Fanfic: 🌷🌷Lady Scarlatti | Tema: DyC

Introdução final

Pov`s Autora

A luz do sol entrava pela janela com a brisa fresca da manhã naquele sábado, e pelos meus pés descalços eu pude sentir quando o frio entrava em contato com minhas palmas nuas.

Acordei com meu gato miando ao pé da cama.

Melhor despertador — rolei os olhos.

Nem lembrava como havia ido dormir na noite anterior, mas dado o meu computador aberto no word e a barra de continuação piscando após um “ fui para o laboratório encontrar Nana ”, deduzi que acabei pegando no sono enquanto tentava iniciar e concluir alguns capítulos do meu romance.

E pra ser sincera, eu estava bastante frustrada com o meu desempenho.

Sério isso Roberta?

Quero dizer... Poxa, eu queria mesmo era conseguir me concentrar naquela noite e ter produzido uma boa obra ao envés de me destrair com dois pedaços de pizza e um pote de açaí, digitando apenas trezentas e tantas caracteris antes de cair no sono.

Não, Não, Não Roberta. Não!
Pelo amor de Deus, que espécime de escritora você quer ser, ein?

Desse jeito, não vai escrever o próximo best seller da New York Times nem aqui nem em Massachusetts!
Foco mulher! — me recrimino, estava realmente desapontada comigo mesma.

Olhei ao redor do meu quarto e me perguntei mentalmente onde eu errei.

Bem... Onde foi?

Eu tinha tudo para ser uma mulher bem sucedida, era verdade.

Até os dezessete anos eu tinha planos, tinha sonhos e uma quantidade razoável de dinheiro na minha conta bancária para sobreviver enquanto me formava. Enfim, tudo me parecia perfeito, eu só não contava com um único detalhe; minha falta de feminilidade.

(E é claro que minha forma estabanada de ser também tinha lá sua parcela de culpa né).

Me incomodei muito com minha natureza incomum e desastrada durante muito tempo, é fato, mas isso só durou até os vinte e cinco anos, quando finalmente eu me aceitei e aceitei meu destino.

O que eu fazia enquanto meus irmãos e amigos se casavam (e alguns até já tinham filhos) ?

Bom, eu era uma solteirona de quase trinta anos, mãe de um felino bagunceiro chamado August, dona de um fusca de estimação chamado Rogério, professora de literatura e gramática durante a semana e no fim de semana eu era um projeto de autora sem rumo (apenas para fugir do tédio da monotonia sabe?).

Resumindo, sou um fiasco.

Desmorono em desânimo de volta na cama.

Estava quase voltando a dormir outra vez, no meu colchão confortável e macio de água, quando meu celular tocou.

Em toda minha preguiça matinal eu precisei me esticar para apanha-lo no criado mudo.

Quando por fim o peguei, atendi na hora.

— Alô?

— Roberta? É Jose, amiga. Cadê, já estava acordada?

Puts.
O piquenique na praia!

Levantei em um pulo com o telefone ainda no ouvido.

— Sim amiga, e já estou acabando de me ajeitar. As garotas já chegaram?

— Mia foi buscar a Lupi, mas acho que Celina vai demorar mais um pouco.

— Jura? Nossa, o que aconteceu?

Tentei ganhar tempo enquanto localizava a toalha mais próxima na minha plena bagunça quarteira (sim, acabei de inventar uma expressão nova para um quarto bagunçado).

— Não sei ao certo, ela apenas disse que teve problemas com o trânsito no meio do caminho mas que estava resolvendo — explicou-me.

A claro, com certeza.
Ela atropelou sua cama e capotou no processo, foi um trágico acidente de carro.

— Poxa, que chato ein?

Finalmente, achei!

— É mesmo. Ela deveria trazer os pães de queijo e nutella, e eu estava anciando por um pouco dessa gororoba a dias. — minha amiga se lamentou.

— Eu vou levar sua nutella, que tal?

— Jura?! Own, eu a amo Robertinha! Agora tome seu banho logo e traga essa bunda para a praia, beijos!

Salafrária!
Como ela sabia da minha façanha?!

— Certo. Fui.

Eu ri sobre minha tentativa de enganar a Luján. Depois de quase onze anos de amizade ela me conhecia melhor que eu mesma as vezes, quero dizer, eu tentei mesmo lhe enganar?

Lhe mentir era quase impossível até mesmo por telefone! Sem falar que, bem, minha amiga conhecia perfeitamente os meus hábitos de fim de semana; dividimos um apartamento durante a faculdade e foi o auge da loucura.

De toda forma, eu precisava me apressar.

Meu lado perfeccionista lamentou-se inteiramente por saber que deixaria minha bagunça privada para arrumar depois, mas fui tomar um banho rápido e me trocar.

Eu havia prometido estar naquele pique e estaria, ou não me chamava Roberta Pardo.

