Fanfic: Para sempre meu player 2 | Tema: original, escolar, adolescentes, amizade, romance
LIVRO I - Mike
Capítulo 1 – Prólogo
Nós éramos como noite e dia, sol e lua, escuridão e luz. Eu era somente o Mike e ela, ah! A flor mais linda daquele jardim. Nós éramos parte de um só, apenas não sabíamos ainda.
Eu a conheci no início da minha adolescência através do seu irmão, Leandro, que era da mesma turma que eu. Apesar dele não ser tão fechado como os outros garotos da turma, foi meio difícil fazer amizade com ele porque aparentemente não tínhamos nada em comum.
Sempre fui do tipo comunicativo, brincalhão, apesar da minha aparência um pouco desleixada, chamava a atenção, mesmo que não fosse positivamente como gostaria. Fato esse que não me causava nenhum incômodo porque eu sabia que era gordinho e tinha total certeza que não era do tipo que as garotas olhavam e diziam um “uau” uma com as outras durante as conversas que trocavam no banheiro da escola.
Com o passar dos dias minha amizade havia avançado com esse garoto, então foi proposto por uma professora para que fizéssemos um trabalho de dupla e como sua mãe era bastante protetora sobre questões de sair sozinho, ficou acordado que eu iria até sua casa para fazer esse tal trabalho.
Eu sabia pouco da sua vida. Sabia que ele morava com os pais e tinha irmãos, mas sequer fiz questão de aprofundar sobre aquilo, já que dentro de pouco tempo eu estaria lá e conheceria todos que deviam ser tão legais quanto ele.
Assim que cheguei na casa do meu amigo, notei que Leandro vinha de uma família humilde com direito à uma casinha pequena com um portão de madeira dividindo o terreno da porta da rua e eles tinham até um cachorro preto bem fofinho. Meu amigo tinha cara de gostar de animais, pelo menos do cachorro ele aparentava gostar.
No instante em que cheguei na sala, consegui ver uma criança menor, certamente era sua irmãzinha, a Ana. Ela tinha a beleza dela e eu sabia que com o tempo poderia melhorar, afinal de contas, Ana era somente uma criança.
O meu amigo disse que tínhamos que aguardar um momento porque sua outra irmã estava usando o computador e aquele horário era o dela. Descobri naquele momento que após todos os afazeres da casa, os dois tinham horas extras no computador, mesmo com a tecnologia pouco avançada. Eles utilizavam a internet somente aos finais de semana por se tratar de uma conexão discada, onde se usavam os pulsos da telefonia fixa.
Quando eu a vi meu coração falhou uma batida e uma centena delas. Ela se chama Dahlia. Era mais alta que eu, pele clara, rosto comprido, lábios fartos, olhos cor de ônix. Seu cabelo era liso abaixo dos ombros de tom escuro com pequenos reflexos avermelhados. A moça usava apenas um short, uma blusinha de alça e estava descalça destacando as coxas fartas mesmo ela sendo magra. Ela era linda.
A moça mais linda que eu vi na vida!
Quando a moça falou comigo, perguntando meu nome e idade, fiquei um pouco sem graça, mas respondi de imediato porque os garotos deveriam ser firmes em suas respostas e eu era esse tipo de garoto.
Após fazermos o trabalho, meu amigo chamou para o quarto onde dividia com sua irmã mais velha para uma partida de PS1. Eu achei demais jogar um pouco porque só conseguia jogar vídeo game em lan house e quando meu pai dava dinheiro para passar algumas horas na frente da tv com os amigos da rua onde moro.
O quarto era bem dividido entre eles. Cada um tinha sua cama de solteiro, no caso dela era de cor branca e o dele de madeira. Cada um tinha uma prateleira de madeira para guardarem livros e coisas da escola. Uma cômoda com um aparelho de som de frente para a janela e no outro lado um rack com um PS1 plugado a uma tv de quatorze polegadas.
O lado da Dahlia, por incrível que pareça, parecia mais divertido que o dele, que era bastante simples. Leandro tinha alguns desenhos na parede feitos à mão, poucos livros e revistas de detonados de alguns jogos. O lado dela era o inverso de tudo que eu já tinha visto na casa de alguém. As paredes repletas de pôsteres de bandas de rock e cinema, alguns cds pendurados no teto também com nomes de bandas que sequer havia ouvido falar.
A Dahlia tinha muitos livros, cds de música, uma boneca bailarina, um porta joia e alguns produtos de maquiagem. Eu percebia cada coisa que ela usava como a marca do desodorante, o creme que certamente deixava sua pele muito macia e um perfume de frasco pequeno e de marca importado.
Acomodei-me em uma cama e meu amigo na outra para finalmente jogarmos alguma coisa. Eles tinham dois controles. Será que ela também jogava videogame? Seria lindo se fosse real. Eu nunca joguei com uma garota antes. Será que é diferente de jogar com os amigos da minha rua? A sensação deve ser boa.
Passado algum tempo, acredito que no calor do momento, me deitei naquela cama sentindo um perfume adocicado que lembra chocolate branco e baunilha. Aquele era o cheiro dela?
Céus, é muito bom!
Ainda com o controle do vídeo game em mãos, rindo todas as vezes que errava um golpe ou perdia uma partida, Leandro vivia trocando de jogo para que pudéssemos aproveitar cada um dos minutos ali na jogatina e eu estava gostando de passar um tempo ali naquele lugar.
Eis que a irmã do Leandro entra no quarto como um furacão. Eu sabia que além de mais alta, ela era mais velha que a gente, mas o que me preocupou não foi sua idade ou altura e sim a cara que a Dahlia fez para mim. A carranca não era das melhores, claro que não era! Ela estava brava e com razão.
Eu, um garoto que sequer a conhecia, estava deitado bagunçando toda a sua cama e jogado todos os seus ursinhos dos quais tempo depois descobri que ela os amava, que cada um tinha um nome, uma história. Eles agora estavam espalhados pelo chão como se fossem nada.
A garota estava uma fera dizendo que a mãe deveria dar um jeito de tirar aquele moleque de cima da cama dela, porém eu sequer prestava atenção no que dizia, pois até estando brava era bonita.
A voz diferente, a maneira como seus lábios se curvaram de indignação, o olhar feroz para um garoto que só queria um pouco de diversão. Meu coração batia tão forte com tudo aquilo e eu nem entendia o que se passava comigo, mas sabia que queria que aquele desentendimento se estendesse por mais algumas horas só para que eu pudesse a admirar ainda mais.
Depois de todo aquele alvoroço, seu irmão e eu sentamos no chão e continuamos a jogatina até a hora que me buscassem e então fosse embora. Infelizmente a Dahlia estava no outro quarto lendo alguma coisa e sequer tive chances de me despedir.
Mas como eu teria cara de querer me aproximar e ainda sentir-me no direito de me despedir? Como eu iria vê-la outra vez? Será quando algum professor marcaria um novo trabalho para que eu fosse para lá novamente? Precisava vê-la de novo e parecia quase que uma necessidade olhar para ela um par de vezes só para memorizar cada detalhe seu.
Naquela noite eu não consegui pensar em outra coisa senão na moça de cabelos avermelhados e com nome de flor. Sim, ela tinha um nome bonito e combinava bastante com ela. Será que a moça gostava do seu nome como eu apreciava? Esperava que sim.
Autor(a): zoraidapierre
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