Fanfics Brasil - Capítulo 4 Ouro e Prata - Símbolo de uma Promessa

Fanfic: Ouro e Prata - Símbolo de uma Promessa | Tema: Original


Capítulo: Capítulo 4

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Aline


 


Acordei assustada quando o despertador começou a fazer seu trabalho. Desliguei e deitei novamente de mal humor. Havia sonhado com ela novamente. Dessa vez estávamos quase nos beijando, mas o despertador tocou bem na hora.


- Maldito. - Olhei para ele cheia de desprezo.


Era terceira vez que sonhava com ela. Sempre linda com roupa de médica. Suspirei pela milésima vez pensando nela.


Fui me arrumar para a faculdade. O esperado churrasco era amanhã. Meu coração acelerava só de pensar que talvez ela estaria lá.


O dia passou super rápido. Minha mãe me buscou para ajudar nas compras do churrasco. Quando estávamos indo embora, minha mãe me perguntou:


- Que bicho te mordeu?


- Como assim? Eu to normal.


- Eu te pari! Eu sei quando ta escondendo algo.


Era impossível guardar segredo dela.


- Tia Karine falou que vai tentar trazer Gabrielle amanhã no churrasco.


- Uhm. Tá explicado agora. Vê se não mete os pés pelas mãos. Você é teimosa e cabeça dura.


- Mãe! Isso foi cruel.


- Eu tô mentindo?


Fomos direto para casa minha avó para arrumar as coisas para o churrasco. Meus tios estavam lá para ajudar a deixar tudo preparado. Já estava escuro quando fomos para casa cheirando a tempeiro. Tomei banho e fui ajudar a preparar o jantar.


Estávamos comendo quando minha mãe foi contar a novidade para meu pai.


- Amanhã vamos conhecer a tal Gabrielle. - Ela me olhou.


- Tomou coragem e foi convidá-la? - Meu pai perguntou orgulhoso.


- Não, Karine vai falar com ela. - Minha mãe o respondeu.


- Não como se eu pudesse ir lá no hospital encontrar ela e dizer: "Oi, eu sou a Aline, sobrinha de uma médica que você conhece! Vamos lá em casa comer churrasco!". Ela vai chamar polícia!


- Ou te pedir em casamento! - Ele ria da própria piada.


Naquela noite mal consegui dormir por causa da ansiedade.


 


**********


 


Levantei cedo e desci para cozinha.


- Já está de pé? O que amor não faz!- Ela ria


- Para, mãe.


Tomei café e fui para sala ver televisão. Ainda era muito cedo. Quando deu 9h 50min eu saí para ir para casa da minha avó. Quando cheguei lá, boa parte do pessoal já havia chegado.


Me juntei a Janaína e Olívia. Marcos e Bruno chegaram mais tarde.


- Fala sério que esse babaca veio! - Falei indignada ao ver Marcos entrando.


Eles trabalham com minha tia Ester na delegacia. Bruno foi primeiro amigo que tive ao me mudar pra Susana. Seu irmão trabalhou com meu tio por algum tempo. Sempre que tinha comemoração ou churrasco eles eram convidados. Marcos era convencido e dava encima de toda mulher que via.


- Ele é babaca, mas é gatinho. - Olívia acenava para ele.


- Credo. Eu não acho.


- Claro, você gosta de outra fruta.


Olívia e Janaína começaram a rir. Cruzei os braços irritada.


- O que as minha gatinhas estão rindo? - Marcos chegou se achando.


- Nada de mais, amor. - Olívia falou ainda rindo.


- Papo de mulher - Janaína completou.


Ele ficou conosco por um tempo para minha infelicidade. Era final da tarde quando chegou mensagem da minha tia. Corri pro banheiro pra ver.


 


O peixe foi fisgado.


 


Meu coração quase saiu pela boca. Tentei me recompor. Respirei fundo e voltei pra sala.


- Está tudo bem, Aline? - Perguntou Janaína preocupada. - Você está pálida!


- Estou bem.


- Tá com dor de barriga? - Olívia me olhou maliciosa. - Você correu pro banheiro igual uma flecha.


- Tô sim, por quê? - Respondi grossa.


- Alguém tá precisando namorar. - Marcos ria.


