Fanfics Brasil - Pai e filho No berço da Máfia - (1° temp ) adaptada MyW, DyC, AyA - FINALIZADA

Fanfic: No berço da Máfia - (1° temp ) adaptada MyW, DyC, AyA - FINALIZADA | Tema: Levyrroni


Capítulo: Pai e filho

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William Herrera


Estava deitado de costas na cama, olhando para o teto quando o primeiro resmungo soou. Fechei meus olhos, esperando a gritaria começar. Era sempre assim – Maite iria acordar, fazer o que quer que fosse e ele dormiria novamente.


Eu podia ouvir claramente, afinal, ela estava no quarto ao lado. Quando me deu um ultimato, passou a dormir com o garoto no quarto mais distante do nosso. Eu fiquei furioso. Como ela se atrevia além de falar daquele jeito comigo e ainda escolher o moleque acima de mim?


Mandei que tirassem as camas de todos os outros quartos. Mas pensei que ela poderia trazê-lo para dormir em nossa cama, então, mandei colocar uma no quarto do lado. Pelo menos se algo acontecesse, eu estaria perto. Ela vinha me ignorando, nem mesmo sexo fazíamos, e a briga tinha acontecido há duas semanas. Duas semanas sem sexo, porra!


Enquanto continuava a divagar, percebi que o menino ainda chorava, o que não era normal, já que Maite sempre o pegava nos primeiros berros. Levantei lentamente da cama e saí do quarto, abrindo a porta ao lado. Minha esposa dormia tranquilamente, enquanto ele gastava toda a força para gritar.


De uma forma ou de outra, aquele momento me levou de volta à minha infância, quando Christopher chorava. Lembro-me de me sentir desesperado e de tentar de todas as formas acalmá-lo. Bufando, caminhei até a cama e me inclinei para olhá-lo.


Eu não tinha nenhuma ideia de como segurar uma criança daquele tamanho. E se eu o esmagasse? Se o deixasse cair? Jesus! Havia tantas possibilidades. Mas também não queria acordar Maite, pois o menino sempre resolvia ficar acordado de noite, e ela andava dormindo mal. Apenas me virei, pronto para correr de lá quando ele chorou mais alto.


Voltei para perto, e seus olhos focaram em mim imediatamente. Como mágica, seus gritos pararam. Que sacana!


Olhei para Maite, que ainda dormia como se a criança não estivesse gritando mais do que um cantor de rock ao seu lado. Ele me olhou com seus olhos iguais às que eu encarava todos os dias no espelho e fez um bico, ameaçando começar a gritar novamente. Suspirando, tomei coragem e peguei o garoto. Ele cabia quase perfeitamente em minhas duas mãos enquanto o segurava com os braços esticados, para mantê-lo longe.


Minhas mãos sujas, manchadas de sangue, segurando uma vida inocente.


Saí do quarto, fechando a porta atrás de mim. Havia um pequeno cobertor azul no sofá, que eu agarrei e caminhei até o jardim da casa.


Um soldado me olhou surpreso e curioso, mas não fez nenhum comentário. Nenhum deles dizia nada. Apenas Juliano tinha colhões suficientes para falar comigo abertamente. Mal olhei para o cara antes de resmungar.


— Saia.


Ele abaixou a cabeça e fez o que mandei. Sentei-me no banco perto da fonte de água no meio da grama e coloquei desajeitadamente o cobertor sobre o pequeno corpo.


O bebê ainda tinha os olhos em mim, mas agora tentava enfiar as mãos na boca.


— Pare de me olhar assim. — Ele balançou os pequenos punhos cheios de baba no ar e sorriu.


Eu não era um homem de sorrisos. Antes de Maite, na verdade, nunca tinha parado para reparar no de ninguém. Mas todas as vezes que ela sorria, eu me sentia automaticamente enfeitiçado. Isso até agora. Porque aquele pequeno carinha sorrindo para mim e me olhando como se eu fosse seu presente brilhante de Natal me acertou em cheio.


