Fanfic: O Duque e Eu đ - Evansson | Tema: Scarlett Johansson, Hayley Atwell e Chris Evans
30 de maio de 1812
Chalé Somerset
Jeremy e Scarlett
â Eu estava pensando, se eu precisar lhe enviar uma carta jĂĄ nĂŁo sei a qual endereço devo destina-la â Jeremy brincou enquanto entrava no quarto do sobrinho.
â Hun?! â Scarlett levantou o olhar rapidamente do pequeno Simon para o irmĂŁo.
â VocĂȘ morava com a gente, veio para esse chalĂ© e agora nĂŁo sai desse quarto. â Explicou ainda com o sorriso relaxado no rosto, Scarlett retribuiu o sorriso, entendendo.
â Ă mais fĂĄcil cuidar de Simon aqui, no quarto dele, onde tem todas as coisas necessĂĄrias. â Justificou. âE Ă© meu lugar seguro agoraâ, acrescentou ela em pensamento.
Quando tinha Simon em seu ventre aonde ela estivesse seria seu lugar seguro, seu bebĂȘ estaria consigo a todo o momento. Agora que ele tinha nascido, era mais fĂĄcil ficar no quarto onde ela tinha todo o suporte, de fraldas, roupinhas, cobertores e tudo mais que o bebĂȘ precisaria. Os livros, escritos, bordados e costura, contavam como distração nos momentos em que Simon estava dormindo.
â VocĂȘs precisam sair daqui, tomar um pouco de sol... â Opinou se sentando no braço da poltrona em que ela estava.
â Eu sei â Concordou. â Mas sair daqui com o trambolho que Ă© o carrinho de bebĂȘ dĂĄ um trabalhooo. â Dramatizou encostando a cabeça na perna dele. â Me ajuda a descer com ele? â Pediu apontando para o grande carrinho em um canto do quarto. Era basicamente um MoisĂ©s com hastes e rodas.
â Por que nĂŁo deixou isso lĂĄ em baixo? â Reclamou se levantando, indo atĂ© o carrinho e o pegou passando pela porta do quarto.
â Porque... â ela parou pensando um pouco â Simplesmente nĂŁo pensei nisso â Deu de ombros seguindo pelo corredor e descendo as escadas atrĂĄs de Jeremy.
Chegando ao jardim que ficava atrĂĄs do chalĂ©, Scarlett colocou o bebĂȘ no carrinho e o irmĂŁo passou a empurra-lo. Eles nĂŁo tinham exatamente um lugar para ir mas era maio e as flores estavam lindas por todo o jardim.
â A temporada social vai começar dentro de alguns dias â Jeremy disse quebrando o silĂȘncio.
â E eu nĂŁo estarei nela â A loura forçou um sorriso e cruzou os braços na altura do peito, continuando a andar como se nada tivesse acontecido.
â VocĂȘ vai mesmo levar isso a sĂ©rio? â Questionou preocupado.
â Remy, me diga uma saĂda melhor e que inclua um bebĂȘ â Argumentou sem emoção na voz. â Isso nĂŁo Ă© mais sĂł sobre mim, tenho que pensar no Simon tambĂ©m. Eton nĂŁo se pagarĂĄ sozinha. â Observou expondo sua preocupação em relação ao futuro do filho.
Eton Ă© a escola tradicional interna em que todos os garotos, principalmente da aristocracia, ingressavam aos treze anos e sĂł saiam aos dezoito, depois iam a faculdade. A questĂŁo ali era que tanto a escola quanto a universidade tinham mensalidades bem caras, que Scarlett sabia que precisaria pagar para o filho conseguir um bom futuro.
â TouchĂ© â Respondeu rendido aos argumentos. â Sabe que estarei aqui sempre que precisar, nĂŁo Ă©?! â A loura assentiu com um leve sorriso.
â Eu sei. â Confirmou. â Falando em me ajudar comigo sempre, pode me fazer um favor? â Pediu novamente, dessa vez com um sorriso encantador.
â Oh, Deus, por que eu acho que vou me arrepender de ter dito isso â Ele previu, parando um com o passeio â O que vocĂȘ quer? â Perguntou agora de mau-humor.
â Preciso ir a modista â Anunciou rindo da cara indignada dele. Sabia que o irmĂŁo odiava as visitas a modista, odiava a espera, o experimenta e tira, o aperta aqui e solta ali. â Por favooor, prometo que serĂĄ rapidinho â insistiu.
