Fanfics Brasil - Capítulo 8 Ouro e Prata - Símbolo de uma Promessa

Fanfic: Ouro e Prata - Símbolo de uma Promessa | Tema: Original


Capítulo: Capítulo 8

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Nota da autora:


Chegamos ao último capítulo. Espero que esteja bom. Eu odeio chegar no fim de alguma história, mas também não gosto que elas não tenha fim. Vai entender.


Uma ótima leitura ^^


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Karine


 


Era quase 17 horas quando Dr. Everton saiu da cirurgia.


- Dra. Karine estava me esperando?


- Sim, doutor. Gostaria de falar com senhor em particular.


- Tudo bem, vamos para minha sala.


Entrando em sua sala, ele fechou a porta e me convidou a sentar.


- O que gostaria de conversar Dra. Karine?


- Eu queria saber sobre uma antiga residente, Alexis Garcia.


Sua expressão alegre mudou no mesmo instante que o nome Alexis foi pronunciado.


- Posso saber motivo dessa pergunta?


- O motivo é a Dra. Gabrielle. Mas prefiro não entrar em detalhes.


- Entendo. Acredito que saiba sobre o que aconteceu com ela?


- Sei apenas que ela foi residente aqui e que faleceu em um acidente de avião. Sei que ela tinha uma ligação com a Gabrielle.


- Então já está informada de algumas coisas. O hospital mantém essa história por baixo dos panos. Não pegaria bem para sua imagem, óbviamente.


- Imagino.


- A Dra. Gabrielle era noiva da Dra. Alexis Garcia. Pelo sobrenome acredito que tenha imaginado algo. - Confirmei e ele continuou. - Vou lhe contar tudo que aconteceu naquele dia fatídico.


Ele fez uma pausa, me encarou por algum tempo e começou.


- Eu estava em uma cirurgia muito complicada e meu paciente precisou de um transplante de coração urgente. Por milagre, a central tinha um disponível naquele momento. Eu não podia sair da sala e iria demorar até um conseguir médico para ir buscá-lo. Havia acontecido um grande acidente em uma rodovia, muitos pacientes havia chegado. Então pedi para a residente mais capacitada naquele momento ir fazer a coleta. A Dra. Alexis Garcia. Nós esperamos, e então depois de uns 50 minutos a central ligou novamente falando que ainda não havia chegado ninguém para buscar o coração. Horas depois, tivemos a confirmação que o avião havia tido problemas mecânicos e caiu próximo ao seu destino. Não houve sobreviventes. - Dr. Everton fez uma pausa. Parecia abalado de lembrar do ocorrido. - Eu me senti culpado por muito tempo. Elas estavam noivas e iriam se casar dias depois. Eu estava convidado para o casamento. Quando Alexis morreu, a Gabrielle morreu com ela. Aquela garota tem meu respeito por ainda estar aqui. Se aquele acidente não tivesse acontecido, Alexis estaria aqui, provavelmente lutando para conseguir o meu lugar. - Ele afastou da mesa encostando em sua cadeira - Ela era um gênio, uma cirurgiã invejável e uma mulher maravilhosa. Ela foi uma das melhores alunas que tive. Seria uma cardiologista brilhante. - Após terminar de falar ele me fitou curioso. - Eu não sei o que houve para você querer conhecer essa história, mas saiba que a Gabrielle é uma guerreira e ela tem meu respeito. Ela já passou por mais dor que possamos imaginar e ela ainda tá passando. Mas isso não a impediu de seguir em frente, no lugar dela não sei se estaria hoje aqui.


Eu ainda estava abalada com tudo que ouvi. Sabia boa parte da história ligando os fatos mas ouvir daquela maneira mexeu muito comigo. O peso da culpa me corroía.