Alguns minutos depois vi minha tia passando na janela. Acompanhada. Meu coração quase parou. Tentei disfarçar e continuei ali.


- Alguém conhece a moça que a tia Karine trouxe?- Allan entrou na sala falando. - Cara, ela é muito gostosa.


- Deixa eu ver se conheço. - Marcos se levantou e foi quase correndo para fora.


- Não sabia que a tia ia trazer alguém - Janaína falou e me olhou. - Só pode ser ela. Por isso você tá toda estranha.


Ela levantou. Começou a me puxar para fora do sofá.


- O que está acontecendo? - Olívia nos olhava sem entender.


- É a moça do hospital que a Aline ficou babando.


Eu segurava no sofá com toda minhas forças. Minha pernas estavam bambas. Eu queria muito ver ela, mas naquele momento entrei pânico.


Olivia pegou meu outro braço e ajudou Janaína a me tirar do sofá.


- Para de bancar o bebê chorão e vamos logo! - Janaína falou brava.


- Posso saber por que você não está lá na área falando com ela? - Karine entrou na sala.


Respirei fundo juntando toda as forças que me restavam e levantei.


- Desculpe, eu travei. Mas já estou melhor.


Fomos para a área. Olívia e Janaína uma de cada lado meu para me pegar se tentasse fugir. Minha tia me acompanhou.


Meu coração parecia que ia pular pela minha boca. Ela estava ali na minha frente junto com a minha família. Minha boca secou. Ela se virou e nossos olhos se encontram, ela não se lembraria de mim era impossível. Olívia e Janaína se apresentaram. Senti um beliscão doído de Olívia.


- Eu sou Alin-ne. - Gaguejei na hora e meu rosto queimou.


Para completa desgraça Jeane falou bem alto.


- Ahá! Eu já sei! Você é a médica que a Aline gosta.


Eu queria um buraco para entrar dentro e nunca mais sair.


Mas ela não riu nem mudou de expressão.


- Me chamo Gabrielle, mas meus amigos me chamam de Gabi. Fique a vontade para simplificá-lo. - Ela estendeu sua mão me dando leve sorriso.


Antes que eu a cumprimentasse, Marco se aproximou e começou a dar em cima dela na minha frente. Foi onde voltei a mim. Mas ela não precisava ser defendida, acabou com ele. “Eu quero casar com ela”, pensei comigo. Acho que não tinha como o Marco deixar pior do que estava. Me ofereci para pegar algo para ela comer e a levei para cozinha. Eu tava meio anestesiada ainda. Preparei seu prato e um suco. Me sentei ao seu lado. Ela era gentil e me passava confiança. E tudo começou a dar certo. No fim tinha conseguido seu número.


Quando voltei para dentro de casa minha tia me abraçou.


- E aí como foi?


- Ela me passou o número do celular. - Eu ainda não acreditava.


- Estou na torcida por vocês.


Eu queria pendurar Jeane pelos pés no telhado. Mas talvez tinha dado tudo certo graças a ela. E meus tios já tinham dado uma boa dura nela.


Salvei seu número. E fiquei babando pela sua foto. Ela estava com um gato nos braços. “Que inveja desse gato”, pensei.


 


**********


 


Os dias foram passando e ela não entrou contato. Achei que tinha desistido ou perdido meu número. Pensei em mandar mensagem mas fiquei com receio de incomodar. E também não sabia o que falar. Pensei em perguntar dela para minha tia, mas ela já tinha feito muito por mim. 


- Ah, que se dane!


Peguei meu celular digitei rápido:


 


Oi


Esqueceu da nossa corrida?


 


Enviei antes que minha coragem fosse embora. A mensagem chegou. Fiquei 10 minutos igual boba esperando ela responder e nada. Resolvi tomar um banho para deixar um tempo passar. Quando saí do banho olhei o celular, e nada ainda. “Ela pode esta dormindo”, pensei comigo. “Já são mais de 22h”. Acabei cochilando e tomei um pequeno susto quando o celular apitou. Era ela.


 


Boa noite!


Claro que não esqueci


Estou trabalhando a noite


 


Desculpe


Não sabia


 


Não precisa se desculpar


Que tal segunda?


 


Tenho faculdade de manhã


Só se for a tarde


 


Ela demorou pouco para responder. Me sentei pra não acabar dormindo.


 


Às 18h está bom?


