Fanfic: O Duque e Eu 🔞 - Evansson - 2° Temporada | Tema: Scarlett Johansson, Hayley Atwell e Chris Evans, Evansson
Olaá 🌻✨
E então, Hayley perdeu ou não esse bebê?!
Christopher vai encontrar Scarlett e Simon?!
Veremos!
E avisando q já estamos na reta final da história 💔
Vem terceira temporada?!
Boa leitura 📖
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27 de outubro de 1814
Inglaterra, Londres
Mansão Somerset
Hayley
Era muito sangue. Sangue demais para qualquer pessoa perder, quanto mais uma mulher grávida.
Hayley não conseguia falar. Queria gritar, mas era como se não houvesse voz. Os pensamentos em um grande looping que ela não conseguia identificar. Seus pés tinham virado raízes no chão e não conseguia sair daquele lugar, a poucos passos do lençol que um dia fora branco e agora estava completamente ensanguentado. Ainda não tinha baixado o olhar para as próprias roupas, mas ela tinha uma noção do que encontraria: ainda mais sangue, ainda mais vermelho, ainda menos esperanças de que o bebê, que um dia estivera em seu ventre, continuasse ali.
— Bom dia, senhora Hay... — Apesar de Hayley não ter chamado a criada, ela já era experiente e sabia como funcionava as coisas com a morena. Então, já tinha aprontado o banho e o café da manhã da duquesa, estava entrando só para conferir se podia autorizar os criados a deixarem a banheira no quarto e a enchê-la. — S-senhora? — Chamou a moça com a voz tremula.
Levantando o olhar para a moça de cabelos louros a sua frente, Hayley tinha olhos apavorados. Ela não conseguia mexer um músculo, tinha medo que sangrasse ainda mais se respirasse um pouco mais alto ou um pouco mais forte algo pior poderia acontecer, mas, de alguma forma, conseguiu se ouvir dizendo.
— Chame Christopher — Foi quase um sussurro, mas Mary ouviu e correu para chamar o duque que ressonava do outro lado do corredor.
Hayley ficou aqueles minutos incontáveis ainda olhando para a cama. Ousando um pouco, ela conseguiu mover uma perna e sentiu uma grossa linha de sangue lhe escorrer pela perna direita ao mesmo tempo que grossas lágrimas lhe cobriram o rosto.
Ela não estava perdendo o bebê.
Ele já tinha ido, não estava mais com ela e aquilo doía como o inferno.
◆ ♔ ◆
Inglaterra, Windsor
Scarlett
Os feixes de luz entravam pela cortina do quarto e chegavam à cama de Scarlett que, em mais uma manhã, não estava exatamente afim de levantar. Mas passos apressados e risadas animadas do lado de fora do quarto, provavelmente vindas do terceiro andar, a forçavam a sair da cama.
Como um ritual de toda a manhã, ela se levantava com cuidado, conferia a camisola e em seguida a cama, sempre se preocupando em vestir tons claros para facilitar a identificação de qualquer partícula vermelha em seu lençol ou roupas de dormir. O pavor a assombrava todos os dias só de pensar que poderia encontrar qualquer pontinho sujo de sangue no tecido de linho que cobria o colchão.
Ainda se lembrava da sensação, mesmo tendo três anos entre uma gestação e outra, se lembrava do vazio que sentiu quando a mancha de sangue apareceu em sua cama em um certo dia.
Com cuidado, ela se examinou ainda na cama, vendo que tudo estava dentro do esperado, ela colocou os pés para fora do grande quadrado que era o colchão e se levantou cautelosamente, analisando cada ponto em que seu corpo tocara durante a noite.
— Mais um dia, bebê — Concluiu contente ao ver a cama completamente branca, como estava horas antes quando foi dormir.
Esperava que até a chegada do bebê não houvessem surpresas daquelas como houve com Simon. Era totalmente recompensador ver o filho correndo e gritando pela casa alegremente com seus dois, quase três, anos de idade, mas tinha sido completamente assustador acordar em um dia comum e perceber que poderia tê-lo perdido, poderia não ter sido a mãe daquele garotinho gordinho e feliz.
