Fanfic: No berço da Máfia - (1° temp ) adaptada MyW, DyC, AyA - FINALIZADA | Tema: Levyrroni

Era um sábado, o sol estava escaldante e nós resolvemos convidar nossos irmãos para um dia na piscina.

William estava no escritório com Alfonso, resolvendo alguns assuntos, enquanto eu guardava a comida que tinha acabado de chegar. Deixei apenas os petiscos de fora.

Os soldados já tinham armado os guarda-sóis e deixado toalhas perto da água no jardim.

Estava ansiosa para passar o dia só entre nós seis e Tony. William andava tão relaxado ultimamente, eu sentia que nada podia nos alcançar.

— Ei, bonita — a voz inconfundível de Christopher chamou. Olhei para o lado, vendo-o entrar pelas portas do jardim, tirando o sapato antes de pisar na grama.

Eu sorri, tinha sentido falta dele.

Meu cunhado não estava sozinho. Quando se aproximaram o bastante pude ver que a menina era uma cabeça mais alta do que eu. Era jovem, bonita. Magra, tinha o cabelo loiro e os olhos de um bonito tom azul.

Agarrava-se a Christopher como se sua vida dependesse daquilo.

Ela colocou uma mão em meu ombro e deu um beijo em cada lado.

— Senhora Herrera, é um prazer estar na sua casa, obrigada por me receber, sou Isabela Gianni.

— Hum... claro. Olá — respondi. Não ia ser desagradável e dizer à menina que ela não tinha sido convidada.

Christopher estava seguindo em frente, e se ela o estava ajudando a superar, isso me fazia feliz. Ele tirou os óculos escuros do rosto e me abraçou.

— Olá, coisinha bonita.

— Como você está? — perguntei. Ele deu de ombros e jogou um braço ao redor da menina.

— Você me conhece, não tem tempo ruim.

— Oh, que fofo! Aquele é o seu bebê? Posso, por favor, conhecê-lo? — a menina perguntou.

Christopher desviou os olhos de mim para a porta de entrada do jardim, onde Anahi e Dulce vinham, trazendo Antony.

Eu vi sua mandíbula endurecer, então, ele tirouo braço da menina esaiu de perto.

— Vou falar com William. — Eu apontei para a casa.

— Ele está no escritório com Alfonso. — Christopher deu um meio sorriso e seguiu para lá. Minhas irmãs se aproximaram, e Tony sorriu para mim.

Pegando-o, abracei-o forte contra meu peito, dando-lhe vários beijos.

— Vocês vão parar de afastá-lo de mim, sintomuita falta dele!

— Não seja egoísta e divida! — Anahi reclamou, abraçando-me. — Olá, Isabela. — A menina sorriu.

— Como vai, Anahi?

— Bem. E sua mãe? — Minha irmã era tão educada, eu não tinha sequer me lembrado de perguntar sobre Belinda.

— Na Europa com papai.

— Você perdeu uma viagem à Europa? — Dulce perguntou.

Neste mesmo momento, os três homens saíram da casa, já sem camisa e totalmente à vontade.

Eu amava meu marido, mas não era cega à beleza dos irmãos dele.

Pareciam o trio tentação.

Isabela olhou para a mesma direção e sorriu.

— Eu normalmente iria com eles, mas algo mais interessante do que a Europa me prendeu aqui.

Dulce levantou uma sobrancelha, mas logo desfez a expressão quando viu que eu a estava observando.

— Eu vou colocar meu biquíni.

— Eu vou também — disse Isabela. Dulce sorriu forçado.

— Claro. — E saiu em passos apressados, com a menina correndo para alcançá-la. William sorriu para Anahi e pegou Antony assim que se aproximou.

— Olha quem encontrou o caminho de volta para casa. — Abraçando-me, virou-se para Anahi. — Como ele ficou?

— O bebê mais comportado do mundo. — Ela sorriu, carinhosa.

— Posso ser um bebê muito comportado se quiser me levar para a sua casa. — Christopher pegou uma mão dela e beijou-a. Anahi revirou os olhos para ele e afastou a mão.

— Você é repugnante.

— Por quê? — perguntou, fazendo-se deinocente.

— Você veio com aquela garota e mesmo que esteja brincando comigo, poderia chateá-la fazendo isso.

— Não se preocupe, eu tenho muito amor para dar. — Anahi bufou e começou a andar até a casa. Christopher assobiou.

— Eu sou o único que tem dó do futuro marido dela? — Tomando as dores da minha irmã, saí de perto de Willia. e fuzilei o irmão dele.

— Por que dó?

— A mulher é a maldita rainha do gelo porra. Meu pau virou um boneco frozen só de pensar.

William lhe deu um empurrão.

— Não fale do seu pau para a minha mulher, imbecil. — Christopher sorriu, ignorando totalmente todos nós e pegou Antony.

— Olha só o garoto do titio como está grande. —Balançando a cabeça, virei-me para meu marido.

— Vou vestir algo para entrar na piscina. — Elefranziu os olhos.

— Algo que não me faça querer degolar meus irmãos.