â Rapinho, quanto? â Quis saber.
â Os vestidos estĂŁo prontos. SĂł preciso buscĂĄ-los â Ela aumentou o sorriso na expectativa de que o irmĂŁo fosse buscar. â Podemos aproveitar que estamos no centro e ir na confeitaria â Sugeriu tentando convencer o irmĂŁo pela barriga.
â Humm â Resmungou pensativo â Acho que posso fazer isso â Concordou.
â Certo, vou procurar a Anne para ficar com ele enquanto vamos pegar os vestidos. â Antes que Jeremy pudesse dizer qualquer coisa, Scarlett jĂĄ se afastava o deixando sozinho com o sobrinho, torcendo para que o bebĂȘ nĂŁo começasse a chorar.
Hayley
â Mary, vocĂȘ viu meu vestido laranja de passeio? â A morena perguntou enquanto olhava seu armĂĄrio.
â VocĂȘ pediu que lavassem â Explicou enquanto bordava um outro vestido que Hayley tinha pedido.
â Que Ăłtimo â Respondeu frustrada. â Acho que vou com o azul entĂŁo... ou com o verde â Disse indecisa, analisando as peças. â O que acha?
â O verde â Opinou a criada.
â Obrigada â Agradeceu em concordĂąncia. â Vou chamar a Scarlett, ver se ela quer dar uma volta no centro tambĂ©m. Enquanto isso, pode prepara meu banho? â Mary assentiu deixando o bordado de lado e indo providenciar o banho.
A morena saiu em direção ao chalé imaginando que encontraria a irmã mas encontrou apenas Anne com o pequeno Simon, impaciente no colo da criada.
â Sabe para onde ela foi? â Hayley perguntou pegando o sobrinho nos braços.
â NĂŁo sei. A senhorita Johansson disse apenas que nĂŁo demoraria â Deu de ombros esperando que Hayley fosse embora logo, nĂŁo era surpresa que Anne tambĂ©m nĂŁo gostasse de Hayley.
â Acho que vou ter que ir a cidade sozinha, entĂŁo â Bufou frustrada, ninando o bebĂȘ. â Hoje ele estĂĄ agitado, nĂŁo Ă©?!
â Uhum â Murmurou em concordĂąncia forçando um sorriso.
â Bem, vou indo, entĂŁo â Ela devolveu um sorriso amarelo e entregou Simon a Anne. â Tchauzinho.
Voltando para sua casa, Hayley tomou seu banho e se aprontou para as compras pensativa sobre onde a irmĂŁ poderia ter ido.
Christopher
â Achei que depois de oficializar o casĂłrio os sorrisos seriam constantes por aqui â Robert debochou ao entrar no escritĂłrio e ver a carranca de Christopher. â O que aconteceu?
â Nada, uĂ©. Estou apenas pensando â Deu de ombros.
â EntĂŁo por que a cara fechada? â Argumentou se sentando em sua mesa.
â Apenas pensando. â Repetiu e Robert o olhou com uma expressĂŁo de cansaço â Meu pai estĂĄ no meu pĂ©, de novo â Explicou e o amigo continuou com a mesma cara de quem precisava de mais informaçÔes. â Ele quer que Hayley engravide e sĂł temos um mĂȘs de casados, jĂĄ imagino a pressĂŁo que vai ser daqui para frente â Desabafou.
â Ă meu amigo, vocĂȘ estava com a faca e o queijo na mĂŁo mas... â deixou a Ășltima parte no ar. â O que pensa em fazer a respeito? Afinal, ele mora com vocĂȘs.
â Eu nĂŁo sei, eu sĂł... â Antes que pudesse completar seu olhar caiu sobre a grande janela ao lado de sua mesa que dava para a rua principal e viu Scarlett, junto a Jeremy, caminhar alegremente em direção a confeitaria.
Scarlett usava um vestido de dia, azul claro com detalhes em dourado, os cabelos lindamente presos em um penteado elaborado. Estava linda como sempre e nĂŁo apenas Christopher mas os outros homens repararam essa beleza. PorĂ©m, diferente dos outros, a admiração do duque durou um pouco menos, o olhar se tornou preocupado. O bebĂȘ tinha apenas dois meses, quase trĂȘs, e ela ainda deveria estar de repouso, estar em casa com o bebĂȘ e se cuidando tambĂ©m.
