Fanfic: One-Shots: Romanogers & WinterWitch | Tema: Vingadores
Despedidas eram difíceis para todos.
Não importa que a despedida seja apenas por alguns segundos, minutos, horas, dias, meses, anos ou a eternidade. Quando a pessoa que amamos se despede dói em um lugar que nunca sabemos nomear, só é possível sentir a dor.
E era assim que Wanda estava se sentindo. Dolorida. Uma dor que vinha de um lugar que nem seus poderes seriam suficientes para tirar, ali eles não alcançariam, não podiam tocar.
Tinham sido muitas perdas em um curto período de tempo: Seus pais, seu irmão e, por último, sua última tentativa de amor, alguém que ela se apaixonara, entregará seu coração e, de uma forma totalmente injusta e covarde, fora tirada de sua vida, Visão.
Os últimos meses com ele tinham sido maravilhosos, a dor parecia ter se dissipado, pelo menos um pouco, e ele preenchia vazios que ela não tinha reparado que tinha.
Tudo estava indo muito bem até Thanos aparecer e tirar toda a calma e paz, não só dos dois, mas de todos que moravam na galáxia. Apesar de todos os esforços para impedir que o titã conseguisse a joia da mente, a última que faltava para completar a manopla, o gigante roxo conseguira o que queria e, além de perder o amor da sua vida, Wanda acabou indo para a joia da alma junto com os outros super-heróis e a metade de todos os seres da galáxia.
Cinco anos e uma batalha depois, mais perdas, mais lágrimas e a feiticeira já não tinha tanta certeza do que estava fazendo de sua vida. Os dias pareciam borrões desconexos e as lágrimas estavam presentes em todos eles, assim como a saudade e as boas lembranças.
Quebrada.
Era assim que ela estava, era assim que se sentia.
Nada do que ela conhecia e lhe era familiar estava mais como deveria e era como se não houvesse pelo que viver ou existir. Estava viva, mas vazia por dentro.
— Maximoff — Sam a chamou em seu dormitório. Já deveria ser de manhã ou algo perto disso.
Afastando as cobertas contra a vontade, ela tocou o chão frio e foi até a porta, abrindo-
— Oi, Sam — A voz rouca e os olhos vermelhos com certeza a denunciariam de várias coisas, mas ela já não se importava. Não mais.
— Sabe que precisa sair desse quarto, não é? — Perguntou retoricamente, cansado. Não estava sendo fácil para ele ver Wanda daquele jeito, ela também era uma das únicas pessoas que ele tinha para cuidar em sua vida.
— Eu já sai — Respondeu de má vontade, cruzando os braços.
— Ir para a cozinha e voltar não conta — Desconsiderou — Além do mais, achei que hoje a veria fora a sua caverna.
— Por que? — Franzindo a testa, Wanda tentava se lembrar de algum compromisso, mas nada veio à mente. Geralmente recebia a visita de uma psicóloga, assim como Sam e Bucky por recomendação de Benner.
— Nada mesmo? — Insistiu o outro. Wanda negou e ele sorriu.
— Seu melhor amigo volta hoje de viagem, não se lembra? — Relembrou e Wanda arregalou os olhos. — Conseguimos alguma reação sua, que surpresa! — Exclamou Wilson.
— Que horas são? — Entrando de volta no quarto, Wanda procurou o estupido celular que deveria estar em algum lugar entre as cobertas.
— Duas da tarde — Olhando o relógio em seu pulso. — Vocês têm se tornado ótimos amigos, não? — Considerou o soldado, se apoiando no batente da porta.
— Isso, somos amigos, como você e eu — Concordou a feiticeira, finalmente achando o aparelho e Wilson sorriu.
Todos estavam tentando dar um passo em direção a um futuro, mesmo que ainda incerto, para tentar apagar os danos causados por Thanos. Mesmo depois de restaurado, o universo ainda precisaria de muitos ajustes, assim como as pessoas precisariam se readaptar a uma nova realidade. Isso incluía Wanda, que se negava a estabelecer mais relações pessoais do que já tinha com Sam, Bucky, Benner e a família de Clint. Amizades e nada mais que isso. Porém, tinha uma coisa que ela ainda não tinha percebido, mas seu coração estava começando a se cicatrizar de algumas perdas e estava pronto para começar a pensar na possibilidade de amar mais uma vez e ele já tinha escolhido seu alvo.
