Fanfics Brasil - Capítulo 13 O Desafio(adaptada)

Fanfic: O Desafio(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 13

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Christopher andava de um lado para outro em frente à porta. Dulce enviara uma mensagem de texto dizendo que o encontraria por volta do meio-dia. Já era meio-dia e cinco. Onde ela estava? Ele precisava encontrar um jeito de recuperar o emprego e a masculinidade, preferencialmente não nessa ordem.


A manhã começara quase normal: vovó fizera a maldita ioga e depois exigira que ele a deixasse no clube de cartas. Mas mesmo quando vovó pedia uma coisa, nunca era apenas uma coisa. Não, ela sempre queria algo mais, não explicava o motivo e ainda olhava como se a pessoa que perguntasse o porquê de ter de fazer tal coisa fosse idiota.


Era como se Christopher tivesse voltado a ser criança, como daquela vez que vovó o flagrara roubando M&M’s da loja de conveniência e então lhe comprara um saco de dois quilos e o fizera se sentar e comer tudo ali, na frente dela.


Ela lhe explicara que aquilo faria com que ele nunca mais pegasse nada que não fosse dele. Porque, se ela o pegasse furtando, Christopher teria que engolir o objeto ou usá-lo pela casa.


No ensino médio, acontecera de novo, mas com cerveja. Ela então comprara um engradado e o mandara virar tudo, até que ele passasse mal. Ele tomou três antes de vomitar. Naturalmente, vovó bebera as que restaram.


Bastava dizer que era sempre mais inteligente concordar com ela que testar a sorte. Então ele a levava de carro pela cidade, bancando o bom neto, e pedia a Deus que ela finalmente o contratasse de volta, para que ele pudesse parar de bancar o motorista e o cerimonialista.


Deus, ele viraria mulher enquanto esperava por aquela maldita garota irritante!


A campainha tocou.


Ele correu para atender. Então parou e respirou fundo algumas vezes. Sim, definitivamente estava virando mulher. Estava agindo como se aquilo fosse um primeiro encontro, ou coisa parecida. Era Dulce! Dulce! Precisou repetir o nome várias vezes em voz alta antes de conseguir abrir a porta.


O sorriso que ela deu fez seu mau humor desaparecer, e, de repente, ele lembrou por que se mantinha distante de garotas como ela.


Elas traziam problemas.


Prometiam prazer, mas, no final das contas, queriam compromisso. E isso faria qualquer cara fugir, ainda mais um cara como Christopher. Ele não merecia nem mesmo qualquer coisa parecida com aquilo. Até mesmo ele não era babaca o suficiente para não perceber que uma garota como Dulce... Bem, ela merecia um dos bons.


Não ele. Definitivamente, não ele.


Os olhos dela brilharam quando ele sorriu.


Droga. Ele teria que parar de flertar com ela. Ela iria entender errado, e ele ficaria maluco se tivesse que passar a semana do casamento se perguntando se ela estava só esperando a hora certa para esfaqueá-lo.


— Entre. — Ele abriu mais a porta e fez um esforço para não olhar para a bunda dela enquanto Dulce passava por ele com os saltos estalando no chão de mármore. Ela claramente viera do trabalho. Estava usando uma saia-lápis apertada, blusa branca e sapatos vermelhos.


Péssima escolha.


Porque agora ele estava pensando em vovó e naquela história idiota do aeroporto, e...


— Christopher? — A voz suave de Dulce o trouxe de volta ao presente. — Ouviu o que eu disse?


— Não. — Ele deu uma risada, constrangido. — Eu estava, hã... admirando seus sapatos.


— Meus sapatos? — Ela ergueu as sobrancelhas, divertida. — Tem fetiche por salto alto?


— Em você? — Ele assentiu com a cabeça. — Acho que devo ter.


Droga, ele tinha começado outra vez. Qual era o problema dele? Era como se flertar com Dulce fosse instintivo, como se não conseguisse não se sentir atraído por ela. Seu corpo se movia involuntariamente na direção dela. Será que eram os olhos? O cabelo? Uma vozinha que ele não ouvia havia muito tempo lhe explicou que não. Não era físico, era algo completamente diferente. Algo em que ele não queria sequer pensar ou considerar por muito tempo. Porque aí teria de admitir que tinha um coração, o que queria dizer uma coisa: que em algum momento seu coração iria se partir, mas, dessa vez, não haveria o que amparar a queda, apenas o nada.


