Fanfic: One-Shots: Romanogers & WinterWitch | Tema: Vingadores
— Tony, me diz eu você tem boas notícias, por favor — Natasha suplicou entrando na cozinha com um olhar cansado.
— Nada — Respondeu sem vontade. — Como Wanda está? — Tony se apoiou na bancada onde preparava o café.
— Na mesma — A ruiva se sentou na cadeira disponível na mesa, não que tivesse cheia, apoiando os braços na mesa e colocando a cabeça por cima deles. — Eu só queria que isso tudo acabasse — Resmungou.
— Vai acabar — Steve disse atrás dela — Dormiu bem? — perguntou por força do hábito, sabia que tinha sido impossível dormir naquela situação. Natasha fez que não. — Só tenta tirar um cochilo depois, tá?! — Pediu e ela assentiu.
— Café?! — Tony ofereceu, colocando a cafeteira na mesa. Natasha foi a primeira a encher uma xícara e virar alguns goles, puro mesmo. — Acho que isso é um sim.
— Me prepara duas cafeteiras dessa, por favor — Natasha pediu se levantando — Eu vou ver se acho alguma pista. — Disse saindo as cozinha e seguindo para o andar dos quartos, precisava pelo menos trocar de roupa.
Passando pelo corredor Natasha parou a porta de Wanda, observando a feiticeira. Era a mesma cena de semanas, Wanda ficava no quarto até tarde, tentando não voltar a chorar e não se culpar pelo que tinha acontecido.
Tinha algumas semanas que Bucky tinha sido sequestrado pela H.Y.D.R.A. Em uma missão de rotina, Wanda, Bucky, Sam e Peter, estavam analisando uma possível ameaça aos vingadores e em um segundo de descuido, o soldado tinha sido interceptado.
Como se isso já não fosse o suficiente, no dia seguinte, Wanda passou mal o dia todo, uma forte dor na barriga e um sangramento intenso. Hospital e vários exames depois, foi constatado um aborto espontâneo por estresse. Se aquilo já tinha sido um baque para todos os vingadores, para Wanda estava sendo os piores dias de sua vida. Achou que conseguiria lidar com o sequestro de Bucky, porque sabia que ele voltaria, mas perder o bebê tinha sido demais.
— Posso entrar — Natasha perguntou dando algumas batidinhas na prova.
— Pode — Wanda autorizou notando pela primeira vez a presença da ruiva no quarto. — Alguma coisa nova? — Perguntou fungando.
— Infelizmente não — Respondeu sincera com pesar na voz. — Quer conversar?
— Você odeia conversar sobre sentimentos com as pessoas — A outra estranhou. Natasha sorriu e se sentou ao lado da feiticeira na cama.
— Bem, namorar com Steve me fez um pouco mais sensível nesse assunto — Justificou — Mas aproveita que é só hoje — Brincou tentando aliviar um pouco o clima. Pareceu funcionar, Wanda riu de leve — Então vamos de novo. Quer conversar?
— E-eu acho que sim — Concordou — Parece que eu sou um grande amuleto de má sorte. Todos que ficam perto de mim acabam morrendo ou no caso do Bucky, sequestrado. Até meu bebê, que eu não fazia ideia que eu tinha, se foi e eu nem tive a oportunidade de conhece-lo. — Desabafou — Eu deveria me isolar em uma ilha — Concluiu frustrada.
— Maximoff, não pense assim — Discordou — Se eu continuasse com esse pensamento de que eu nunca conseguiria, não estaria com Steve hoje — Considerou. — O fato é, ninguém aqui vai estar seguro. Nunca. Nós sabemos disso, hoje é a H.Y.D.R.A, amanhã pode ser um novo Ultron, não sabemos. A culpa não foi sua, aconteceu! Utron também acabou me raptando mas eu estou aqui, não? — Wanda concordou mais uma vez, um pouco cabisbaixa — Quando ao bebê, vocês ainda vão poder ter vários. E eu vou cobrar porque eu quero muito mais sobrinhos, Morgan já não cabe mais no meu colo — Concluiu rindo e Wanda a acompanhava. — Nós vamos achá-lo. — Prometeu sincera.
— Obrigada — Disse realmente aliviada por ter conversado com alguém. Apesar de todos serem sempre o mais atenciosos mas já estavam exagerando com tanto cuidado e com Natasha, tudo parecia normal ou o mais normal naquela confusão toda.
— Vem cá — Natasha deixou a xícara de café ao pé da cama e abriu os braços para receber Wanda em um abraço. A outra sorriu e aceitou o gesto. — De nada
— Humm, Nat?
— O que foi, Maximoff? — Resmungou ainda no abraço.
— Desde quando você abraça as pessoas? — Perguntou brincando e Natasha se soltou do abraço pensativa.
