Fanfics Brasil - Mission Bay Park The Last Movie

Fanfic: The Last Movie | Tema: Lucas Jade Zumann, Anne with an E


Capítulo: Mission Bay Park

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HOLLY


   Senti meu braço formigar e começar a arder. Me virei rapidamente ao perceber que a posição que eu estava dormindo não estava nada confortável. Me assustei ao ver Lucas mais desconfortável ainda dormindo na poltrona do meu quarto. Ele havia passado a noite ali?


   Olhei para o relógio na cabeceira da cama e vi que marcava 08h25min. Espreguicei e fui para o banheiro fazer minha higiene matinal. Me olhei no espelho e dei graças a Deus que havia acordado antes de Lucas pois minha aparência não estava nada boa. Tomei um banho e penteei os cabelos molhados antes de voltar para o quarto. Ao sair do banheiro, vi Lucas acordado dobrando as mantas que ele havia se aquecido durante a noite.


   - Bom dia.


   - Bom dia, Holly. Dormiu bem?


   Lucas perguntou se virando para mim com um sorriso e olhar preocupado. Seus cabelos estavam bagunçados, mas de uma forma sexy. Meu rosto tinha marcas da noite mal dormida e estava avermelhado. Seria um crime eu achasse aquilo um charme? Somente Lucas Zumann era capaz de passar uma péssima noite numa poltrona desconfortável e acordar feito um príncipe encantado.


   - Sim, estou bem. Apenas com alguns hematomas das picadas que levei no braço, mas eu vou sobreviver a isso.


   Ele sorriu novamente e deixou as cobertas dobradas em cima da poltrona.


   - Vou para meu quarto e tomar um banho. Nos vemos no café da manhã?


   Acenei positivamente com a cabeça e ele saiu pela porta. Fiquei alguns minutos meditando e tentando entender toda essa preocupação excessiva que Lucas estava tenho por mim. Será que meu desmaio havia sido tão assustador assim? A aproximação de Lucas estava me deixando confusa, tanto por não saber o que ele pretendia, quanto a meus próprios sentimentos.


   Me lembrei das zoações de Emily ao contar para ela que contracenaria com Lucas Zumann e agora eu estava dentro da história que ela já imaginava em sua mente. Com beijos técnicos e tempo juntos não era tão difícil de acontecer algo parecido com o que estava acontecendo. Para falar a verdade, o que estava acontecendo? Meus sentimentos por Lucas estavam confusos e suas atitudes estavam me deixando mais preocupada ainda. Ele tinha uma namorada. Minha consciência me acusava que eu estava errada. Mas ao mesmo tempo, não achava ruim toda essa preocupação que Lucas estava demonstrando.


   Sacudi a cabeça na tentativa de dispersar aqueles raciocínios malucos. Peguei a manta que ele havia se aquecido durante a noite e senti seu cheiro doce impregnado nos tecidos. Logo me vi guardando as mantas dentro do guarda-roupa para esconder da camareira que viria limpar o quarto mais tarde. Não queria que aquelas mantas fossem lavadas tão cedo.


   Cheguei ao restaurante do hotel quando o relógio marcava 9h. Me servi com algumas frutas e peguei um suco de laranja. Antes que eu me virasse em direção a uma mesa, Lucas estava atrás de mim pronto para me dar um susto.


   - Buu!


   - Lucas Jade Zumann! Nunca mais faça isso!


   Meu olhar se desviava entre um Lucas risonho e meu suco prestes a perder o equilíbrio. Lucas pegou alguns pãezinhos e nos guiou até uma mesa no canto do salão.


   - Eu adoro esses pães recheados. Acho que vou roubar alguns para o meu quarto.


    Lucas comia seus pãezinhos como se o mundo fosse acabar e ele estava extremamente fofo, de um jeito estranho. O dia estava bonito e eu via algumas pessoas do elenco do outro lado do salão também se servindo. Me hidratei com o meu suco e observava Lucas fazer o mesmo.


   - Está pensando em sair para algum lugar hoje?


   - Não, por quê? Você está?


   - Sei lá... A gente tem o dia de folga hoje... O que você acha?


   Parei por um instante e fiquei olhando para Lucas que aguardava uma resposta. Ponderei se eu estava realmente bem para sair e concordei com sua ideia.


   - Quer saber? Não é uma má ideia...


   - A gente pode ir ao final da tarde. Estava pensando em comer alguma coisa no parque... Conheço um aqui perto.