◆ ♔ ◆
Londres
Mansão Clafin
Samuel
O olhar fixo do conde se dirigia a um relógio na parede oposta à da sua cadeira em sua sala privada ao lado de seu escritório. Mais um dia em que seus pensamentos divagavam sobre Scarlett, a loura estava em algum lugar do mundo e ele tentava descobrir o que tinha feito de errado.
— Talvez você não seja o problema — a voz carinhosa e calma da mãe o despertou de seus pensamentos. Sorrindo, ele se virou para a senhora que tinha olhos preocupados.
— Por que acha que estou pensando em Scarlett?! — Perguntou divertido.
— Talvez porque não tenha mais nada para o intrigar dessa forma a não ser uma certa loura de olhos verdes com quem você se casaria no próximo sábado. — Explicou convencida com um leve ar de curiosidade — Que se eu não me engano é amanhã.
— É, tem razão, eu estava pensando nela — Assumiu com um sorriso tímido, sentindo as bochechas corarem — Acho q vou a casa do Duque hoje, quem sabe ele não tem notícias dela. — Ele tinha ido a casa Somerset várias vezes durante aquela semana para saber qualquer notícia que eles pudessem ter conseguido sobre a noiva. Samuel só não dormia por lá, porque passava grande parte de seu tempo na residência do atual Duque de Somerset.
— Acho melhor não — Interveio, indo até o filho e se sentando ao seu lado. Samuel a olhou confuso, achava que a mãe queria que eles se casassem, que estava animada com a situação.
— Por que?! Pensei que quisesse minha união com ela — Reclamou confuso.
— Eu gostei da ideia, ela é uma boa moça. Mas o coração dela já tem dono — Comentou calma, pegando a mão do filho e acariciando de forma reconfortante.
— Como assim?! — Ainda mais confuso — Dono?!
— Mayfair não é tão grande como dizem, sabe?! — Comentou procurando as palavras certas. Clafin esperou até a mãe continuar com contida impaciência — Acho que você não reparou como o filho dela se parece com Vossa Graça, o Duque de Somerset, não é?! — Em um de seus passeios vespertinos pela praça, ela acabou esbarrando com Poppy e o pequeno Simon, a Grã-duquesa estava com eles e por isso os reconheceu, reconhecendo também traços da elegante senhora no menino, assim como os de Evans e alguns detalhes de Scarlett.
— Ele é casado com a irmã dela. — Lembrou.
— E?! — Indagou divertida — Antonela também é irmã de Antonieta e nem por isso deixou de se casar com Lorde Wiser por isso — Debochou, falando de suas vizinhas em Londres. — O jeito que ele olhava para ela durante o jantar de noivado de vocês também não é o jeito que um cunhado costuma olhar para a cunhada. — Acrescentou.
Samuel começou a pensar naquilo, em como Christopher olhava para Scarlett, como os olhos dele brilhavam de uma forma estranha quando algum homem se aproximava dela. Como ele sempre a observava em todos os eventos em que compareciam.
Scarlett parecia não notar que ele a vigiava àquela maneira, ela sempre estava sorrindo, conversando e aproveitando o momento como se não houvessem olhos vigilantes sobre si.
— Mamãe, acho que a Scarlett não tem nada com ele — A voz já não tinha a mesma firmeza do começo da conversa, concordava com a mãe em relação a estranha semelhança que havia entre Simon e Christopher. — Não é algo que faça sentido. — Concluiu.
— Pode até ser, mas pense nisso. — Advertiu se levantando — Pense também que se ela não tivesse algo tão errado e secreto, você estaria ansioso pelo casamento amanhã à tarde e não preocupado em onde ela está ou não — Comentou com um sorrisinho convencido, seguindo seu caminho para fora da sala particular. Por um instante, ela parou a aporta e olhou para o filho mais uma vez — Vá atrás da senhorita Clarke, Scarlett está certa, ela é completamente adequada — Advertiu carinhosa e Samuel assentiu ainda sem ter assimilado todas as informações.
◆ ♔ ◆
Hayley
Não demorou muito para que Mary voltasse com Christopher ao seu encalço, ainda usando roupas de dormir, com um semblante preocupado.