— Desde hoje — Concluiu no mesmo tom — Mas, se isso sair daqui, você será uma feiticeira morta, Maximoff — Ameaçou a ruiva pegando mais uma vez sua xícara e se levantando — Vou ver alguns lugares que podem ser quarteis da H.Y.D.R.A. quer vir comigo? — Convidou já a porta do quarto.
— Daqui a pouco eu vou — aceitou — Vou tomar um banho primeiro. — Natasha assentiu e saiu do quarto, deixando Wanda mais uma vez sozinha com seus pensamentos.
Wanda se levantou da cama e se forçou a ir para o chuveiro. Apesar das palavras de Natasha terem ajudado um pouco sua melancolia, seu coração ainda estava apertado por tudo o que estava acontecendo.
Se Bucky estivesse com ela a notícia da perda não teria sido tão dolorosa, ainda seria doloroso claro, mas tê-lo por perto, para abraçá-la e dizer que tudo ficaria bem já era reconfortante. Na verdade, de uma forma geral, ele fazia falta. As piadas, as risadas, o cheiro, a voz, a simples companhia dele no quarto olhando um ponto qualquer na parede.
Não parecia, a saudade e desespero faziam parecer mais tempo, mas o soldado já estava desaparecido há duas semanas e a cada dia que passava o desespero de Wanda aumentava ainda mais, mesmo tentando manter os pensamentos positivos para que aquilo acontecesse logo.
Pegando uma das camisetas de Bucky, ela saiu para ajudar Natasha com as buscas dos prováveis lugares que poderiam ser usados de quartel ou esconderijo.
••••
— Nós já olhamos todas essas áreas, não é possível que tenham ido tão longe — Natasha se irritou, jogando o marcador que usava no mapa sobre a mesa. Mais uma semana tinha se passado e nada de pistas ou qualquer sinal de fumaça que pudesse ajudar a acharem Bucky.
— Sam já voltou da analise aérea? — Tony perguntou tentando controlar a frustração, sentia o mesmo que Natasha, assim como todos ali.
— Ele deve voltar logo — Steve deduziu olhando o relógio em seu pulso.
— Quais as chances e alguma notícia positiva? — Wanda perguntou dessa vez, rodando entediada em sua cadeira.
— Grandes — A voz animada de Sam invadiu o ambiente e olhares cheios de expectativa se viraram para a porta da sala. — Uns quinze graus ao norte da estátua da liberdade tem um banker subaquático sem registro e com uma segurança mais que reforçada.
No segundo seguinte, todos estavam em volta do holograma da Terra analisando o local que Sam tinha descrito e traçando um plano de como fariam para entrar já que estava localizado abaixo d’água.
— Essa seria uma boa hora para alguém ter super habilidades aquáticas — Natasha opinou analisando o plano traçado. Entrar não seria fácil, ainda mais com tanques de oxigênio enormes nas costas.
— Ou conseguir invadir o sistema de segurança deles — Considerou Steve.
— Se fosse tão fácil... — Tony disse ainda mais irritado, agora por estar com dificuldades de desvendar o sistema de segurança. — Nat, Barton, vocês tem alguma ideia?
— Não precisa ser o sistema de segurança — Natasha observou — Por que não entramos no sistema de comunicação? — Sugeriu.
É, aquilo era um pouco óbvio, se conseguissem falar com eles dentro para liberar a entrada de um quinjet deles, uma vez dentro, Tony conseguiria entrar no sistema para saber onde colocaram Bucky.
Como Natasha tinha previsto, invadir o sistema de comunicação tinha sido mais fácil do que tentar invadir o de segurança, dentro do banker, eles se dividiram em três equipes. Natasha e Wanda foram na frente, invadindo o sistema de comando central, com Wanda para segurar os guardas foi fácil da ruiva entrar e acessar o painel de controle para destravar as travas. Steve, Tony e Sam foram para o corredor onde localizaram Bucky. Clint tinha ficado no quinjet para quando precisassem sair.
— Natasha, já conseguiu destravar? — Tony pergunto pelo ponto enquanto atirava contra mais uma equipe de guardas.
— Quase Stark — Respondeu ela concentrada nos códigos que precisava digitar. — E prontinho. Sejam rápidos.
— Tá limpo — Sam, que estava na frente da porta, abriu o quarto. Surpreendentemente, o quarto estava vazio, apenas Bucky no quarto, dormindo. Steve e Tony entraram em seguida — Meninas, vamos precisar de ajuda. — Avisou. Apesar da distância que dividia as duas salas, Wanda e Natasha chegaram bem rápido no quarto onde Bucky estava.
— Natasha, ajuda e empurrar a maca e Wanda, você consegue lidar com os guardas? — Steve perguntou enquanto desligava as maquinas que o amigo estava. — Wanda? — Ele chamou mais uma vez, vendo a amiga hipnotizada.
