Fanfics Brasil - Preto lhe cai bem O Duque e Eu 🔞 - Evansson

Fanfic: O Duque e Eu 🔞 - Evansson | Tema: Scarlett Johansson, Hayley Atwell e Chris Evans


Capítulo: Preto lhe cai bem

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30 de maio de 1812
Chalé Somerset
Jeremy e Scarlett


 


— Eu estava pensando, se eu precisar lhe enviar uma carta já não sei a qual endereço devo destina-la — Jeremy brincou enquanto entrava no quarto do sobrinho.


— Hun?! — Scarlett levantou o olhar rapidamente do pequeno Simon para o irmão.


— Você morava com a gente, veio para esse chalé e agora não sai desse quarto. — Explicou ainda com o sorriso relaxado no rosto, Scarlett retribuiu o sorriso, entendendo.


— É mais fácil cuidar de Simon aqui, no quarto dele, onde tem todas as coisas necessárias. — Justificou. “E é meu lugar seguro agora”, acrescentou ela em pensamento.


Quando tinha Simon em seu ventre aonde ela estivesse seria seu lugar seguro, seu bebê estaria consigo a todo o momento. Agora que ele tinha nascido, era mais fácil ficar no quarto onde ela tinha todo o suporte, de fraldas, roupinhas, cobertores e tudo mais que o bebê precisaria. Os livros, escritos, bordados e costura, contavam como distração nos momentos em que Simon estava dormindo.


— Vocês precisam sair daqui, tomar um pouco de sol... — Opinou se sentando no braço da poltrona em que ela estava.


— Eu sei — Concordou. — Mas sair daqui com o trambolho que é o carrinho de bebê dá um trabalhooo. — Dramatizou encostando a cabeça na perna dele. — Me ajuda a descer com ele? — Pediu apontando para o grande carrinho em um canto do quarto. Era basicamente um Moisés com hastes e rodas.


— Por que não deixou isso lá em baixo? — Reclamou se levantando, indo até o carrinho e o pegou passando pela porta do quarto.


— Porque... — ela parou pensando um pouco — Simplesmente não pensei nisso — Deu de ombros seguindo pelo corredor e descendo as escadas atrás de Jeremy.


Chegando ao jardim que ficava atrás do chalé, Scarlett colocou o bebê no carrinho e o irmão passou a empurra-lo. Eles não tinham exatamente um lugar para ir mas era maio e as flores estavam lindas por todo o jardim.


— A temporada social vai começar dentro de alguns dias — Jeremy disse quebrando o silêncio.


— E eu não estarei nela — A loura forçou um sorriso e cruzou os braços na altura do peito, continuando a andar como se nada tivesse acontecido.


— Você vai mesmo levar isso a sério? — Questionou preocupado.


— Remy, me diga uma saída melhor e que inclua um bebê — Argumentou sem emoção na voz. — Isso não é mais só sobre mim, tenho que pensar no Simon também. Eton não se pagará sozinha. — Observou expondo sua preocupação em relação ao futuro do filho.


Eton é a escola tradicional interna em que todos os garotos, principalmente da aristocracia, ingressavam aos treze anos e só saiam aos dezoito, depois iam a faculdade. A questão ali era que tanto a escola quanto a universidade tinham mensalidades bem caras, que Scarlett sabia que precisaria pagar para o filho conseguir um bom futuro.


— Touché — Respondeu rendido aos argumentos. — Sabe que estarei aqui sempre que precisar, não é?! — A loura assentiu com um leve sorriso.


— Eu sei. — Confirmou. — Falando em me ajudar comigo sempre, pode me fazer um favor? — Pediu novamente, dessa vez com um sorriso encantador.


— Oh, Deus, por que eu acho que vou me arrepender de ter dito isso — Ele previu, parando um com o passeio — O que você quer? — Perguntou agora de mau-humor.


— Preciso ir a modista — Anunciou rindo da cara indignada dele. Sabia que o irmão odiava as visitas a modista, odiava a espera, o experimenta e tira, o aperta aqui e solta ali. — Por favooor, prometo que será rapidinho — insistiu.


— Rapinho, quanto? — Quis saber.


— Os vestidos estão prontos. Só preciso buscá-los — Ela aumentou o sorriso na expectativa de que o irmão fosse buscar. — Podemos aproveitar que estamos no centro e ir na confeitaria — Sugeriu tentando convencer o irmão pela barriga.


