Fanfic: A seleção - AyA (adaptada) | Tema: Rebelde

Belinda finalmente chegou até nós. Maite soltou um “olá” esganiçado, tentando fazer amizade em meio a toda aquela intimidação. Belinda apenas a olhou de alto a baixo e deu um suspiro.

— Quando partimos? — perguntou.

— Não sabemos — respondi, sem um pingo de medo. — Você estava demorando para aparecer.

Belinda pareceu não gostar nem um pouco, e começou a me medir, mas fez questão de sugerir que não tinha se abalado.

— Desculpem, mas muita gente queria se despedir de mim. Não pude evitar — e deu um sorriso largo, como se fosse óbvio que era cultuada.

E eu estava a ponto de me ver cercada por garotas assim. Ótimo.

Um homem entrou pela porta logo em seguida, como se quisesse aproveitar a deixa.

— Fui informado de que nossas quatro Selecionadas já chegaram.

— É isso mesmo — Belinda disse com doçura.

Deu para ver nos olhos do homem que ele tinha amolecido um pouco. Ah, então esse era o jogo dela... Ele ficou calado por um instante, e então pareceu despertar.

— Pois bem, senhoritas, tenham a bondade de me acompanhar. Vamos levar vocês até o avião, que vai partir para sua nova casa.

O voo, que só foi assustador durante a decolagem e o pouso, durou poucas horas. Havia filmes e comida, mas eu só queria olhar pela janela. Observava o país de cima, impressionada com seu tamanho.

Belinda preferiu dormir durante o voo, o que foi um favor. Karla baixou uma das mesas dobráveis do avião e começou a escrever cartas sobre sua aventura. Foi inteligente da parte dela trazer folhas de papel na bagagem. Aposto que Diana adoraria saber dessa parte da jornada, ainda que o príncipe estivesse ausente dela.

— Ela é tão elegante — Maite cochichou no meu ouvido enquanto apontava com o queixo na direção de Karla.

Estávamos sentadas uma de frente para a outra em assentos estofados logo na entrada do pequeno avião.

— Ela tem sido superlegal, desde que a conheci. Vai ser uma forte concorrente — Maite prosseguiu.

— Você não pode pensar assim — respondi. — Sim, claro que você quer chegar até o fim, mas não porque venceu alguém. Só precisa ser você mesma. Quem sabe? Talvez Alfonso prefira uma pessoa menos formal.

Maite pensou um pouco:

— Acho que é um bom argumento. É difícil não gostar de Karla. Ela é muito gentil. E é linda.

Concordei com a cabeça. Depois, a voz de Maite virou um sussurro.