— Algo exatamente assim. — Ele rosnou quando saí correndo para dentro da casa. Chegando à escada, gritei.

— Meninas? — Elas gritaram do meu quarto e segui até lá. Antes, passei no quarto de Tony e peguei uma camiseta de calor e uma sunguinha. — Ei — cumprimentei-as assim que abri a porta. — Dulce virou de costas.

— Amarre meu biquíni pra mim.

— Você precisa usar algo tão pequeno? — Ela sorriu pelo espelho.

— Era o maior que eu tinha. — Revirei meus olhos.

— É claro que era. — Anahi saiu do banheiro usando um lindo vestido curto de verão e se sentou na cama, esperando-nos.

— Já parou pra pensar que pode estar sentada onde William goza? — Dulce provocou.

Isabela engasgou do outro lado do quarto.

— Não seja deselegante com as visitas. — Eu franzi o nariz.

— Acompanhada de quem ela está, deveria estar acostumada. Não é, Isabele?

— É Isabela — a menina corrigiu enquanto ajeitava a parte também muito pequena de seu traje de banho.

— Não é tudo a mesma coisa? — Dulce se afastou e caminhou até a porta. Isabela a olhou, mas não disse nada. Observei as duas saírem, então, fiquei com minha irmã.

— Devemos nos preocupar?

Anahi franziu os lábios, mas balançou a cabeça.

— Ela vai se comportar.

— Eu espero que sim. Você tem estado tão ausente, está tudo bem? — Ela ficou de pé.

— Claro. A Famiglia apenas está com a agenda lotada de eventos. — Sorriu, mas não chegou aos olhos. — Vamos descer antes que seu marido suba para buscá-la.

— Eu vou colocar meu biquíni, e poderemos descer.

Rapidamente coloquei um top branco tomara que caia e um shorts de pano leve. A parte de baixo estava lá, mas eu não iria ficar desfilando seminua no meio de Christopher Alfonso.

Principalmente de Christopher.

Assim que chegamos no quintal novamente, já pude ouvir a voz exaltada de Isabela. Ela gritava, balançando as mãos no ar. Um Christopher igualmente molhado pairava ao seu lado.

— O que está acontecendo? — perguntei.

— Essa piranha me empurrou dentro da piscina!

— Ei! Não diga essas palavras perto do meu filho — eu a repreendi.

Por um momento ela se acalmou.

— Sinto muito, Maite, só que não serei tratada como nada menos do que mereço. Se Dulce não sabe não agir como uma selvagem, não vou tolerar.

Dulce apontou para a porta.

— Pois ponha-se para fora, não fará falta.

Isabela suspirou e abraçou Christopher.

— Você faz jus à sua reputação, Dulce Maria Saviñón, mas eu sou superior e vou fingir que isso não aconteceu. — Ela olhou para Christopher, dando-lhe um beijo rápido. — Podemos tomar uma bebida, docinho? — Christopher deu um tapa na bunda dela e sorriu.

— Depois deste show? Precisamos. — Ela riu, puxando-o enquanto passavam do lado de Dulce. Minha irmã estava quase espumando de raiva.

— Vagabundinha mercenária — murmurou. Cheguei perto dela e a olhei.

— Irmã?

— Quem ela pensa que é para falar comigo daquele jeito? — Dulce disse como se estivesse falando sozinha, seus olhos focados em nada.

— Dulce! — Eu a sacudi.

— O quê? — rosnou.

— Está tudo bem?

— Ela pensa que eu mereço o que dizem de mim só por tê-la jogado na piscina? Então não sabe do que sou capaz. — Tomou o copo da mão de Anahi e bebeu de uma vez o líquido que havia dentro. — Ela não faz nenhuma ideia da porra.

Com isso, ela saiu de perto, indo diretamente para onde William e Alfonso estavam. Serviu-se de mais uma bebida e repousou numa espreguiçadeira.

Suspirei. Seria um longo dia.

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— Seus peitos são silicone? Você é tão pequena, não podem ser seus — Isabela comentou.

Merda.

Eu tinha certeza de que esse era o contra-ataque da menina por Dulce tê-la chamado pelo nome errado durante todo o dia e ainda tê-la jogado piscina adentro. Mas eu tive dó, porque a coitada não conhecia minha irmã bem o suficiente ou teria ficado quieta.

Agora Dulce a olhava cheia de deboche, claramente a categorizando como mais uma de suas “inimigas”. Talvez no mesmo nível de Angelique.

— Pergunte ao seu pai, ele vai lhe dizer se são ou não. — Christopher cuspiu para fora o que estava bebendo, encarando minha irmã de olhos arregalados.

Anahi deu uma gargalhada, que disfarçou com uma fingida crise de tosse. Isabela torceu o nariz, a boca aberta em surpresa.

— Eu só fiz uma pergunta. — Dulce nem se abalou.

— E eu só lhe respondi.

Anahi e eu puxamos um assunto qualquer, querendo ao máximo trazer alguma normalidade à situação. Minha irmã e a acompanhante de meu cunhado tinham se cutucado em todas as oportunidades possíveis.