â Onde vai? â Sem perceber, Christopher tinha se levantado e seguia pela porta, levaria Scarlett de volta para casa, para o filho. NĂŁo para ficar se exibindo na rua principal daquela forma.
â Ă, eu... Eu vou... Vou pegar cafĂ© â Disse qualquer coisa para tentar se livrar do amigo mas nĂŁo funcionou jĂĄ que o outro o seguia.
â Pega um para mim?! â Pediu sorrindo provocativo, tambĂ©m tinha visto a loura e sabia que a intensĂŁo era ir de encontro a ela, porĂ©m ele nĂŁo tinha mais aquele direito. Scarlett era, mais uma vez, uma mulher solteira. â Christopher, vocĂȘ jĂĄ foi ver o menino? â confrontou se lembrando que o amigo nĂŁo tinha dito nada sobre o novo integrante da famĂlia.
â Mais ou menos â Disse evasivo.
â Como assim âmais ou menosâ? Ă sim ou nĂŁo. NĂŁo tem meio termo nessa pergunta â Soltou indignado com a resposta.
â Eu o vi. Eu o vejo as vezes. â Contou â Anne costuma passear com ele as vezes e eu o vejo da janela do meu escritĂłrio em casa â Continuo se lembrando se ver Simon todo agitado e impaciente nos braços da criada, do que ele conseguira ver do filho ele tinha os cabelos da mĂŁe.
â Humpf â Resmungou em desaprovação â Sabe se Scarlett vai participar dessa temporada social? â Perguntou de forma casual
â NĂŁo, acho que nĂŁo â Negou pensativo, se sentindo um pouco incomodado com a possibilidade.
â Provavelmente ela vai querer se casar, construir uma famĂlia... â deduziu pegando a xĂcara de cafĂ© que Christopher tinha feito.
â Claro que nĂŁo, Simon tem apenas dois meses e meio, nĂŁo tem como ela participar â Disse sĂ©rio, levando a xĂcara a boca.
â Mas se ela resolver ir, e com o propĂłsito de se casar, qual o problema? â Provocou vendo que o assunto o incomodava.
â Downey, ela nĂŁo vai â Respondeu convicto.
â Se vocĂȘ diz... â Robert sorriu por trĂĄs da xĂcara, bebendo seu cafĂ©.
Jeremy e Scarlett
â Tem certeza de que nĂŁo tem outro bebĂȘ ai dentro?! â Jeremy questionou divertido ao ver a irmĂŁ atacar outro pedaço de bolo.
â Tenho Jeremy! Meu Ășnico bebĂȘ estĂĄ em casa e eu estou morrendo de saudade â Disse sentida querendo seu bebĂȘ.
â NĂŁo pareceu quando vocĂȘ estava admirando aqueles modelos de vestidos â Zombou.
â Eram lindos â Suspirou se lembrando dos modelos no caderno de desenhos da modista
â Vai voltar para comprĂĄ-los?
â Daqui dois anos nĂŁo estarĂŁo mais na moda â Lamentou, levando mais um pedaço do bolo a boca. â Podemos levar um desse para casa?!
â Esse saco, que vocĂȘ chama de estĂŽmago, nĂŁo vai fechar?! â Provou rindo, enquanto Scarlett jogava o guardanapo nele.
â E a sua boca? NĂŁo fecha?! â Retrucou.
Eles ficaram mais um tempo ali, conversando e comendo, quando se deram por satisfeitos eles voltaram para casa, Scarlett jĂĄ estava morrendo de saudade do filho.
01 de junho de 1812
MansĂŁo Somerset
Christopher
Eram quase onze da noite, todos estavam em seus quartos dormindo mas Christopher estava pensativo na biblioteca da mansĂŁo. Pensando sobre a conversa que teve com Robert no dia anterior, com tudo o que aconteceu com Hayley, ele ainda nĂŁo tinha ido ver o filho.
Mesmo sendo tarde, ele se levantou da poltrona e saiu para o chalĂ©. Assim que entrou na casa, sentiu o familiar cheiro de vela de cera de abelha e lavanda, o ambiente todo em silĂȘncio. Seguindo para o segundo andar, ele passou primeiro no quarto de Scarlett mas o encontrou vazio. Ele seguiu pelo corredor atĂ© onde seria o quarto do bebĂȘ, a porta estava entreaberta de forma que ele conseguia ver nitidamente o que acontecia dentro do quarto.
