Fanfic: Perdonamé. (Vondy) | Tema: RBD - Vondy

Sábado, 10:45.

Christopher e Alexandra aguardavam Dulce terminar de trocar a roupa de Alice para saírem.

• Extremamente perigosa essa ideia. Tire isso da cabeça dela. - Alexandra comentava sobre as idas e vindas de Dulce para o trabalho no interior.


• Já falei, mamãe. - Christopher passou às mãos no rosto impaciente - Estou buscando a melhor solução para tudo isso. E também…

Christopher parou de falar quando os passos de Dulce ficaram cada vez mais próximos, logo seu olhar caiu de encontro ao dela, que não tinha a melhor fisionomia.

• Vamos? - Dulce parou atrás de Alexandra com o olhar fixo no marido.

Christopher por um segundo temeu que Dulce tivesse mais uma vez escutado sua mãe, tudo o que não precisava mediante tudo, era que as duas começassem a se estranhar. Prontamente levantou, Alexandra fez o mesmo e assim seguiram para a casa dos pais de Dulce.

Blanca os recebeu alegremente, Alexandra logo se enturmou. Dulce ficou todo o tempo com o pai, enquanto as irmãs paparicavam a pequena Alice.

• Fico preocupado se vai conseguir conciliar tudo, e também com seu emocional, filha. - Fernando conversava com Dulce sobre a situação da filha. - Mas não tem ideia do quão orgulhoso fiquei de você.


• Eu tenho certeza que sim, pai. - o abraçou.


• Christopher como reagiu a tudo isso? - Fernando a questionou, isso o preocupava também.


• Ele me apoia muito. Sem todo apoio dele com certeza não estaria conseguindo. - desabafou.


• Fico feliz. Christopher sempre foi um bom garoto, gosto muito dele. Lembro quando eram pequenos, ele sempre foi cuidadoso com você, sempre desconfiamos que ficariam juntos. - a viu sorrir - Ficarei em paz em morrer e saber que ele cuidará de você.


• Não fala essas coisas. Não vai morrer. - Dulce repreendeu enquanto o abraçava mais forte.


• Não tenho me sentido bem, minha filha. - Fernando desabafou pela primeira vez - Ás vezes me sinto forte, ás vezes sinto força, mas sempre levo uma rasteira dessa doença maldita.

Dulce o soltou e o olhou receosa.

• Pensei que estivesse melhor. Por quê nunca me contam nada?


• Porque não queremos preocupa-la, filha.


• Não existe isso, papai. Eu sempre estou disponível pra todos vocês, não me deixem ser a última a saber de nada. Eu quero estar com você, eu quero poder cuidar de você. Promete não me omitir mais nada?


• Eu prometo! Eu só quero que esteja preparada pra qualquer coisa que venha acontecer comigo, e que seja forte.


• Não vai te acontecer nada. - Dulce garantiu. - O senhor ficará bem. Sempre foi muito forte, e não vai ser essa doença que irá te deixar fraco.

Dulce falava certa do que dizia, Fernando apenas sorriu. O que o mantinha forte para lutar contra seu câncer era o medo do sofrimento que causaria a toda sua família, e principalmente a filha caçula.

Pouco tempo após o almoço. Fernando deitou-se para descansar, Dulce deitou junto a ele no quarto dos pais.

Por volta das 16:45 da tarde.

Dulce virou-se e acabou tocando o pai sem querer, estava extremamente gelado, sentou na cama assustada, o chamou por diversas vezes, mas Fernando não esbolçava reação, encostou a cabeça em seu peito e não sentiu seu coração pulsar. Desconectou de si naquele momento.

Os gritos de desespero de Dulce chamaram atenção de todos, a irmã do meio, Blanca e Christopher foram os primeiros a correrem e chegar até o quarto.