William e seus irmãos conversavam perto de nós. Antony estava deitado de barriga para baixo no peito forte do meu marido bonito, e nós, mulheres, falávamos sobre diversos assuntos.

Isabela e Anahi tinham a organização dos eventos da Famiglia em comum; mesmo que a garota não estivesse tão envolvida quanto minha irmã, ainda ajudava.

Tudo estava na medida, ainda bem. Mas, de repente, tudo foi por água abaixo.

Christopher insistiu que Tony deveria ter sua primeira aula de natação em Famiglia, naquele momento.

Dulce enlouqueceu.

Eu nem me preocupei em gritar e fazer um escândalo, pois sabia que William jamais permitiria isso, e eu muito menos.

— Leve meu afilhado um passo mais perto da piscina e vou fazer você engolir toda essa maldita água! — ela disse. Meu cunhado levantou uma sobrancelha.

— Oh... Você está falando comigo?

— Idiota! Saia dessa margem com ele.

Christopher chegou mais perto da beirada, apenas uns três passos de entrar na água. Eu me levantei. Olhei para William, que encarava seu irmão normalmente.

Aparentemente tranquilo, acreditando que Christopher não faria aquilo. Estava só querendo provocar minha irmã. E, é claro, conseguiu.

— Venha pegá-lo.

— Foda-se! Afaste essa bunda daí e traga-o com você!

Mais um passo.
— Christopher — William advertiu.

Mais um.

Minha irmã voou, correndo na direção dele, chegando perto quando Christopher apenas esticou os braços e a empurrou dentro d’água, jogando-se, em seguida, numa espreguiçadeira e rindo loucamente.

Eu fiquei estática, antes de finalmente cair na gargalhada. Assim como todos ao redor.

Dulce submergiu, gritando os piores nomes para ele, parecendo possuída de ódio. Se pudesse, ela o teria matado ali mesmo. E naquele momento eu soube, havia bem mais coisas acontecendo do que eu poderia imaginar.

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Depois de todos terem ido embora, sentei-me na sala com Antony, dando-lhe sua mamadeira antes de dormir.

William apareceu com alguns papéis na mão e acomodou-se ao meu lado.

— Desculpe ter ficado tanto tempo no escritório hoje cedo, tinha alguns assuntos urgentes para resolver.

— Não se preocupe. Conseguiu resolver? — Ele assentiu.

— Sim, tudo certo. — Eu sorri e me estiquei, dando-lhe um selinho.

— Que bom. O que você achou de hoje?

— Foi um bom dia.

— Uhum. — Parei, pensando por alguns segundos, antes de me virar totalmente para ele. — William... acha que é possível que nossos irmãos estejam envolvidos? — Ele franziu a testa.

— Quais deles?

— Dulce e Christopher.

— Eu não sei, mas espero que não. Seria um grande problema nas minhas costas. — Eu concordei.

— Pode falar com Christopher? Apenas pedir a ele pra ficar longe? — Ele me estudou.

— Por que isso? Ele estar com alguém lhe incomoda?

— Não. Fiquei muito feliz por ele ter trazido Isabela aqui, mas minha irmã anda estranha ultimamente. E se é ele quem a esta fazendo sofrer, não o quero perto dela.

— Vou falar com ele.

— Obrigada — eu respondi, encostando minha cabeça no ombro do meu marido. Nós ficamos em silêncio, apenas o som de Antony sugando seu leite entre nós.

— Pedi a Alessio para finalizar alguns papéis.

— Você quer falar sobre isso? — Ele firmou seus olhos em mim, respirou fundo e disse.

— Antony não será obrigado a entrar para a Famiglia. — Eu o encarei.

— O quê?

— Ele poderá escolher qual vida quer viver. Se quiser ficar, vou mostrar tudo a ele. Se quiser ir, terá uma vida lhe esperando lá fora. Outro nome, outra aparência, outras experiências, porém, não terá nenhuma ligação conosco. — Eu me senti fraca de repente.

— Mas isso é praticamente forçá-lo a ficar. — William pegou a mãozinha do bebê e o olhou.

— Não, Bella mia. Essa é a única forma de mantê-lo vivo se ele quiser sair. — Eu entendi.

Também era uma forma de não repetir o que Thom fez com ele. Eu o analisei, percebendo o quanto aquilo o machucava.

— William, por que vai fazer isso?

— Não quero que ele seja forçado a qualquer coisa, como eu e meus irmãos fomos. Ele terá uma escolha.

— Eu não quero perdê-lo. — William me abraçou forte e beijou minha cabeça.

— Eu também não. Mas será uma escolha dele.— Eu assenti. Porque, no fundo, sabia que William estava certo.

Fiquei surpresa com tamanha generosidade – abrir mão de seu único filho homem, de seu único herdeiro, para que ele pudesse levar uma vida num mundo diferente do nosso. Longe da violência, da indiferença, de tanto ódio e morte.

Meu coração doía só de pensar em não tê-lo perto de mim, mas eu era humana, e minha parte egoísta queria poder manter meu filho para sempre.

Eu só esperava que meu pequeno bebê fizesse a melhor escolha quando chegasse a hora.