Fanfic: No berço da Máfia - (1° temp ) adaptada MyW, DyC, AyA - FINALIZADA | Tema: Levyrroni
A conversa de duas noites atrás tinha sido esclarecedora. Eu não ia mais tocar no assunto do nosso passado porque tudo estava tão perfeito... e eu não faria nada para estragar.
Nós dormíamos juntos, depois de nos perdermos um no outro, e acordávamos ainda abraçados. William tinha oficialmente me liberado das madrugadas em claro, pedindo-me para deixá-lo cuidar de Tony toda vez que ele acordasse. Por mim tudo bem, afinal, eu ficava com o menino o dia inteiro, não me importava de eles terem seus momentos.
Eu achava linda a forma como ele se dedicava a Tony.
Ele dava a mamadeira, trocava a fralda, tinha o dom de fazê-lo parar de chorar como ninguém e nunca reclamava. Só não dava banho, porque dizia não se sentir preparado para segurar nosso filho na água. Era algo que eu não entendia, mas ele já fazia tanto que nem mesmo pressionei. E o fato de ficar atrás de mim, observando-nos, já era o suficiente. Tinha certeza de que ele faria isso quando estivesse pronto e confiante.
Numa das noites EM que Tony acordou, segui William para fora, até o jardim onde ele se sentava. Eu os vi lá; a pequena mão do bebê segurava a do pai, e, às vezes, via seus lábios se moverem, então, Antony dormia aconchegado a William. Naquele dia, com lágrimas nos olhos, voltei ao quarto, dando a privacidade que eles precisavam.
Desde que William me contou das torturas de Thom, eu soube que toda aquela máscara de maldade era apenas isso... uma máscara. Uma fachada para esconder o coração gigante que ele possuía.
Nossas famílias ainda eram um caso delicado. Nenhum deles havia testemunhado o novo William. Quando eles apareceram de surpresa para o jantar, e William foi de marido e pai atencioso para chefe medonho, eu entendi que aquela parte dele seria reservada apenas para Tony e para mim. Não me importava com isso. Enquanto tivesse a certeza de sentimentos verdadeiros, estaria feliz.
E também tinha todo o risco de Thom ver sua mudança, aquilo eu não queria. Jamais. Enquanto isso, apaixonava-me cada dia mais, tanto pelo meu pequeno homem quanto pelo meu grande menino.
— Você não parece bem — eu disse a Dulce no telefone.
— Pois eu estou. Só com saudade do Tony. — Apenas pela sua voz eu sabia que era uma mentira.
Dulce andava tão estranha ultimamente, e eu não podia fazer nada por ela. Minha irmã durona nunca queria incomodar ninguém com seus problemas.
— Ele também sente a sua.
— Ele me ama. É impossível não sentir a minha falta.
— Tão convencida. Espero que ele não herde isso de você. — Ela riu.
— Vou fazer de tudo para que herde. — No mesmo momento, a campainha tocou.
— Olha só, tem alguém na porta. Vou desligar e ver como Antony está.
— Tudo bem. Ouça, por que não almoçamos juntas no domingo? Nós três podemos preparar o almoço como antigamente.
— Vou falar com William, mas é uma ótima ideia. Domingo depois da missa está bom?
— Perffeto.
— Vou organizar isso. Fique bem, sim?
— Eu nunca estive melhor. Beijos, eu amo você.
Ela desligou antes que eu pudesse responder. A campainha tocou mais uma vez, e levantei-me para abrir.
Não fiquei surpresa quando vi Frederick, o fotógrafo, parado com um sorriso incerto nos lábios.
— O senhor Herrera não participará, certo?
— Vamos começando. Logo ele chegará e vou ver isso.
O homem assentiu, hesitante. Eu o entendia, afinal, sua última experiência com meu marido fora mortífera. No seu lugar, também temeria.
Pedi a um soldado que o acompanhasse até o jardim para que tudo fosse preparado e fui para o quarto de Tony.
Meu bebê estava deitado, exatamente como o deixei para atender Dulce. Porém havia acordado.
— Ei, pequenino. — Ele abriu seu grande sorriso enquanto o pegava no colo. — Acordou? É! — Aconcheguei-o em meu peito e segui para onde o homem me esperava.
— Oh... ele é tão fofinho! Posso pegá-lo?
— Claro.
— Minha irmã tem dois bebês, sou bom com crianças, prometo.
— Eu posso ver que é — comentei, rindo.
— Senhora Herrera. — Um soldado me chamou de canto.
— Sim?
— Pediu para ser notificada quando o chefe chegasse, ele está no escritório. — Assenti e virei para Frederick. — Pode ficar com ele por alguns minutos?
Depois de ele acenar em concordância, caminhei para dentro da casa até onde William estava.
Bati levemente na porta e entrei.
Ele tirava a gravata, já sem o paletó. Sorriu de boca fechada para mim.
— Olá, Bella mia.
Retribui o sorriso e o abracei, sentindo seu cheiro e seus músculos fortes me cercarem.
— Ei.
— Antony?
— Está no jardim. — Ele franziu a testa.