• O que foi? O que aconteceu? - Blanca parou na porta do quarto, sentiu Christopher passar por ela, o viu tirar Dulce de cima da cama e tentar acalma-la, mas suas pernas fraquejaram. - Pa…pai… - sua voz falhou.

A mãe de Dulce, Cláudia e Alexandra com a neta no colo chegaram ao quarto logo em seguida.

A ambulância foi chamada mas não havia mais o que fazer, o óbito havia sido constatado pelos paramédicos. Blanca, a mãe de Dulce foi com um dos sobrinhos do agora falecido marido tratar de todo o trâmite para o velório e sepultamento.

Christopher ficou com Dulce que ainda estava em estado de choque, Alexandra preparou um chá para as outras duas irmãs da nora, que também estavam inconsoláveis. Alice dormia no carrinho sem fazer ideia do que acontecia no mundo exterior.

• Precisa se acalmar, amor. - Christopher pedia pacientemente. - Sabe que não era desejo do seu pai que ficasse assim, ao contrário, ele sempre te pediu pra ser forte.


• Eu não consigo… - negava sem conseguir segurar o choro. - E eu sempre falei que não iria conseguir. Eu estava ao lado dele e não percebi…


• Amor, não se martiriza com isso. - pediu - Você é forte, e mais do que nunca precisa dessa sua força. Por favor.

Após um tempo e com um suave chá de camomila, Dulce acalmou-se, Alexandra ficou ao seu lado, enquanto Christopher falava ao telefone no jardim da casa.

• Poxa, cara! Meus sentimentos. - Alfonso desejou de todo coração. - Será que podemos ir até aí?


• Eu agradeço muito se Annie também puder vir, não sei mais o que fazer com Dulce, nem oferecer um calmante nós podemos, devido à gravidez.


• Vamos nos arrumar, deixar Matteo na minha sogra e corremos até aí. - disse prontamente.

Christopher o agradeceu e encerraram a chamada.

Alfonso deixou o celular em cima da mesa, foi até o quarto onde Anahí assistia um filme sozinha.

• Amor, será que seus pais podem ficar com Matteo?

Seu semblante preocupado fez Anahí sentar-se na cama receosa.

• O que aconteceu? - perguntou já desligando a tv e deixando o controle na cama.


• O pai da Dul faleceu  ao lado dela, estão todos desesperados, Ucker me ligou agora, ofereci para irmos lá.


• Meu Deus! - Anahí levou a mão ao peito - Claro que sim, amor. Acabei de tomar banho, rapidinho coloco uma roupa.


• Só vou tomar um banho rápido. - disse e a viu assentir.

Não demorou a Anahí e Alfonso estarem no carro, deixaram o filho com a mãe de Anahí, demoraram alguns minutos mais para a irmã de Anahí que estava na casa dos pais naquele momento despedir-se de todos e seguir com o casal, afinal, era a melhor amiga de Cláudia, a irmã mais velha de Dulce.

Chegando lá, logo encontraram Christopher ao telefone no jardim da frente, se aproximaram no mesmo instante em que ele devolvia o celular ao bolso. Apontou para Marichello onde estava a amiga, a viu entrar e foi abraçado pelos amigos.

• Vou ver a Dul. - Anahí disse e logo fez o mesmo caminho da irmã entrando na casa dos pais da amiga.

Alfonso voltou-se para Christopher.

• Como foi isso? Faleceu dormindo? - Alfonso cruzou os braços e passaram a conversar.


• Sim, dormiu e não acordou mais. Os gritos da Dul estão ecoando na minha cabeça até agora. - Christopher comentou com o amigo. - Foi desesperador.


• Eu posso imaginar. Que trauma pra ela, cara. Ela sempre foi o xodó dele, a menininha dos olhos.


• O pai dela era tudo nessa vida. - Christopher completou - Sempre que conversamos ele me pedia pra cuidar dela quando não estivesse aqui, nunca nem tive coragem de falar sobre isso com ela. Pra ela, ele jamais iria falecer. Sempre o teve como exemplo de força. Agora acontece algo assim, eu não consigo entender, mas estarei aqui.


