Fanfic: O Desafio(adaptada) | Tema: Vondy

— Acho que vou morrer. — Alfonso soltou um palavrão. — Só para você saber, acho que vou mesmo morrer. Vai sair no jornal. As pessoas vão rir. A situação vai ficar feia, Anahí. Só estou avisando.

— Só por precaução? — Anahí tirou a blusa.

Os olhos de Alfonso ficaram escuros.

— Isso, só por precaução.

— Entendo. — Ela tirou o short e o jogou no chão.

— Mas que merda! Estou me sentindo como uma criança!

— Você está tentando acabar com o clima? — Anahí olhou de cara feia, botando as mãos nos quadris.

Alfonso desviou os olhos.

— É, não foi isso mesmo o que eu quis dizer.

— Pode explicar melhor?

— Me sinto um adolescente. — Alfonso abriu um sorriso. — Como na primeira vez que a vi de biquíni.

— Ah, as histórias da sua adolescência pervertida! Diga-me, Satã...

— Aaaaaaah, vamos começar a falar sacanagem. Gostei.

Anahí revirou os olhos.

— Qual era a cor do meu biquíni?

Alfonso umedeceu os lábios e avançou até ela.

— Rosa. Era um biquíni rosa-shocking. — Ele a puxou para os braços e começou a beijar sua orelha. — Me deixou com calor.

— Ah, é? — sussurrou Anahí, afastando-se. — Por isso você me empurrou na piscina?

— Bem, estava calor. — Alfonso passou os dedos pelos lábios da noiva. — Você precisava se refrescar... Eu fui um cavalheiro.

— Você foi um babaca — retrucou Anahí.

— Também. — Alfonso passou os dedos pelo cabelo dela. — Nossa, como você é linda!

Sentindo as bochechas corarem, Anahí olhou para baixo. Ele não dizia aquilo havia quase uma semana, o que era perfeitamente compreensível, já que estavam sendo mantidos separados por vovó. Era algo bom de ouvir!

— Não faça isso. — Alfonso deu uma risada. — Não fique com vergonha de repente.

— Não estou com vergonha. — Anahí o encarou. — Só estou feliz por ouvir você dizer isso.

Alfonso franziu a testa.

— Acha que eu não digo o bastante?

— Você diz, sim. — Anahí não soou convincente nem para os próprios ouvidos. — Mas que droga, estou ficando exigente! É porque você me mima demais! — Ela beliscou o braço do noivo e ficou satisfeita ao ouvir o grito de dor.

— Pestinha! — Alfonso a jogou na cama e a prendeu sob o corpo, segurando seus pulsos, de modo que ela não conseguisse fugir.

Anahí se debateu debaixo dele. Maldito. Era forte.

Um músculo se contraiu na mandíbula de Alfonso, que cerrou os dentes e fechou os olhos. O cabelo escuro e ondulado caiu pela testa quando ele se inclinou, aproximando-se o suficiente para beijá-la. Em vez disso, inspirou e não fez mais nada.

— Hã, Alfonso? — sussurrou Anahí.

— Hum?

— O que você está fazendo? Achei que estivesse morrendo. Disse que ia enlouquecer sem contato físico e agora... — Ela riu, sem fôlego. — Está me cheirando?

— Isso. — Ele continuou a inspirar, o nariz fazendo cócegas nas laterais do rosto de Anahí enquanto ele descia até seu pescoço.

Ah, como ele era bom! Ela havia esquecido como tudo parecia certo quando estavam juntos, como tudo parecia ficar bem quando ela estava perto dele... O resto do mundo tinha desaparecido e só havia eles, nada mais.

— Amo esse seu pescoço — murmurou Alfonso, e seus lábios queimavam a pele de Anahí. — Tem cheiro de flor. Sempre teve. Não sei se é o seu perfume ou se é você. É incrível!

A língua dele roçou a pele dela, provando-a, sem pressa. Então ele a beijou uma, duas vezes, parando entre cada beijo, como se quisesse guardar na memória o gosto de cada ponto.

Depois, os lábios deixaram o pescoço dela, seguindo em direção ao ombro.

— Fiquei um ano inteiro obcecado com esse ombro.

— Mentira! — Anahí riu. — Qual é o seu problema?

Alfonso segurou o ombro direito dela, passando o polegar pela pele delicada, espalhando calafrios pelo corpo de Anahí.

— É verdade. Você usava uma blusa que deixava esse ombro, o direito, descoberto. Eu tropecei no corredor, porque estava olhando aquele pedacinho de pele. Jurei a mim mesmo que um dia estenderia a mão para tocar seu ombro. É claro que, quando eu era adolescente, não parava aí. Eu queria...

— Me beijar? Transar comigo?

Alfonso riu, e seu sorriso provocou reações loucas na barriga de Anahí. Ele não tinha ideia de como era devastador.