 


Sim


Me encontra na pracinha aqui perto de casa


 


Combinado


Bom descanso


Bjss


 


Bom trabalho


Se cuida


Bjo


 


Saí pulando pelo quarto de alegria. Ela me mandou beijos.


-Tem gente querendo dormir nessa casa, caramba! - Meu pai gritou do outro quarto. Voltei silenciosamente para cama.


Passei final de semana de bem com a vida. No domingo a noite mandei mensagem para ela.


 


Tudo certo pra amanhã?


 


Ela não respondeu. Provavelmente estava trabalhando ou dormindo. Resolvi ir descansar.


Acordei cedo para ir para a faculdade. Chequei o meu celular e Gabrielle respondeu às 3 da manhã.


 


Está sim


 


Descansa bastante, não quero desculpas quando eu vencer


 


Ela respondeu era quase uma hora da tarde.


 


Está confiante só porque sou mais velha


Se me subestimar vou te fazer passar vergonha


 


Boa sorte


Te vejo daqui a pouco


 


Contei para meu tio ele me liberou mais cedo. Todos estavam torcendo por mim. Tomei um banho rápido antes de sair. Queria chegar lá cheirosa pelo menos.


Era 5h 45min quando sai de casa, cheguei na praça antes das seis.


- Olá. - Gabrielle já estava lá. - Acabei de chegar.


Ela usava um short e camiseta preta. Não estavam justas mas definiam bem seu corpo. Suas pernas eram definidas. Ela fazia exercícios também.


- Oi. - Respondi um pouco acanhada.


- Então onde vamos?


- Pensei em ir até o final da avenida e voltar. Na volta a gente aposta. - Respondi.


- Ótimo. Vamos alongar.


Gabrielle tinha uma flexibilidade incrível. Começamos a correr e aos poucos fomos aumentando o ritmo. Eu sempre corria ali. Era uma linha reta que devia ter uns 2 km. Ela tinha me acompanhava tranquila. Percebi que não ia ser fácil.


- E aí, pronta? - Ela me perguntou sorrindo quando chegamos no final.


- Claro.


Começamos. Me segurei um pouco para dar tudo o que tinha no final. Gabrielle estava correndo ao meu lado. Fiquei um passo à sua frente. No meio ela me passou, ficando um metro a minha frente. Eu via suas costa perfeitas. Fechei olhos rapidamente tentando me concentrar. Ela tirava meu foco e não ia pegar leve. Dei a arrancada final e corri com tudo o que tinha. Consegui ultrapassá-la por muito pouco.


- Ganhei! - Falei sem ar, levantando as mãos para cima.


Enquanto recuperava o fôlego, olhei ao redor a sua procura. Ela caminhava em direção ao seu carro.


Será que ela achou ruim de perder? Devia ir atrás dela? Mas o que eu iria dizer? Desculpe ter te vencido?


Ela abriu a porta do carro e entrou.


Dei alguns passos em direção ao carro e ela saiu, vindo na minha direção. Respirei aliviada. Tinha em suas mãos toalhas e garrafas de água.


- Parabéns! - Falou me dando uma toalha e uma garrafa.


- Obrigada. - A toalha tinha cheiro tão bom.


A olhava enquanto tomava um pouco de água. “Como ela é bonita”, pensei comigo. Me senti muito privilegiada de estar ali. Queria mais de sua companhia.


- Vou querer revanche. - Ela falou sorrindo, me trazendo de volta a realidade.


- Tudo bem. Mas saiba que vai perder de novo.


- Veremos.


- Você pratica algum esporte? - a curiosa me tomava.


- Sim. Faço Kickboxing há 2 anos.


Ficamos ali por algum tempo conversando. Marcamos a revanche para quinta-feira às 19 horas.


- Vamos. Te dou uma carona.


- Não precisa, moro no outro quarteirão. Estou toda suada.


- Deixa de desculpas. Vamos logo.


Acabei aceitando a carona. Ela parou na porta da minha casa.


- Você mora na mesma rua da Karine.


- Sim, o churrasco foi casa na minha vó. Mas moramos todos nessa rua. Nossa cidade natal é Maringá, mas meus avós vieram para cá primeiro. Eles compraram vários terrenos aqui e construíram. 


Ela parecia surpresa.