— Humm — Resmungou pensativo — Acho que posso fazer isso — Concordou.


— Certo, vou procurar a Anne para ficar com ele enquanto vamos pegar os vestidos. — Antes que Jeremy pudesse dizer qualquer coisa, Scarlett já se afastava o deixando sozinho com o sobrinho, torcendo para que o bebê não começasse a chorar.



Hayley


— Mary, você viu meu vestido laranja de passeio? — A morena perguntou enquanto olhava seu armário.


— Você pediu que lavassem — Explicou enquanto bordava um outro vestido que Hayley tinha pedido.


— Que ótimo — Respondeu frustrada. — Acho que vou com o azul então... ou com o verde — Disse indecisa, analisando as peças. — O que acha?


— O verde — Opinou a criada.


— Obrigada — Agradeceu em concordância. — Vou chamar a Scarlett, ver se ela quer dar uma volta no centro também. Enquanto isso, pode prepara meu banho? — Mary assentiu deixando o bordado de lado e indo providenciar o banho.


A morena saiu em direção ao chalé imaginando que encontraria a irmã mas encontrou apenas Anne com o pequeno Simon, impaciente no colo da criada.


— Sabe para onde ela foi? — Hayley perguntou pegando o sobrinho nos braços.


— Não sei. A senhorita Johansson disse apenas que não demoraria — Deu de ombros esperando que Hayley fosse embora logo, não era surpresa que Anne também não gostasse de Hayley.


— Acho que vou ter que ir a cidade sozinha, então — Bufou frustrada, ninando o bebê. — Hoje ele está agitado, não é?!


— Uhum — Murmurou em concordância forçando um sorriso.


— Bem, vou indo, então — Ela devolveu um sorriso amarelo e entregou Simon a Anne. — Tchauzinho.


Voltando para sua casa, Hayley tomou seu banho e se aprontou para as compras pensativa sobre onde a irmã poderia ter ido.


Christopher


— Achei que depois de oficializar o casório os sorrisos seriam constantes por aqui — Robert debochou ao entrar no escritório e ver a carranca de Christopher. — O que aconteceu?


— Nada, ué. Estou apenas pensando — Deu de ombros.


— Então por que a cara fechada? — Argumentou se sentando em sua mesa.


— Apenas pensando. — Repetiu e Robert o olhou com uma expressão de cansaço — Meu pai está no meu pé, de novo — Explicou e o amigo continuou com a mesma cara de quem precisava de mais informações. — Ele quer que Hayley engravide e só temos um mês de casados, já imagino a pressão que vai ser daqui para frente — Desabafou.


— É meu amigo, você estava com a faca e o queijo na mão mas... — deixou a última parte no ar. — O que pensa em fazer a respeito? Afinal, ele mora com vocês.


— Eu não sei, eu só... — Antes que pudesse completar seu olhar caiu sobre a grande janela ao lado de sua mesa que dava para a rua principal e viu Scarlett, junto a Jeremy, caminhar alegremente em direção a confeitaria.


Scarlett usava um vestido de dia, azul claro com detalhes em dourado, os cabelos lindamente presos em um penteado elaborado. Estava linda como sempre e não apenas Christopher mas os outros homens repararam essa beleza. Porém, diferente dos outros, a admiração do duque durou um pouco menos, o olhar se tornou preocupado. O bebê tinha apenas dois meses, quase três, e ela ainda deveria estar de repouso, estar em casa com o bebê e se cuidando também.


— Onde vai? — Sem perceber, Christopher tinha se levantado e seguia pela porta, levaria Scarlett de volta para casa, para o filho. Não para ficar se exibindo na rua principal daquela forma.


— É, eu... Eu vou... Vou pegar café — Disse qualquer coisa para tentar se livrar do amigo mas não funcionou já que o outro o seguia.


— Pega um para mim?! — Pediu sorrindo provocativo, também tinha visto a loura e sabia que a intensão era ir de encontro a ela, porém ele não tinha mais aquele direito. Scarlett era, mais uma vez, uma mulher solteira. — Christopher, você já foi ver o menino? — confrontou se lembrando que o amigo não tinha dito nada sobre o novo integrante da família.


— Mais ou menos — Disse evasivo.


— Como assim “mais ou menos”? É sim ou não. Não tem meio termo nessa pergunta — Soltou indignado com a resposta.


