Fanfics Brasil - Vanity - Baile de silhuetas Two Horizons - Horizontes do coração

Fanfic:  Two Horizons - Horizontes do coração | Tema: Original, Índio, Pocahontas, Genderbender


Capítulo: Vanity - Baile de silhuetas

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Noite de Londres, um tumulto por tanto movimento. Aaron admirava as luzes e o movimento da cidade pela sacada de seu quarto, debruçado ali e novamente imerso em seus pensamentos. Quanto tempo havia se passado desde que não via seu melhor amigo? Desde a partida de John, ele sempre tivera dificuldade de fazer amizade por ter sido uma criança tímida, porém bastante energética e energia essa que fora apenas direcionada para algo construtivo pelo amigo. Do nada fora puxado para dentro.


— O pequeno cavalheiro não deve ficar a essa hora tomando vento frio ainda mais com o cabelo molhado. Têm um evento para ir então não vá ficar doente. – Disse Mrs Kathleen com ar autoritário, mas de brincadeira também.


— Relaxa, madame, eu sou bastante resistente. – Aaron disse brincalhão, se recuperando do puxão brusco que levara. Ele já estava arrumado e pronto para o evento, apenas aguardando o transporte a levá-lo. Usava sua cor de marca registrada: Marrom. Um longo casaco marrom com vestes brancas por dentro, calças, sapatos e o famoso babadinho pendurado da época logo pela gola da veste branca.


—E também precisa de óculos e limpar os ouvidos, o transporte acaba de chegar bem quando o senhor estava sonhando ali em cima. – Ela disse dando tapinhas na roupa do rapaz, ajustando-o minunciosamente como sempre fazia. Aaron dera-lhe então um respeitável cumprimento e retirou-se mas não antes de quase pisar na cauda do felpudo e branco Mr. Rice que ficara no caminho como sempre e o bichano ainda retribuía com aquela cara de “Fico no caminho mesmo! E se reclamar, eu fico em dois caminhos ao mesmo tempo”. Aaron riu para o gato e retirou-se de casa, abrindo as portais frontais de sua moradia de 2 andares dando vista para a carruagem cinzenta que o aguardava. Acenou para o cocheiro e entrou na cabine, de interior avermelhado, sentou-se no confortável e macio banco dianteiro ali dentro e o solavanco do cavalo já indicava que começaram a se movimentar rumo ao salão real.


Olhava pela janela as muitas pessoas caminhando rumo a um único lugar, carruagens, cavalos e transportes diversos conseguia enxergar. Pessoas com vestes distintas de classe baixa a classe alta podiam ser vistas e o barulho da conversa aumentava cada vez mais até então a carruagem parar e Aaron sair por ela, facilmente e desacompanhado, algo bem estranho para um rapaz de boa aparência. Ele estava diante então do enorme e teatral salão real, nome este dedicado a realeza pela tamanha classe e a arquitetura barroca das terras italianas junto da Inglaterra vivendo seu período renascentista. Ele podia ouvir a música clássica dali mesmo: Flautas, violoncelos e entre outros eram os ares que o recebiam pela entrada principal guardada por dois muito imóveis guardiões e sempre com ar atento, Aaron não precisou dar seu nome, pois sua fama já falava por si e seu rosto era conhecido no país.


Já era um outro mundo ali dentro, muito bem iluminado, cores claras de mármore e dourado agraciavam seus olhos e o teto muito bem decorado em formato de abóbada em vitral. A arte era o que ele apreciava primeiro, era um salão enorme e não faltava requinte por ali, todas as pessoas vestiam roupas deslumbrantes e de status da época, as escadarias davam acesso ao segundo andar onde haviam ainda mais pessoas e convidados especiais.


Sentiu alguém pousar uma pesada mão em seu ombro direito causando a imediata reação de se virar para ver quem é e lá estava o ruivo, alto e irlandês capitão McNeil que sorria divertido para ele. Quem diria que aquele alto, forte e agora muito bem arrumado, com os cabelos ruivos e longos amarrados e agora com uma barba maior e arrumada seria um capitão de navio que mais era um beberrão contente, típico irlandês, do que um autoritário funcionário de bordo que o padrão inglês tanto pedia?


— Você tem que parar de diminuir, rapaz, assim nunca vai arranjar uma mulher. Elas adoram os altos, sabe como é. – Angus McNeil disse, em tom brincalhão e dando-lhe um sutil tapinha nas costas.


— Não estou diminuindo, só não estou com minhas botas agora e sim estes sapatos... Que, por acaso. – Aaron disse, abaixando-se para massagear seu pé direito por conta do desconforto dos calçados. – Não são lá muito confortáveis, não é? E eu realmente não ligo pra relacionam...


Aaron foi se levantar mas acabou caindo pra frente, dando de cara com a virilha do capitão onde amassou o rosto ali sem querer. Atrapalhado, o capitão colocou-o de pé num solavanco só e apenas com uma das mãos, o rosto parecia vermelho e ele nem mesmo havia bebido ainda.


— Eh! Cuidado, rapaz, sabe que aqui não pode baixar a bola. – Disse o muito vermelho, muito ruivo, capitão McNeil agora bem abobalhado. – Preciso... Hm... Andar um pouco por aí, nos falamos depois, rapaz, até mais ver. –


Meio atrapalhado ainda, ele virou-se rapidamente e só não sumiu dentre a multidão por causa de seu físico avantajado e altura proeminente. Aaron dirigiu-se a escadaria e, ao pousar o pé no primeiro degrau, pôde ver a pessoa que estava ali em cima a postos para descer. Era um homem mais alto que ele (Aaron já estava cansado de ser o baixinho de tudo), longos cabelos loiros platinados e meio cacheados quase um perfeito prata, os olhos caídos para dentro davam-lhe um ar severo, os olhos cinzentos lhe conferiam um ar clássico e autoritário, suas vestes também eram cinzentas com detalhes em prata. O homem transpirava um ar bastante refinado e rico em intimidação e foi assim que Aaron se sentiu. A figura conhecida de John chegou ao lado do homem e parou, anunciando assim que Aaron chegou ao topo da escadaria. Respeitosamente cumprimentaram-se.