-Toda sua família moram perto? Legal.


- Vou lavar e depois te entrego. - Falei mostrando a toalha.


- Pode ficar com ela. É um presente pela sua hospitalidade aquele dia comigo.


Senti meu rosto esquentar.


- Não vai esquecer da nossa corrida quinta.


- Eu não esqueço de nada.


- Convencida. - Eu não queria descer do carro. Era tão bom estar perto dela.


- É verdade. Eu tenho ótima memória.


- Ok, então. Obrigada pela carona. - Falei saindo do carro.


Ela acenou pra mim foi embora.


- Que toalha é essa? - Minha mãe perguntou quando entrei.


- Gabrielle me deu.


- Já está ganhando mimos. Pelo jeito vou ter uma nora logo.


Deixei ela rindo sozinha e subi pra tomar banho. Coloquei a toalha em cima da cama. Ela estava suja, mas queria sentir pouco mais seu cheiro. Quando saí do banho peguei meu celular mandei mensagem para ela.


 


Oi.


Chegou bem?


 


Após enviar me arrependi. Não éramos nada não devia pergunta. E aquilo foi meio que coisa de mãe.


 


Sim


Quer ver a coisa mais fofa do mundo?


 


Claro.


 


Bom, para mim ela era a coisa mais fofa. Chegou uma foto de gato rajado escuro. Ele era grande e gordo. Dormia todo enrolado na cama. Era o mesmo gato que estava em seus braços na foto do perfil. Começamos a trocar mensagens até ir dormir. 


 


**********


 


Na quarta feira eu mandei mensagem assim que saí do SPA como sempre.


 


Oi. Como foi trabalho?


O meu foi muitooooo chato


 


 Mas ela não respondeu. Achei estranho. Acordei com despertador no dia seguinte. Procurei pelo celular na cama. Encontrei e para o meu desespero ela não respondeu. Fiquei ali sentada olhando para o celular imaginando que poderia ter acontecido. Mesmo estando pouco tempo sem notícias, já fiquei preocupada.


Minha mãe bateu na porta e entrou.


- Filha, não está arrumada ainda. Aconteceu alguma coisa?


- É bobeira mãe. A Gabrielle não respondeu minhas mensagens desde ontem. To preocupada.


- Não pense bobeira. - Ela sentou do meu lado. - Você está gostando mesmo dessa moça.


- Sim. To com medo, não só por ela não responder. Tenho medo dela não sentir mesmo por mim.


- Eu tava conversando com sua vó sobre ela. - Me abraçou. - Meu instinto de mãe diz que ela é uma ótima pessoa pra você. Mas concordo com sua avó. Ela tem alguma coisa.


- Como assim?


- Não sei filha. Ela não expressa suas emoções como nós. Igual você, agora tá escrito apaixonada e confusa sua cara.


- Ei! - Fingi estar ofendida. - Mas é verdade, o dia que fomos correr e eu ganhei a corrida, ela saiu direção do carro sem falar nada, achei estranho e pensei que ela tinha achado ruim, que estava indo embora. Mas ela tinha ido pegar água e a toalha pra mim. Por que você acha que ela é assim?


- Não sei, mas sua avó disse que ela guarda algum segredo. Talvez ela te conte com o tempo. Mas agora vai se arrumar. Você tem aula daqui a pouco. E ela vai te responder sim. Deve ter ficado presa no hospital ou o celular ficou sem bateria.


Dei um abraço nela, eu fui me arrumar. Minha mãe sempre sabia como me animar.


 


**********


 


Cheguei na faculdade sem muita energia. As aulas passaram devagar. No intervalo minha colega se sentou comigo.


- Aline, está tudo bem? Você tá parecendo meio abatida.


- Estou sim. É que uma pessoa marcou uma coisa comigo hoje to achando que ela não vai.


- Já perguntou para ela?


- Ela não me responde desde ontem.


- Sua namorada?


- Não. - Senti rosto esquentar. - Por que achou isso?


- Você anda mais feliz ultimamente. Nem quando você foi pra sua cidade ajudar seus pais você ficou tão feliz.


- Eu gosto dela. Mas ainda nem somos amigas direito.


- Mas você gosta dela de que jeito?


- Por que está me perguntando isso Isabelle?