A loura estava dormindo na cama que tinha no quarto, na parede oposta ao berço, com um livro aberto sobre o peito. Ele esboçou um leve sorriso e entrou no quarto tentando não fazer muito barulho.
Christopher se aproximando dela e retirando o livro dali, o colocando na mesinha ao lado da poltrona que ficava entre o berço e a cama. Deixando Scarlett de lado, Christopher seguiu para o berço do bebĂȘ.
Simon estava acordado, quietinho no berço, mexendo em seus pezinhos gorduchos. Christopher se apoiou no berço e observou o bebĂȘ, ele tinha seus olhos e nariz, as bochechas e a boquinha eram totalmente de Scarlett e aquilo fazia dele uma combinação perfeita dos dois.
Os olhos de Simon, que estavam entretidos com o mobile de madeira em forma de cavalinhos, desviou a atenção para a figura que surgiu no seu campo perifĂ©rico de visĂŁo e o bebĂȘ sorriu e o olhou para a figura que ele deveria entender como pai com curiosidade, parecendo analisĂĄ-lo milimetricamente. Mas, antes que Christopher pudesse se derreter com aquela imagem, Simon fez um biquinho e franziu a testa ensaiando começar um choro.
â NĂŁo, nĂŁo... â Sussurrou o duque, retirando o pequeno do berço e o ajeitando nos braços â NĂŁo queremos acordar a mamĂŁe, nĂŁo Ă©?! â Perguntou com uma vozinha fofa, ninando o bebĂȘ que mudou de feição, voltando a carinha curiosa.
Christopher deu um dedo a Simon que o agarrou com força e soltou um barulhinho engraçado, fazendo o pai sorrir e, pela primeira vez, o fez perceber. Aquele bebĂȘ era seu bebĂȘ. Seu filho.
09 de junho de 1812
Chalé Somerset
Jeremy e Scarlett
â EntĂŁo, bonitinha, tudo pronto? â Jeremy perguntou se referindo ao que a irmĂŁ planejava.
â Tudinho, sĂł preciso que vocĂȘ faça mais uma coisinha â Sorriu toda fofa, se aproximando do irmĂŁo para abraçå-lo.
â Deus, eu queria um irmĂŁo â Ele reclamou olhando o teto, como se sĂșplicasse a Deus mesmo. â O que foi dessa vez?!
â Preciso que reĂșna todos para mim. AmanhĂŁ a tarde. Por favor â Pediu.
â O que vocĂȘ nĂŁo me pede chorando que eu nĂŁo faço sorrindo? â respondeu sorrindo e apertando as bochechas dela. â vou falar com todos hoje. Johanssons e Evans? â Scarlett fez que sim e o soltou. â Acho que estĂĄ na sua hora â Brincou ao ouvir o chorinho fino do sobrinho invadir o corredor do segundo andar.
â O dever me chama! â Declarou se afastando dele , seguindo para o quarto do filho.
10 de junho de 1812
MansĂŁo Somerset
ReuniĂŁo de famĂlia
O tecido de crepe era tão quente que fazia Scarlett repensar aquela decisão mas não tinha muita escolha. Anne a ajudava com o penteado e encaixava o véu de forma a não desmanchar a coroa de tranças feita no cabelo da loura.
â VocĂȘ deveria estar tĂŁo linda nessa ocasiĂŁo? â Anne brincou encarando o reflexo de Scarlett no espelho.
â Acho que nĂŁo, mas ajuda saber disso. â A jovem forçou um sorriso e devolveu o olhar carinhoso de Anne. â Por que crepe tem que ser tĂŁo quente?! â Reclamou.
â Talvez porque seja um tecido para frio â Deduziu.
â Ă â concordou. Scarlett se levantou da penteadeira e se colocou em frente ao espelho de corpo inteiro que tinha no quarto, analisando o reflexo que teria que se acostumar pelos prĂłximos meses.
MansĂŁo Somerset
â Por que essa reuniĂŁo? â Lisa perguntou se sentando no sofĂĄ ao lado do marido.
â Acho que todos queremos saber o porquĂȘ disso â Melanie completou, se acomodando em sua poltrona.