- Perder quem amamos nos muda, mas não deixamos de ser quem somos. Aquela menina parece fria, mas diferente de nós, ela já sentiu o que os familiares dos nossos pacientes sentem quando os informamos que seus entes queridos se foram. Isso vira hábito para nós e chega a um ponto que ver alguém chorando não nos atinge mais. Mas ela sabe, e talvez isso a torne uma médica ainda melhor. Sei que estamos propícios a passar pelo mesmo que ela. - Ele parou de falar bastante emocionado.


Agradeci a atenção encerrando nossa conversa. O remorso por tudo que tinha feito estava me matando. Havia falado coisas horríveis para Gabrielle, até a machucado fisicamente. Tudo porque não fui capaz de ouvi-la.


 


**********


 


Ester já me esperava na saída do hospital. Contei a ela o que descobri.


- Temos que contar a Aline. - Foi primeira coisa que ela falou.


- Eu sei. Mas deixa para amanhã, preciso descansar. Estou me sentindo um monstro por ter feito o que fiz.


- Você não tem culpa. Só estava brava por causa da nossa sobrinha e acabou perdendo a cabeça.


Não falei mais nada, durante todo o caminho. O silêncio pairou sobre nós. No dia seguinte iria contar a Aline e pensar em uma maneira de me desculpar com Gabrielle. Mas eu mesma não me achava merecedora de desculpas depois do que fiz.


 


**********


 


Aline


 


Olhava pela janela do carro vendo uma parte da cidade que ainda não conhecia, me perguntando porque eu tinha aceitado vir. Crystal e Amabelle estavam em silêncio.


- Onde estamos indo? Essa parte da cidade eu não conheço. - Estava começando a ficar assustada.


- Um lugar para conversarmos. Já estamos quase chegando. - Crystal respondeu olhando para mim pelo retrovisor.


Os últimos dias estavam sendo os piores para mim. Tentei a todo custo esquecer a Gabi. Dei fim em tudo que ela tinha me dado, apaguei nossas fotos e até nossas mensagens. Era como se tivesse apagado ela da minha vida. Mas isso não me impedia de lembrar e pensar nela, e toda vez que ela vinha a minha mente, eu não conseguia segurar as lágrimas.


Estar aqui com as duas melhores amigas dela era como quase voltar no tempo. Enquanto estava perdida em meus pensamentos não percebi que o carro parava em um estacionamento quase vazio. Saí do carro curiosa para ver onde estávamos, e minha surpresa foi grande. Esperava qualquer lugar, menos um cemitério.


- Por que estamos no cemitério? - Perguntei confusa e receosa.


- Está tudo bem. Você já vai entender - Falou Amabelle com uma voz calma.


Entramos em silêncio, eu olhava tudo ao meu redor e não sabia que esperar. Então veio algo a mente, será que aconteceu algo com a Gabi? Não, elas estavam muito calmas. Ou será que iriam fazer algo contra mim? Esse pensamento era bem mais plausível. O medo foi tomando conta. Tentei não pensar nisso, elas não eram esse tipo de pessoa, ou pelo menos não pareciam ser. Continuei a segui-las, o silêncio só piorava os meus pensamentos. Então por fim paramos.


Olhei ao redor e não tinha ninguém ali, já estava cogitando correr se precisasse. Amabelle se aproximou de um túmulo e colocou uma rosa branca, não havia notado que ela tinha trazido algo. Crystal virou-se para mim e me apontou o túmulo que Amabelle estava.


Observei por algum tempo o nome, talvez pelo medo que me tomava levei alguns segundos para associar o nome que estava escrito ali. Alexis Garcia Silver. Aquele nome e sobrenome era familiar. Antes de chegar na conclusão Crystal falou:


- Essa é Alexis Garcia. Ex-noiva da Gabrielle.


Eu perdi a noção de quanto tempo eu fiquei ali paralisada. Após voltar do meu transe, Crystal me contou sobre a Alexis e eu fiquei totalmente sem chão.


As alianças pertenciam a Alexis e eram um símbolo de sua promessa. Gabrielle se tornaria uma cirurgiã extraordinária pelas duas, era o sonho que elas dividiam. E que agora ela iria realizar.