- Nada não. - Ela ficou vermelha e voltou a atenção ao seu livro. - Fica tranquila tudo vai se acertar.


- Tomara.


Ouvimos o sinal e voltamos para sala. Isabelle saiu na frente, ela estava estranha comigo há alguns dia. Tava na última aula quando meu celular vibrou.


 


Oi


Tive um imprevisto aqui


Tudo certo pra hoje?


 


Sim. Está tudo bem?


 


Sim.


 


O que tinha acontecido? Ela só falou imprevisto. Melhor perguntar pessoalmente.


Fui direto para o SPA, queria adiantar tudo. Terminei o que eu tinha que fazer e fui pra casa me arrumar. Peguei uma toalha e garrafa de água e meu celular. Normalmente não levava, era ruim de correr com algo na mão. Mas pediria para deixar no carro dela.


Quando cheguei Gabrielle já estava lá. Parecia cansada.


- Oi.


- Olá. - Disse virando em minha direção.


Meu coração ficou apertado. Ela tava com o rosto machucado. Deve ter sido um soco.


- O que houve? Quem te machucou? - Segurei seu ombro olhando seu rosto mais de perto.


- Estou bem. Foi um acidente. Engraçado até. - Ela riu. - Um interno derrubou uma bolsa de sangue no chão, escorregou e me empurrou, caí de muito mau jeito. Foi engraçado.


- Não foi, você se machucou! Foi por isso que você estava sem seu celular?


- Sim, eu deixei ele pra trocar a tela, mas acabei ficando no hospital até mais tarde pra fazer uma tomografia. Ordens da chefe.


- Que bom que está tudo bem. - Eu a abracei quase que por instinto. Soltei ela assim que percebi. - Desculpa, eu agi por impulso. Eu só fiquei feliz que está bem. Me desculpa mesmo. Desculpa.


Eu fiquei tão nervosa que nem sei que tinha falado direito. Eu tinha a abraçado no calor do momento.


- Está tudo bem. - Gabrielle parecia se divertir com minha reação pós abraço. - Vamos só fazer uma caminhada hoje.


- Melhor você ir descansar. Seu machucado pode começa a doer.


- Achei que eu fosse a médica aqui.


Eu nem tinha me recuperado ainda do abraço ela me fez ficar mais envergonhada. Deixei minhas coisas no carro dela. Apenas caminhamos um pouco. Ficamos lá por uma hora conversando até ficar um pouco tarde e ela me levar para casa de novo.


- Nos falamos mais tarde. - Falei fechando a porta do carro.


- Ok. - Sorriu.


Era primeira vez que a via sorrir tanto. Era mágico poder estar ao seu lado, e viciante. Quanto mais eu tinha dela, mais eu queria.


Entrei e fui direto para cozinha ajudar minha mãe com o jantar.


- Alguém tá feliz. - Ela riu ao me ver entrar. - Não vai pro banho porquinha?


- Não corri. Mas eu vou depois.


- Não correu? Mas você tá feliz. Ela veio, né?


- Sim.


Nesse momento a campainha tocou.


- Está esperando alguém? - Perguntei para minha mãe.


- Não, mas deve ser Elena.


Peguei uma batata frita e fui comendo. Quando abri a porta eu engasguei. Era Gabrielle.


- Calma, respira. - Ela me ajudou.


Com a surpresa eu engoli a batata.


 - Você está muito vermelha, consegue respirar?


Mal sabia que eu tava vermelha por causa dela.


- Já estou melhor. - Falei agradecendo.


- Está tudo bem ai? - Minha mãe chegou na sala, provavelmente me ouvi tossindo.


- Tá sim - Respondi.


Minha mãe olhava para Gabrielle me dando um sorriso discreto.


- Desculpa, acho que assustei ela. Bom, com a minha cara feia já era de se esperar. - Ela falou rindo.


- Seu rosto! Você está bem, querida? - Minha mãe também ficou preocupada ao ver o machucado no rosto dela.


- Estou sim. Foi só um acidente de trabalho.


- Bem, você é médica, se diz que está bem eu acredito. Mas Aline não falou que você viria para o jantar.


- Na verdade eu vim trazer o celular dela. - Ela tirou meu celular do bolso.


