Fanfic: Que Sorte a Minha Ter Você 🍀 VONDY (Adaptada) | Tema: VONDY
DULCE
Meu coração está disparado como se fosse meu primeiro dia na empresa, minhas mãos suam, sinto como se mil borboletas voassem dentro do meu estômago. Tomo meu frappuccino chocomallow, com zilhões de calorias, sem me importar o mínimo; estou nervosa!
Ah, como eu sinto falta da Malu! Tenho certeza de que nesse momento ela estaria me dando um esporro por eu estar tão emotiva desse jeito... se bem que, a cada vez que nos falamos ao telefone, minha amiga chora emocionada me contando da gravidez e de todos os planos que está traçando com seu peão fake.
Não, Malu não estaria brigando comigo, mas sim me incentivando a continuar dizendo o quanto sou competente, chorando de emoção por eu ter conseguido um belo aumento, mesmo depois de todo o risco que corri ao pedir demissão.
Olho para o alto do prédio, ainda parada feito uma doida na calçada da Avenida Paulista, e leio o nome em aço escovado no terraço onde funciona o refeitório: Uckermann's.
Lembro-me, como se fosse hoje, do primeiro dia em que passei por essas portas; estava trêmula, nervosa e ansiosa por ter sido selecionada para uma entrevista. Estava no último ano de administração de empresas, e o local onde eu fazia estágio faliu e eu fiquei desesperada, com medo de não conseguir as horas para me formar. Foi quando vi uma propaganda do programa de estágio da Uckermann's me cadastrei na empresa responsável pela triagem.
Eu tremia de nervosismo e expectativa e fiquei tensa ao ver que a sala que tinham separado para a entrevista era enorme e estava cheia de gente, mesmo depois de termos passado por três seleções na empresa de recursos humanos que eles contratavam para fazer a triagem. Demorei duas horas para entrar e, enquanto isso, devorei o livro de um dos meus escritores favoritos e não senti o tempo passar, viajando com ele através de um mundo arrasado pela guerra.
Na entrevista estavam duas pessoas além do entrevistador, Mikk von Uckermann e Malu Ruschel, a gerente de uma das áreas que necessitavam de estagiários. A conversa foi boa, mas nada diferente de outros processos seletivos por que eu já havia passado. O que tornou aquele dia único – e eu acho que garantiu minha escolha – foi a parte prática.
Uma pilha de papel foi colocada em cima da mesa, além de pastas, prendedores e post-it. Pediram para que eu organizasse os papéis de acordo com o que achasse melhor.
— Tem tempo para isso? — perguntei.
— Hoje, não — Malu foi quem respondeu. — Mas, se for trabalhar comigo, tem que unir atenção à agilidade, porém, hoje, como não conhece o trabalho, não vou considerar o tempo.
Assenti e comecei a ler papel por papel, colando post-it neles de cores diversas, separando-os por tema. Fiz cinco blocos com tema diferentes – por causa de detalhes sutis entre um e outro –, mas percebi que só havia três pastas. Peguei os prendedores, coloquei um em cada bloco e depois juntei os assuntos afins de forma macro e consegui reunir três pilhas. Coloquei-as nas pastas e as classifiquei com os temas e subtemas.
Quando entreguei, ninguém falou nada, mas Malu Ruschel estava com um sorriso deslumbrado de quem ama organização, e eu soube que, se não aparecesse alguém melhor do que eu nisso – o que era improvável, porque eu tinha orgulho de ser muito organizada, a ponto de ser chata –, a vaga era minha.
Um ano de estágio que pareceu o inferno!
Malu era seca, obcecada por organização (tanto quanto eu), burocrática e teimosa. Tinham coisas que eu achava que poderiam ser facilitadas e que ela não mudava por pura teimosia. Prestes a acabar o estágio e já próximo da minha formatura, ela me chamou na sua sala e me mandou fechar a porta.
— Quantos anos você tem, Dulce María?
Sempre que me chamavam de Dulce María, eu corrigia apenas por Dulce. Achava Dulce María um nome muito forte e muito sério para mim. Eu gostava de ser Dulce, leve, despojada, feliz. Entretanto, claro, nunca corrigi minha chefe.