â Jeremy, vocĂȘ que organizou tudo isso, deve saber o que estĂĄ acontecendo â Karsten apontou o filho
â Eu adoraria sanar as dĂșvidas de vocĂȘs mas terĂŁo de esperar a minha irmĂŁ â Dispensou indo atĂ© o bar e se servindo de whiskey, provavelmente precisaria de algumas doses.
No dia anterior, na hora do jantar, Jeremy tinha pedido que todos se reunissem na sala de jantar para um comunicado de Scarlett depois do almoço, na sala de estar do primeiro andar. E, como combinado, todos estavam reunidos ali a espera da loura.
â Ela vai demorar muito?! â Hayley perguntou impaciente â Preciso terminar de arrumar as coisas para a temporada â Reclamou, se sentando ao lado do marido.
â NĂŁo achei que fosse ficar tĂŁo animada para a temporada, Hayley â Surgindo a porta, Scarlett debochou da postura da irmĂŁ.
â Scarlett, filha... Que roupa Ă© essa?! â Melanie perguntou assustada ao ver a filha toda trajada de preto, com um vĂ©u de tule, luvas e joias focas pretas. â VocĂȘ estĂĄ de... Luto?! â Questionou reconhecendo os trajes para aquela ocasiĂŁo.
â Ă, eu estou â Confirmou jogando o vĂ©u escuro para trĂĄs, revelando um rosto, os olhos e nariz vermelhos pelo choro. Christopher sentiu seu coração se apertar ao ver o semblante triste da outra.
â Luto por quem?! â Robert estranhou, se encaminhando na direção de Anna, que carregava o pequeno Simon.
â Bem, antes de... De â Ela procurava as palavras para descrever o que tinha acontecido entre ela e Christopher â Eu sou... casada com Romain antes de vir para a mansĂŁo e, em função da coroa, ele foi mandando para a os Estados Unidos e eles nĂŁo sĂŁo um povo tĂŁo pacĂfico. â Se aquela atuação estivesse valendo algum tipo de premiação, com certeza, Scarlett seria a campeĂŁ. As lĂĄgrimas voltavam a verter dos olhos dela, o tom de voz baixo e a voz tremula. â Recebi hĂĄ um dia uma carta informando da morte se Romain, aparentemente, ele estava participando de uma guerra, entre norte e sul, onde ele acabou ferido e nĂŁo resistiu. â Lamentou puxando um lencinho da barra da luva e secando as lĂĄgrimas que estavam prestes a sair.
â Quando aconteceu? â Josh perguntou analisando a sobrinha.
â Um dia depois do casamento deles â Respondeu apontando para Christopher e Hayley â Eu recebi a correspondĂȘncia ontem pela manhĂŁ. â Explicou encenando mais um pouco.
â Ah, minha filha, como vocĂȘ estĂĄ?! â Melanie se aproximou da filha, a abraçando.
â Tentando lidar com isso â Suspirou forçando um sorriso.
Depois daquilo todos se levantaram para dar suas condolĂȘncias a Scarlett, que as recebeu de forma carinhosa. AtĂ© chegar em Christopher. Ela nĂŁo queria que ele a tocasse, sabia que seu coração ainda batia por ele, mesmo que machucado, e o toque dele, por mais que fosse em um lugar pĂșblico tinha certeza que ainda sentiria alguma coisa.
â Meus sentimentos â desejou em um tom calmo, a envolvendo em seus braços â Me encontre no meu escritĂłrio em uma hora â Pediu em um sussurro no ouvido dela.
â Obrigada â Ela se afastou dele forçando um sorriso simpĂĄtico.
â VocĂȘ quer alguma coisa, querida?! â Lisa perguntou gentil.
â NĂŁo, estou bem. Na medida do possĂvel, Ă© claro â Respondeu no mesmo tom. â Bem, eu sĂł queria comunicar isso e dizer que, por conta da situação, eu nĂŁo irei para a temporada esse ano.
â Ă compreensivo e nobre da sua parte â Robert elogiou um pouco incomodado.
â Acho que Ă© sĂł isso, jĂĄ disse tudo o que tinha para dizer â Concluiu com um longo suspiro, ela decidiu que era a hora de ir.