— Deixou-o sozinho?
— Não. Ele está com Frederick. — Sua expressão continuou confusa.
— Quem é Frederick?
— Um fotógrafo. — William me soltou.
— Um fotógrafo.
— Sim.
— E o que Frederick, o fotógrafo, faz aqui? — perguntou calmamente.
— Ele veio fazer o primeiro ensaio fotográfico de Tony. Quero fazer um todos os meses, até ele completar um ano. — Assentindo, ele se serviu no bar.
— Certo.
— Algumas fotos vão decorar a casa também.— Ele apenas concordou, sem me olhar.
Suspirando, fiquei de frente para ele.
— Eu gostaria que você fizesse parte disso. — William depositou um beijo em minha testa e se sentou.
— Não é uma boa ideia.
— Eu acho uma ótima ideia.
— Não.
— William... — Ele se levantou e me olhou.
— Vá em frente e faça isso você e Antony.
— Eu quero que você faça parte!
— Maite, eu disse que não.
Inconformada, cruzei meus braços e o encarei com o máximo de seriedade que consegui.
— Tony terá seus aniversários, formatura, casamento, além de muitos. outros eventos na vida, e tudo isso será registrado. Você que além de pai dele é o principal homem em sua vida não vai aparecer nunca?
— Ele não precisa de mim em suas fotografias.
— Sim, William, ele precisa!
— Não. Ele não precisa.
— Você está parecendo uma criança birrenta!
— E você está sendo egoísta.
— O quê?
— Sim, Maite. Fiz exatamente tudo o que você me pediu. Às vezes nem mesmo me reconheço!— Isso me fez parar.
— Está arrependido?
— Porra, não! Só que você precisa levar as coisas com calma.
— William... eu entendo que você passou por coisas difíceis, traumáticas. Respeito isso, mas é algo que não pode mais interferir em nossa vida!
— Não posso.
— Seremos apenas eu, você e nosso bebê. Não há gritos, nem sangue ou soldados. Nada aqui pode te machucar!
— Não estou preocupado com isso.
— Então vamos fazer, William!
— Por quê?
— Porque eu quero que Antony possa ver essas fotos no futuro. E ele vai entender que seu pai passou por tudo, enfrentou cada um de seus monstros, por ele.
— Como pode ter tanta certeza de que ele vai me admirar?
— O quê?
— Você fala sobre o futuro com uma convicção absurda de que ele vai me amar e ter orgulho de mim.
— Então é isso o que realmente te incomoda? Acha que Antony não vai te amar?
— Talvez ele me respeite, por medo. Mas amar? Não.
— William... eu vou te dizer que não existe a menor possibilidade daquele menino não te amar, não venerar você.
— É aí que você está enganada. No dia da profissão na escola, quando eu aparecer e cada pessoa de lá souber quem eu sou, ele me desprezará. Quando ele for grande o suficiente e começar a ouvir as histórias sobre mim e o que eu fiz, faço e vou fazer, ele não me suportará. Mas quando souber a forma como eu te tratava... vai me odiar, e ninguém poderá culpa-lo.
— Ele nunca vai saber o que houve entre nós. É passado, por que você não pode apenas esquecer?
— Esse tipo de coisa não fica oculta.
— Isso ficará!
— Mesmo que fique... e quando eu for iniciá-lo? — Eu desviei os olhos, porque só o pensamento do meu pequeno bebê sendo torturado e sofrendo tanta dor me partia ao meio. — Ele com certeza não vai me receber com sorrisos e abraços quando eu terminar com ele.
— Ainda tem um longo tempo até que isso aconteça.
— Mas vai acontecer. Mesmo que você não queira... e, acredite em mim, eu não quero também... precisará ser feito.
— Você não precisa ser tão duro... — tentei argumentar, mesmo sabendo que era impossível que ele não fosse duro na iniciação.
— Preciso.
— Tudo bem, então... Christopher ou Alfonso podem fazer isso por você. Eles podem fazer.
Franzindo a testa, ele assentiu.
— Sim, mas isso não diminuiria a minha culpa.
— William! Eu não sei o que mais dizer para convencê-lo.
Ele se aproximou e me deu um leve beijo nos lábios. Daqueles que sempre me deixavam com vontade de mais.
— Não diga nada. Vá ao jardim e tire suas fotos, faça isso. — Ele ia se afastar, mas segurei seu paletó.
— Por favor...
— Bella mia... eu prefiro não estar presente do que ver Antony me cortando delas daqui a alguns anos.
— Ele não fará isso! William, por favor!
Fechando os olhos, ele afastou minhas mãos e saiu andando. Eu suspirei, sentindo-me completamente derrotada.
Podia até ser bobagem minha, mas eu queria que ele fizesse parte das coisas de Tony. Ele não seria um bebê para sempre e eu achava fundamental que o pai participasse de tudo.
Mesmo sendo uma simples sessão de fotos.
Derrotada, caminhei até o jardim onde Frederick segurava Antony, e o peguei.
— Vamos continuar de onde paramos.