Ele se lembrava de como tinha sido com Emily, o susto que tinha tido com Scarlett e esperava não ter problemas com Hayley, mas a vida tinha outros planos.
— O que houve? — Christopher perguntou com a voz alterada, entre sono e susto, indo até Hayley, que tinha conseguido andar alguns passos até o balaústre da cama, lugar em que estava apoiada.
— Perdi o bebê — Contou obvia, com o rosto abatido e sem emoção nenhuma na voz. Christopher reconhecia aquilo, tinha sido da mesma forma com Emily. E, como da primeira vez, não tinha como negar, motivar dizendo que o médico poderia dar um outro diagnostico já que tinha muito sangue. Apesar de sua voz estar completamente neutra, seus olhos estavam em completa agonia, liberando uma torrente de lágrimas que saiam sem que ela notasse ou se esforçasse para tanto.
Gentilmente, as mãos de Evans foram afrouxando o parto dos braços dela do entorno do balaústre e a puxaram para de encontro com seu peito, acariciando seus cabelos e a consolando. Hayley sentiu uma grande pressão em seu peito e as lágrimas antes silenciosas, agora saiam com força, sacudindo todo seu corpo e de Christopher junto.
Ele tentava sussurrar palavras tranquilizadoras para a esposa, mesmo que elas não servissem para nada. Ele sabia que não funcionaria porque ele estava sentindo da mesma dor, também tinha perdido, não só aquele filho, mas provavelmente, os outros dois que estavam perdidos em algum lugar do mundo.
E aquelas perdas o quebravam de várias formas.
Londres, Windsor
Scarlett
— Acha que a barriga já está aparecendo? — A loura perguntou a Anne que a ajudava com as roupas. A morena assentiu feliz, confirmando a pergunta.
Scarlett estava entrando para o quinto mês de gestação e, como era a segunda vez que aquilo acontecia, a barriga costumava aparecer mais cedo. Quando estava grávida de Simon, a barriga começou a despontar quase para o sexto mês. Se afastando um pouco das mãos ágeis de Anne com seu vestido, a loura foi até o espelho e analisou seu corpo de perfil, confirmando que uma pequena barriga começava a aparecer.
— Espartilhos vão ficar de lado por algum tempo — Poppy surgiu no quarto, se juntando as duas. — Daqui a pouco não vai conseguir acompanhar Simon nas corridas — Brincou a babá, se sentando no sofá.
— Mas isso ainda vai demorar — Garantiu, ainda olhando seu reflexo no espelho. — Falando em Simon, cadê o pestinha?
— Voltou a dormir. Ele brincou muito ontem e acordou cedo demais hoje — Comentou com um sorriso vitorioso, uma vez que era mais fácil Simon cansar as três do que ao contrário. — Espero que esse bebê seja mais calmo.
— Vamos saber assim que ele começar a chutar. Lembro que Simon começava cedo de manhã, mas nunca tinha hora parar — Recordou se lembrando que o primogênito começava a explorar os membros pela manhã ou no início da tarde e só parava na hora de dormir. Não que ela fosse reclamar daquilo, adorava sentir o filho vivo dentro de si, ainda mais após o susto que tivera no início, mas já imaginava os chutes nas costelas, bexiga e a excelente falta de ar.
— Você está bem hoje, Scarlett? — Anne perguntou preocupada e curiosa, fazia dias que ela não acordava sem enjoos e tonturas, naquele dia ela não reclamará de nada.
— Estou bem. — Confirmou pensativa, também notando que ainda não tinha enjoado e nem sentido tonturas ou algo parecido. — Bem, não senti nada além do grande sono antes de levantar — Observou e as duas moças assentiram. — Acho que não ter Jeremy as levou junto na viagem — Brincou.
Londres
Hayley e Christopher
Os lençóis da cama tinham sido trocados. Hayley tinha tomado banho e trocado de roupa e, por um momento, o quarto não parecia um dos anfiteatros onde cirurgias aconteciam e tinha voltado a ser o quarto de uma Duquesa. Mas a tristeza no ambiente, revelava o que tinha acontecido naquela manhã.