Ele engoliu em seco e olhou para o outro lado ao perguntar:


— Então, vamos almoçar?


Ela aceitou seu braço e olhou a casa.


— Parece uma boa ideia. — Os olhos de Dulce se estreitaram.


— Que foi? — Ele parou de andar. — Qual o problema?


— Eu tinha esquecido. — Ela deu uma risadinha.


— Esquecido o quê?


— Que você é tão rico que chega a ser ridículo.


Christopher soltou uma risada curta.


— Estou desempregado no momento, mas obrigado.


— Ah, por favor! — Dulce soltou o braço de Christopher e se adiantou, entrando na cozinha gigantesca. — Tudo isso? Isso é o que as pessoas sonham em ter a vida inteira. Quer dizer, eu mataria por uma cozinha dessas. Você tem dois fornos! O meu quase não funciona!


Christopher se apoiou no balcão, divertindo-se com a cena.


— Você gosta de cozinhar?


— Amo. — Ela suspirou. — Não tenho tanto tempo quanto antes, e minha cozinha é um tanto ruim, assim como você... — Ela deu um sorriso doce. — Se eu morasse em uma casa dessas, não ficaria me lamentando, como você faz.


— Nossa, obrigado! — murmurou ele, sentindo-se repreendido. — E não estou me lamentando.


— Você está, sim. — Dulce tamborilou os dedos no balcão de granito. — Então, cadê o almoço?


— Na geladeira.


Dulce andou até a geladeira e a abriu.


— Tem mais comida aqui que na maioria dos países pequenos.


— Vovó gosta de comer. — Christopher deu de ombros. — Vou pegar os sanduíches de croissant e a salada. Quer comer na varanda lá fora, para ficarmos perto da água?


— Hum, pode ser. — Dulce observou a cozinha. — Precisamos de mais alguma coisa?


— Pegue uma garrafa de vinho na geladeira, também... Que tal um branco? Você decide. — Ele piscou e andou até a porta de correr de vidro da varanda, com vista para o lago Washington.


Só precisavam comer, comportar-se direitinho e terminar de resolver aquela maldita lista da avó, quando, então, ele se veria livre para continuar a própria vida. Seu plano ainda era o mesmo. Sobreviver à Terceira Guerra Mundial, também conhecida como “A Invasão da Vovó”, e depois voltar ao antigo estilo de vida.


Quando ele parou um momento para se sentar e apreciar a vista, porém, percebeu que parecia fazer anos desde a última vez que estivera relaxado ou sóbrio o suficiente para aproveitar a paisagem.


Os passos de Dulce ecoaram pelo piso de madeira.


— Aqui está. — Ela lhe entregou uma taça de vinho e pôs a garrafa na mesa. — É bonito aqui fora.


— Acho que é. — Ele semicerrou os olhos por conta da claridade do sol e deu de ombros, deixando de lado a taça de vinho e tomando um gole d’água. — Acho que não reparo muito.


Dulce bufou com desdém e sacudiu a cabeça.


— Então. Vamos acabar logo com essa lista.


Tinha sido uma mudança de assunto um pouco repentina, mas tudo bem. Christopher pegou um pedaço de papel novo.


— Ok, temos que tomar mais cuidado com essa aqui. A última foi perdida em um acidente trágico com o picador de papel. Tive que roubar a lista reserva da vovó ontem à noite enquanto ela dormia.


— Nossa, você é quase um 007!


— Aquela mulher dorme como uma pedra.


— Então foi fácil?


— Ela deixa uma arma embaixo do travesseiro e nunca teve uma aula de tiro na vida. Fácil? — Christopher estremeceu. — Não se você quiser ficar inteiro.


— Justo.


Christopher pigarreou.


— Parece que a gente só vai ter que se preocupar com os bonecos do bolo e com o presente de casamento. Vovó disse que vão entregar hoje à tarde, então acho que só precisamos levar com a gente no voo.


— Tudo bem.


Eles mergulharam em um silêncio constrangedor. Christopher não sabia bem por que o clima estava tão estranho, formal. Era como se Dulce tivesse perdido a mania de discutir e estivesse apenas esperando alguém lhe dizer o que fazer para acabar logo com aquilo.


Que era exatamente o que ele estava fazendo.


Só que Christopher queria que Dulce tivesse vontade de passar tempo com ele.


Gostava que ela fosse briguenta. Ficava mais feliz quando estavam discutindo do que quando ela ficava quieta.