O caminho todo de volta eu vim remoendo o que tinha feito. Tudo porque não tinha deixado ela falar.


- Aline, antes de ir eu queria te falar mais uma coisa. - Crystal estava séria.


Eu a encarei não conseguindo segurar as lágrimas, agora de desespero.


- Não desiste da Gabrielle, ela gosta de você. E sei que você também gosta dela, eu não achei que a Gabi fosse se interessar por alguém de novo depois de tudo que ela passou. Ela não vai esquecer a Alexis, mas você não precisa tomar o lugar dela.


- O que a Crystal ta querendo dizer, é que você tem um lugar no coração dela.


- Depois de tudo, ela não vai nem querer olhar na minha cara. - Falei secando as lágrimas.


- Você não vai saber se não tentar. Mas eu a conheço há mais tempo que você e te digo que ela vai ouvir tudo o que você tem a dizer. - Crystal falava confiante. - Se você a ama, então lute por ela.


- Eu amo muito ela. Mesmo tentando esquecê-la, não passou um dia que não pensasse nela. Eu vou tentar falar com ela hoje.


- Isso aí garota, agora levei fé. - Crystal me deu um tapa de leve meu braço - Ela tá trabalhando agora, mas acho que vai pra casa a noite.


Ela me deu uma piscada, Amabelle me abraçou apertado. Me despedi e elas foram embora.


Fui para dentro de casa, meus pais já estavam preocupados. Contei a eles o que aconteceu. E me apoiaram em lutar por ela. E foi o que fiz.


Pedi para meu pai me levar até seu prédio. Chamei no interfone mas ninguém respondeu, ela devia estar trabalhando. Me sentei na porta e fiquei esperando por ela. Eu não sabia exatamente o que estava fazendo, mas eu tinha que tentar algo. No mínimo pedir desculpas. As horas foram passando e a temperatura foi caindo, minha blusa não era mais o suficiente. Pensei em ir perdi uma blusa para Crystal, mas não queria incomodar.


Coloquei meu rosto junto ao meu joelho para tentar me aquecer um pouco. Um senhor me viu ali e foi me ajuda ele achou que estava passando mal. Quando contei que esperava por Gabrielle ele abriu a porta e me falou para esperar perto do elevador que era mais seguro. Eu aceitei, estava começando a ficar com medo do lado de fora.


Dentro parecia mais frio, o piso era muito gelado mas não tinha escolha. Eu não sabia se ela iria vir para casa aquele dia, mas estava disposta a dormir ali se necessário. Me encolhi tentando ficar mais aquecida fiquei assim por um tempo, acabei cochilando. Me despertei com um susto, tinha alguém na minha frente. Tentei levantar, mas minhas pernas dormentes não obedeceram. Me desequilibrei e achei que ia cair de cara no chão, mas a pessoa que me assustou me segurou. Olhei assustada estava um pouco escuro. Meu coração saltou quando vi que era Gabrielle.


- O que você está fazendo aqui? - Ela parecia cansada.


- Eu queria falar com você. - Minha voz saiu rouca, parecia que estava chorando. 


- Poderia ter me ligado ou mandado uma mensagem.


Fiquei em silêncio. Não queria falar que tinha apagado seu número. Abaixei o rosto evitando olhar o dela.


- Você não tem mais meu número? - Sua voz era calma.


Fiz que não com a cabeça, mas não a olhei. Me faltava coragem. Ela passou por mim sem falar mais nada e entrou elevador. Meu coração disparou, ela iria me deixar ali? Antes de conseguir falar alguma coisa ela me chamou.


- Vamos. - Falou segurando a porta do elevador.


A acompanhei até seu apartamento. Não falamos nada no caminho, ela parecia normal apesar de parecer bastante cansada. Destrancou a porta e fez sinal para eu entrar. Tudo continuava igual desde a última vez que estive ali.