Hayley estava elegantemente vestida em um vestido preto de seda, estava de luto. Não seria como os dois anos em que Scarlett vestira crepe e todos os decoros de um luto daquele período, mas as vestes pretas a acompanhariam pelos próximos dias.
Christopher tinha deixado o quarto para se trocar e ela não o vira desde então, o duque tinha prometido voltar para lhe fazer companhia, mas não tinha dado uma hora exata. Mary apareceu nesse tempo com uma bandeja com algumas comidas leves para que ela comesse antes do médico chegar para examiná-la, mas ela estava sem vontade nenhuma.
— Não quero, Mary — Disse mais uma vez, a voz cansada.
— Mas precisa e vai — Ordenou uma voz vinda da porta. Hayley se virou ansiosa ao reconhecer quem era.
— Remy! — Exclamou com um sorriso fraco no rosto. Jeremy tinha a expressão cansada e séria, a viagem de Windsor a Londres tinha sido mais longa do que o previsto e ele esperava conseguir dormir antes de falar com alguém, mas ao saber da situação da irmã ele apenas respirou fundo e foi atrás dela.
— Vai ficar tudo bem — Garantiu, indo até ela e a abraçando. — Quer me contar o que houve?! — Perguntou carinhoso, deixando ela decidir se estava pronta para falar ou não. Hayley, que tinha voltado a chorar nos braços do irmão, negou fungando. — Tudo bem.
Jeremy passou o dia com Hayley nos braços a consolando, contando histórias, lembrando das travessuras de crianças. Ele a distraiu até o médico chegar para examiná-la e confirmar o que todos já sabiam, com tanto sangue e com algumas dores na região da barriga que ela estava sentindo só indicavam que não havia mais nenhum bebê ali.
Christopher apareceu durante a visita do médico, ficou alguns minutos com a esposa e logo saiu de seus aposentos. Jeremy observou tudo se perguntando quando ele iria voltar, e se iria voltar para junto da mulher. Mas não aconteceu.
—Scarlett saiu? — Se fazendo de desentendido sobre a situação da caçula da família, Jeremy perguntou fingindo esperar que ela entrasse a qualquer momento no quarto.
— Ainda tem isso — Murmurou Hayley, se ajeitando na cama — Scarlett fugiu — Contou direta, não estava com cabeça para fazer rodeios — Acho que tem duas semanas, desde então todos estão loucos atrás dela. Por isso a casa está sempre cheia de pessoas entrando e saindo, Christopher tem gasto rios de dinheiro com detetives particulares e homens para vasculharem a Inglaterra inteira por ela. — Concluiu limpando mais uma vez os olhos úmidos. — E-eu queria que ela estivesse aqui — Desejou melancólica e Jeremy sentiu seu coração se despedaçar. Scarlett também não estava super animada na cidade vizinha.
— Eu já volto — Avisou saindo do quarto sem dar tempo de Hayley responder. Ele marchou impiedosamente até o escritório de Evans e abriu a porta sem ao menos bater antes.
O interior da sala estava surpreendentemente vazio para as últimas semanas, Christopher estava sentado em sua grande cadeira de couro bebendo um copo de whiskey, a garrafa jazia ao seu lado quase no fim delatando que ele bebera muito.
— Ah, oi Jeremy, me avisaram que você tinha voltado — Comentou casualmente, cumprimentando o cunhado — Ao que devo a honra da visita? — O duque estava claramente bêbado, mas isso não impediu Jeremy de ficar furioso com ele. Suas duas irmãs estavam quebradas, de formas diferentes, e tudo por culpa daquele paspalhão a sua frente.
— A honra da minha visita? — Repetiu tentando não bater em Christopher — Vamos ver... — Continuou pensativo — Hayley, sua esposa, está aos prantos no andar de cima por ter perdido o filho. Seu filho, inclusive. — Começou, contando nos dedos os acontecimentos — Vejamos o que mais... Ah acabo de ser informado que Scarlett, minha outra irmã, mãe do seu primeiro filho, acho que você não lembra desse detalhe, aparentemente está desaparecida a duas semanas e, não entendo o porquê, eu tenho certeza de que o senhor tem uma grande parcela de culpa — Acusou e Christopher exibia uma expressão séria perante a acusação do outro. Jeremy foi se aproximando perigosamente da mesa de Christopher que estava repleta de papéis.