- Legal. Não conheço muito bem San Francisco. Acho que um passeio no parque seria uma boa.


   Lucas sorriu ao me ver concordar com seu roteiro. Terminamos nosso café da manhã e subi para estudar mais um pouco os textos dos próximos dias de gravação. No almoço, resolvi pedir alguma coisa no quarto mesmo para não atrapalhar minha concentração e mais tarde recebi uma mensagem de Lucas dizendo para nos encontrarmos no estacionamento do hotel às 15h. Tomei meu banho, peguei minha pequena bolsa com alguns pertences e desci para encontrar Lucas.


   Quando o elevador abriu as portas no estacionamento, dei de cara com um Lucas encostado no capô da sua SUV passando os dedos em seus cabelos sedutoramente. Ele estava usando jeans claros e uma blusa branca que o deixava mais atraente do que eu achava ser possível. Ofeguei por um instante e me forcei a caminhar até ele.


   - Hey...


   Parei ao seu lado e ele se virou me recebendo com um sorriso. Ele olhou o mini vestido preto de bolinhas brancas que eu estava vestindo sem disfarçar, o que me deixou sem graça.


   - Holly... Você está uma fofa.


   Ele beijou meu rosto e segurou minha mão me puxando para o banco do carona abrindo a porta para eu entrar. Coloquei os cintos enquanto ele dava a volta para entrar no carro e esperei ele nos conduzir ao nosso destino. Lucas ligou o rádio e Usher começou a tocar de uma maneira animada que fez com que eu relaxasse um pouco.


   Dentro de alguns minutos estávamos estacionando o carro próximo ao litoral de San Diego. Ao sair do carro, senti a brisa bagunçar meu cabelo e levantar brevemente meu vestido. Lucas fez sinal em direção a faixa de pedestres e atravessamos a rua principal. Entramos num pequeno mercado de conveniência com letreiros grandes e vermelhos. Eu observava em volta e via pessoas indo e vindo ao redor do parque. Ainda me sentia um tanto quanto desconfortável sair na rua com Lucas. Eu tinha a impressão de que a qualquer momento seríamos flagrados com flashs de paparazzis. Enquanto isso, Lucas parecia completamente à vontade e nem aí para o resto ao redor.


   Entramos no estabelecimento, Lucas pegou uma cesta e começou a encher com biscoitos, geleias, sucos e por último uma garrafa de vinho. O observava com atenção e às vezes ele me olhava e sorria num tom de deboche. Não sei o que acontecia ou se era algum dom, mas Lucas sempre me fazia sentir uma adolescente boba, mesmo sendo um ano mais velha que ele.


   - Você quer alguma coisa em específico? - Ele perguntou na fila do caixa pegando três tabletes de chiclete de hortelã.


   - Não, eu estou bem. Obrigada.


   Finalizamos as compras e atravessamos novamente em direção ao Mission Bay Park. Enquanto caminhávamos, sentia novamente a brisa vindo do mar bater em meu rosto. O cheiro da grama recém cortada e as flores da primavera do mês de junho deixavam o local ainda mais aconchegante.


   Lucas nos conduziu até um canto afastado do parque e simplesmente se jogou na grama. Ele parecia estar em casa. Abriu alguns pacotes de biscoitos e procurou o saca-rolhas dentro da sacola.


   - Você trouxe um saca-rolhas? - Perguntei rindo enquanto me ajeitava na grama de frente para ele.


   - Claro que não. Comprei na loja também.


   Com certa facilidade, Lucas abriu a garrafa de vinho e nos serviu em duas taças de acrílico que parecia ter sido comprada na loja também.


   - Obrigada. - Agradeci quando Lucas me passou a taça.


   - Saúde! - Estendemos as taças ao alto - E a paz que esse lugar nos proporciona.


   Demos um gole no vinho e comecei a refletir como de fato aquele lugar trazia paz. Por alguns instantes, fiquei olhando aquela grama verde bem cuidada e aquele mar azul ao fundo. Crianças correndo de longe e alguns cães passeando com seus donos. Meditei em como fazia tempo que não me sentia assim. Como eu não estava relaxada assim há tempos. Em como eu estava sendo atropelada pela minha agenda lotada e compromissos inadiáveis.


   - Você vem sempre aqui? - Perguntei ainda com o olhar fixo ao mar.


   - Não exatamente aqui. Mas costumo sempre tirar um tempo para mim... Sempre que tenho gravações ou compromissos longe de casa, procuro conhecer parques e lugares assim perto de onde eu estou. Aí, sempre que possível, dou uma fugida para relaxar...