— Dia difícil? — perguntou depois de mais alguns momentos de silêncio constrangedor.


Dulce deu de ombros.


— Uau, ela deu de ombros para mim! — Ele lhe serviu mais vinho. — Quer falar sobre isso?


Com um suspiro, Dulce inclinou a cabeça e o encarou.


— Não muito.


— Sem pressão. — Ele ergueu as mãos. — Mas talvez eu possa ajudar.


— Ah, o milionário está oferecendo ajuda! Quanta consideração!


Christopher fez uma careta.


— Qual é o seu problema?


— Meu problema? — repetiu Dulce. Então ela se levantou bruscamente, quase derrubando o vinho, e jogou o guardanapo na cadeira. — Meu problema é que tudo é tão fácil para você! Sempre foi! Você tem uma vida perfeita, uma avó perfeita! E não ouse dizer nem uma palavra contra ela! Sua avó pode ser maluca, mas ao menos você tem uma família que se importa com você, em vez de pais que mais uma vez se esqueceram do aniversário da filha.


Christopher congelou. Seu estômago embrulhou ao ver a tristeza tomar conta do rosto de Dulce. Conhecia aquele olhar, conhecia muito bem: era solidão. Sentir-se como se a família o tivesse esquecido era quase tão ruim quanto ser a ovelha negra, a que ninguém queria. Então, sim, a situação dos dois até podia ser diferente, mas não tanto assim. Ela era abandonada e Christopher era uma piada.


— Tudo bem. — Dulce soltou uma risada amarga. — Hoje em dia, a gente mal se fala: não tinha mesmo como você saber que é meu aniversário. Eu só... eu não sei. Maite teve que viajar a negócios hoje de manhã e sei que ela também estava estressada. Talvez eu esteja parecendo uma criança mimada, mas só dessa vez... eu queria que alguém além de Anahí tivesse lembrado.


— Sou um babaca — sussurrou Christopher. — Sinto muito. Mesmo.


— Não. — Dulce apontou para ele. — Olha só, não é isso que eu quero. Pena não é a mesma coisa. É uma droga. Sentem pena de mim o tempo todo. “Ora, veja, é aquela repórter pobre coitada que apareceu bêbada em pleno jornal das cinco e caiu da cadeira!”, “Ora, veja, é a Dulce. Ela é engraçada, mas não dá para levá-la a sério.”, “Ora, que triste! A família da Dulce não passa o Natal reunida porque eles viajam de férias sem ela.” Ou que tal esta: não posso nem visitar meus pais hoje e dizer o que penso deles, porque os dois estão passando o fim de semana em Alki Beach.


Christopher umedeceu os lábios e ficou olhando o cabelo escuro de Dulce balançar com o vento. Sua blusa ficava mais justa na área do peito por conta da respiração alterada.


— Desculpe — disse ela, por fim. — Talvez o almoço não tenha sido uma boa ideia. Não estou a fim de socializar, aí venho aqui e vejo como tudo é fácil para você, que ainda assim tem a audácia de se sentir triste porque sua avó está morando com você e ela o obriga a comer donuts e a tomar vinho. Eu daria tudo por algo assim.


Christopher nunca tinha se sentido tão mal antes. Naquela manhã, gritara com vovó porque ela preparara ovos para ele. Na verdade, dissera a ela que comesse os malditos ovos e o deixasse em paz. Depois, ainda fora além e pedira o emprego de volta. E ali estava Dulce, sozinha no próprio aniversário, desculpando-se por ser má companhia. Qual era o problema dele? Ele merecia aquela bronca e muito mais, mas, para ser honesto, nunca recebera bronca de ninguém além de vovó.


E foi então que ele percebeu.


O que o atraía, o motivo por que ele não conseguia deixar Dulce em paz: a força dela. Ele desejava isso que via tanto nela. Seu inconsciente, seu senso de moral, tudo nele estava tão ferrado que ele a desejava como um alcoólatra deseja uísque.


Apesar do que sentia, precisava prosseguir com cuidado. A última coisa que queria era se envolver com alguém sabendo que a própria vida estava tão instável. Mas ele podia — ou melhor, iria — fazer as coisas melhorarem. Estava recebendo uma segunda chance para ser um herói, para ser o mocinho, e iria aproveitá-la.


Ele se levantou bem devagar e contornou a mesa, indo até Dulce. Com movimentos fluidos, envolveu-a nos braços e a puxou para um abraço.