â Ah, jĂĄ?! â Lisa reclamou, jĂĄ que estava com Simon em seu colo. Hayley revirou os olhos ao ver a expressĂŁo do sogro para ela, se Scarlett deixasse o menino ali, seriam minutos torturantes. â O deixe aqui por um tempo â Pediu e Scarlett sorriu. Lisa e Robert sempre eram bem carinhosos com o menino.
â EstĂĄ bem. â Concordou â Daqui uma hora peço para Anne vir buscĂĄ-lo â Observou se dirigindo para a porta da sala, nĂŁo antes de encarar Christopher, que sustentava um olhar indecifrĂĄvel, rapidamente. â AtĂ© logo â Se despediu saindo.
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â Com licença â Anne pediu entrando na sala de estar, uma hora depois da reuniĂŁo, atrĂĄs de Simon que estava no colo da avĂł materna â A senhorita Dauriac me pediu para buscĂĄ-lo. â Advertiu jĂĄ retirando o bebĂȘ do colo de Melanie
Christopher, que estava do outro lado do aposento, arqueou a sobrancelha ao ouvir o sobrenome de Romain ser usado para se referir a Scarlett.
â Scarlett Ă© muito maldosa, pode ficar com esse gorducho sĂł para ela e nĂŁo divide quase nada conosco â Melanie reclamou, sendo apoiada por Lisa e Robert.
â Pode deixar que informarei as reclamaçÔes Ă ela â Respondeu brincando â AtĂ© logo senhores. Com licença â Pediu mais a vez, agora para sair da sala.
â Anne, espere, eu vou com vocĂȘ â Christopher saiu apressado atrĂĄs da criada. Hayley, que estava observando o Duque a todo momento, quis ir atrĂĄs do marido mas se conteve, esperando que e voltasse logo. â E Scarlett?
â O que tem ela, vossa graça?! â Se fazendo de desentendida, Anne continuou seu caminho para fora da mansĂŁo e em direção ao jardim, onde a loura a esperava.
â Como o que tem ela? Pedi que ela me encontrasse, no meu escritĂłrio. Ela vai?! â Perguntou ansioso.
â Creio que nĂŁo, ela nĂŁo me disse nada â Mentiu parando um pouco. â Quer que eu diga algo a Senhora Dauriac?
â Para que tanta formalidade se eu sou o pai do filho dela? â Lembrou em um tom descontraĂdo tentando esconder o incĂŽmodo que lhe causava ouvir aquilo.
â Pai? Acho que os conceitos de paternidade mudaram nos Ășltimos meses â Alfinetou forçando um sorriso. â Agora, se me der licença, preciso devolvĂȘ-lo a mĂŁe â Andando um pouco mais rĂĄpido, ela tentou deixĂĄ-lo para trĂĄs mas nĂŁo funcionou, Christopher a seguiu atĂ© o jardim. Como era primavera, as flores coloriam o jardim, dispostas em vasos e no gramado, ao redor de uma pequena ĂĄrea para lanches e chĂĄs da tarde, com bancos e mesa de ferro pintados de branco.
â Obrigada, Anne â Scarlett agradeceu se levantando e pegando o filho. â O que ele faz aqui? â Sinalizou Christopher com a cabeça.
â Achei que tinha pedido para me encontrar, no meu escritĂłrio â Esclareceu e Scarlett arqueou a sobrancelha. â Podemos conversar?
â Anne, o leve â Devolvendo o bebĂȘ para Anne, Scarlett voltou a se sentar no banco com um longo suspiro derrotado. â O que quer?
â Conversar â Tomando seu lugar a frente dela, Christopher observou a mulher a sua frente com uma curiosidade insistente. Era estranho vĂȘ-la coberta de roupas pretas.
â Conversar sobre?
â Esse luto Ă© real mesmo? â Duvidou, inclinando o corpo um pouco para frente.
â E por que eu mentiria? Sabe o quĂŁo desconfortĂĄvel Ă© usar essas roupas no meio da primavera? â Rebateu se recostando no banco.
â E como eu nĂŁo recebi nada a respeito? â Aquilo era estranho como Duque, e pessoa responsĂĄvel pela âmissĂŁoâ que levara Romain para o outro continente, ele deveria ter recebido alguma informação antes de Scarlett.
â Se seu sobrenome fosse Dauriac, creio que teria recebido a notĂcia antes â Observou ela despreocupada. Christopher continuou a analisĂĄ-la milimetricamente, ela nĂŁo mentiria para ele, nĂŁo Ă©? E mesmo que tentasse ele conseguiria perceber a mentira, certo?