— Consigo, eu consigo — Respondeu saindo do transe. Depois de vários dias, ela finalmente estava frente a frente a Barnes. Ele estava um pouco pálido e com um pouco menos de peso, mas ainda era Bucky.
— Clint, estamos subindo — Natasha avisou o vingador que estava do lado de fora, para que eles se preparassem para. — Vamos — ordenou colocando um explosivo na parede. Sair tinha sido um pouco mais complicado que entrar, mais guardas apareceram, o que era de se esperar e ter que empurrar a maca com Bucky foi um pouco complicado, mas conseguiram.
— Você vai explodir tudo lá em baixo mesmo? — Tony perguntou indignado a Natasha que pegava o controle do explosivo.
— Vou?! — Respondeu obvia ativando o botão e Tony olhava incrédulo por uma das janelas, vendo a grande onde que se formou. — Menos uma base da H.Y.D.R.A. — Como se fosse a coisa mais normal do mundo, explodir coisas, a ruiva voltou a se sentar com Steve.
— Quanto tempo para chegarmos? — Wanda perguntou angustiada. Bucky estava bem, aparentemente, mas ela só se tranquilizaria quando ele fosse examinado e dissessem que estava tudo bem.
— Vinte minutos, Maximoff — Clint respondeu e ela assentiu voltando sua atenção para o namorado.
••••
— Depois das análises constatamos que, fisicamente, ele está bem. Sem nenhum soro novo, sem nenhum membro mecânico novo, tudo no lugar — Dra. Cho disse acalmando os outros após terem feito baterias de exames em Bucky. — Agora é esperar que ele acorde.
— Isso vai demorar muito? — Wanda quis saber.
— Provavelmente umas duas horas — deduziu ao olhar o relógio. — Eu volto daqui a pouco — avisou saindo do corredor.
As duas horas que se seguiram foram um pouco angustiantes para Wanda, era ruim não saber como ele estava, era ruim tê-lo em uma porta de distância e não poder entrar porque ele estava em observação. Quando finalmente aconteceu, as duas horas tinham se passado e Cho voltou para examinar Bucky e ver se ele já tinha acordado.
— Vocês podem entrar — Cho autorizou após examinar o outro. Wanda, Sam, Steve e Nat, foram os primeiros a entrar, Tony tinha ido analisar algumas coisas que tinham visto no banker e Clint estava o ajudando. — Daqui a quinze minutos eu volto.
— Como você está? — Steve perguntou, se aproximando da cama.
— Bem eu acho, eu não lembro muita coisa mas — Bucky tranquilizou. — Quem é ela? — Perguntou apontando Wanda. E como um banho de água fria, mais um naquele curto período de tempo, saber que ele não se lembrava dela?
Ter ficado longe dele por semanas tinha sido suportável. Ter recebido a notícia de que perdera um filho foi um pouco menos insuportável porque sabia que o teria ali em algum momento. Mas tê-lo a um palmo de distância e ele não saber quem ela era, seria demais.
— Você não lembra da Wanda, Bucky? — Natasha perguntou cautelosa e ele negou — Você lembra de mim?
— Até onde eu sei você é Natasha e Steve — Apontou para cada um respectivamente — Só não lembro deles dois — Se referindo a Sam e Wanda.
— Eu vou chamar a Cho — Sam avisou saindo do quarto.
Wanda ficou estática por alguns segundos, aquilo era demais para ela aguentar, tanto que ela começou a hiper ventilar. Precisava sair dali, sair daquele quarto.
— Eu vou atrás dela — Natasha se prontificou ao ver a amiga saindo do quarto.
— O que aconteceu? — Bucky perguntou sem entender. Steve se sentou ao lado da cama e começou a explicar o que estava acontecendo.
— Wanda, espera! — Natasha a alcançou nas escadas para o segundo andar.
— Nat, não. Agora não — Pediu enxugando as lágrimas.
— Vai fala — Pediu sabendo que ela precisava desabafar.
— É que tudo pareceu mais suportável só pelo fato de eu poder abraçá-lo, beijá-lo e saber que ele estaria aqui de novo e... — Wanda não conseguiu completar o desabafo, caiu no choro. Natasha subiu os dois degraus que as separava e a abraçou. Já tinha visto aquela cena, pelo menos daquela vez ela não tinha uma bala no ombro.
••••
— Wanda, eu tô aqui! — apontou para si mesmo tentando fazer com que ela o enxergasse,
Os dias foram passando e já fazia um mês que Bucky tinha voltado, mas sua memória não. Os exames não mostraram nada grave, apenas um pequeno trauma no hipocampo, a parte mais profunda do cérebro onde as memorias de longo prazo se localizavam, causado por choques elétricos, ou seja, o método de lavagem cerebral da H.Y.D.R.A. Com um pouco mais de estímulos ele voltaria a ser o Bucky de antes de todo aquele problema.