Ele se apoio na mesa, ficando do lado oposto ao de Evans, e baixou o olhar para a pilha de papéis identificando alguns como mensagens dos detetives sem sucesso que se misturavam com coisas de trabalho. Com curiosidade ele puxou um papel mais trabalhado com uma letra delicada, reconhecendo no mesmo momento como de Scarlett. Ele sabia o que estava escrito no papel, estava do lado dela quando a caneta saía do tinteiro e com mãos tremulas Scarlett escrevia no papel. Encenando, ou não, muito bem seu papel de irmão super protetor, ele baixou o papel e encarou Christopher com olhos fumegantes.
— Ela está grávida — Afirmou arqueando uma sobrancelha.
— É o que diz na carta, não é? — Retrucou, voltando a encher o copo de whiskey, acabando de vez com a garrafa.
— É só o que tem a dizer a respeito? — Interrogou devolvendo a carta para a mesa.
— O que mais eu posso dizer a respeito? — Devolveu de mau humor — Hayley perdeu o bebê, outro filho que eu não chegarei a saber se seria ele ou ela, se gostaria de andar a cavalo ou escalar árvores. Infelizmente eu já sei qual é essa dor e imagino, que é a única coisa que eu posso fazer, a dor que Hayley está sentindo, não só emocional, mas fisicamente. — Soltou amargo, Jeremy pode ver que os olhos dele estavam vermelhos não só pelo excesso de bebida, mas pelas lágrimas contidas. — Simon, meu único filho vivo, está por aí no mundo com Scarlett grávida e eu não posso fazer mais do que estou fazendo agora. Não sei se posso sofrer mais do que estou sofrendo agora. Sem saber como eles estão, se Scarlett está bem, se não corre o risco de, assim como Hayley, sofrer um aborto! Tudo está desabando na minha frente e eu não posso fazer nada, além de me culpar por tudo. — Desabafou, tentando se recompor rapidamente.
Jeremy apenas o observava, sentindo-se um pouco melhor ao ver o estado de Evans. As irmãs já estavam sofrendo e não seria justo se ele não estivesse sofrendo a mesma maneira ou pior.
— Você procurou por isso — Advertiu acidamente.
— Obrigado pelas palavras de conforto — Disse irônico, forçando um sorriso.
Jeremy ia dizer mais alguma coisa, quando um criado bateu à porta com um envelope na mão.
— Senhor? — Disse o criado esperando a confirmação de Evans para que ele pudesse entrar. Com um aceno de cabeça, ele autorizou. — Chegou isso de um detetive — Estendendo o envelope a Christopher.
— Pode ir, obrigado — Agradeceu pegando o envelope e desfazendo o lacre com rapidez, avido por notícias boas. O criado se retirou, deixando os dois homens sozinhos. Jeremy o observava com curiosidade, esperando pelas reações de Evans, sentido uma grande tensão.
— O que diz? — Interrogou sem paciência para a falta de reação do duque.
— Nada do que já não tenha lido — Respondeu de má vontade, amassando a carta e a jogando em um canto qualquer. Basicamente a carta dizia que não tinham encontrado ninguém que batesse com as características de Scarlett e que continuariam procurando em direção ao sul. — Não conseguiram nada.
— Sentado aqui não há muito o que se possa ser encontrado — Alfinetou.
— Se ela voltar, quero estar aqui — Informou.
— Bem, se é o que você acha melhor a ser feito. — Extremamente aliviado pelas informações, Jeremy se dirigiu a porta — Vou ficar mais um pouco com Hayley e daqui uns dias saio em busca de Scarlett — Avisou mesmo que não devesse nenhum tipo de satisfação ao Duque. Evans apenas assentiu vendo o homem sair de sua sala, ficando ali trancado com seus pensamentos e arrependimentos.
◆ ♔ ◆
Os dias foram passando e o caos parecia instaurado na Mansão Somerset. Ou só na cabeça de Christopher mesmo.