â Tem algo que comprove a informação? â Perguntou por fim.
â Desde quando vocĂȘ ficou tĂŁo desconfiado, vossa graça? â Perguntou rindo. â Mas estĂĄ aqui â Pegando uma pasta de couro, a mesma que Jeremy a entregara hĂĄ algumas semanas, ela entregou a ele. â Todos os documentos que vocĂȘ achar necessĂĄrio para comprovar o que vocĂȘ acha que eu preciso te comprovar.
â VocĂȘ Ă© mĂŁe do meu filho, acho que vocĂȘ me deve isso, nĂŁo?!
â Legalmente falando, e Ă© o que importa, Simon Ă© um Dauriac. â O lembrou sĂ©ria.
E Christopher sabia que era verdade, a menos que ele reivindicasse a posição. Analisando os papeis que ela tinha entregado a ele e eram oficiais. Carimbos, assinaturas, informaçÔes...tudo! Não tinha como refutar.
â Satisfeito?
â Muito! â Com um sorriso no rosto, ele devolveu a ela a pasta â O que pretende fazer agora?
â NĂŁo Ă© obvio? Ficar enlutada atĂ© poder voltar para o mercado casamenteiro. â Contou seus planos e ela pode ver os olhos dele brilharem de uma forma diferente.
â Voltar a procurar o amor, senhora Dauriac â O tom irĂŽnico tentava disfarçar coisas que ele nĂŁo queria admitir que voltara a sentir depois de ter pego o pequeno Simon nos braços.
â Depois de perder um marido e com um filho, o amor nĂŁo Ă© mais um critĂ©rio para qualquer escolha matrimonial. â A voz jĂĄ rouca ficou ainda mais grave e sombria, a alegria e leveza que costumavam vir acompanhados com a expressĂŁo animada e alegre tinham desparecido.
â E serĂĄ que esse Ă© o caminho certo? Ă dessa forma que vocĂȘ quer seguir a sua vida? Casada apenas por conveniĂȘncia?
â Ainda nĂŁo sei, mas parece o certo a se fazer no momento â Dando de ombros, ela comprimiu os lĂĄbios em uma fina linha. Aquele discurso nĂŁo era o que a Scarlett de alguns meses antes faria. Queria se casar com alguĂ©m que ela tivesse algum sentimento puro, nĂŁo apenas o interesse na conta bancĂĄria.
â NĂŁo Ă© o que a Scarlett que eu conheço diria. â Comentou.
â Nem a que eu conhecia â Ela forçou um sorriso.
â EntĂŁo Ă© isso? â Ele perguntou se levantando
â Isso o que? â Sem entender.
â Vai entregar o seu futuro? â Quis saber.
â NĂŁo estou entregando, apenas mudando alguns planos â Explicou cansada. Christopher assentiu e saiu.
Scarlett observou Christopher deixar o jardim pensativa sobre o que estava fazendo, sobre a sua âmudança de planosâ. Poderia nĂŁo ser o caminho certo ou a coisa mais certa que ela fazia desde que se casou com Romain, ela nĂŁo saberia dizer atĂ© que... atĂ© que a vida lhe dissesse, que lhe mostrasse que as respostas certas, entretanto, tudo estava incerto desde que fora levada atĂ© Christopher. A Ășnica coisa que ela sabia era que precisava pensar no filho antes de qualquer coisa, era por ele que ela viveria.
Aquilo poderia ser considerado como autopunição, talvez realmente fosse, mas amor e paixĂŁo eram palavras riscadas de seu vocabulĂĄrio e ela nĂŁo poderia se deixar levar por aqueles sentimentos, nĂŁo mais, nĂŁo por mais ninguĂ©m alĂ©m de Simon. As crĂticas as ambiçÔes de Hayley pareciam desnecessĂĄrias, uma vez que teria que usar os mesmos critĂ©rios de casamento da irmĂŁ.
Deixando o jardim, ela voltou para dentro do chalĂ© atrĂĄs de Simon. Ele era sua Ășnica certeza.
Fim.
(Edit: Vem p insta q, como sempre, tem conteĂșdo extra! {@__romanogerswinterwitch__})
Autor(a): lety_atwell
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