— Eu o vi. Eu o vejo as vezes. — Contou — Anne costuma passear com ele as vezes e eu o vejo da janela do meu escritório em casa — Continuo se lembrando se ver Simon todo agitado e impaciente nos braços da criada, do que ele conseguira ver do filho ele tinha os cabelos da mãe.


— Humpf — Resmungou em desaprovação — Sabe se Scarlett vai participar dessa temporada social? — Perguntou de forma casual


— Não, acho que não — Negou pensativo, se sentindo um pouco incomodado com a possibilidade.


— Provavelmente ela vai querer se casar, construir uma família... — deduziu pegando a xícara de café que Christopher tinha feito.


— Claro que não, Simon tem apenas dois meses e meio, não tem como ela participar — Disse sério, levando a xícara a boca.


— Mas se ela resolver ir, e com o propósito de se casar, qual o problema? — Provocou vendo que o assunto o incomodava.


— Downey, ela não vai — Respondeu convicto.


— Se você diz... — Robert sorriu por trás da xícara, bebendo seu café.


Jeremy e Scarlett


— Tem certeza de que não tem outro bebê ai dentro?! — Jeremy questionou divertido ao ver a irmã atacar outro pedaço de bolo.


— Tenho Jeremy! Meu único bebê está em casa e eu estou morrendo de saudade — Disse sentida querendo seu bebê.


— Não pareceu quando você estava admirando aqueles modelos de vestidos — Zombou.


— Eram lindos — Suspirou se lembrando dos modelos no caderno de desenhos da modista


— Vai voltar para comprá-los?


— Daqui dois anos não estarão mais na moda — Lamentou, levando mais um pedaço do bolo a boca. — Podemos levar um desse para casa?!


— Esse saco, que você chama de estômago, não vai fechar?! — Provou rindo, enquanto Scarlett jogava o guardanapo nele.


— E a sua boca? Não fecha?! — Retrucou.


Eles ficaram mais um tempo ali, conversando e comendo, quando se deram por satisfeitos eles voltaram para casa, Scarlett já estava morrendo de saudade do filho.


01 de junho de 1812
Mansão Somerset
Christopher



Eram quase onze da noite, todos estavam em seus quartos dormindo mas Christopher estava pensativo na biblioteca da mansão. Pensando sobre a conversa que teve com Robert no dia anterior, com tudo o que aconteceu com Hayley, ele ainda não tinha ido ver o filho.


Mesmo sendo tarde, ele se levantou da poltrona e saiu para o chalé. Assim que entrou na casa, sentiu o familiar cheiro de vela de cera de abelha e lavanda, o ambiente todo em silêncio. Seguindo para o segundo andar, ele passou primeiro no quarto de Scarlett mas o encontrou vazio. Ele seguiu pelo corredor até onde seria o quarto do bebê, a porta estava entreaberta de forma que ele conseguia ver nitidamente o que acontecia dentro do quarto.
A loura estava dormindo na cama que tinha no quarto, na parede oposta ao berço, com um livro aberto sobre o peito. Ele esboçou um leve sorriso e entrou no quarto tentando não fazer muito barulho.
Christopher se aproximando dela e retirando o livro dali, o colocando na mesinha ao lado da poltrona que ficava entre o berço e a cama. Deixando Scarlett de lado, Christopher seguiu para o berço do bebê.
Simon estava acordado, quietinho no berço, mexendo em seus pezinhos gorduchos. Christopher se apoiou no berço e observou o bebê, ele tinha seus olhos e nariz, as bochechas e a boquinha eram totalmente de Scarlett e aquilo fazia dele uma combinação perfeita dos dois.
Os olhos de Simon, que estavam entretidos com o mobile de madeira em forma de cavalinhos, desviou a atenção para a figura que surgiu no seu campo periférico de visão e o bebê sorriu e o olhou para a figura que ele deveria entender como pai com curiosidade, parecendo analisá-lo milimetricamente. Mas, antes que Christopher pudesse se derreter com aquela imagem, Simon fez um biquinho e franziu a testa ensaiando começar um choro.


— Não, não... — Sussurrou o duque, retirando o pequeno do berço e o ajeitando nos braços — Não queremos acordar a mamãe, não é?! — Perguntou com uma vozinha fofa, ninando o bebê que mudou de feição, voltando a carinha curiosa.


Christopher deu um dedo a Simon que o agarrou com força e soltou um barulhinho engraçado, fazendo o pai sorrir e, pela primeira vez, o fez perceber. Aquele bebê era seu bebê. Seu filho.