Eu não entendia o que tinha acabado de sentir.


Maite estava certa, afinal. Eu não queria ser como Thomas Herrera.


A última coisa que queria era que ela tivesse medo de mim ou me odiasse, como minha mãe temia e odiava Thomas.


Mas o amor, bondade ou a compaixão no mundo da máfia não eramcoisas que um Chefe deveria sentir.


— Você me assusta — sussurrei, enquanto ele apertava meu dedo em suas mãos. Ele me olhou por mais alguns minutos antes de encostar a cabeça no meu peito, fechando lentamente os olhos até dormir. Nos meus braços.


Estranhamente eu o aconcheguei mais perto de mim, e enquanto seu peito subia e descia, senti que poderia segurá-lo por toda a vida. Ali eu entendi por que Maite se mudou até mesmo de quarto para ficar com ele. Eu também o escolheria sobre qualquer outra pessoa.


Aquela pequena coisinha, cujo sangue que corria por suas veias era igual ao meu, tinha os meus olhos, meu cabelo e certamente seria bom como Maite. Meu coração bateu mais rápido de repente. Jesus! Eu o tinha feito!


Quantos homens no nosso mundo deturpado possuíam algo assim?


Todas as famílias eram construídas na base das aparências. Esposas conformadas e fracas, maridos que não pensariam duas vezes em eliminá-las se fosse preciso, porque elas eram nada mais do que uma garantia de herdeiros.


Eu era poderoso. Minha palavra era lei, e falar comigo, estar na minha presença era uma honra. Tinha tantos inimigos que mal podia contar, e a cada dia essa lista crescia mais. Permitir-me sentir qualquer coisa era dizer aos meus adversários exatamente como me atacar.


Mas naquele momento, enquanto estávamos só nós dois, ali banhados pela luz da lua e a brisa da noite, eu permiti.


Todas as vezes eu hesitava, tentando me convencer que era melhor ficar longe, mas sempre perdia a batalha para mim mesmo e peguei-me fazendo a mesma coisa por mais uma semana. Devo admitir que até mesmo ficava ansioso esperando que ele acordasse para que pudéssemos ter nosso momento no jardim.


Numa dessas noites, quando fui levá-lo de volta para a cama, pousei-o no berço e o rodeei com travesseiros, cobrindo-o depois. Fiquei o olhando por um tempo, até que finalmente suspirei, e comecei a andar para fora.


— Tudo bem se apaixonar por ele. É impossível resistir. — Eu virei minha cabeça um pouco, para ter certeza de que tinha mesmo ouvido sua voz.


— Eu apenas não aguentava mais ouvi-lo chorar. — Tentei parecer indiferente, como se não estivesse louco para pegá-lo de volta. — Ela riu baixinho, e eu fechei os olhos. Aquele som...


— Você é bem-vindo para ficar conosco.


Deus, eu queria. Mas obriguei meus pés a se moverem para fora e voltei para a solidão do outro quarto. Lamentando profundamente que Antony não tivesse acordado novamente.


Na noite seguinte ele não chorou, e eu estranhei. Fui até o quarto, mas eles não estavam lá.


Estava pronto para descer o inferno na terra quando ouvi uma voz suave vinda do andar de baixo. Desci a escada, ouvindo o som ficar cada vez mais perto, e quando virei no corredor da cozinha, pude distinguir o que era. Minha esposa estava cantando.


Maite balançava o bebê lentamente, cantando baixinho, e eu podia ver os fios do cabelo dele sobre seu braço. Ela colocou uma mamadeira em cima do balcão e continuou balançando-o.


Depois de um tempo, Maite virou-se, parando de cantar quando me viu. O bebê já dormia em seus braços, e – porra – ela parecia linda
demais. A pequena camisola preta deixava muito da sua pele exposta, e o cabelo solto ao redor dos ombros, com os fios desalinhados caindo sobre a testa, deixavam-na mais impressionante do que nunca.