- Não tinha dado falta ainda. Obrigada! - Agora eu já tinha me acalmado um pouco. - Como agradecimento, gostaria que ficasse para o jantar com a gente. - Fiz minha melhor cara de pidona.


- Eu acho uma ótima ideia! - Minha mãe me deu piscada e foi para cozinha.


- Parece que você não tem escolha. - Falei sorrindo. Ter ela por perto mais um pouco ia ser ótimo.


- Parece que não. - Riu um pouco.


Naquele momento meu pai descia as escadas.


- Boa noite. Parece que temos uma convidada para jantar. - Ele me olhou malicioso. - Sinta-se em casa, eu vou ajudar na cozinha.


- Boa noite. Obrigada.


Gabrielle foi até a estante, observando algo.


- É você? - Ela mostrava um porta retrato com uma foto minha na praia com 15 anos.


- Sim. - Senti meu rosto esquentar. - Minha mãe que colocou ai. Eu to horrível nela.


- Não está, você já era muito bonita. - Ela ficou silêncio após falar. Percebi que ficou pouco vermelha também.


Naquele momento senti meu coração pular de alegria. Ela me achava bonita. Fez silêncio por um tempo.


- Essa é toda minha família. - Mostrei outra foto para quebrar o clima.


- Vocês são muito unidos. - Falou voltando sua expressão normal.


- Sim, sempre fomos. Acho muito estranho essas famílias que é cada um em um canto.


- Então a minha é estranha.


Foi igual balde de água fria, eu e minha boca grande. Olhei para ela esperando olhar de reprovação, mas ela sorria divertida.


- Desculpa, eu não quis dizer isso. É que acho estranha porque sempre tive a minha por perto.


- Está tudo bem. Eu não me importo com isso. Mas acho legal sua família ser assim. Fico feliz por você sempre ter eles.


- Você mora sozinha?


- Sim. Mas tenho umas amigas que são praticamente minhas irmãs que moram perto de mim. Então estou bem.


Me senti mal por ela, mesmo tendo as amigas, ela devia ser sozinha. Talvez essa fosse a razão da sua expressão triste.


- O jantar está pronto. - Meu pai apareceu na sala.


Fomos todos para a cozinha. Tentei deixá-la o mais confortável possível. Meu pai se empolgou conversando com ela. Me surpreendi com o quão inteligente ela era. Fiquei admirando, quando minha mãe me beliscou. Eu ia reclamar quando ela me fez um gesto para fechar a boca. Senti meu rosto queimar.


Depois do jantar ela insistiu em me ajudar com a louça.


- Se não deixar não volto mais. - Me falou séria.


Enquanto lavamos a louça, conversamos um pouco. Como eu me sentia bem ao seu lado. Era como se já nos conhecêssemos há anos.


- Obrigada por tudo. - Gabrielle se despedia dos meus pais. Fui com ela até o carro. - Obrigada pela noite. - Disse se virando para mim.


Antes que estendesse a mão eu a abracei. Sentir seu corpo junto ao meu, seu cheiro era maravilhoso, como um sonho. Ela se assustou com meu abraço mas logo o retribuiu. Nos separamos e ela me deu sorriso. Entrou no carro e foi embora. Fiquei ali olhando. Voltei para dentro,  minha mãe ainda estava na sala.


- Você devia ver sua cara! - Minha mãe parecia se divertir. - Eu nunca te vi apaixonada assim, Aline. Tava de queixo caído.


- Vou pro meu quarto. - Ignorei o que ela disse, e comecei a subir escada.


- Tô feliz por você. Essa garota parece ser boa pessoa. - Ouvi ela dizer ainda antes de entrar no quarto.


- Ela é a melhor - respondi antes de fechar a porta.


Peguei meu celular e mandei mensagem.


 


Obrigada por sua companhia.


Chegou bem?


 


Alguns minutos depois ela respondeu.


Ficamos trocando mensagens por mais de uma hora. Até me despedir. Aquele dia tinha terminado do melhor jeito possível.



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Autor(a): GolDKler

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Gabrielle   Estava amanhecendo quando fui para o vestiário. Tomei um banho frio para despertar. Me olhei no espelho do meu armário, o machucado já não era mais visível. Levou quase duas semanas para sumir a marca roxa do tombo que o interno havia me dado. Estava trabalhando há 19 horas seguidas. Meu corpo pedia por descanso. U ...


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