- Você está gelada. Quanto tempo estava lá fora? - Ela pegou na minha mão e outra encostou meu rosto, meu coração acelerou de novo.


- Acho que a umas 4 horas. - Respondi envergonhada.


Ela me deixou ali e foi para seu quarto. Voltou com um cobertor que colocou cuidadosamente sobre mim.


- Fica aqui, eu vou fazer achocolatado quente para você.


Foi para a cozinha e eu fiquei sentada no sofá a observando. Havia passado dias, eu tentei esquecê-la e odiá-la. Mas nada tinha mudado e eu ainda a amava muito. E agora que sabia de tudo sobre Alexis, tinha uma ideia do quanto ela tinha sofrido e ainda sofria. Todo tempo que passei ao seu lado e nunca notei que ela sofria. Minha avó falou algo, mas não me preocupei em saber se ela estava certa. Havia pensado apenas em mim quando estávamos juntas. O motivo dela querer ir devagar, eu aceitei mas me incomodava. Briguei com ela, não a deixei falar, xinguei e acusei. Eu era a errada o tempo todo, só pensei no amor que eu sentia por ela e nunca me preocupei com ela.


Sequei meus olhos. Não queria que ela me visse chorando. Minutos depois ela voltou para sala trazendo uma caneca de chocolate quente, bolacha e pães doces. Mesmo depois de tudo, ela se importava comigo. Será que ainda restava algum sentimento por mim?


- Seus pais sabem que está aqui?


- Sabem sim.


Ela estava sentada ao meu lado me observando. Tinha tanta coisa que queria falar, mas ali diante dela as palavras fugiam da minha mente. Não podia deixar aquele momento passar, era minha chance e eu ia lutar por ela, nem pensei muito e fui falando de uma vez.


- Me desculpe, eu fui um monstro com você. Fui uma idiota, só pensei em mim e não te vi sofrendo, mas eu ainda te amo eu não consegui te esquecer. - Comecei a chorar, ela continuou em silêncio. Controlei as lágrimas. - Crystal me contou tudo. Eu sei da Alexis ela me levou-lá.


- Não precisa se preocupar, eu não te culpo. Você não sabia de nada. Eu devia ter te contado antes, mas não consegui. - Ela permanecia calma, mas percebi em seu olhos a dor de ouvir nome da Alexis ser pronunciado.


- Não é verdade. Eu fui uma egoísta, só pensei em mim mesma, nem percebi que você estava sofrendo.


- Está tudo bem, Aline. - Ela colocou sua mão em meu ombro fazendo um leve carinho.


Agitei a cabeça discordando dela, não consegui parar de chorar. Ela tirou as alianças de dentro da blusa e as segurou.


- Quando ela se foi, eu senti que tinha perdido tudo. Eu pedi para Natália trocar nossas alianças. Dei as minhas a Alexis e fiquei com as dela. Nós dividimos o mesmo sonho. Eu me agarrei a ele para continuar minha vida, naquela época eu quis desistir de tudo, mas sabia que ela não iria querer isso. Então eu segui em frente mesmo com o coração destruído. Elas são o símbolo da minha promessa, que eu devia continuar por mais difícil que fosse, pois mesmo não estando ao meu lado, ela continuaria em minha vida. - Ela tentava conter as lágrimas. - Não achei que poderia amar outra vez. Mas aconteceu. Você entrou na minha vida e me mostrou que eu podia ser feliz de novo. Eu não posso esquecê-la e não vou. Mas isso não significa que não posso amar você.


Abri a boca para lhe falar algo mas não consegui, um nó se formou em minha garganta. A abracei com força. Deixei que o abraço dissesse o que sentia.


- Termina de comer antes que seu achocolatado esfrie.. - Ela falou apontando a caneca. - Apenas concordei.


Comecei a comer, e só então percebi que estava com fome. Gabrielle me observava parecendo satisfeita de ver meu apetite. Terminei e ela levou a louça para cozinha. Quis ajudá-la, mas não deixou.