Ela nunca pareceu mais bonita do que naquele momento.


— Não ouvi você chegar. Veio comer algo?


Eu balancei a cabeça. Sentia como se precisasse falar de algo, mas aquilo era tão estranho, surreal.


— Ele tem se dado bem com esse leite? — Ela olhou para a mamadeira, depois para mim, hesitando antes de responder.


— Por enquanto não tenho tido problemas com isso, ele gosta bastante, na verdade. O leite materno é importante, mas... ele tem gostado deste.


Eu limpei a garganta. Sem saber o que falar ou fazer naquela situação.


— Sinto muito que você não pôde realizar seu sonho. Ter... ter o seu próprio filho. — Ela me olhou, e então sorriu sutilmente.


— Não sinta. Eu acredito que Deus tem um plano para cada pessoa neste mundo e talvez, nos planos dele para mim, já estivesse definido que eu cuidaria deste pequeno anjinho. — Ela baixou os olhos para Antony, e passou os dedos levemente pelos cabelos loiros — Eu não
me importo que ele não tenha crescido na minha barriga, que não tenha sido eu quem o colocou no mundo e muito menos que ele não tenha meu sangue. Olhar esses pequenos olhos brilhantes, sentir sua mãozinha apertar meu dedo, ver como ele para de chorar apenas porque eu o pego no colo e a maneira como sorri para mim é tudo o que eu preciso. — Maite riu e abraçou Antony, ainda com os olhos em mim.


— Sou mãe, William. Meu sonho já se realizou, e eu não poderia estar mais feliz.


 


 


Os dias que se seguiram foram tão diferentes do que eu estava acostumado que mal acreditava ser a minha vida. Aceitar Antony me fez ter uma perspectiva nova e diferente das coisas ao meu redor. Eu queria viver aquilo.


Havia me acostumado a chegar em casa e pegá-lo, recebendo um sorriso ou assistir por alguns minutos enquanto Maite dava banho ou
preparava a mamadeira dele. Suspeitava que nesses momentos ela me pedia para segurá-lo, porque sabia que era o que eu desejava.


Eu me perguntava: como uma criança podia mudar tanto uma pessoa? Um homem como eu?


 


 


— Eu quero vocês cercando a maldita casa. Antony estará lá dentro e se algo acontecer a ele, vocês não viverão para contar a história. Fui claro? — Meus homens assentiram. Eles sabiam que cuidar do meu filho era a tarefa mais importante e mais perigosa que poderia ser dada. Era o primeiro herdeiro do chefe, isso era prioridade.


— Você vai ver as titias, o titio e o vovô. Quer vê-los, ursinho? — Maite conversava distraidamente com Antony enquanto descia as escadas, falando como se ele fosse respondê la a qualquer momento. Ela nos viu e parou, corando. — Nós estamos prontos.


Dispensei os soldados com uma mão e caminhei até ela, parando a poucos passos de distância. Estava linda. Seu cabelo longo que eu adorava caía solto, e trajava um vestido verde claro e uma sapatilha simples.


Algo sobre ela me intrigava. não importava quanto dinheiro houvesse à sua disposição, Maite simplesmente era a pessoa mais simples com quem já convivi, e o fato de ela não perder horas se enchendo de maquiagem ou procurando roupas caras para vestir era a cereja do bolo.


Tudo nela era natural.


Ela chegou perto e ficou na ponta dos pés, colando nossos lábios. Aquele simples toque podia colocar meu corpo em erupção, por isso, não fiz nenhum movimento para aprofundar mais o beijo.


Ela virou o bebê em seus braços, deixando-o de frente para mim. Ele usava um macacão escrito “Monstrinho da madrinha” e um tênis xadrez.


— Não deveriam dizer que sou tão ruim, afinal, ainda não matei sua irmã. — Ela riu e beijou a bochecha de Tony.