— Sabe onde seus pais estão hospedados?


Ela praguejou junto ao peito dele.


— Eu posso mandar uma mensagem para eles. Quer dizer, se eles olharem o celular. Por quê?


Christopher riu, embora por dentro estivesse usando os piores palavrões que conhecia para xingar os pais dela, por serem tão egoístas.


— Bem, tenho uma ideia. Vamos visitá-los agora mesmo. Ligue para o trabalho. — O coração dele começou a bater mais rápido, quase como se tivesse recebido uma descarga de adrenalina, à medida que o plano se formava em sua cabeça. Talvez fosse por orgulho, e não um orgulho egoísta. Sentia-se orgulhoso de estar tomando uma decisão pelo bem de outra pessoa.


— Mas, Christopher. — Dulce se afastou. — O que a gente vai fazer? Entrar na pousadinha em que eles estão hospedados e exigir que me deem os parabéns?


Christopher deu risada.


— Você vai ver.


— Christopher, sério. Não estou com humor para brincadeiras, nem mesmo sei onde eles estão.


— Nós podemos não saber, mas conheço uma mulher que acho que— Nós podemos não saber, mas conheço uma mulher que acho que trabalhava para a CIA.


— O quê?


— Deixe que eu vou telefonar para meus contatos.


— Seus “contatos”? — repetiu Dulce. — Acho que o fato de estar desempregado já começou a afetar esse seu cérebro sexy. — Soltando uma exclamação de surpresa, ela cobriu a boca. — Foi o vinho! Droga!


— Você me acha sexy? — retrucou ele, dando uma piscadela. Era difícil se livrar dos velhos hábitos. E já fazia uma semana que não exercitava esses hábitos. O fato de ela o ter chamado de sexy o apavorava e excitava ao mesmo tempo. O sangue foi direto para os lugares errados. Calma, disse seu cérebro.


Seria muito fácil dormir com ela, e você poderia simplesmente desistir de se importar. Desistir de tentar. A verdade era que ficava apavorado só de pensar que, no instante em que decidisse correr o risco por algo que valesse a pena, ela pudesse rir dele. Ele não era bom o suficiente para Anahí, por que então seria bom o suficiente para Dulce?


— Não. — Ela se virou e balançou a cabeça, como se tentasse entender de onde saíra aquele “sexy ”.


— Tudo bem. — Christopher foi para trás dela. — Muitas mulheres acham.


— Eu realmente precisava ouvi-lo dizendo isso.


— Por quê? — Ele ficou tenso quando ela se virou e passou os dedos por seu peito.


— Porque me ajuda a lembrar como você é um babaca egoísta.


— Talvez você mude de ideia depois de hoje.


— Tenho minhas dúvidas.


Christopher se inclinou até que seus lábios estivessem quase se tocando.


— Vivo para provar que você está errada.


Dulce suspirou.


— Certo, ligue logo. Não vou render nada no trabalho, de qualquer jeito.


Com um sorriso largo, Christopher pegou o celular e ligou para vovó. Ela atendeu no segundo toque.


— É melhor ser importante, Christopher. Estou ganhando.


— Preciso que você encontre uma pessoa.


Vovó ficou em silêncio.


Christopher soltou um gemido impaciente.


— É para Dulce.


— Mande as instruções por mensagem — respondeu vovó, em voz baixa. — Verei o que posso fazer.


Ela desligou, e Christopher guardou o celular de volta no bolso da calça. Dulce o encarava por trás dos longos cílios.


— Esses são os seus contatos?


— Querida, você não faz ideia. — Ele passou um dos braços pelos ombros dela e pegou a comida com a outra mão. — Agora, vá para casa, vista algo sexy e me encontre aqui em uma hora. Precisamos comemorar.


Dulce curvou os ombros sob o braço de Christopher.


— Você não precisa fazer isso. Sério, já estou melhor. Viu? Bem melhor.


Ela apontou para o rosto e conseguiu dar um sorriso patético.


Ele não teve coragem de fazê-la se sentir pior dizendo como parecia triste, então optou por outra abordagem. Aquela que o faria parecer um babaca. Ao menos desse jeito ele sabia agir automaticamente: sendo o tipo de homem que sabe encontrar o ponto fraco de uma mulher. Só que dessa vez era para ajudá-la, não para ser egoísta, convencendo-a de que ela devia ficar com ele. Era estranho como as fraquezas do passado podiam se tornar pontos fortes. Ele deu um sorriso malicioso e a olhou de cima a baixo, então segurou seu rosto com as mãos e o virou de um lado para outro, como se estivesse procurando rugas.