- Vamos tentar dormir. Você deve estar toda dolorida.


Ela arrumou a cama no outro quarto pra mim, eu agradeci. Sabia que apesar da suas palavras, ainda estava um pouco magoada. Fui me deitar após avisar meus pais que iria dormir ali. Assim que me ajeitei na cama, apaguei.


Acordei quando ainda estava escuro, mas não consegui dormir mais. Fiquei na sala até a Gabi acordar. O que não demorou muito.


- Bom dia. - A cumprimentei assim que ela saiu do quarto


- Bom dia. - Sua resposta foi mais simpática do que imaginei. - Quer café?


Confirmei e fui ajudá-la a preparar o café da manhã. O silêncio tomou conta do ambiente, pensei em puxar conversa algumas vezes mas não sabia o que falar.


- Eu não vou te morder. - Olhe para ela que estava sorrindo.


- Só tô um pouco sem jeito.


- Relaxa, você é de casa esqueceu?


- Eu era, a gente terminou. - Me senti mal ao falar isso. Era tão bom estar ali com ela.


- Você quer continuar assim?


Me virei tão rápido ao ouvir isso que quase tive espasmo no pescoço.


- Você me perdoou? Eu achei que você não ia me querer mais na sua vida.


- Nunca disse isso. Você foi uma cabeça dura e esquentada, mas ainda assim quero estar contigo. Além do mais, foi seu primeiro erro. Então acho que devo te dar uma chance.


Eu a abracei de qualquer jeito quase fazendo ela derrubar o que estava sua mão.


- Mas da próxima vez, vê se me dá um voto de confiança antes de quer me matar. Se tivesse parado meio minuto para me ouvir, nada disso teria acontecido.


Senti meu rosto pegar fogo com que ela falou, mas sabia que ela estava certa. Concordei e pedi desculpas. Reatamos nosso relacionamento. Mas dessa vez iria fazer do jeito certo.


 


**********


 


Nos dias seguintes, minha família pediu desculpa a ela por tudo, mesmo ela falando que não precisava. Karine foi a que mais se sentia culpada, só depois que soube do ocorrido. Gabrielle a perdoou e me tranquilizou para que não me sentisse culpada. Eu me sentia mais tranquila. Tinha amadurecido um pouco com tudo aquilo.


Os horário da Gabi se tornaram mais corridos. Ela se tornou chefe dos residentes. Mesmo nos vendo menos, tudo estava indo muito bem.


Ela passou em seus exames finais e se tornou uma cirurgiã certificada. E não faltou proposta para outros hospitais. Alguns mandavam cestas de café-da-manhã de suborno. No começo eu tive receio dela aceitar alguma e ir embora para longe.


- Não pretendo me mudar de Susana. Pelo menos não tão cedo. O hospital me fez uma ótima proposta então vou continuar aqui. - Ela me respondia. - E sua tia que se cuide, porque vou em busca do lugar dela.


Nós rimos. Ela com certeza ia lutar por ele mesmo.


 


**********


 


Eu me formei também e comecei a trabalhar na área. Mas continuei a morar com meus pais. Apesar de passar muito mais tempo no apartamento do meu amor.


Estava saindo do meu trabalho quando ela me ligou.


- Oi, Amor.


- Oi, você já saiu do trabalho?


- Sim, por quê?


- Vamos dar uma volta?


- Claro. Para onde?


- É uma surpresa. Te encontro daqui uma hora.


Achei estranho. Gabi não era muito de fazer surpresa. Fui para casa me arrumar e logo ela chegou.


- Então, pra onde vamos? - Falei entrando no carro.


- Se te contasse não seria uma surpresa, né? - Ela tinha um sorriso divertido que me deixava curiosa e preocupada.


- Acho bom não ser alguma pegadinha sua.


- Eita, não confia em mim?


- Desculpa. Vamos logo antes que eu tenha um filho, então.


- Vou ser papai e não sabia?