— Vou fazer 24 no final do ano, Malu.
Ah, a ironia do destino! Minha chefe se chamava Maria da Luz, mas não deixava ninguém a chamar assim, apenas de Malu. No começo, eu me referia a ela como senhorita Ruschel, mas depois relaxei e comecei a tratá-la pelo apelido como todos os outros a chamavam e, como ela não me repreendeu – ela sempre repreendia quando eu fazia algo errado –, continuei.
— Entrou tarde na faculdade?
Assenti.
— Eu precisei ficar um tempo afastada dos estudos, por isso ainda não me formei.
Ela assentiu pensativa, mas não perguntou meus motivos. Esse era o jeito dela, não procurava saber profundamente nada com relação à vida pessoal dos seus colegas de trabalho, bem como também não sabíamos nada sobre ela. Eu poderia ter emendado minha história a fim de tentar comovê-la, mas, sinceramente, isso não era algo que eu faria e, muito menos, a convenceria de algo.
Malu era uma pessoa prática, como eu, embora um pouco mais rígida.
— Seu contrato de estágio termina no mês que vem. — Ela olhou algo no computador antes de continuar: — Sabe o que eu fiz para conseguir chegar à gerência de uma empresa desse tamanho? — Neguei, não entendendo aonde ela queria chegar com essa pergunta. — Trabalhei. — Franzi a testa com a resposta óbvia, e ela riu. — Parece besteira, não? Afinal, tudo o que uma pessoa precisa fazer para progredir na vida é trabalhar.
— Acho que sim...
— Mentira, Dulce! — foi a primeira vez que ela usou meu apelido, e isso me fez prestar atenção a ela. — Quantas mulheres você vê aqui em altos cargos?
— Não muitas...
— E quantas estavam sentadas nas cadeiras da sua universidade enquanto você estudava?
— A maioria na minha sala era mulher.
— Exatamente! Nós nos qualificamos, corremos atrás, somos boas no que fazemos, mas, na hora de uma promoção ou mesmo na concorrência de uma vaga, nosso gênero pesa.
— Por conta de possíveis gravidezes e...
Ela riu de novo.
— Isso é desculpa! É medo, Dulce. Os homens têm medo de mulheres como nós. — Arregalei os olhos quando ela me incluiu na mesma categoria que a dela. — Isso mesmo, Dulce María, eu vejo muito de mim mesma em você e sei que você é alguém em quem eu apostaria minha carreira como vai longe.
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Autor(a): marirbdforever ღ
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Não conseguia me mover na cadeira, olhando-a embasbacada. Malu Ruschel fez minha vida um tormento durante um ano inteiro e estava dizendo que eu era como ela? Eu trabalhei horas a mais todos os dias, aprendi o trabalho de todo mundo do setor, porque ela me infernizava com perguntas, voltei para o curso de inglês – parado havia anos –, porque el ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 206
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isabellearruda Postado em 03/10/2021 - 21:25:36
Cadê você menina, ama essa história, ansiosa pela sua volta!!!
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anne_mx Postado em 08/08/2021 - 16:17:56
Cadê a continuaçãoooo...Uma das únicas fanfics que eu AMO ler <3
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binha1207 Postado em 11/06/2021 - 12:39:12
Você não tem noção da minha ansiedade da sua volta! Tô feliz pra caramba.... Continua vai..
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nathalia_muoz Postado em 03/02/2021 - 00:21:12
Holaaaa cuando vuelves????
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binha1207 Postado em 07/11/2020 - 19:45:04
Ansiosa por sua volta! Estava amando essa fanfic!
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nathalia_muoz Postado em 30/10/2020 - 00:59:03
Volta
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taianetcn1992 Postado em 21/10/2020 - 04:42:15
eu quero mais
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taianetcn1992 Postado em 21/10/2020 - 04:42:06
quero mais
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taianetcn1992 Postado em 21/10/2020 - 04:41:58
voltaaaaaa
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taianetcn1992 Postado em 21/10/2020 - 04:40:44
nao esquece daqui