— Claro, como nós dois — Concordou irônico. — E assim que você sair desse quarto, faz o favor de ligar para o Clint antes que eu enlouqueça e jogue todos os telefones dessa casa na privada! — Pediu saindo do quarto e Wanda sorriu do exagero, era típico de Sam. Clint ligava duas vezes ao dia para saber como ela estava e, dependendo da resposta, ele ligava uma terceira ou quarta. Sam era a pessoa que geralmente atendia o telefone, coisa que ele não gostava muito, e repetia aquela “ameaça” todas as vezes.
Wanda voltou a fechar a porta do quarto, jogou as cobertas de qualquer jeito de volta para a cama e foi para o banheiro. Apesar de tudo o que estava sentindo, Sam a animava e Bucky parecia entende-la. Quando estava com os dois era como estar em calma, principalmente com Barnes, ela não sabia explicar, só sabia que ele fazia as coisas parecerem um pouco mais coloridas, diferente do preto e branco que andava vivendo.
★☆★☆★
— Na próxima, você vai! — Esclareceu o soldado apontando para Sam que sorria.
— Oi Barnes, como foi de viajem? — Perguntou irônico, virando o resto do suco que tinha em seu copo.
— Quando eu te jogar pelo triturador de lixo, você vai entender como foi a viajem — Resmungou indo até a geladeira e pegando a garrafa de suco, virando um pouco em um copo para si.
O que havia sobrado dos vingadores e os novos recrutas estavam viajando por toda a parte para tentar ajudar o máximo de pessoa e planetas a retomar as vidas antes de toda a confusão causada por Thanos. Alguns lugares eram mais fáceis, outros mais difíceis e tinham alguns que nem milagre ajudaria. O que era o caso de um planeta chamado Voyer, onde os estragos tinham sido enormes. A escala dizia que Sam deveria ter ido ao socorro, mas ele acabou empurrando a função para Bucky.
Tudo bem, nem tão empurrado assim. Bucky acabou aceitando a troca para ficar um tempo longe de Maximoff. Estava se encantando pela feiticeira e aquilo não parecia nada bom levando em consideração o histórico dos dois, mas o tempo longe, as pessoas que ele viu, parecia ter aflorado o que sentia por ela. Pensar em como ela agiria, como ela ajudaria os que precisavam, em como o sorriso dela seria um alívio nos momentos difíceis.
— Acha que devemos voltar para ajudar? — Considerou Sam, preocupado.
— Carol da conta. — Garantiu, olhando para a entrada da cozinha.
— Que bom — O falcão sorriu aliviado e feliz que mais uma missão tinha dado certo. — Ela ainda vai demorar — Avisou, Sam, vendo que ele estava a procura de Wanda.
— Que? Ela quem? — Se fazendo de desentendido, ele voltou a atenção aos armários da cozinha procurando algo para comer.
— Me engana que eu gosto, Bucky. — Zombou Wilson. — Além de você conhece alguma outra “ela” que more aqui? — Argumentou, ficando a frente dele. — É claro que estou falando da Wanda.
— E quem disse que estava procurando por ela?
— Só vocês dois que são cegos e não veem o que está na frente dos olhos — Filosofou, enquanto saia da cozinha e deixava Bucky sozinho com seus pensamentos.
O soldado tentava entender o que sentia. Não lembrava de já ter tido aquela sentimento antes, de amar alguém, de ficar com o coração saltando do peito com a simples presença no mesmo ambiente. E ao mesmo tempo que era maravilhoso, ele sentia um grande medo. De não ser quem ela precisava, de não saber como amá-la como deveria, como ela merecia e acabar a machucando.
— Achei que não o veria tão cedo — Como se soubesse que ele estava pensando nela, a voz de Wanda invadiu seus ouvidos e um sorriso instantâneo se formou em seu rosto.
— Oi boneca — O tom animado dele, junto com o sorriso encantador, fizeram os joelhos dela tremerem um pouco.
— Oi soldado — Devolveu no mesmo tom divertido, indo até ele e o beijando na bochecha, ficando um pouco vermelha em seguida. Era sempre assim, eles chegavam de algum lugar, se cumprimentavam com aquele mesmo beijo na bochecha e um dos dois sempre acaba com o rosto corado — Como foi lá?! — Saindo do campo de visão dele, Wanda foi até a geladeira pegar alguma coisa, na verdade estava procurando o que fazer até sentir o rosto parar de arder.
— Atarefado. Muita coisa precisa ser reconstruída, pessoas... Aliens...?! Como eu devo chamá-los? — Bem, ele não descreveria os Voyeranos como pessoas exatamente, apesar de todos serem bípedes, mas não custava perguntar.