09 de junho de 1812
Chalé Somerset
Jeremy e Scarlett


— Então, bonitinha, tudo pronto? — Jeremy perguntou se referindo ao que a irmã planejava.


— Tudinho, só preciso que você faça mais uma coisinha — Sorriu toda fofa, se aproximando do irmão para abraçá-lo.


— Deus, eu queria um irmão — Ele reclamou olhando o teto, como se súplicasse a Deus mesmo. — O que foi dessa vez?!


— Preciso que reúna todos para mim. Amanhã a tarde. Por favor — Pediu.


— O que você não me pede chorando que eu não faço sorrindo? — respondeu sorrindo e apertando as bochechas dela. — vou falar com todos hoje. Johanssons e Evans? — Scarlett fez que sim e o soltou. — Acho que está na sua hora — Brincou ao ouvir o chorinho fino do sobrinho invadir o corredor do segundo andar.


— O dever me chama! — Declarou se afastando dele , seguindo para o quarto do filho.


10 de junho de 1812
Mansão Somerset
Reunião de família



O tecido de crepe era tão quente que fazia Scarlett repensar aquela decisão mas não tinha muita escolha. Anne a ajudava com o penteado e encaixava o véu de forma a não desmanchar a coroa de tranças feita no cabelo da loura.


— Você deveria estar tão linda nessa ocasião? — Anne brincou encarando o reflexo de Scarlett no espelho.


— Acho que não, mas ajuda saber disso. — A jovem forçou um sorriso e devolveu o olhar carinhoso de Anne. — Por que crepe tem que ser tão quente?! — Reclamou.


— Talvez porque seja um tecido para frio — Deduziu.


— É — concordou. Scarlett se levantou da penteadeira e se colocou em frente ao espelho de corpo inteiro que tinha no quarto, analisando o reflexo que teria que se acostumar pelos próximos meses.



Mansão Somerset


— Por que essa reunião? — Lisa perguntou se sentando no sofá ao lado do marido.


— Acho que todos queremos saber o porquê disso — Melanie completou, se acomodando em sua poltrona.


— Jeremy, você que organizou tudo isso, deve saber o que está acontecendo — Karsten apontou o filho


— Eu adoraria sanar as dúvidas de vocês mas terão de esperar a minha irmã — Dispensou indo até o bar e se servindo de whiskey, provavelmente precisaria de algumas doses.


No dia anterior, na hora do jantar, Jeremy tinha pedido que todos se reunissem na sala de jantar para um comunicado de Scarlett depois do almoço, na sala de estar do primeiro andar. E, como combinado, todos estavam reunidos ali a espera da loura.


— Ela vai demorar muito?! — Hayley perguntou impaciente — Preciso terminar de arrumar as coisas para a temporada — Reclamou, se sentando ao lado do marido.


— Não achei que fosse ficar tão animada para a temporada, Hayley — Surgindo a porta, Scarlett debochou da postura da irmã.


— Scarlett, filha... Que roupa é essa?! — Melanie perguntou assustada ao ver a filha toda trajada de preto, com um véu de tule, luvas e joias focas pretas. — Você está de... Luto?! — Questionou reconhecendo os trajes para aquela ocasião.

— É, eu estou — Confirmou jogando o véu escuro para trás, revelando um rosto, os olhos e nariz vermelhos pelo choro. Christopher sentiu seu coração se apertar ao ver o semblante triste da outra.


— Luto por quem?! — Robert estranhou, se encaminhando na direção de Anna, que carregava o pequeno Simon.


— Bem, antes de... De — Ela procurava as palavras para descrever o que tinha acontecido entre ela e Christopher — Eu sou... casada com Romain antes de vir para a mansão e, em função da coroa, ele foi mandando para a os Estados Unidos e eles não são um povo tão pacífico. — Se aquela atuação estivesse valendo algum tipo de premiação, com certeza, Scarlett seria a campeã. As lágrimas voltavam a verter dos olhos dela, o tom de voz baixo e a voz tremula. — Recebi há um dia uma carta informando da morte se Romain, aparentemente, ele estava participando de uma guerra, entre norte e sul, onde ele acabou ferido e não resistiu. — Lamentou puxando um lencinho da barra da luva e secando as lágrimas que estavam prestes a sair.


— Quando aconteceu? — Josh perguntou analisando a sobrinha.


— Um dia depois do casamento deles — Respondeu apontando para Christopher e Hayley — Eu recebi a correspondência ontem pela manhã. — Explicou encenando mais um pouco.


