Fanfics Brasil - E a música era Ela À Prova de Som (Portinon) AyD

Fanfic: À Prova de Som (Portinon) AyD | Tema: Portinon


Capítulo: E a música era Ela

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  1. Então Anahí ouviu que a porta da frente estava sendo aberta e terminou bruscamente o beijo, com o coração destroçado e vendo o olhar magoado de Dulce quando se separaram.


- Seus pais estão entrando.- Ela se apressou em explicar, sentando um pouco mais afastada.


Dulce encolheu os ombros, como se perguntasse: O que tem haver?


- Iriam ver que nos beijávamos.


Uma vez mais Dulce encolheu os ombros. Na realidade não lhe importava se seus pais vissem, sobre tudo porque ela planeja beijar Anahí muitas vezes mais, depois desse primeiro beijo que haviam compartilhado.


Porém, Anahí não sabia como raciocinar.


- Lembra como seu pai ficou quando tínhamos 8 anos e viu a Cláudia beijando um menino depois do baile?


- É diferente, de você ele gosta...


- Não acho que ia gostar se visse o que estávamos fazendo...


- Anahí!- A voz de Fernando veio detrás dela e virou lentamente tentando não parecer tão culpada. – Pensei que Dulce estava sozinha...


- Oi tio Fernando... Precisa de ajuda com as compras?


- Não querida... está tudo sob controle.- Blanca apareceu ao lado dele colocando as chaves do carro no porta chaves e pegou uma bolsa das mãos de Fernando. Em todo tempo Anahí podia sentir os olhos de Dulce sobre si.


Tão logo que se foram a cozinha, Dulce virou suavemente o rosto de Anahí com os dedos em seu queixo, obrigando-a a olhar em seus olhos.


- Porque pensa que deixariam de gostar de você?


- Porque vocês são católicos . Não é um pouco óbvio?


Uma vez mais encolheu os ombros.


- Nunca prestei atenção nos sermões, o tradutor de sinais era terrível.


- Bom, sua religião diz que ser homossexual é pecado. - Anahí se sentiu muito hipócrita  quando se deu conta do que acabava de dizer.


Se olharam nos olhos por longos minutos.


Os olhos de Dulce se suavizaram.


- Tem medo?


Anahí suspirou e Dulce colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha. Blanca decidiu sair da cozinha nesse exato momento, a menina baixou seu braço antes de assentir e seus olhos encheram-se de lágrimas.


- Por favor, não tenha medo... Eu gosto muito de você...


- Eu também gosto muito de você Dulce...- Respondeu sentindo uma repentina tristeza. - Eu não... posso te perder.


- Anahí carinho. Vai ficar para o jantar?


Ela levantou a cabeça para encontrar com os olhos de Fernando.


- Hoje não... tenho... coisas para fazer.- Anahí mordeu o lábio inferior e se levantou colocando as mãos no bolso.


Dulce se levantou também.


- Anahí... Não...- Falou em voz alta outra vez, ganhando uma olhada surpresa de seus pais. A loirinha a abraçou, pressionando um demorado beijo no cantinho de sua boca e dirigindo seu olhar a Fernando. Com sinais disse “até logo”, antes de sair a toda presa da casa.


...


Blanca abriu cautelosamente a porta do quarto de sua filha, fazia 40 minutos que ela é Fernando tinham visto Anahí ir embora e Dulce havia corrido escada acima. Sentou na cama junto de sua filha, que estava deitada de bruços com o rosto molhado na almofada.


Fernando apareceu uns segundos mais tarde para encontrar sua esposa acariciando as costas de Dulce, tentando fazer com que ela virasse para cima. Dulce sempre fazia isso quando estava triste, desde que era pequena. Fechava os olhos e literalmente se isolava do mundo.


Blanca esperou até que Dulce virou com os olhos completamente vermelho e um olhar triste em seu rosto.


- O que aconteceu?- Fernando perguntou, cruzando os braços e sentando ao lado de sua esposa.


- Você e Anahí brigaram?- Perguntou Blanca, passando a mão com carinho em seus cabelos desalinhados.


O lábio inferior de Dulce tremia e seus olhos estavam extremamente tristes. Blanca a abraçou apertado e a deixou chorar antes de perguntar novamente o que tinha acontecido.