— Não, meu amor. Só queria segurar a sua mão. É verdade.

— Segurar a minha mão? Um pouco sem graça, não acha?

— Não acho. — Ele engoliu em seco, os olhos assumindo um brilho sensível enquanto umedecia os lábios e tirava o cabelo do rosto da noiva. — Sabia que, naquela época, você nunca iria querer me beijar. Então disse a mim mesmo que, se pudesse apenas segurar a sua mão...

— O quê? — perguntou Anahí, sem fôlego.

Alfonso alcançou a mão ainda presa acima da cabeça dela e entrelaçou os dedos nos seus.

— Seria o suficiente.

Anahí sentiu um nó na garganta. Nem conseguiu responder. O que dizer, depois de uma declaração daquelas?

— Eu teria ficado satisfeito — continuou Alfonso. — Teria ficado feliz mesmo... vivendo a minha vida, seguindo em frente, continuando sem o meu primeiro amor. Isso se eu pudesse segurar a sua mão. Pelo menos, era o que eu achava.

Anahí apertou a mão dele e a levou até a bochecha.

— E agora? O que você acha?

— Nunca. — A voz dele estava rouca. — Nunca mesmo. — Ele soltou a mão e envolveu o rosto dela. — Teria sido o suficiente? Apenas encostar nos seus dedos. — Ele colocou o polegar entre os lábios da noiva. — Teria acabado comigo. E, agora, só quero ficar a seu lado o tempo todo, cada segundo do dia. Não consigo tirar você da cabeça. Nunca vou me cansar de você. E espero que esse fogo, essa febre que você me causa, nunca acabe. — Ele tomou os lábios dela nos dele, sugando-os, e se afastou. — Só para constar, caso você ainda tenha alguma dúvida, acho que você é mais do que bonita.

Anahí sentiu os olhos se encherem de lágrimas.

— Já disse uma vez, há alguns meses, que eu devia dizer isso todos os dias... Mas parece que fui egoísta demais para pensar em dizer. É que não conseguia parar de pensar em como sua mão estava longe do melhor amigo: eu. — Alfonso deu uma piscadela. — Mas, Annie, graças a Deus você é minha, porque você é linda! Amo esses seus cílios...

— Alfonso. — Ela o interrompeu com um beijo.

O noivo se afastou.

— Deixe que eu termine. Amo os seus cílios: eles sorriem com os seus olhos. E as suas mãos: Deus as fez para que se encaixassem nas minhas. Sério, vovó perguntou. E Ele respondeu que sim.

— Ah, é? O que mais Ele disse? — brincou Anahí.

— Que você era minha desde o começo, desde a primeira vez que eu quis ver seu ombro, segurar sua mão, beijar sua boca perfeita. Que éramos nós dois contra o mundo, e que sempre será assim. — Ele suspirou. — O casamento é só o começo da nossa história, e espero que, quando Deus escrever o final, a gente ainda esteja de mãos dadas na última página.

Anahí achava que não conseguiria falar. Apenas assentia enquanto observava o amor que Alfonso sentia por ela tomar conta dele — dos olhos até a postura protetora de seu corpo, que se inclinava sobre ela.

— Amo você. — Ela conseguiu dizer.

Ele suspirou contra os lábios da noiva.

— Querida, amo tanto você! Mal posso esperar para que a gente se torne marido e mulher. E sinto muito pelo que vou fazer.

Já tonta, Anahí sacudiu a cabeça.

— Pelo quê? O que você vai fazer?

Ele se afastou e vestiu a blusa.

— Alfonso, espere...

— Eu te amo... e sei que vou me arrepender disso em cinco segundos, o que quer dizer que preciso trancar a porta do meu quarto... — Ele suspirou. — Mas, meu amor, vou aceitar o conselho da vovó, já que ela é a razão de estarmos juntos, para começo de conversa. Vou sair por aquela porta e esperar mais doze horas.

— Hum. — Anahí brincou com a alça do sutiã. — Sério? Doze horas inteirinhas?

— Não faça isso comigo. — Alfonso fechou os olhos e suspirou. — Sim. Agora continue de lingerie enquanto tento passar por aquele cachorro sem ser assassinado.

Ele foi até a porta devagar, como se já duvidasse da própria decisão.

Suspirando, Anahí se levantou da cama e andou até ele. Então o abraçou por trás e encostou o queixo em suas costas.

— Eu te amo, Alfonso.

— Você... — Alfonso parou, os músculos tensos sob os braços dela. — É a minha vida.

Anahí o soltou e ele saiu.

Alfonso tinha o autocontrole de um santo e, em vez de deixá-la brava, isso fazia com que ela o amasse ainda mais. Em doze horas, Alfonso seria dela. Todo dela.