Fanfic: Que Sorte a Minha Ter Você 🍀 VONDY (Adaptada) | Tema: VONDY
Não vou ter paz, não vou conseguir dormir enquanto não acertar as contas com Theodoro. Não tive tempo de fazer Víctor pagar, porque ele acabou se enforcando sozinho, virando um ser deprimente, que depende da caridade do meu avô para continuar vivendo, já que ninguém o quer por perto.
— Malditos fantasmas, sumam! — grito e me sento na cama.
Não quero começar este dia em clima sombrio, com a cabeça no passado. Não há mais nada que possa ser feito para consertar todas as merdas que foram feitas, não há remendo que consiga unir minhas partes quebradas. Foda-se! Aprendi a viver assim e não tenho ilusões de ser diferente um dia.
Levanto-me e vou direto tomar uma ducha para lavar todo o ranço que o pesadelo deixou. Tenho uma missão agora de manhã e, para cumpri-la, preciso estar com minha carapaça totalmente blindada com o sarcasmo, o humor ácido e ligeiro e a pose segura de si.
Depois de tomar um café e fumar meu cigarro, coloco a roupa esportiva – short e camiseta, tênis próprios para corridas, um boné preto como toda a roupa –, enfio uns trocados no bolso para tomar mais um café em algum local, caso eu dê com os burros n’água na minha caçada, e saio do prédio direto na Paulista.
Vou correndo até o Trianon, lamentando que a rua ainda esteja aberta, pois seria muito mais confortável correr no asfalto do que na calçada, desviando-me das barraquinhas que já começam a ser montadas.
Chego ao parque e entro, caminhando apenas, atento a cada local onde possa se esconder uma cabritinha. Encontro o pessoal do tai chi reunido, conversando apenas, mas não vejo a gerente entre ele. Começo a me sentir frustrado, mas não desisto de caminhar e passar um tempo por aqui, até que reconheço o jeito peculiar de se vestir, mesmo em malha de exercício, e a leve harmonia dos quadris de Dulce María. Abro um sorriso, reparo em cada detalhe dela, desde o macacão brilhante azul colado no seu corpo coberto por uma blusa solta, óculos de sol espelhados e redondos e fones de ouvido.
Aposto que ela está cantando algo, pois seus lábios se mexem, e ela balança a cabeça de um lado para o outro a todo momento. Não consigo conceber que alguém agitada como ela consiga fazer uma atividade tão leve, monótona e parada como tai chi chuan.
Avanço para encontrá-la exatamente em cima da pequena ponte com guarda-corpo de madeira, e, quando ela me vê, para, estarrecida.
— Ora, ora... — cruzo os braços — parece que, para o lazer, alguém gosta de chegar à Paulista cedo!
Ela bufa.
— Só pode ser obra do capeta, não é possível! — sua voz parece realmente irritada. — Uma cidade deste tamanho, com tanto homem interessante, e eu encontro justamente o último que gostaria de ver antes de morrer.
— Quanto drama, Dulce María. — Me aproximo mais dela. — Bom, quem está na minha área é você, então, se não quer esbarrar comigo, não venha correr no meu quintal.
Ela gargalha alto, chamando a atenção de um casal que está passeando com o cachorro.
— Seu quintal? Como você é soberbo! — Olha em volta. — Não estou vendo nenhuma placa com seu nome no parque.
— Moro aqui, há exatos cinco minutos deste local, então é, sim, o meu quintal. — Me aproximo mais, e ela recua, encostando-se na madeira do guarda-corpo da ponte. — Quer companhia para o exercício? Acho que nós dois suaríamos bem juntos.
Ela respira fundo, fazendo seu peito subir e seus seios ficarem mais justos contra a malha que usa.
— Já tenho meus companheiros, obrigada. — Aponta para os velhinhos do tai chi chuan. — Por falar nisso, já está começando.
— Tai chi? — Rio. — Sério? Nunca te imaginaria fazendo algo assim.
Ela enruga a testa, e vejo sua sobrancelha aparecer por cima dos óculos de sol.
— Por que não? Eu pareço ser uma pessoa sedentária?
— Não, exatamente o contrário. — Abaixo a voz: — Eu te vejo em exercícios mais intensos, que fazem suar, liberam prazer, não algo tão... — rio devagar — broxante como o tai chi.
— Doutor, eu preciso...
— Não estamos na empresa e nem em horário de expediente, então, me chame de Ucker — interrompo-a. — Quem sabe até possa te chamar de Dulce.
Ela nega.
— Doutor, eu acho melhor... — ofega — que o senhor se afaste — geme quando eu a seguro pela cintura — para que eu possa... — simplesmente perde a linha de raciocínio.
— Para que você possa...? — pergunto, me sentindo tão sem ar quanto ela.
Não tinha intenção alguma de encostar nela hoje, seria apenas mais um jogo de provocação, mas, talvez impelido pela conversa online ontem, não consegui conter a vontade de sentir seu corpo perto do meu.
— O que está acontecendo? — Dulce indaga.
Nossos corpos estão praticamente grudados, e eu estou curvado sobre ela para que nossos rostos estejam quase na mesma altura. Consigo sentir seu cheiro, uma mistura leve de algum sabonete e uma colônia refrescante. Meus dedos captam o calor de sua pele e um leve tremor em seus músculos.
— Eu não sei — respondo sem fazer nenhum jogo.
Tiro os óculos de seu rosto e consigo ver o turbilhão de emoções que explodem dentro de seus olhos. Estamos respirando juntos, quase bufando como fazem os touros ao entrarem em uma arena. Ela engole em seco, o movimento de sua garganta chamando minha atenção e, quando molha e esfrega os lábios involuntariamente, sei que é meu fim.
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Autor(a): marirbdforever ღ
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 206
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isabellearruda Postado em 03/10/2021 - 21:25:36
Cadê você menina, ama essa história, ansiosa pela sua volta!!!
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anne_mx Postado em 08/08/2021 - 16:17:56
Cadê a continuaçãoooo...Uma das únicas fanfics que eu AMO ler <3
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binha1207 Postado em 11/06/2021 - 12:39:12
Você não tem noção da minha ansiedade da sua volta! Tô feliz pra caramba.... Continua vai..
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nathalia_muoz Postado em 03/02/2021 - 00:21:12
Holaaaa cuando vuelves????
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binha1207 Postado em 07/11/2020 - 19:45:04
Ansiosa por sua volta! Estava amando essa fanfic!
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nathalia_muoz Postado em 30/10/2020 - 00:59:03
Volta
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taianetcn1992 Postado em 21/10/2020 - 04:42:15
eu quero mais
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taianetcn1992 Postado em 21/10/2020 - 04:42:06
quero mais
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taianetcn1992 Postado em 21/10/2020 - 04:41:58
voltaaaaaa
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taianetcn1992 Postado em 21/10/2020 - 04:40:44
nao esquece daqui