- Eu gosto da Anahí... Muito.- Disse sem parar de chorar, porém um pouco mais tranquila.


- O que ela fez para te deixar tão triste?- Perguntou Fernando, realmente interessado. A única vez que havia visto sua filha chorar desse jeito foi quando tinha 5 anos e caiu do balanço, desesperada com a quantidade de sangue que saia de seu machucado.


- Disse que vocês não iam mais gostar dela se tivesse nos visto.


Os Espinozas trocaram um olhar perplexo...


Eu acho que ela também gostou, mas ela tem medo de que fiquem decepcionados com ela.- Ela soluçou secando as lágrimas com as costas da mão. - Disse que para vocês isso é um pecado.


O que é um pecado Dulce?- Blanca perguntou como se já soubesse a resposta, mas tinha que saber por ela.


- Ser lésbica.


Ela e Fernando se olharam outra vez, por parte surpreendidos e por outra parte perdidos. Dulce nunca havia dado sinais de que gostava de outras meninas, porém nunca havia dado sinais de que gostava dos meninos também.


Somente Anahí.


Sempre Anahí.


- Isso é algo muito sério para dizer Dulce... Está certa disso? - Fernando se abaixou um pouco à fim de encontrar os olhos de sua filha.


Dulce respirou ainda tremendo, porém sua resposta foi inabalável. - Sim!


- São amigas desde sempre... O que sente por ela não é...? Não é um simples carinho de amiga? - Ele continuou perguntando tentando esclarecer a situação antes de intervir de uma maneira exagerada.


- Sinto carinho. E também amor.- Secou os olhos avermelhados do choro outra vez. - Sinto ciúmes quando ela está perto dos meninos, como o menino que cantou com ela hoje. E senti uma dor no coração quando nos beijamos, mas uma dor boa.


- Oh querida... - Blanca murmurou sem saber o que mais dizer.


- Acreditam que isso seja ruim?- Ela olhou para seu pai, sentia que sua opinião era mais importante que a de sua mãe, e ele sempre podia influenciar Blanca de uma maneira ou outra.


Fernando suspirou, com sensações contraditórias. Uma parte dele queria dizer que sim, que era ruim, que não era normal, porém como poderia ser mal?


E ele simplesmente não poderia suportar ver toda essa dor nos olhos de sua filha. - Não, não é ruim. - Falou em voz alta tomando suas mãos entre as suas e olhando a ler seus lábios.


A menina o abraçou antes que pudesse dizer algo mais.


Blanca duvidou um segundo, tratando de digerir a notícia que acabara de ser lançada. Passou a mão pelo ombro de Dulce, fazendo a soltar de Fernando e olhar para ela.


- Eu nunca poderia ficar aborrecida com você por amar alguém... Especialmente a Anahí. - Falando com sinais, fazendo sua filha relaxar, trocando olhares e sorrisos nervosos com seu esposo, antes de beijar sua testa.


...


Anahí


- O que você tem hoje? Está muito quieta. Está tudo bem carinho? - Marichelo perguntou.


- Verdade... Nunca te vi assim, tão quieta...- Enrique concordou com o cenho franzido.


- Acho que foi a surpresa de ganhar as regionais, mesmo depois de terem sido sabotados.


- É possível. Mas parecia muito radiante quando me ligou.


Anahí levantou a cabeça sentindo-se cansada e aborrecida.


- Estou como antes, não estou?- Respondeu empurrando o prato a sua frente e cruzando os braços sobre a mesa.


- Então por favor, pode me explicar teu mau humor?- Enrique pediu em um tom preocupado. A menina a sua frente estava completamente diferente da alegre Anahí. Ela havia crescido tão rápido... Pensou esperando a resposta de sua filha.


Anahí pensou por uns segundos, ela queria contar a seus pais o que havia acontecido com Dulce, mas tinha medo de que se decepcionassem por ela estar apaixonada por uma menina, e não era qualquer menina, era sua melhor amiga de toda a vida.


- Você sabe que pode nos contar qualquer coisa, certo pequena estrela?- Marichelo tomou sua mão sobre a mesa e suspirou.


- Hoje aconteceu uma coisa e...- Cobriu o rosto com as mãos. - Não sei o que fazer...