As notícias sobre Scarlett e Simon pareciam nunca serem atualizadas, era sempre a mesma coisa “nenhuma pessoa nas descrições da senhorita Scarlett foi identificada, seguiremos as buscas.”, Jeremy, que estava “ajudando” na procura encontrava as mesmas informações.
Hayley estava um pouco melhor com o passar dos dias, mas o vazio por ter perdido o bebê continuava e ela não sabia se um dia seria preenchido. A dúvida sobre sua posição na casa também a matava aos pouquinhos, sabia que Evans estava planejando algo, as constantes idas e vindas de Robert do parlamento e do clero denunciavam isso, entretanto não tinha coragem – nem forças - para confrontar a questão.
O grã-duque e a grã-duquesa, assim como Carsten, Melina e Josh, estavam tentando colocar as coisas no lugar, achar um jeito de trazer Scarlett de volta e ajudar Hayley com sua situação, mas estavam falhando miseravelmente por estarem tão cansados quanto todos naquela casa.
Do outro lado de Mayfair, Elizabeth e Sebastian continuavam em Londres, mesmo com a ansiedade de voltar a Escócia batendo no peito, assim como as cartas de suas mães ansiando pela volta dos filhos e do neto que a Condessa esperava e já começava a mostrar, a barriga chegando aos seus seis meses já estava aparecendo e bem sobre as roupas. O motivo de ainda continuarem na Inglaterra era o fato de que os dois deveriam comparecer ao processo de divórcio de Vossa Graça, o duque, e como tinham sido intimados, deveriam estar no segundo seguinte ao anuncio da audiência no tribunal.
Scarlett e Simon estavam vivendo calmamente, sem sustos, apenas com as travessuras do pequeno. Às vezes, Anne e Poppy notavam um tom de melancolia no olhar da loura, mas logo passava. O bebê chutando animadamente em seu ventre a tirava de seus pensamentos tristes, chegando aos seus sete meses estava a deixando mais que animada, além do fato de Simon estar próximo de completar seus 3 aninhos de vida.
Jeremy, a pessoa mais atarefada da família, revezava suas semanas com Scarlett e Hayley. Saindo da mansão e deixando Hayley, depois de dar todo o apoio e companhia a ela, dizendo que iria em busca de Scarlett. E, chegando em Windsor, ele passava os cuidados a loura, o bebê e Simon. Era exaustivo, mas era o que podia fazer.
◆ ♔ ◆
25 de janeiro de 1815
Inglaterra, Londres
Robert e Christopher
— Agora é só esperar pela audiência semana que vem para vocês estar oficialmente divorciado. De novo. — Concluiu Robert, terminado de mostrar os papéis que ele acabara de anexar ao processo. — Achei que ficaria feliz com a informação. — Ele estranhou o fato de Christopher ter continuado sério ao invés de sair correndo pela casa de felicidade.
— Se Scarlett ainda estivesse aqui, quem sabe eu estivesse mais feliz — Explicou, suspirando longamente. Eles já estavam indo para o sexto mês de busca e ele já deveria ter desistido, era o que todos esperavam depois de seis meses sem respostas muito animadoras, mas ele ainda tinha esperanças de encontrar a loura e os filhos.
— Não vai desistir, não é mesmo? — Perguntou mesmo sabendo as respostas, detetives particulares ainda entravam e saiam da casa. O falatório em Londres parecia que nunca ia acabar, toda semana se ouviam boatos novos que em sua grande maioria era falso, é claro. Isso só tinha piorado depois que Samuel Clafin tinha desposado Emília Clarke, agora Clafinn, quando todos esperavam que a futura duquesa de Clafinn fosse Scarlett.
— Eu não posso. Ela é tudo o que eu tenho, ela e Simon — Disse cansado, triste e abatido. Robert suspirou longamente, sem ter o que dizer para o amigo.
Barulhos vindos do lado externo da sala, Christopher se atentou esperando que fosse algum detetive com alguma esperança, mas ela apenas Jeremy com a mesma informação das semanas anteriores. Ele tinha passado três semanas fora, a procura da irmã. Sem nada a acrescentar, ele se despediu dos homens e saiu a procura de Hayley.
— Ele ficou fora por quanto tempo — Robert perguntou curioso.