James tinha alguns lapsos de memória e se lembrava de uma coisa ou outra, que envolvia Steve, Natasha, Tony, Sam e até Peter, mas nunca Wanda, que tentava ficar indiferente, mas sempre ficava mal cada vez que aquilo acontecia. Ela não queria pressioná-lo, poderia piorar ou até bloquear as memórias que ele tinha sobre ela.
Ele até estava tentando, mas nada era claro quando se tratava de Wanda. As vezes tinha alguns sonhos confusos com ela. Não entendia como tinha acontecido e se tinha acontecido e ele não sabia como perguntar, o que só piorava as coisas e não saiam daquele chove não molha.
As vezes ele a pegava olhando para ele com o olhar distante e sentia que queria que ela se aproximasse, sentia que o que tinham antes ainda estava ali, só precisava se lembrar. Aquele era um desses momentos, eles estavam na sala, Bucky estava assistindo a um filme e Wanda se sentou no sofá oposto ao dele fazendo o mesmo.
Em determinado momento, ela passou a observá-lo com um olhar nostálgico e distante e ele não aguentou
— E-eu sei que está mas ainda parece que não te conheço. Não posso chegar perto de você com medo de me rejeitar, você não se lembra das nossas brincadeiras e apelidos. E, eu sei que foi por conta da H.Y.D.R.A. que essas memórias desapareceram e que eu tenho que ter paciência para elas voltarem mas... Eu tô cansada de esperar! Eu sinto sua falta! De te abraçar, beijar, perguntar como você está sem parecer evasiva demais — Desabafou. — Desculpa! — saindo da sala, ela foi para a varanda, precisava de ar. A noite estava fria e, anormalmente para Nova Iorque, o céu estava com mais estrelas.
Alguns minutos depois a morena sentiu a presença dele na porta. O olhar e Bucky queimava em suas costas fazendo todo o seu corpo formigar com isso.
— Eu sei que é frustrante, é para mim também. Te ver todos os dias, saber que tinha algo entre a gente e não me lembrar de nada é frustrante. — Disse quebrando o silêncio.
— Tudo bem — Concordou ainda sem se virar para ele — Eu sei que está tudo ai dentro é... só que eu sinto falta é só isso. — Explicou. Bucky suspirou e se sentou na rede que tinha ali. Wanda se virou para ele e ficou a observá-lo. Quanto tempo levaria para que ele recuperasse a memória? Sabia que levaria tempo, a primeira vez tinha levado muito tempo e quanto tempo levaria dessa vez? Um mês, um ano, mais que isso?
— Senta aqui — Pediu, batendo no espaço vazio ao seu lado. Wanda sorriu e foi, sentia falta e não iria negar. Sentando-se no lugar destinado, ela tentou ficar distante, mas se surpreendeu quando ele a recebeu em um abraço. Ela se ajeitou, deitando a cabeça no peito dele e sentiu seu coração se acelerar. — Eu sei que está sendo difícil. Eu sinto algo realmente forte por você e eu quero tentar. O que acha? Ter você mais perto me trás sensações boas — confessou.
Wanda sorriu e se afastou um pouco para olhá-lo melhor. Por impulso, ou não, Bucky avançou sobre ela a beijando. Pegando a mulher de surpresa por um momento, ela estava confusa, o que ele estava fazendo? Bom, que se dane, ela queria muito aquilo e, aparentemente, ele também, ela apenas correspondeu.
— O que foi isso? — Ela quis saber ao fim do beijo, ainda ofegante.
— E-eu só senti que precisava fazer isso, bruxinha — respondeu ainda sentindo o coração e o corpo se aliviarem. — Tudo bem? — Perguntou ao ver uma lágrima escorrer.
— Você me chamou de bruxinha — Comentou. — Você me chamava assim no começo, ainda me chamava na verdade.
— Chamei?! — Ela assentiu — Eu nem percebi. Acho que isso é bom, né? — Wanda assentiu e o abraçou — Eu que está voltando.
— É, acho que sim — Sorriu em meio as lágrimas, beijando a bochecha dele e voltando a deitar no peito dele.
Poderia ser que aquilo levasse um tempo mas seu Bucky ainda estava ali.
Autor(a): lety_atwell
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☆ Briefing ☆ — Wanda, Pietro, Peter e Bruce, vocês vêm comigo e entraremos aqui - Tony explicou apontando para uma planta de um dos prédios. — Steve, Clint, Bucky e Sam, vocês vem para essa outra sala ao leste. Entendido? — Todos confirmaram. — Não está esquecendo ninguém, Tony? &ndas ...
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