- Idiota. É modo de dizer, engraçadinha.


Rimos juntas. Nesses quase dois anos juntas, nosso relacionamento se tornou muito mais leve. Gabi me mostrou mais seu lado divertido e brincalhão. 


Pegamos a estrada para sair de Susana, o que atiçou mais minha curiosidade. Depois de uma hora, ela mudou pra outra estrada que não fazia ideia de onde ia. Quanto mais ela andava mais bonita a paisagem ficava.


- Chegamos. - Ela estacionou no acostamento.


Olhei ao redor e não tinha nada. Achei estranho, mas sai do carro. Me surpreendi com o que vi. Uma paisagem de tirar o fôlego. Estamos no topo de um morro, podia se ver o mar bem distante.


- Nossa, que vista maravilhosa. - Falei admirada. - Como você conheceu esse lugar?


- Essa estrada leva a minha antiga cidade. Eu conheci no dia que vim morar em Susana. - Ela se encostou no carro fez sinal para ir até ela. - Eu vinha sempre aqui quando estava me sentindo pra baixo, tentava me lembrar de tudo de bom que essa cidade já havia me proporcionado. Então esse lugar é meio que meu refúgio.


Percebi que ela devia estar falando da Alexis. Por isso achei melhor não perguntar.


- E você me trouxe no seu lugar secreto. Tô me sentindo honrada.


- Eu te trouxe por um motivo.


Me afastei de seus braços e a encarei curiosa.


- Quero que feche os olhos. Confia em mim?


- Sim. - Fiz que me pediu.


- Pode abrir.


Ao olhar para ela meu coração ficou apertado. Gabi estava de joelhos à minha frente segurando uma aliança. Nem acreditei no que via. Não consegui segurar as lágrimas que começaram a cair.


- Aline, aceita ser minha esposa?


- Aceito. - Falei com voz de choro.


Ela colocou uma aliança em meu dedo e fiz o mesmo. Após me recuperar do choro, Gabi me levou em um restaurante para jantarmos. Foi uma noite maravilhosa, ela era a minha pessoa.


- Gabi. Eu amei a noite.


- Que bom que gostou. Achei que você ia achar meio cafona.


- Não. Foi romântico.


Aquele foi um dia que lembraria para sempre.


 


**********


 


Alguns dias depois fomos visitar a Natália. Ela morava em Guararema, cidade também vizinha. Natália era irmã mais nova da Alexis. Gabrielle me intimou a ir também.


- Agora é sua vez de cuidar delas. - Gabi falou entregando a ela as alianças.


- Eu vou sim. E eu sei que ela está muito feliz por vocês. - Natália falou emocionada.


Ela me abraçou. Nos demos bem apesar de eu estar receiosa.


- Meus pais também vão ficar muito felizes. Com certeza eles vão no casamento de vocês.


- Vou adorar isso. - Gabi respondeu.


Natália me chamou para conversarmos a sós.


- Fico feliz que a Gabi tenha te trazido aqui. - Ela esboçava um simpático sorriso. - Eu to muito feliz em saber que ela seguiu em frente. Você sabe sobre a Alexis?


- Sim. Sinto muito pela sua irmã.


- Onde a Alexis estiver, ela deve estar muito feliz. Ela amava a Gabi, e ver ela feliz era tudo que minha irmã iria querer.


- Obrigada Natália, isso significa muito pra mim.


Ela me deu um forte abraço. Sabia que ali nasceria uma grande amizade.


 


**********


 


O grande sonhado dia chegou. Estava muito nervosa. Fui guiada por meu pai que também estava tão nervoso quanto eu. Senti meu fôlego deixar meu corpo quando vi a Gabrielle de terno me esperando no altar. Essa com certeza era um lembrança que eu guardaria para sempre. A cerimônia foi simples e rápida. Tiramos 15 dias para a lua de mel que foi mais que perfeita.