— Este é Vincent Reichert, o líder governador da viagem que faremos ao novo continente. O chamado Novo Mundo. – John disse, em voz respeitosa.


Aaron primeiro fitou John com ar de censura, meio chateado pelo rapaz não ter se revelado mas cedo porém estava feliz sobretudo. John usava vestes iguais a de Aaron porém com mais requinte e em cores azul celeste e detalhes em dourado, a última fazia Aaron concluir que John havia se estabelecido em um cargo importante na sociedade também mas não fazia ideia do que era. Então olhou, meio intimidado, para o governador e abaixou-se um pouco respeitosamente, envergonhado por não saber quem era.


— Senhor Ethel, eu suponho, muito Allen me contou a seu respeito e sua reputação. Já ouvia falarem de ti, estou interessado em tê-lo na viagem ao Novo Mundo. Ficaria lisonjeado se o tivesse na tripulação, posso estar contratando-o? – Vincent Reichert pronunciou, a voz grossa e firme soando tão fluída quanto a música no local, uma voz que parecia acariciar o mármore e arranhar grãos de areia de tão classuda.


Ele sentiu uma sensação estranha em seu peito, uma ansiedade irreverente mas excitante, não pôde deixar de sorrir.


—Vossa senhoria pode contar com minha presença. – Respondeu, tentando ser o mais educado possível, não queria ofender a figura importante com sua imprudente personalidade de moleque.


Vincent Reichert despediu-se abaixando-se um pouco também e fechando seus cinzentos e sérios olhos.


— Partiremos amanhã. – Foi só o que disse, deu as costas vagarosamente e caminhou rumo aos nobres para discutir mais sobre o patrocínio de viagem.


Aaron virou-se rápido para John, tanto que o mesmo acabou por bater as costas na parede e surpreso.


— E você? Não me disse quem era... Aproveitou-se de minha confusão e... e... Continua o mesmo malandro de sempre. – Aaron queria retirar toda aquela indignação e aquela saudade do peito, tudo num misto de sentimentos junto com a nova ansiedade e curiosidade sobre a viagem.


— Whoa, whoa, perdão, sabe que não resisto brincar com você. Mesmo agora ambos sendo adultos. – Ele disse, passando um braço pela cintura de Aaron e puxando, brincalhão, fazendo ambos os corpos se baterem e Aaron pôde sentir seu peito forte e seu calor apesar de todas aquelas vestes.


A primeira reação do rapaz foi de se afastar e assim o fez, com o rosto imprudentemente corado que fez John rir. Ele sabia que John adorava deixá-lo sem jeito.


— Johnny, eu ... Senti sua falta. – Ele disse, de cabeça baixa. – Há tanto o que lhe falar, há tanto o que precisa me falar.


John assentiu com a cabeça e logo pousou uma mão no ombro do rapaz, sorrindo.


— Contarei o que quiser, posso passar a noite em sua residência? Poderemos partir amanhã juntos assim. – Ele disse, sorrindo de lado de modo camarada.


— Você também vai para a viagem? Precisa me contar sobre isso também. – Aaron respondeu, contente, seus olhos cheios de expectativa e ansiedade como a de uma criança ao saber que vai passar a noite em claro com seu melhor amigo se divertindo.


— Você está olhando para o capitão que também é general em horas vagas. – Ele deu uma piscada e seu sorriso aumentou.


Durante a festa, os dois não desgrudavam um do outro praticamente. John falava do que havia passado: Seu casamento, sobre a morte de seu filho e de sua mulher no mesmo dia, do reinício de sua vida após ter o coração afetado tão barbaramente daquele jeito, de suas aventuras e de como quase havia sido castrado por um homem que acreditava que John havia violado sua filha quando na verdade era um homem muito parecido que havia encontrado na taverna na noite que precedeu o fato. Mulheres do salão do evento também tentaram “ter algo” com ambos os rapazes mas deixaram muito bem claro que não estavam interessados nessas coisas. Ah! Quantos lobos em meio a carneiros. E essa energia não era muito legal, o que fez os dois saírem da festa mais cedo do que previam.


Saindo do salão para a carruagem, John deu-lhe um nada discreto nada nas nádegas de Aaron que o fez cair para frente com metade do corpo para dentro da carruagem o que fez John gargalhar nada discreto também, ambos estavam meio altos por conta da bebida e, dentro da carruagem e já bem confortáveis, Aaron não resistiu ao sono e a bebida e acabou por pousar sua cabeça no ombro de John, onde dormiu e não conseguiu sentir John pousar sua cabeça na do rapaz. Plenos amigos.



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Autor(a): Ciaran

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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– Sai, sai, sai !!! – Foi a primeira coisa que Mrs. Kathleen ouviu de manhã e um baque CATAPLOFT ali no chão do segundo andar, esta estava na cozinha do andar de baixo. Ela sorriu. Sabia o que havia acontecido. Ela mesma levou os dois rapazes para a cama de Aaron. Uma cama, dois rapazes. – Aaron havia acordado e estava seminu apenas com suas ...


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