• Ele gostava muito de você mesmo, e é muito bonito que honre isso. - Alfonso disse com admiração - Falei com o Chris no caminho, ele e Maite vão sair amanhã cedo.


• Falei com ele também, acho que soube por você então, me ligou falando que queriam vir agora, mas já são quase sete da noite, é perigoso.


• Também o aconselhei a esperar pra amanhã de manhã. - Alfonso completou - Já levaram o corpo? - viu o amigo assentir - Dona Blanca quem está resolvendo tudo?


• Sim, um sobrinho dele a levou, eu iria, mas não tinha como deixá-la aqui sozinha. - referiu-se a Dulce.

Dentro da casa da família Saviñon.

Dulce estava no sofá completamente catatônica, enxergava Anahí agachada a sua frente, mas mal escutava o que a amiga lhe dizia, apenas chorava.

• Estamos aqui com você! - Foi a última frase dita por Anahí antes de sentar ao lado da amiga e abraçá-la fortemente. - Você nunca estará sozinha.

Anahí segurou o choro, precisava transmitir força a amiga, e chorar na frente dela em nada ajudaria.

Após algum tempo com Dulce e quando Alfonso e Christopher se aproximaram, Anahí foi até as irmãs da amiga, e a alguns familiares os quais conhecia, os cumprimentou dando suas condolências e voltou para o lado do marido e do casal de amigos.

Aquela madrugada pareceu a mais longa de toda vida. Por Dulce não conseguir ao menos segurar a filha para amamenta-la, Christopher saiu até uma farmácia em busca da fórmula para a pequena, que desesperava-se no colo de Anahí.

A mãe de Dulce chegou por volta de uma da manhã com a certidão de óbito em mãos, o que foi ainda mais desesperador para todos.

• Não quer ir pra casa? - Christopher perguntou é apenas a viu negar - Está há muitas horas sem comer, não pode ficar assim.


• Quer que eu prepare alguma coisa pra você? - Alexandra aproximou-se da nora com preocupação - Posso fazer o que quiser. - disse e também a viu negar.

Alexandra olhou para Christopher que pediu que não dissesse mais nada, Anahí e Alfonso também tentaram mais foi inútil.

O corpo de Fernando chegou por volta das 02:20 da manhã.

Dulce já não estava mais. Após muito implorar, Christopher conseguiu levá-la para casa, Anahí foi no carro com eles, Alfonso seguiu com Marichello, a deixou em casa e seguiu para sua casa, encontrou com Anahí no caminho, estava voltando da casa dos amigos.

• Como ela está? - Alfonso perguntou.


• Péssima. Estou preocupadíssima. Já disse ao Uckermann que assim que ela acordar, isso se conseguir dormir, ele me ligue que vou ficar com ela. Está já 16 horas sem comer, ele me disse. Imagina?

Alfonso assentou e os dois entraram em casa.

Para sorte de Anahí e Alfonso, Matteo tinha seu próprio quarto na casa dos avós maternos, então ficou por lá mesmo, aos cuidados da mãe de Anahí.

Dulce tomou banho, Christopher ficou a todo tempo na porta do banheiro, assim que a viu sair, entregou a ela a roupa de dormir a qual havia pego no closet, ela vestiu-se e sentou na cama.

• Vou tomar banho. - disse e ela sequer esboçou reação - Qualquer coisa me chama.

Dulce assentiu e o viu entrar no banheiro. O banho não demorou muito, Christopher temia que Dulce passasse mal, então já saiu do banheiro vestido, a convenceu a deitar junto a ele, a abraçou e passou a mexer em seus cabelos.

Por volta das 04 da manhã foi o horário em que Dulce apagou, ele a cobriu e deitou também, seus olhos já não aguentavam ficar nem mais um segundo aberto, então isso o ajudou a não demorar a dormir.