nos meus olhos. Deitei-me novamente e fechei-os.


— Se for preciso viver uma mentira, que seja. Ao menos não será para mim — sussurrei alto o bastante para que ele ouvisse. Seu corpo endureceu, mas eu ignorei. Meu último pensamento foi que, finalmente, eu iria dormir em seus braços, estando consciente disso.


Assim que a campainha tocou, pulei do sofá e corri para atender. Praticamente voei na minha sogra quando a vi. Estive esperando por ela a manhã toda, até mesmo dispensei as empregadas e Goretti.


— Acho que alguém está com saudade. — Ela riu, enquanto retribuía meu abraço.


— Obrigada por ter vindo. — Nós nos soltamos e fomos até a sala de braços dados.


Quando acordei de manhã, não imaginei que a primeira coisa que eu faria seria ligar para minha sogra e pedir que ela me visitasse. Para ela não foi nada estranho, afinal, eu a adorava e conversávamos sempre que podíamos.


Mas eu não queria apenas conversar desta vez. Eu queria dizer a ela que William se abriu comigo e me contou coisas que ela precisava ter conhecimento. Não só porque Melissa passou os últimos 30 anos tentando conquistar o próprio filho, mesmo que não fosse de sangue, mas porque ele precisava dela. Os traumas de William eram tão profundos que eu não tinha ideia de como ele conseguira sobreviver e seguir com sua vida, mesmo se quisesse. William já demonstrava sua força apenas por não ter desistido de viver.


Eu não queria assustá-la indo direto ao assunto, mas também não queria ficar enrolando. Então apenas perguntei sobre como tinha sido a sua semana, se estava tudo bem. Ela sorriu. É claro que não foi um sorriso que alcançou os olhos, mas eu ainda ficava impressionada com como conseguia ser tão forte. Contou-me sobre seus projetos e os eventos que estava organizando; parecia ser algo que a divertia, que lhe dava prazer.


Pedi licença e fui até a cozinha, preparei uma bandeja com suco, chá, café, bolo e croissant. Respirei fundo e voltei para a sala.


— Querida, por que não me chamou para ajudá-la? — Eu dei de ombros enquanto servia o suco.
— Estava tudo pronto. Não sabia se já tinha tomado café, vamos aproveitar e comer.


Comemos em silêncio, e mesmo que eu quisesse puxar um assunto, não tinha certeza se conseguiria.


— Tudo bem. Comemos, bebemos e jogamos conversa fora. Mas algo me diz que você não me chamou aqui apenas para isso.


— Está tão na cara assim?


— Você está pálida e tremendo tanto que sua xícara bate contra o pires. — Eu suspirei. Não havia nenhuma maneira de facilitar as coisas.


— Você se lembra das duas semanas que William... passou longe, quando era criança? Quando Thom o levou? — Seus olhos se encheram de lágrimas na hora, e ela assentiu.


— Infelizmente, sim, eu me lembro.


— William me disse o que aconteceu. — Ela me olhou como se eu fosse um bicho de sete cabeças.


— Ele... ele contou?


— Sim — sussurrei. — E eu sei que ele pode e vai provavelmente ficar muito furioso comigo quando souber que te contei, mas você merece saber. — Respirando profundamente, eu me sentei ao lado dela e falei primeiro sobre como tudo naquela noite começara com o desejo dele de proteger a mãe.


Contei-lhe sobre a culpa que ele sentia por não gostar do pai. Como ele ficou apavorado quando acordou naquele lugar. Meu coração doía com cada enxurrada de lágrimas que deslizavam pelo rosto dela.


Falei resumidamente das torturas, e como foi quando Thom disse a ele que Melissa não era sua mãe. Como ele se sentiu um peso, como se sentiu sujo. E a necessidade de proteger seus irmãos mais novos era tão forte que preferiu se afastar.


Quando terminei de contar, Melissa tinha lágrimas por todo o rosto. Eu não podia fazer nada além de abraçá-la e esperar que se acalmasse.


— Eu amo todos os meus filhos, os três. Da mesma forma! Mas William sempre foi especial. Você sabe o que é irônico? Ele veio da única mulher que Thom amou. Mas quando descobriu que ela estava grávida, mandou-a abortar. Eu era sua esposa, ela era a amante, ele não podia assumir um filho fora do casamento. Então ela me procurou e ameaçou contar a todos que estava esperando o bebê dele se não lhe déssemos dinheiro. Thom ficou furioso, mas disse que quando a criança nascesse ele lhe daria mais até do que ela pedia.


— Então... a mãe biológica de William está em algum lugar por aí? — Melissa balançou a cabeça.


— Thom não perderia a oportunidade de me fazer sofrer pelos seus próprios erros. Ele sempre gostou disso. Então, mandou que a matassem e trouxe a criança para casa. Imaginou que me humilharia me fazendo cuidar do bebê.