   Observava Lucas olhar para o horizonte enquanto respondia minha pergunta. Ele tinha um olhar profundo e calmo. Bebericava seu vinho e me olhava de vez em quando. Peguei um pedaço de queijo na cesta e degustava olhando o mar a poucos metros de nós.


   Rimos de alguns cães brincando entre si e de alguns casais que corriam juntos pela orla. Conversamos sobre assuntos aleatórios e fazíamos perguntas para nos conhecer melhor, como cor favorita, lugar que mais gosta e filme que não podemos morrer sem assistir. Indiquei alguns livros desconhecidos que eu havia lido e contei um pouco sobre minha relação com meu pai. Descobri que Lucas é o filho mais velho de seus pais e que adora passar tempo com seu avô. O tempo se passou mais rápido do que eu esperava e o sol se escondia no horizonte. A brisa começou a ficar mais gelada e o parque cada vez mais vazio.


   Lucas ficou em silêncio por um instante e deixou seu corpo cair para trás e se deitar na grama. Sem pensar duas vezes, fiz o mesmo. Lucas e eu ficamos alguns minutos observando o céu azul ficar laranja com o pôr do sol. As vozes das pessoas ao redor ficavam cada vez mais distantes e aos poucos só ouvíamos os sons das gaivotas na areia da praia. Olhei para o lado e vi Lucas me observando calmamente. Olhei fixamente em seus olhos cor de mel e me sentia hipnotizada. Lucas deu um sorriso fraco e se aproximou mais um pouco. Seu nariz encostava ao meu e sentia sua respiração em meu rosto. Seus olhos se fecharam e os meus também. Logo senti seus lábios encostando aos meus suavemente como aquela brisa de fim de tarde que sentíamos em nossas peles. Me arrepiei sem saber qual era de fato o motivo e aproveitei aqueles breves segundos de seu beijo.


   Lucas estava me beijando. Shannon veio como um flash em minha mente e me levantei abruptamente como se o encanto tivesse sido quebrado. Não sabia o que fazer ou para onde olhar. Peguei minha bolsa rapidamente e procurava a chave do meu carro, quando me lembrei que havia vindo no carro de Lucas.


   - Holly... O que houve? - Lucas me perguntou se levantando e eu era incapaz de olhá-lo nos olhos.


   - Você pode me levar embora, por favor? - Respondi passando a mão em minhas roupas para tirar a grama que estava grudada.


   - Holly... Eu não... Me desculpa... - Lucas gaguejava sem saber o que falar - Me desculpa.


   Comecei a jogar as coisas que sobraram do pequeno lanche na sacola na tentativa de desviar de seu olhar. Caminhamos até o carro sem dizer uma palavra. A tensão era palpável entre nós. Entramos no carro e uma conversa finalmente parecia ser inevitável. Lucas não ligou o carro e eu não tirava os olhos do mar a nossa frente.


   - Holly... Me desculpa se te ofendi. Não era minha intenção.


   - Me ofender? - O olhei finalmente - Você deveria estar pensando em outra pessoa que você ofendeu, Lucas.


   Ele pareceu pensar por um pouco e sua testa estava franzida.


   - Eu sei... Sinto muito. Mas eu não queria te chateá-la, Holly...


   - Lucas... Vamos embora?


   Lucas parou por mais um instante e ligou o carro. Nossa viagem até o hotel foi em silêncio e o clima era de desconforto. Meu nervosismo fez com que minha síndrome das pernas inquietas atacasse. Eu olhava pela janela e rezava para chegarmos logo. Ao chegar, desci do carro sem me despedir e fui em direção ao elevador. Ao me virar para frente antes que as portas se fechassem por completo, vi Lucas abaixar a cabeça e apoiá-la no volante. Eu estava sem forças para falar nada, apenas segurava o choro preso em minha garganta até ficar completamente sozinha. Quando as portas se fecharam por completo, desabei em lágrimas sem saber se estava decepcionada, triste ou com vergonha. Lucas tinha namorada e havia me beijado. No dia seguinte eu gravaria de tarde até a noite ao se lado e faria um par romântico que eu sinceramente nem sabia se conseguiria olhar em seus olhos novamente.


   Entrei no quarto e me joguei na cama com a cara no travesseiro na tentativa de sufocar a mim mesmo. 


 



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Autor(a): S. Writer

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