[...]

Cheguei no endereço que Mia me passou na noite anterior e fui recebida pela mesma, ela usava um biquíni amarelo com flores e uma canga rosada amarrada na cintura.
Estava linda.

— Betinha, você veio! — a loira me abraçou.

Eu sorri.

— Claro que vim, não ia te fazer essa desfeita né Mia, você organizou esse pique com o maior gosto durante a semana toda — mencionei.

— Aí, verdade ein. Seria mancada mesmo, mas vem, vamos entrando, as meninas já estão lá na piscina tomando café da manhã e daqui a pouco vamos caminhar na praia.

— Certo, então eu vou só colocar o biquíni e já encontro com vocês, onde é o banheiro? — perguntei, como nunca vim antes eu não conhecia aquela casa de praia da Mia, diferente das meninas.

— É por aqui, eu levo você. — me guiou — Ai eu adorei esse seu vestidinho? Essa estampa tá maravilinda na sua pele.

Sorrio com o elogio.

— E esse seu biquíni? Tô babando nele desde que cheguei.

Rimos aos gargalhos.

Nós fomos em direção ao interior da casa e, da porta, eu já conseguia ouvir o barulho do mar.

— Nossa, a praia é bem pertinho mesmo né? Deve ser o maior barato ficar por aqui. — comentei  distraida ao entrarmos.

Ela riu.

— Sim é mesmo, mas não tem graça se ficar sozinha né? Por isso chamei vocês pra esse fim de semana perfect.

— Concordo, ficar sozinha é o Ó.

Nós estávamos passando pela sala e indo em direção a cozinha quando alguém se aproximou.

Ele me olhou e eu o olhei, acho que ao mesmo tempo.

Nossa...
Ele tinha olhos tão lindos!

Eu não o conhecia direito, na verdade acho que nunca nem o tinha visto antes...

Não.
Com certeza nunca o vi.

— Diego, que bom que está por aqui cunhado, essa aqui é a minha amiga que eu falei mais cedo, a Roberta — nos apresentou.

Ele sorriu de lado.
Céus... Que sorriso perfeito era aquele?!

— Opa, sou Diego Bustamante. Como vai? — estendeu-me a mão em direção a minha, e eu a estendi para ele.

— Bem e você? Sou Roberta Pardo, é um prazer conhecê-lo.

Ele pegou minha mão então a levou aos lábios, em um gesto cavalheiro.

— O prazer é todo meu. — piscou de lado.

E ele ainda piscou pra mim?! ESSE GATÃO PISCOU PARA MIM?! PARA MIM?!

— Betinha o Diego é irmão do Miguel, chegou do exterior há duas semanas e, inclusive, ele vai ser o novo professor de linguagem estrangeira lá da escola.

Ah pronto... Ah pronto!

— Ju..jura? Nossa, que legal né? Parabéns! — eu disse, e até gaguejei um pouco porque ele não parava de olhar pra mim com aquele belo sorriso.

Senhor, dá pra explicar pra esse homem que essa combinação de olhar e sorrir é uma arma letal?!

Fiquei sem reação, acho que até perdi o fôlego e esqueci completamente onde estava ou o que estava acontecendo alí quando ele riu.

— Obrigada. — ele me sorriu fechando os olhos, e foi simplesmente a cena mais linda que já vi na vida — Então, quer dizer que você também é professora no Barão Vasconsa? Nesse caso vamos nos ver muito, não? — puxou assunto.

Eu espero que sim!

— Ah, sim. Eu sou professora de literatura e gramática.

Ele riu mais largo ainda.

— Hm... E uma professora que parece se orgulhar do que faz, diga-se de passagem.

O olhei sem entender bem.

— Quero dizer, você fala do que faz como se fosse seu maior orgulho. Achei bonito. — explicou-se ao notar minha lerdeza.

Será que ele deve me achar uma anta? Nada haver eu não ter entendido de primeira, poxa.

Sorri simplesmente. Pareça inteligente, Roberta. Pareça inteligente!

— Hm, bem, uma pessoa pode estar orgulhosa sem ser vaidosa, não? — eu citei minha autora favorita, com um certo charme eu admito, e então ele me respondeu:

— Perfeitamente. Afinal, o orgulho se relaciona com a nossa opinião sobre nós mesmos, e a vaidade com o que os outros pensariam de nós.

Ah não...

Ele realmente citou Jane Austen me olhando com seus belos olhos brilhantes, achando que não me causaria nenhuma reação?!

Eu acho que me senti atraída por ele a primeira vista.

E não sei porque, mas também acho que isso vai me causar problemas.

Continua?

Anne MX = Bem vinda meu bem! Obg por comentar, e olha, espero que goste de loucura pq essa palavra com certeza vai definir esta web kkkkkkkkk continuando! 😉😘💗