Ele assentiu, sem tentar esconder seu alívio, e começou a tirar as fotos novamente. Primeiro, ele me falava o que fazer, como segurar Tony,
para onde olhar e tudo o que ajudasse a tirar lindas fotos. Após alguns cliques, eu apenas comecei a agir espontaneamente.
Tony adorava o jardim; era, provavelmente, seu lugar favorito na casa e por isso eu o tinha escolhido para fazer o ensaio.
Depois de tirar algumas fotos de nós dois, pedi a Frederick que focasse em Antony.
Segurei-o sentado na grama, fazendo-o rir. Depois o deixei deitado. Ficamos uns bons quarenta minutos naquilo, finalizamos, e, por fim, peguei meu bebê no colo.
Quando me levantei, Frederick estava parado, pálido e os olhos esbugalhados. Segui seu olhar e vi William caminhando calmamente em nossa direção. Eu poderia ter desmaiado com tamanha beleza. Ele tinha um sorriso no rosto, as mãos nos bolsos e estava focado totalmente em nós dois.
Sorri para ele.
— Nós terminamos.
Ele olhou para baixo e, quando chegou perto, tomou Tony de mim.
— Eu espero que ele tenha a sua personalidade. — Beijei seu ombro e mexi nos cabelinhos do nosso filho.
— E eu quero que ele seja exatamente como você.
William olhou para Frederick.
— Eu gostaria de estar em uma ou duas fotos.
O homem o encarou, engoliu em seco e assentiu nervosamente.
— Como quiser, senhor.
Eu senti o maior sorriso explodir em meu rosto.
Daquela vez, Frederick não nos guiou; as fotos foram cliques rápidos, deu enquanto nós três vivíamos em nosso pequeno mundinho. E isso tornava tudo mais lindo ainda, porque eu sabia que no futuro, quando Tony visse aquelas fotos, ele perceberia o quanto era amado.
Autor(a): naty_h
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 40
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poly_ Postado em 21/07/2020 - 11:32:24
Tenho certeza que William vai conseguir sair dessa, ele não se pode deixar abalar pelas coisas que esse homem fala. Continuaa
naty_h Postado em 21/07/2020 - 16:45:21
Ele apenas está inseguro ainda sobre se tornar um bom pai, mas ele ama o filho e a Mai sabe disso
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poly_ Postado em 16/07/2020 - 12:35:30
Aí q fofura esse capítulo. Continuaa
naty_h Postado em 16/07/2020 - 18:18:41
Momento mais lindo desses dois
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poly_ Postado em 14/07/2020 - 11:32:34
Pena que está acabando, eu amo essa fic. Comtinuaa
naty_h Postado em 14/07/2020 - 14:30:50
Ainda falta alguns dias, mas se você gostar de vondy pode ler a segunda temporada e ainda acompanhar um pouco da vida de MyW
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poly_ Postado em 11/07/2020 - 12:37:54
Muito fofa a Melissa. Continuaaa
naty_h Postado em 11/07/2020 - 18:01:08
Melissa entende ela melhor do que ninguém
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poly_ Postado em 10/07/2020 - 12:04:17
Aí gente q dó do Christopher, será que o William não aceita fazer um triângulo amoroso? Hahahahaha. Continuaa
naty_h Postado em 10/07/2020 - 15:35:18
William é muito ciumento kkkkkkkk a última coisa que vai fazer na vida é dividir a Mai com outra pessoa
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poly_ Postado em 09/07/2020 - 13:02:27
Ai q fofo os dois juntos, e tenho certeza que Maite será uma mãe maravilhosa. Continuaa
naty_h Postado em 09/07/2020 - 17:37:11
Ela já está sendo protegendo o bebê de todos, muito fofa
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poly_ Postado em 08/07/2020 - 08:33:20
Agora William acha ruim, mas quando nascer tenho certeza que ele irá ceder, ninguém resiste a um bebê hahaha. Continuaa
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poly_ Postado em 07/07/2020 - 10:39:00
Alfonso e Christopher merecem o mundo, amo eles hahahah. Continuaaaa
naty_h Postado em 07/07/2020 - 15:59:05
Já já eles entram em apuros com a 2° e 3° temporada deles kkkkkkkk nenhum dos irmãos Herrera é fácil de lidar
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poly_ Postado em 06/07/2020 - 11:52:26
Imaginei que William havia sofrido, mas não tanto. Mas ele podia tentar encarar isso, e fazer diferente, para não se tornar um Thom também. Continua logoooo
naty_h Postado em 06/07/2020 - 12:04:51
Por isso ele não que filho, ele n quer correr o risco de ser como o pai dele já que o William se considera um monstro, mas agora a criança ta feita né? Tem que assumir os pulos
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poly_ Postado em 05/07/2020 - 17:49:33
A Mai que se cuide, porque o William vai ficar ainda mais bravo quando descobrir que ela ajudou a garota a fugir. Continuaaaa
naty_h Postado em 05/07/2020 - 19:25:07
Mai podia até parecer boba perto do William, mas agora tem alguém mais importante que ele na vida dela, tenho certeza q ela vai fazer de tudo pra defender o bebê