— Seria errado se os chamássemos de extraterrestres? Afinal, são o que são para nós — Considerou e ele assentiu. — Ou o povo.
— Certo, o povo, tem muito para reconstruir. Pessoas sem empregos e com famílias... — Relatou e Wanda assentiu, imaginando o cenário que ele narrava. — No final, apesar de tudo, a Terra deu sorte.
— Vendo por essa ótica — Ponderou, fechando a geladeira sem ter pego nada de dentro. — As vezes eu acho que não vamos conseguir nunca voltar ao que éramos — Caminhando os dois passos que a levavam da geladeira até o balcão que Barnes estava apoiado, Maximoff ficou a frente dele tentando entender o porquê das mãos estarem suando daquela forma.
— E não vamos. — Por mais que doesse, aquela seria a verdade. Eles nunca voltariam a ser como antes. Foram danos muito grandes para serem recuperados mesmo depois de terem trazido todos de volta. O “todos” deles ainda estava em falta e não seria recuperado. — O que podemos fazer agora e tentar seguir em frente, com as boas memórias que ficaram. — Poetizando o momento, eles ficaram alguns segundos em silêncio, mas, ao olhar para o homem barbado a sua frente, Wanda não pode evitar de sorrir. — O que?
— Isso não parece coisa sua — Disse ela em tom de riso. Bucky franziu a testa, tentando entender — “O que podemos fazer agora e tentar seguir em frente, com as boas memórias que ficaram.” — Repetiu, engrossando a voz e movendo os braços para imita-lo — O Bucky que eu conheço diria algo como... — Ela pareceu pensar um pouco — Ah, provavelmente você ficaria um longo tempo em silêncio pensando.
— E você leria meus pensamentos?
— Não é algo que eu costume fazer, mas quem sabe... — Sorrindo misteriosa, Wanda passou por trás dele, passando as mãos pelos cabelos um pouco cumpridos dele. — Vai deixá-los cumpridos? — Ser perdendo na maciez dos fios.
— Essa mudança repentina de assunto quer dizer que você já fez isso antes, Maximoff? Leu os pensamentos alheios? — Provocou, voltando a ficar de frente para ela.
— Eu bem que gostaria de ser esse tipo de feiticeira, mas eu nunca fiz isso... Sem um bom propósito — Era tão estanho – e bom ao mesmo tempo – que em tão pouco eles tinham aquela intimidade, que conseguiam falar sobre qualquer coisa sem se sentirem culpados ou desconfortáveis com o que diziam, nada parecia errado. As palavras saiam tão naturalmente, as brincadeiras e provocações. Era umas conexão instantânea, só não tinham entendido isso ainda. — E eu não estou mudando de assunto para encobrir coisas. — Acrescentou. Por fim, Wanda pegou uma pera na fruteira e indo para a porta. Só tinha descido porque ouviu a voz de Bucky e estava ansiosa por vê-lo, tanto que vestiu apenas um short jeans qualquer e a blusa que ele lhe dera e da qual não desgrudava, ainda tinha o cheiro dele.
— Ei — Bucky a chamou quando ela estava saindo. Wanda se virou limpando um pouco do suco da pera que escorria pelo canto da boca. — A propósito, é minha camisa?
— Uhmm, é — respondeu ainda mastigando a fruta — Por que? — Bucky apenas negou com a cabeça. A ruiva o olhou desconfiada e saiu, indo de volta para o quarto.
☆★☆★☆
— Vocês se beijaram? — Sam praticamente berrou e quase bateu o carro contra uma senhora que atravessava a rua. — Volta a história e conta o que eu perdi.
Tinha sido no dia anterior e desde então ele não via a ruiva.
Pensado bem, tinha sido bem estilo comédia romântica – que ele sempre odiou – em que o momento mais inusitado possível se tornava mágico e, de uma forma impossíveis, ele jurou ter visto Wanda brilhar.
As missões estavam em pausa por um tempo, eles precisavam, então tinham mais tempo livre para se concentrarem em todos os problemas da vida. Cansado disso, Bucky bateu a porta de Wanda a chamando para uma caminhada pelos arredores do complexo já que o lugar era grande o suficiente para uma maratona.
Parte do trajeto foi feira em silêncio, mas um silêncio confortável, passando por uma árvore, Wanda viu um ninho de passarinhos e resolveu subir na árvore. Teria sido mais prático se ela tivesse voado, certo? Afinal seus poderes lhe davam essa capacidade, porém – como em um filme de romance – aquilo foi esquecido e em segundos ela estava se esgueirando entre os galhos para chegar até o ninho, Bucky estava embaixo observação e reprovando tudo, porque como dizia a lei de Murphy: tudo o que pode dar errado, vai dar.