— Mas isso não aconteceu — sussurrei, já começando a entender.


Ela me olhou e sorriu.


— Não. Eu amei o pequeno bebê no momento em que o vi. Thom não gostou, é claro. Apesar de seu propósito ser me deixar miserável, me deixou feliz. Então foi ficando cada dia mais cruel, mais amargo. — Seu rosto mudou, trazendo toda sua tristeza à tona novamente. — O que ele fez com meu bebê... eu devia tê-lo protegido mais. Tinha que ter sido uma mãe melhor, para os três!


— Melissa, por favor... Não é sua culpa de maneira alguma. Ele é o vilão da história, não você!


— Mas meu filho acha que eu o odeio porque ele não é meu!


— Qualquer um pode ver que você o ama. Só a forma como olha para ele mostra isso! Eu precisava te dizer o porquê... você precisava saber que William não te odeia. Acredito que tenha se afastado, porque pensou que estava te machucando. Ele era só uma criança. — Minhas últimas palavras saíram como um sussurro.


Mas ela entendeu.


Sabia que meu marido estava destruído por dentro, talvez nem mesmo tivesse conserto. Mas se eu pudesse pelo menos tirar aquele olhar de dor do rosto de Melissa toda vez que William a afastava, eu faria isso. E não importava se minha ousadia teria consequências depois. Aquela mulher viveu de forma miserável por toda a sua vida, não merecia sofrer mais.



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Autor(a): naty_h

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 40



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  • poly_ Postado em 21/07/2020 - 11:32:24

    Tenho certeza que William vai conseguir sair dessa, ele não se pode deixar abalar pelas coisas que esse homem fala. Continuaa

    • naty_h Postado em 21/07/2020 - 16:45:21

      Ele apenas está inseguro ainda sobre se tornar um bom pai, mas ele ama o filho e a Mai sabe disso

  • poly_ Postado em 16/07/2020 - 12:35:30

    Aí q fofura esse capítulo. Continuaa

    • naty_h Postado em 16/07/2020 - 18:18:41

      Momento mais lindo desses dois

  • poly_ Postado em 14/07/2020 - 11:32:34

    Pena que está acabando, eu amo essa fic. Comtinuaa

    • naty_h Postado em 14/07/2020 - 14:30:50

      Ainda falta alguns dias, mas se você gostar de vondy pode ler a segunda temporada e ainda acompanhar um pouco da vida de MyW

  • poly_ Postado em 11/07/2020 - 12:37:54

    Muito fofa a Melissa. Continuaaa

    • naty_h Postado em 11/07/2020 - 18:01:08

      Melissa entende ela melhor do que ninguém

  • poly_ Postado em 10/07/2020 - 12:04:17

    Aí gente q dó do Christopher, será que o William não aceita fazer um triângulo amoroso? Hahahahaha. Continuaa

    • naty_h Postado em 10/07/2020 - 15:35:18

      William é muito ciumento kkkkkkkk a última coisa que vai fazer na vida é dividir a Mai com outra pessoa

  • poly_ Postado em 09/07/2020 - 13:02:27

    Ai q fofo os dois juntos, e tenho certeza que Maite será uma mãe maravilhosa. Continuaa

    • naty_h Postado em 09/07/2020 - 17:37:11

      Ela já está sendo protegendo o bebê de todos, muito fofa

  • poly_ Postado em 08/07/2020 - 08:33:20

    Agora William acha ruim, mas quando nascer tenho certeza que ele irá ceder, ninguém resiste a um bebê hahaha. Continuaa

  • poly_ Postado em 07/07/2020 - 10:39:00

    Alfonso e Christopher merecem o mundo, amo eles hahahah. Continuaaaa

    • naty_h Postado em 07/07/2020 - 15:59:05

      Já já eles entram em apuros com a 2° e 3° temporada deles kkkkkkkk nenhum dos irmãos Herrera é fácil de lidar

  • poly_ Postado em 06/07/2020 - 11:52:26

    Imaginei que William havia sofrido, mas não tanto. Mas ele podia tentar encarar isso, e fazer diferente, para não se tornar um Thom também. Continua logoooo

    • naty_h Postado em 06/07/2020 - 12:04:51

      Por isso ele não que filho, ele n quer correr o risco de ser como o pai dele já que o William se considera um monstro, mas agora a criança ta feita né? Tem que assumir os pulos

  • poly_ Postado em 05/07/2020 - 17:49:33

    A Mai que se cuide, porque o William vai ficar ainda mais bravo quando descobrir que ela ajudou a garota a fugir. Continuaaaa

    • naty_h Postado em 05/07/2020 - 19:25:07

      Mai podia até parecer boba perto do William, mas agora tem alguém mais importante que ele na vida dela, tenho certeza q ela vai fazer de tudo pra defender o bebê


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