— Acho que umas três semanas. — Contou sem prestar muita atenção ao amigo.
— Tem certeza? — Insistiu.
— Sim. Por que?
— Você não saiu daqui e está parecendo um trapo. Ele passa três semanas fora procurando pela irmã incessantemente e volta como se tivesse passado três semanas de férias? — Analisou curioso. Christopher ia se pronunciar, mas parou para pensar no que o amigo havia notado. Realmente, todas as vezes que Jeremy voltava das buscas por Scarlett voltava mais relaxado do que fora, voltava até com um certo bronzeado.
— Acha que ele pode saber de alguma coisa? — Questionou voltando a vida por um instante.
— Christopher, ele mata e morre por essas mulheres, acha mesmo que se ele não soubesse que Scarlett está em segurança ele estaria tão calmo? Ele não voltaria para a casa sem trazer a irmã junto. — Avaliou e o duque pareceu concordar, repensando no comportamento de Jeremy nos últimos dias.
— Starling! — Gritou Evans a porta do escritório. Tão logo foi chamado, o capataz aparece. — Quero que chame qualquer outro detetive que esteja disponível para esta tarde — Pediu e o homem assentiu sumindo em seguida para realizar o pedido.
— Vai vigiá-lo? — Surpreso.
— Se isso me levar a ela? Com certeza — Garantiu.
◆ ♔ ◆
01 de fevereiro de 1815
Inglaterra, Londres
Christopher e Hayley
Aquela audiência era algo meramente formal, a “ajuda” que ele tinha dado a igreja já lhe garantiria a anulação do casamento, o relato de Sebastian apenas reforçou que o casamento não podia ser válido. E o juiz não tinha muito o que intervir, apenas assinou os papéis, anulando legalmente o casamento. Ele era, mais uma vez, um homem divorciado.
Hayley estava ciente dos acontecimentos e tinha decidido voltar a Somerset, depois de perder o bebê ela estava se sentindo diferente. O bebê que viria a nascer estava se tornando parte dela – afinal ele era -, e ela estava começando a gostar da ideia de ter um bebê, não só uma forma de se manter no ducado. Agora com o divórcio, ela precisava pensar e em Londres isso não aconteceria.
Jeremy protestou, é claro, mas ninguém a convenceria do contrário e naquele dia já estava a caminho de Somerset.
Christopher observou tudo de longe, enquanto as últimas coisa dela na carruagem. Ainda tinham coisas dela na casa é claro, mas a maioria estava indo na carruagem.
— Não via se despedir — O pai perguntou surgindo atrás do filho.
— Já me despedi — Informou se virando para ele. — Não vou perguntar porque sei que não gosta dela — Comentou com uma expressão brincalhona.
— Ela é uma boa pessoa, como todos, mas não é a pessoa certa para ser duquesa — Considerou e Christopher assentiu. — Sabe alguma coisa sobre Scarlett? — Robert estava sentindo falta do neto, de brincar com o garoto, levá-lo por Londres a fora. Christopher apenas negou com os olhos tristes. — Se... — Ele hesitou um pouco — Se ela estiver mesmo grávida o bebê deve estar próximo de nascer. — Evans moveu a cabeça em concordância, isso o assombrava todos os dias, se ele não achasse a loura, seria mais um filho que ele não veria nascer e, dessa vez, ele não só perderia os dois primeiros anos de vida, mas a vida toda. — Acha que ainda vai encontrá-la?
— É o que tenho que fazer agora e... — A frase morreu assim que viu o detetive que mandara atrás de Jeremy, parecia mais animado que os outros — Se me der licença — Pediu indo atrás do tal detetive.
— Vossa graça — Disse o detetive de olhos castanhos, fazendo um breve reverencia.
— Senhor Leon — Falou o duque da mesma forma. — Quais as notícias? — Perguntou ansioso.
— O senhor Jeremy tem ficado em Windsor, em uma fazenda — Relatou, Christopher sentia suas mãos coçarem ansiosas.
— Ele estava sozinho nessa casa?