 


**********


 


Estava em casa sentada na sala esperando minha esposa chegar. Ela me ligou mais cedo avisando que atrasaria. De todos os dias, tinha que ser logo hoje? Quanto mais o tempo passava, mais nervosa eu ficava.


Ouço a porta sendo destrancada e meu coração acelera. Ouço seus passos adentrando a casa e respiro fundo. É agora.


- Oi amor, demorei muito? - Gabi tira seu casaco e vem me dar beijo.


- Não demorou não.


- Está tudo bem?


- Na verdade não. - Sua confusão era evidente. - Eu quero conversar com você sobre algo importante.


Gabi se senta meu lado e continuo.


- Não conversamos sobre isso ainda, mas eu quero muito ser mãe. - Esperei por alguma reação.


- É sério? - Sua expressão continuava séria. Parece que ela não gostou muito da ideia. - Você estava toda nervosa, achei que algo tinha acontecido. - Um sorriso enorme se faz no rosto dela. - Vou adorar ser mãe. Ou pai, não sei bem. - Gabi começou a rir da própria piada.


- Ei! - Dei um tapinha em seu ombro, rindo com ela. - Fiquei preocupada. Achei que não tinha gostado da ideia.


- Até parece. Você quer me dar um filho. Como não vou gostar?


- Estou pensando em fazer uma inseminação. O que você acha? 


Mostrei tudo sobre a clínica que estava pesquisando. Minha esposa maravilhosa ficou do meu lado me apoiando em tudo.


 


Tudo ocorreu bem, Gabi foi super atenciosa atendendo aos meus desejos absurdos. Me acompanhava durante todos os exames. No dia que soubemos que era uma menina, Gabi comemorou, já que era que ela queria. Foi ela que escolheu o nome, Laura. Confesso que virei uma mãe coruja, mas Gabi é muito mais.


 


**********


 


Hoje estamos no aniversário de 5 anos da Laura. Ela está no ombro da Gabi recebendo os convidados. Eu sempre digo que tenho duas crianças em casa. Minha esposa é pior que minha filha.


Gabrielle se tornou chefe de cirurgia geral. Minha tia Karine estava cansada e queria passar mais tempo com a família. Gabi realizou seu sonho e hoje é uma médica realizada. Recebeu alguns prêmios. Mesmo ainda sendo um pouco jovem, era reconhecida como um das melhores em sua área.


Minha tia Ester continua trabalhando como delegada. Ela diz que sua profissão é sua vida e só vai aposentar quando não for mais capaz de segurar arma. Não preciso dizer que Karine não gostou muito da ideia, mas ela entende o amor de sua esposa pelo trabalho.


Janaína ficou noiva, mas ela ainda falava que era muito cedo para casar.


Jeane entrou na faculdade de jornalismo que era muito sua cara.


Meu pai se aposentou da empresa e ajudava meus tios com o SPA que agora era muito maior.


Crystal e Amabelle continuavam sendo nossa vizinhas. Elas eram nossas companheiras de viagem quando temos tempo. E claro, são as tias da Laura. Devo dizer que quando a Laura, Gabi e Crystal estão juntas parece que temos uma creche em casa. Eu e Amabelle rimos juntas delas.


Os pais da Crystal e da Gabrielle ainda não eram presentes em suas vidas, mas agora elas tinham minha família grande e louca para contar.


Bem, e eu estava muito bem. Saí do meu antigo trabalho e voltei para o SPA. Gostava mais de lá. Faço a parte financeira da empresa. Não é o que me formei, mas é o que me deixava feliz.


Hoje só quero comemorar o aniversário da minha filha com minha esposa maravilhosa, toda a família e nossos amigos.


Tudo está ótimo, meu desejo é apenas que continue assim.


 


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Notas finais:


Obrigada por lerem até o final, sei que minha escrita não é das melhores, mas estou tentando melhorar. E prometo que vou por nomes nos capítulos das próximas histórias kkkkk 


Até a próxima ^^



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Autor(a): GolDKler

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