- O que aconteceu princesa?- Enrique perguntou suavemente quando notou as lágrimas que apareceram em seu rosto.


- Dulce, ela... a gente...- A campainha tocou nesse momento interrompendo a conversa e Anahí tremeu perante o som. Parou de falar e se levantou. - Eu abro.- Ela queria qualquer coisa para adiar essa conversa.


Engoliu seco quando a porta se abriu. Fernando e Blanca a olhavam com estranheza, e Dulce com o rosto vermelho estava logo ao lado deles.


Anahí abriu a boca para falar, mas não saiu som algum, passou a mão por seu rosto limpando as frescas lágrimas que havia ali. Então a voz de Enrique soou atrás dela.


- Fernando, Blanca? Aconteceu alguma coisa?- Perguntou ao lado de Anahí.


- Sim.- Disse Blanca em um suspiro.


- Precisamos falar com Anahí...- Disse Fernando, olhando diretamente para ela, com um olhar que Anahí interpretou como intimidação.


Enrique olhou para sua filha e viu a culpa em seus olhos azuis.


- Anahí, o que você fez?


...


Estavam todos na sala de estar, menos Dulce que tinha subido para o quarto de Anahí. Anahí se sentiu absurdamente pequena perante os olhos dos Espinozas. Estava sentada no sofá de cabeça baixa e ninguém havia falado nada até agora. Não estava segura se devia começar ou não, sua natureza dizia que devia pedir desculpas, mas seus instintos não estavam de acordo.


Então permaneceu em silêncio, desejando que Dulce tivesse ficado em baixo com ela. Necessitava vê-la mais que tudo.


- Então Anahí...- Fernando rompeu o silêncio, apertando a mão de sua esposa. - Acabamos de ter uma conversa com Dulce e ela nos contou.


A loirinha sentiu seu rosto esquentar e seus olhos foram em direção aos seus pais que estavam de pé observando a conversa.


- Sinceramente, não sei como agir agora...- Continuou Fernando. - Ela... Nossa filha... Ela...


- Anahí, a Dulce realmente gosta de você.- Blanca disse em voz baixa. - É por isso que estamos aqui.


Anahí olhou de um para o outro, tratando de ignorar a expressão confusa no rosto de seus pais.


- Não estamos decepcionados com você.


- E não deixaremos de te amar ou proibir de estar em nossa casa pelo que aconteceu.


Anahí respirou fundo pela primeira vez desde que abriu a porta.


- Vocês... Não?- Limpou a garganta. - Vocês sabem bem o que aconteceu?


Fernando assentiu.


- Dulce me beijou.- Esclareceu e Marichelo ficou surpresa. - E eu correspondi ao beijo.


- Ela nos contou carinho.- Blanca confirmou, seus olhos castanhos eram cheios de aceitação, ainda que era a última coisa que Anahí esperava encontrar neles.


- Anahí...- Fernando a chamou, sua voz dava vontade de chorar e não sabia porque. - Não estamos aqui para julgar vocês. Vocês duas são quase adultas. Não podemos controlar o que fazem, muito menos o que sentem...


Anahí limpou o rosto e estava tremendo muito, um pequeno sorriso chegou a seus olhos.


- Isso significa que está tudo bem?- Ela queria muito que estivesse.


- Você a faz tão feliz desde que eram pequenas... Foi a única pessoa que aprendeu uma nova linhagem só para poder ser amiga dela. - Murmurou Blanca.


Ela sempre fica diferente quando você está perto dela, fica melhor, sem deixar de ser nossa Dulce... - O sorriso na cara de Fernando aumentou milimetricamente. - Não estou dizendo que tem que estar com ela, eu nem sequer sei se gosta dela da mesma maneira, mas se for assim, nós só poderíamos dizer que vocês sempre terão nossa aprovação.


 A loirinha perdeu o controle de seu sorriso que se expandiu a toda potência e apareceram novas lágrimas, sem poder acreditar no que acabara de escutar.


Sentiu uma mão em seu ombro e olhou para cima, encontrando com os olhos claros de Enrique.


- Anahí, sabe melhor que ninguém que o amor nunca será um pecado... Ao menos não em nossa casa.


Marichelo estava de acordo com ele.


- O que sente por Dulce pequena estrela?