— Não. Três mulheres e um menino, entre dois e três anos — Continuou e Christopher sentiu um grande alivio. Depois de meses sem notícias e acontecimentos ruins, algo de bom. — Uma delas está grávida, eu para notar pela barriga saliente — Acrescentou e Christopher queria ir naquele mesmo momento para Windsor, ele não importando que ele chegaria na cidade a noite, ele só queria ver a loura, o filho e acariciar a barriga dela. De qualquer forma, ele deveria esperar pelo menos até o dia seguinte, viajar a noite não era muito bom, as estradas não eram as melhores e sempre tinha o risco de ser assaltado, o que o deixava mais furioso em pensar que Scarlett tinha viajado naquela hora. — Aqui este é o lugar — Entregando a ele um pequeno mapa o duque tinha o caminho que o levaria a amada e seu coração faltava sair do peito. Christopher andou até sua mesa e deixou cuidadosamente o papel sobre ela. Abrindo uma das gavetas, ele retirou uma quantidade de dinheiro e entregou ao detetive.
— Obrigado pelos seus serviços — Agradeceu o homem.
— Aqui tem o dobro — Constatou o homem surpreso.
— O serviço mereceu — Garantiu, rejeitando o dinheiro extra que ele havia dado. Leon sorriu, assentiu e saiu.
Evans fechou a porta do escritório assim que o homem saiu, voltou a mesa e analisou o mapa que o homem havia deixado. Ela estava tão perto.
◆ ♔ ◆
04 de fevereiro de 1815
Inglaterra, Windsor
Christopher
Tinham sido mais de seis meses longe deles, tinham sido dias, semanas e longos meses longe das pessoas que eram as mais importantes em sua vida e, depois do susto, ele entendia aquilo.
Cavalgando apressadamente, ele saiu da estalagem em que tinha se instalado aquela noite e seguiu com o caminho que Leon havia traçado, ansioso por ver os olhos dela mais uma vez, sentir seu cheiro, tocá-la. Sabia que ela não estaria tão receptiva, afinal não queria que ele a encontrasse, mas ele insistiria, lutaria e tentaria até que ela o deixasse voltar para ela.
Chegando ao local marcado, ele se deparou com uma grande casa cercada por muros de pedra baixo, de forma que ele conseguia ver claramente o movimento na parte de trás da casa. A propriedade se seguia a perder de vista, mas o barulho de vozes e risadas eram audíveis aos ouvidos atentos de Christopher. Andando pela lateral da casa, pela rua paralela, ele conseguiu vê-la finalmente e ela estava linda, ainda mais linda do que a seis meses atrás.
Brincava com Simon, o menino chutava uma bola e ela devolvia. O menino estava maior do que ele se lembrava, é claro que estaria estava crescendo e deveria crescer mais, logo faria três anos.
Voltando a atenção a Scarlett, a barriga saliente mostrava que eles teriam mais um bebê e ele não podia ficar mais feliz. Bem, podia ficar sim, só dependia do que Scarlett iria dizer. Esperava que ela aceitasse sua presença, que deixasse ele entrar mais uma vez em sua vida.
Sabia que não tinha muito a seu favor, mas faria o que fosse preciso para tê-la de volta e chamá-la de sua.
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Wow! Quanta coisa p um capítulo (pelo menos p mim foi!)
E agora, será q Scarlett vai dar uma segunda chance para o nosso duque?!
Aproveitando q é sexta, deixa eu panfletar umas coisas p vcs! 😌 (Não desistam de mim!!)
Assisti "Pieces of Woman" c a maravilhosa Vanessa Kirby e... Q filme! É mto triste, pesado e sensível, mas é MTO bom! Vale a pena. E para não perder o costume, já assistiu Bridgerton?! Kkkk
Ok é isso.
Espero que tenham gostado ❤️
Até o próximo 💘
Autor(a): lety_atwell
Este autor(a) escreve mais 5 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
04 de fevereiro de 1815Londres, WindsorScarlett Naquela manhã, Scarlett estava um pouco menos cansada do que de costume. A barriga pesada não deixava que ela fizesse muitas coisas, como brincar com o filho naquele horário como gostava de fazer, mas por algum estranho motivo, ela acordou mais disposta e seu primeiro desejo foi saltar, não literalm ...
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