E ela caiu.
Não tão dramaticamente como aconteceria em um filme, foi mais desajeitado e bem dolorido para ele que serviu de amortecedor.
Ela tinha caído em cima dele e eles estavam bem próximos, não só fisicamente falando.
— Eu machuquei você? — O olhar preocupado de Wanda varria o rosto de Bucky em busca de algum arranhão ou de algo que denunciasse dor.
— Não, não machucou — Garantiu afastando as mechas de cabelo do rosto dela — E você, de machucou? — Wanda móveis a cabeça em um não, deixando o olhar se perder pelo rosto do moreno, a barba por fazer, os olhos focados nela, a testa franzida. Ele era muito bonito. Não que ela não tivesse considerado isso antes, mas agora com o soldado tão perto, com o cheiro dele lhe invadindo os sentidos e a boca perigosamente perto, ela sentia que precisava anotar essa informação mentalmente.
Bucky também estava muito consciente do peso dela sobre seu corpo e não era nada desconfortável. Os cabelos dela fazendo uma cortina perfumada de maçã o deixavam ainda mais hipnotizado por ela.
Ela não saberiam dizer se tinha sido ela a se abaixar ou ele a se erguer, o fato é que em um minuto eles apenas se encaravam e no seguinte as novas estavam unidas em um beijo. No primeiro momento, foi como congelar no tempo apenas entendendo a sensação de terem um ao outro. A língua dele invadiu a boca dela começando a explorar a dela. Ela retribuía de forma apaixonada e intensa.
— Bucky — Sussurrando ofegante, ela deixou a testa descansar no ombro esquerdo dele, sentindo um pouco do gelado da estrutura de metal que fazia o braço. O soldado murmurou um “humm” concentrado na sensação do beijo. — Eu não posso
— Não pode o que? — Estranhou a vendo sair de cima de si, sentindo imediatamente a falta do peso dela sobre si. Ele se sentou no chão e a via em pé se afastando.
— E-eu ainda não sei se consigo... Consigo ter uma outra relação amorosa, não agora. — Explicou, sumindo no minuto seguinte.
“Mesmo ela estando contente no calor dele
Ela joga com urgência
Procurando beijos
Do homem que ela sente falta
O homem que ele gostaria de ser”
★☆★
— E vocês não se viram desde então?
— Não sei se ela está me evitando ou se só não saiu do quarto mesmo — Respondeu cabisbaixo.
— Talvez ela precise de um tempo. O Visão foi demais para ela, a forma como ele se foi...
— Eu sei — Concordou, olhando pela janela do carro, estavam quase chegando no complexo, eles tinham ido fazer compras, mais uns dias e eles teriam que começar a comer as paredes.
— Você... — Sam deixou a fala se perder, esperando que Bucky entendesse.
— Eu...? — Sem entender, Barnes pediu que ele continuasse.
— Você gosta dela? — Sondou. Ele sabia que a resposta era sim, mas precisava ouvi-lo dizer.
— Gosto — Respondeu e mais parecia uma tosse, um resmungo. Wilson parou novamente em um farol e o encarou esperando uma resposta mais clara. — Sim, Samuel, eu gosto da Wanda!
— Que bom. — Satisfeito com a resposta — Olha, ela também gosta de você, sério — Assegurou — Ela só precisa de tempo.
— Eu sei — Falou frustrado. — Só queria tirar isso dela.
— Tenho certeza que sim — Finalmente chegando ao complexo, Sam estacionou próximo a entrada para facilitar carregar as comprar para dentro. — Ela te deixou menos carrancudo, gostei disso. — Dizendo isso, Sam abriu a mala do carro e saiu. Bucky ficou alguns segundos pensando no que Wilson tinha dito e era verdade, ela o tinha mudado e talvez ele estivesse gostando.
★☆★
Wanda não estava evitando Bucky.
Tudo bem, talvez.
Ela tinha gostado do beijo. Mais que gostado, queria que se repetisse mais e mais veze.
Entretanto, ainda tinha aquela parte dela que se lembrava de Visão. Que não queria sentir de novo a dor da perda. Porque esse lado tinha se convencido de que amar alguém, sendo Wanda Maximoff pelo menos, iria acabar em tragédia e com o coração partido. Estava gostando – mais do que queria admitir – de Bucky e não queria que terminasse de um jeito desastroso como da última vez. Evitar o soldado também não era a melhor saída, mas era a única coisa que ela conseguia pensar e fazer.