— Tudo bem. Faça o que quiser, mas, se fosse eu quem estivesse ficando um ano mais velho, cada vez mais perto dos trinta, como você... iria querer ficar com alguém que sabe se divertir. Além disso, posso levá-la para jantar.


Ela semicerrou os olhos.


— Mas você está desempregado.


— E como você bem observou... ainda sou milionário. — Christopher pôs a garrafa de vinho de volta na mesa, pegou a mão de Dulce e a beijou. — Deixe que eu a recompense. Por favor. — A última vez que dissera “por favor” com sinceridade fora um ano antes, quando implorara a Anahí que o acompanhasse à casa de seus pais. Ótimo, então a última vez que ele dissera “por favor” do fundo do coração e sem motivações egoístas fora aos oito anos, quando queria um pirulito para seu amigo imaginário.


Os olhos dela foram da porta ao chão e voltaram.


— Está bem, mas... não seja tão legal. Pode ser que eu confunda isso com pena e fique com raiva outra vez.


— Combinado. — Ele indicou a porta com a cabeça. — Agora leve essa bunda maravilhosa para casa e vista alguma coisa. — Ele deu um passo para trás e a olhou de cima a baixo. — Sexy. Vista alguma coisa sexy.


— Isso não é sexy? — Ela deu uma voltinha na frente dele, parecendo ter recuperado o bom humor. Ele riu ao vê-la girar como uma criancinha. Droga, ela era mesmo linda! Ele pigarreou e desviou o olhar.


— Você ficaria bonita em qualquer coisa, mas precisa usar uma roupa de aniversariante.


Os olhos de Dulce brilharam, divertidos.


— Ok. Já volto.


Christopher assentiu com a cabeça, observando o balanço dos quadris de Dulce enquanto ela se afastava. Quando chegou à porta, virou-se para ele.


— Christopher...


— Diga.


— Obrigada.


— Ah, olha, eu ainda não gosto de você.


Ela riu.


— É, eu também não gosto de você.


A porta se fechou, e Christopher teve que se sentar para organizar os pensamentos. O problema era que estavam muito confusos. Ele começava a ficar um pouco apegado demais aos sorrisos de Dulce.


E saber que ela se sentia tão sozinha o estava matando. Que tipo de pessoa ele era? Alguém capaz de ficar sentado reclamando da vida enquanto ela não tinha um forno decente nem uma família que se importasse com o aniversário dela?


No caso dele, sua família se importava até demais.


E ele nunca tinha se sentido grato por aquilo, até o momento.


Com as mãos trêmulas, pegou o celular e discou o número de Alfonso.


— Alô? — respondeu o irmão, ríspido.


— Eu topo.


— Oi? — Alfonso tossiu. — Você queria mesmo me ligar?


Christopher revirou os olhos.


— Não seja difícil. Disse que topo e não vou desistir.


O telefone ficou mudo.


— Ainda está aí? — perguntou Christopher.


— Sim. — Alfonso riu. — Só estava vendo o relógio, para ver se o happy hour já tinha começado ou coisa parecida. Está bêbado?


— Não estou bêbado! — gritou Christopher, ficando cada vez mais irritado. — Só queria que você soubesse que pensei no assunto e topo. Quero levar Anahí até o altar com nosso pai. — Sua voz falhou sem querer. Droga, até quando o passado o assombraria? Ele se lembrou do sorriso de Bill, do jeito como olhava para Anahí, e sentiu um aperto no coração. Era o mínimo que podia fazer pelas famílias, a dela e a dele.


— Obrigado — agradeceu Alfonso, rouco. — É... Significa muito para a gente.


Para amenizar o clima, Christopher soltou uma risada.


— Considere a minha boa ação do ano.


— Beleza. — Alfonso suspirou. — E no mais, tudo bem?


— Tudo. — Christopher olhou para a casa vazia e, pela primeira vez na vida, se sentiu culpado por tudo o que possuía. Culpado por tomar aquilo como certo. — Vai ficar.


— Você está bem?


— Estou ótimo. — Christopher pigarreou. — Olha só, preciso ir. Depois nos falamos.


— Tchau.