— Ah, minha filha, como você está?! — Melanie se aproximou da filha, a abraçando.


— Tentando lidar com isso — Suspirou forçando um sorriso.


Depois daquilo todos se levantaram para dar suas condolências a Scarlett, que as recebeu de forma carinhosa. Até chegar em Christopher. Ela não queria que ele a tocasse, sabia que seu coração ainda batia por ele, mesmo que machucado, e o toque dele, por mais que fosse em um lugar público tinha certeza que ainda sentiria alguma coisa.


— Meus sentimentos — desejou em um tom calmo, a envolvendo em seus braços — Me encontre no meu escritório em uma hora — Pediu em um sussurro no ouvido dela.


— Obrigada — Ela se afastou dele forçando um sorriso simpático.


— Você quer alguma coisa, querida?! — Lisa perguntou gentil.


— Não, estou bem. Na medida do possível, é claro — Respondeu no mesmo tom. — Bem, eu só queria comunicar isso e dizer que, por conta da situação, eu não irei para a temporada esse ano.


— É compreensivo e nobre da sua parte — Robert elogiou um pouco incomodado.


— Acho que é só isso, já disse tudo o que tinha para dizer — Concluiu com um longo suspiro, ela decidiu que era a hora de ir.


— Ah, já?! — Lisa reclamou, já que estava com Simon em seu colo. Hayley revirou os olhos ao ver a expressão do sogro para ela, se Scarlett deixasse o menino ali, seriam minutos torturantes. — O deixe aqui por um tempo — Pediu e Scarlett sorriu. Lisa e Robert sempre eram bem carinhosos com o menino.


— Está bem. — Concordou — Daqui uma hora peço para Anne vir buscá-lo — Observou se dirigindo para a porta da sala, não antes de encarar Christopher, que sustentava um olhar indecifrável, rapidamente. — Até logo — Se despediu saindo.


☆☆☆


— Com licença — Anne pediu entrando na sala de estar, uma hora depois da reunião, atrás de Simon que estava no colo da avó materna — A senhorita Dauriac me pediu para buscá-lo. — Advertiu já retirando o bebê do colo de Melanie


Christopher, que estava do outro lado do aposento, arqueou a sobrancelha ao ouvir o sobrenome de Romain ser usado para se referir a Scarlett.


— Scarlett é muito maldosa, pode ficar com esse gorducho só para ela e não divide quase nada conosco — Melanie reclamou, sendo apoiada por Lisa e Robert.


— Pode deixar que informarei as reclamações à ela — Respondeu brincando — Até logo senhores. Com licença — Pediu mais a vez, agora para sair da sala.


— Anne, espere, eu vou com você — Christopher saiu apressado atrás da criada. Hayley, que estava observando o Duque a todo momento, quis ir atrás do marido mas se conteve, esperando que e voltasse logo. — E Scarlett?


— O que tem ela, vossa graça?! — Se fazendo de desentendida, Anne continuou seu caminho para fora da mansão e em direção ao jardim, onde a loura a esperava.


— Como o que tem ela? Pedi que ela me encontrasse, no meu escritório. Ela vai?! — Perguntou ansioso.


— Creio que não, ela não me disse nada — Mentiu parando um pouco. — Quer que eu diga algo a Senhora Dauriac?


— Para que tanta formalidade se eu sou o pai do filho dela? — Lembrou em um tom descontraído tentando esconder o incômodo que lhe causava ouvir aquilo.


— Pai? Acho que os conceitos de paternidade mudaram nos últimos meses — Alfinetou forçando um sorriso. — Agora, se me der licença, preciso devolvê-lo a mãe — Andando um pouco mais rápido, ela tentou deixá-lo para trás mas não funcionou, Christopher a seguiu até o jardim. Como era primavera, as flores coloriam o jardim, dispostas em vasos e no gramado, ao redor de uma pequena área para lanches e chás da tarde, com bancos e mesa de ferro pintados de branco.


— Obrigada, Anne — Scarlett agradeceu se levantando e pegando o filho. — O que ele faz aqui? — Sinalizou Christopher com a cabeça.


— Achei que tinha pedido para me encontrar, no meu escritório — Esclareceu e Scarlett arqueou a sobrancelha. — Podemos conversar?


— Anne, o leve — Devolvendo o bebê para Anne, Scarlett voltou a se sentar no banco com um longo suspiro derrotado. — O que quer?