Eram por volta das quatro da tarde e Wanda não tinha saído do quarto, estava com fome e sabia que Sam e Bucky tinham ido às compras. Torcendo para que não esbarrasse ninguém, ela correu para a cozinha para fazer um lanche rápido.
Um sanduíche e algumas frutas depois ela já estava se achando vitoriosa por conseguir, quando os sons de passos foram ficando audíveis e a imagem de Barnes se materializou a frente dela.
— Wanda — Constatou surpreso, achou que ela evitaria sair do quarto por mais duas semanas depois do beijo.
— Bucky — O nervosismo na voz era evidente, assim como as tentativas de respirar fundo e se acalmar.
— Calma, eu não mordo — Tentando aliviar a tensão dela, ele brincou se aproximando da ruiva. Roubando algumas uvas do prato dela.
— Eu sei que não — Correspondendo o tom divertido, Wanda se apoiou no balcão tentando uma postura casual e relaxada.
— Se continuar assim, vai travar na bancada e eu não vou te ajudar — Bucky puxou uma das banquetas e se sentou a frente dela. — Eu sei que está me evitando e não tente negar — Reforçou quando ele viu que ela hesitaria. — Sei que está com medo, porque eu também estou. Gosto de você e isso me assusta, nunca me senti assim por ninguém. — Se expor daquele jeito não era uma coisa que o antigo Bucky Barnes faria, mas com a convivência – e talvez ele estivesse ficando mais maleável a cada dia – com a feiticeira ele estava menos bruto, sentimentalmente falando.
— É... Eu gosto de você. Mesmo. Só que a dor ainda é muito recente e o medo de perder alguém que eu amo da mesma forma que foi com o Visão ainda é grande demais para eu simplesmente esquecer ou deixar de lado. — Tentando demonstrar seu ponto de vista, Wanda já sentia as lágrimas verterem de seus olhos.
— Eu entendo — Disse o soldado em apoio.
Como era comum entre eles, o silêncio se fez presente por um tempo, até Wanda de sentir confortável de novo para falar.
— Se você puder esperar, só mais um pouquinho... — ela juntou os dedos deixando um espaço pequeno entre o indicador e o dedão.
— Você diria sim? — O beijo de esperança apareceu nos olhos de Bucky, fazendo Wanda sorrir e morder os lábios, ansiosa, em seguida. — Então eu espero — Afirmou e ela sorriu aliviada.
★☆★
— A lua está bem bonita, não? — Wanda perguntou, enquanto olhava o satélite natural admirada.
Deveria ser bem tarde da noite, ela não sabia dizer que horas subirá no telhado para admirar a lua. Só sabia que não estava conseguindo dormir e, desde que Bucky apresentará o telhado a ela, voou até aquele pedaço do complexo para ficar pensando.
— A lua é bem mais bonita daqui de cima mesmo — Concordou, olhando na direção da lua no alto do céu. — Seus olhos ficam mais bonitos com o brilho dela também. — Comentou a encarando com um olhar profundo, que Wanda jurou ser possível ver sua alma.
Depois da conversa mais cedo na cozinha, o clima entre eles tinha melhorado e eles voltaram a estar confortáveis com a presença um do outro. Não que um dia tenham ficado desconfortáveis, mas aquele dia que não se falaram tinha sido bem estranho.
— Você também fica muito mais bonito com o brilho pálido da lua — Retribuiu, se aproximando um pouco mais dele, com cuidado para não acontecer um acidente, e se encostou em seu peito ouvindo as batidas descompassadas do coração dele.
Bucky, um pouco hesitante, passou o braço pelos ombros dela a abraçando e aquilo era o mundo para ele. Sabia das fragilidades dela, dos limites que Wanda tinha em relação a relacionamentos pelo seu histórico. Ele também tinha os seus limites, as coisas nunca tinham sido fáceis para eles quando o assunto era relacionamentos, mas ele já entendia que seu coração batia mais forte por ela, que ele a amava e a amaria. Sim, ele tinha saído da classificação “gostar” para amar em menos de um dia, sentia que era amor de verdade e esperava que ela correspondesse da mesma forma. E, por isso esperaria.
Esperaria até que Maximoff estivesse pronta e, de certa forma, ele também. Por isso se contentaria em apenas abraça-la por aquele momento.
Ele só pode abraçá-la.
E era o suficiente.
He can only hold her for so long
Autor(a): lety_atwell
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