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Autor(a): leticialsvondy

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Dulce levou mais de uma hora para se arrumar. Nenhuma roupa ficava boa, e ela queria estar bonita, já que seria vista andando por aí com uma celebridade. O que deveria vestir? O modo como Christopher a olhara a tinha feito estremecer. Bem, tudo estava confuso demais, o que de repente a fez agradecer a demora de uma hora em ficar pronta, em vez dos vinte minutos ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 44



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  • rt1508 Postado em 12/08/2020 - 19:28:10

    Continuaaaaaaaa por favoor

  • nathalia_muoz Postado em 26/07/2020 - 20:07:32

    Continuaaa por favor, no dejes la historia

  • anne_mx Postado em 24/07/2020 - 02:38:15

    Por favor, me diga que a senhora não tá pensando em abandonar, foi uma das melhores fanfics, mais engracadas e construtivas que já li, continuaaa pelo amor de Deus, eu sempre vou tá aqui comentando <3

  • anne_mx Postado em 15/07/2020 - 23:01:52

    Finalmente Christopher entendeu que a ama e ela assumiu isso tbm, só falta um assumir p outro, amém que Jace não é tão idiota como pensei, amei o momento entre irmãos entre o Ucker e o Poncho, não sei porque mas algo me diz que a Dul e o Ucker se casaram sem querer ao assinarem os documentos KKKKKKKKK continuaaaa, amo vovó Nadine <3

  • anne_mx Postado em 13/07/2020 - 00:18:44

    Puts, que cena linda essa do casamento, eles dois se amam tanto, quando vão aceitar isso e se permitirem serem felizes? Continuaaa, quero só ver em que vai dar isso tudo <3

    • leticialsvondy Postado em 15/07/2020 - 22:07:32

      Parece que o Christopher percebeu isso agora

  • anne_mx Postado em 13/07/2020 - 00:17:40

    KKKKKKKKKKKK eu amei a cena deles com as fantasias, epna que tudo que é bom dura pouco, Belinda tinha que aparecer e fazer merda né? E depois o Christopher tinha que ser idiota né? Ai ai sei não, continuaaa <3

    • leticialsvondy Postado em 15/07/2020 - 22:06:30

      Pelo menos ele não ficou com ela, amei ver ela quebrando a cara kkk

  • anne_mx Postado em 12/07/2020 - 14:58:22

    KKKKKKKK vovó Nadine achou alguém a altura dela pra estressar ela tbm, amei a chegada da beata Petunia KKKKKKKKKK meu vondy juntos se beijando é tudo pra mim, continuaaaa, quero só ver eles indo p cama de novo juntos, se é que me entende <3

    • leticialsvondy Postado em 12/07/2020 - 21:45:31

      Você vai rir muito com essas duas kkkkk Postando!!

  • anne_mx Postado em 10/07/2020 - 22:17:03

    Agora eu até entendi o Poncho um pouco, mas mesmo assim, ele ainda é meio idiota kkkkkkkkk Foi lindo a Dul indo atrás dele e conversando com ele, eu simplesmente amei, claro, até o idiota do Jace aparecer! Vovó é tudo pra mim, a véa dormindo com uma arma minha gente KKKKKKKKKK Medo de fazer isso no dia que eu for me casar e aparecer uma Nadine dessas, continuaaaa, e já tá na hora da Dul dar um fora no Jace né? O cara é um completo babaca! Amei a cena da madrugada, foi lindo ver a sinceridade do Christopher <3

    • leticialsvondy Postado em 11/07/2020 - 22:32:40

      A parte da casa da árvore é uma das minhas preferidas <3 Vovó é a melhor, ainda vai aprontar mt kkkkkk

  • anne_mx Postado em 08/07/2020 - 23:40:33

    Ai Anahí, tô quase te tornando minha favorita, pq Dulce só tá me decepcionando, obrigada por dizer o que tava entalado na minha garganta e Alfonso é um idiota em? Entre ele e Jace, acho que não sei qual me irrita mais!

    • leticialsvondy Postado em 10/07/2020 - 15:45:56

      A Annie realmente é a mais sensata dali kkkkk O Poncho pelo menos explica um pouco agora porque ele age assim né, mas... Postando!!

  • anne_mx Postado em 08/07/2020 - 23:28:23

    O jeito que eu amo Anahí é diferente <3 Esse Jace é um pé no saco, pelo amor de Deus, que macho insuportável, continuaaaa, quero ver meu vondy juntinhos <3

    • leticialsvondy Postado em 08/07/2020 - 23:33:11

      Acho que ainda vai gostar dela ainda mais kkkk


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