— Conversar — Tomando seu lugar a frente dela, Christopher observou a mulher a sua frente com uma curiosidade insistente. Era estranho vê-la coberta de roupas pretas.


— Conversar sobre?


— Esse luto é real mesmo? — Duvidou, inclinando o corpo um pouco para frente.


— E por que eu mentiria? Sabe o quão desconfortável é usar essas roupas no meio da primavera? — Rebateu se recostando no banco.


— E como eu não recebi nada a respeito? — Aquilo era estranho como Duque, e pessoa responsável pela “missão” que levara Romain para o outro continente, ele deveria ter recebido alguma informação antes de Scarlett.


— Se seu sobrenome fosse Dauriac, creio que teria recebido a notícia antes — Observou ela despreocupada. Christopher continuou a analisá-la milimetricamente, ela não mentiria para ele, não é? E mesmo que tentasse ele conseguiria perceber a mentira, certo?


— Tem algo que comprove a informação? — Perguntou por fim.


— Desde quando você ficou tão desconfiado, vossa graça? — Perguntou rindo. — Mas está aqui — Pegando uma pasta de couro, a mesma que Jeremy a entregara há algumas semanas, ela entregou a ele. — Todos os documentos que você achar necessário para comprovar o que você acha que eu preciso te comprovar.


— Você é mãe do meu filho, acho que você me deve isso, não?!


— Legalmente falando, e é o que importa, Simon é um Dauriac. — O lembrou séria.


E Christopher sabia que era verdade, a menos que ele reivindicasse a posição. Analisando os papeis que ela tinha entregado a ele e eram oficiais. Carimbos, assinaturas, informações...tudo! Não tinha como refutar.


— Satisfeito?


— Muito! — Com um sorriso no rosto, ele devolveu a ela a pasta — O que pretende fazer agora?


— Não é obvio? Ficar enlutada até poder voltar para o mercado casamenteiro. — Contou seus planos e ela pode ver os olhos dele brilharem de uma forma diferente.


— Voltar a procurar o amor, senhora Dauriac — O tom irônico tentava disfarçar coisas que ele não queria admitir que voltara a sentir depois de ter pego o pequeno Simon nos braços.


— Depois de perder um marido e com um filho, o amor não é mais um critério para qualquer escolha matrimonial. — A voz já rouca ficou ainda mais grave e sombria, a alegria e leveza que costumavam vir acompanhados com a expressão animada e alegre tinham desparecido.


— E será que esse é o caminho certo? É dessa forma que você quer seguir a sua vida? Casada apenas por conveniência?


— Ainda não sei, mas parece o certo a se fazer no momento — Dando de ombros, ela comprimiu os lábios em uma fina linha. Aquele discurso não era o que a Scarlett de alguns meses antes faria. Queria se casar com alguém que ela tivesse algum sentimento puro, não apenas o interesse na conta bancária.


— Não é o que a Scarlett que eu conheço diria. — Comentou.


— Nem a que eu conhecia — Ela forçou um sorriso.


— Então é isso? — Ele perguntou se levantando


— Isso o que? — Sem entender.


— Vai entregar o seu futuro? — Quis saber.


— Não estou entregando, apenas mudando alguns planos — Explicou cansada. Christopher assentiu e saiu.


Scarlett observou Christopher deixar o jardim pensativa sobre o que estava fazendo, sobre a sua “mudança de planos”. Poderia não ser o caminho certo ou a coisa mais certa que ela fazia desde que se casou com Romain, ela não saberia dizer até que... até que a vida lhe dissesse, que lhe mostrasse que as respostas certas, entretanto, tudo estava incerto desde que fora levada até Christopher. A única coisa que ela sabia era que precisava pensar no filho antes de qualquer coisa, era por ele que ela viveria.
Aquilo poderia ser considerado como autopunição, talvez realmente fosse, mas amor e paixão eram palavras riscadas de seu vocabulário e ela não poderia se deixar levar por aqueles sentimentos, não mais, não por mais ninguém além de Simon. As críticas as ambições de Hayley pareciam desnecessárias, uma vez que teria que usar os mesmos critérios de casamento da irmã.


Deixando o jardim, ela voltou para dentro do chalé atrás de Simon. Ele era sua única certeza.


Fim.


 


 


 




(Edit: Vem p insta q, como sempre, tem conteúdo extra! {@__romanogerswinterwitch__})



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Autor(a): lety_atwell

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