— Ela é uma babona, mas é inofensiva.


— Primeiro ela dá um macacão de urso, agora isso? Maite, ele é um homem, não uma boneca! — Ela me deu as costas e saiu, rindo.


Ainda pude ouvi-la dizer ao menino:


— Seu pai é tão ranzinza, mas não ligue para ele. Você ficará lindo com a toquinha de panda.


Fechei os olhos e olhei para o alto em busca de alguma luz. Afinal, quando foi que fiquei tão mole?



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Autor(a): naty_h

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 40



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  • poly_ Postado em 21/07/2020 - 11:32:24

    Tenho certeza que William vai conseguir sair dessa, ele não se pode deixar abalar pelas coisas que esse homem fala. Continuaa

    • naty_h Postado em 21/07/2020 - 16:45:21

      Ele apenas está inseguro ainda sobre se tornar um bom pai, mas ele ama o filho e a Mai sabe disso

  • poly_ Postado em 16/07/2020 - 12:35:30

    Aí q fofura esse capítulo. Continuaa

    • naty_h Postado em 16/07/2020 - 18:18:41

      Momento mais lindo desses dois

  • poly_ Postado em 14/07/2020 - 11:32:34

    Pena que está acabando, eu amo essa fic. Comtinuaa

    • naty_h Postado em 14/07/2020 - 14:30:50

      Ainda falta alguns dias, mas se você gostar de vondy pode ler a segunda temporada e ainda acompanhar um pouco da vida de MyW

  • poly_ Postado em 11/07/2020 - 12:37:54

    Muito fofa a Melissa. Continuaaa

    • naty_h Postado em 11/07/2020 - 18:01:08

      Melissa entende ela melhor do que ninguém

  • poly_ Postado em 10/07/2020 - 12:04:17

    Aí gente q dó do Christopher, será que o William não aceita fazer um triângulo amoroso? Hahahahaha. Continuaa

    • naty_h Postado em 10/07/2020 - 15:35:18

      William é muito ciumento kkkkkkkk a última coisa que vai fazer na vida é dividir a Mai com outra pessoa

  • poly_ Postado em 09/07/2020 - 13:02:27

    Ai q fofo os dois juntos, e tenho certeza que Maite será uma mãe maravilhosa. Continuaa

    • naty_h Postado em 09/07/2020 - 17:37:11

      Ela já está sendo protegendo o bebê de todos, muito fofa

  • poly_ Postado em 08/07/2020 - 08:33:20

    Agora William acha ruim, mas quando nascer tenho certeza que ele irá ceder, ninguém resiste a um bebê hahaha. Continuaa

  • poly_ Postado em 07/07/2020 - 10:39:00

    Alfonso e Christopher merecem o mundo, amo eles hahahah. Continuaaaa

    • naty_h Postado em 07/07/2020 - 15:59:05

      Já já eles entram em apuros com a 2° e 3° temporada deles kkkkkkkk nenhum dos irmãos Herrera é fácil de lidar

  • poly_ Postado em 06/07/2020 - 11:52:26

    Imaginei que William havia sofrido, mas não tanto. Mas ele podia tentar encarar isso, e fazer diferente, para não se tornar um Thom também. Continua logoooo

    • naty_h Postado em 06/07/2020 - 12:04:51

      Por isso ele não que filho, ele n quer correr o risco de ser como o pai dele já que o William se considera um monstro, mas agora a criança ta feita né? Tem que assumir os pulos

  • poly_ Postado em 05/07/2020 - 17:49:33

    A Mai que se cuide, porque o William vai ficar ainda mais bravo quando descobrir que ela ajudou a garota a fugir. Continuaaaa

    • naty_h Postado em 05/07/2020 - 19:25:07

      Mai podia até parecer boba perto do William, mas agora tem alguém mais importante que ele na vida dela, tenho certeza q ela vai fazer de tudo pra defender o bebê


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