- Acho que estou apaixonada por ela.- Sua mente regressou a alguns meses antes, quando havia se dado conta disso pela primeira vez, no centro comercial onde conheceu Christopher e antes quando tinham somente 10 anos de idade e ouviu pela primeira vez o sorriso de Dulce. De repente se perdeu em suas lembranças de conversas íntimas, em somente encostar as mãos, nos lindos olhos cor de mel. Seu coração pulou do peito e lembrou que na primeira vez que viu Dulce, seu coração havia feito exatamente o mesmo. Dulce sempre havia feito seu coração bater mais rápido. - De fato, acredito que sempre a amei...


Fernando suspirou aliviado.


- Deveria dizer a ela...


...


Quarto de Anahí


- Anahí...


O estômago da loirinha estava cheio de borboletas de novo, e seu coração pulou quando foi recebida em seu quarto pela voz de Dulce. Nunca se cansaria de escutar seu nome com essa voz.


A menina se levantou da cama e a olhou com uma expressão cautelosa. Os olhos cor de mel insistiam em chorar, a pesar de que ela queria que parassem. As lágrimas pareciam acentuar a mistura de cores e mesmo devastada, Dulce nunca havia parecido tão impressionantemente linda para Anahí.


A loirinha não disse nada e tampouco fez sinais com as mãos. Havia aprendido o importante que era aceitar o silêncio e além disso não eram necessárias palavras. Se encontraram na metade do caminho e Anahí acariciou o rosto rosado, e com o polegar limpou as lágrimas que eram visíveis no rosto de porcelana do seu amor.


Intercambiaram um olhar carregado de sentimentos e a loirinha inclinou um pouco o rosto unindo seus lábios. O beijo foi delicado, somente movendo os lábios suavemente em uma série de pequenos beijos.


E era tão íntimo, que se entregaram por completo entre si, junto com os sentimentos que compartiam. Agora era o mais profundo dos beijos, sem dúvida o mais perfeito. Anahí buscou as mãos de Dulce e brincou com seus dedos, abrindo e fechando um par de vezes, sem corta o beijo.


Quando se separaram que Dulce se deu conta de que Anahí havia formado um sinal em suas mãos, um sorriso encantador enfeitou seu rosto e seu coração deu um salto quando percebeu o que significava o sinal. Puxou a cintura de Anahí e a beijou outra vez, sem deixar de sorrir contra seus lábios, antes de fazer o mesmo sinal com os dedos de Anahí.


Olharam suas mãos por um momento, sabendo o que significava esse sinal e que tudo ia ficar bem.


Anahí apoiou a cabeça no ombro de Dulce e sorriu suavemente olhando seus dedos.


O sinal dizia: Te amo!


...


Se alguém perguntasse como era amar Anahí, Dulce diria que é como a música, já que não podia explicar só sentir. E que era tão intensa que as vezes sentia vontade de chorar de felicidade.


Estava tão feliz porque entedia, a sua maneira, o que significava a música.


A música era Anahí.


E ela amava a música.


...


La música es la mejor medicina, es el lenguaje universal. La música rompe fronteras, une e mueve qualquier ser humano.”


Dulce Maria


 


FIM!!!


 


 



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Autor(a): siempreportinon

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 8



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  • NoExistente Postado em 25/06/2021 - 18:52:34

    Fiquei completamente soft. Essa leitura me deixou completamente leve, então muito obrigada.

  • Ardilla Postado em 30/06/2020 - 18:17:14

    Maravilhosa, uma das melhores que já li!

  • _mariaruth Postado em 22/06/2020 - 02:52:35

    Meu deus continua, perfeitaaaaaa essa web. Tô apaixonada

  • Lene Jauregui Postado em 21/06/2020 - 10:14:10

    Tão fofo meu Deus. Eu amei amoré. Continua.

  • candy1896 Postado em 20/06/2020 - 13:37:54

    Continuaa

  • candy1896 Postado em 19/06/2020 - 12:18:56

    Continuaa, adorei o capitulo

  • dada Postado em 19/06/2020 - 08:42:18

    Cont.....

  • Lene Jauregui Postado em 19/06/2020 - 08:18:03

    Oh meu Deus, que fofo. Eu já adorei baby. Continua logo viu.


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