Fanfic: Sigo Adelante ◆ JorTini | Tema: Jorge Blanco, Tini Stoessel, Violetta, JorTini
Olaá 🌻
É, não tem só vingadores nesse perfil!
Já faz um tempinho que estava c saudades de escrever sobre meu outro fandom, Tinista. Estava em draft faz um tempo e só agr consegui postar.
Também estou testando um novo formato o famigerado point of view, mais conhecido como POV.
Boa leitura 📖🧡
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POV. Tini
— E cinco, desce seis, pula sete... — Renata, a coreógrafa, dizia enquanto eu tentava pegar todos os passos daquela coreografia nova mas naquele dia estava um tanto quanto difícil.
Por mais que eu me esforçasse para lembrar os passos e posições corretas meu cérebro estava em outro lugar, não me deixando concentração suficiente para treinar.
— Podemos fazer uma pausa? — Pedi cansada me sentando no chão do Studio.
— Dez minutos, Tini — Ela concordou saindo da sala.
Me deitei no chão gelado tentando colocar minha cabeça no lugar e voltar para aquela sala, me empenhar naquela coreografia para a nova turnê. Odiava não me concentrar nas coisas que fazia, não era profissional e era desrespeitoso com todos os envolvidos no projeto.
Suspiro pesadamente e me olho no espelho, a vontade de chorar evidente em meus olhos. Queria correr de volta para casa, para a minha cama e afundar todos os monstros da minha cabeça no travesseiro.
Porém aquilo ainda não era possível. Tinha um dia todo para aprender coreografias novas, provar os figurinos e fazer ajustes, gravar alguns vocais... Enfim, um dia cheio! Meus sentimentos poderiam esperar mais um pouquinho.
Me levanto e vou até o canto da sala onde minha bolsa estava para pegar meu celular, tenho várias notificações, a maioria do meu Instagram com marcações dos fãs, abro algumas e sorrio. É tão bom ver o carinho deles por mim que me sinto um pouco melhor e mais disposta para continuar.
Passando os dez minutos, Renata volta a sala para me passar a coreografia. Agora, um pouco mais concentrada, não é tão difícil quanto eu me lembrava.
☆★☆★
POV. Jorge
Me viro na cama e posso sentir o grande espaço vazio que tem nela. Meu coração se aperta mais uma vez ao me lembrar de quem costumava estar ali.
Da forma preguiçosa que o corpo, ainda envolvido no sono, se virava para mim a procura de mais cinco minutos depois que o despertador tocava e falando nele...O som irritante do despertador começa a tocar e vou tateando cegamente a mesinha de cabeceira até achar o aparelho e desligar aquele som.
Aquelas lembranças de Tini ainda eram vivas na minha mente mesmo três anos depois do fim do nosso casamento.
Um pouco a conta gosto, me levanto e vou para o banheiro para tomar um banho. O dia seria corrido, como sempre mas eu gostava, era melhor que a solidão da minha casa.
☆★☆★
POV. Tini
Veste figurino. Tira figurino. Veste figurino. Tira figurino.
Acho que eu já posso participar do próximo Karatê Kid. Será que eles aceitam minha ficha de inscrição?!
São tantas trocas que parece que faremos duas turnês ao invés de uma! Mas tudo bem, sei que é para que tudo fique perfeito. Sei que depois de toda aquela preparação vai valer a pena quando ouvir os gritos entusiasmados dos fãs cantando junto comigo.
— E terminamos — Amália, a figurinista me libera.
— Obrigada, Marina. — Agradeci com um sorriso e fui abraça-la. — Sei que não fui o melhor manequim hoje, mas você foi incrível como sempre! — Me desculpei por estar com a cabeça na lua e não ter prestado muita atenção a ela.
— Tudo bem. Acho que sei o motivo de toda a distração — Ela me dá um sorriso reconfortante e se afasta — Até semana que vem mocinha. E espero que esteja na Terra dessa vez! — Ela brinca e eu rio. Também espero.
Vou me trocar, colocar a roupa que vim para finalmente ir embora, e fico pensando a sobre o que Amália tinha me dito, sobre o motivo de eu estar tão distraída.
Violetta acabou fazem dez anos. Tinham sido ótimos dias de gravações da novela, clipes, turnês e eu tinha conhecido o Jorge, que além de ser meu co-estar na série e par romântico, passou a ser o amor da minha vida, por alguns anos ao menos.
Sou tirada dos meus devaneios sobre Jorge pelo meu celular que começa a tocar, minha mãe.
— Oi mãe.
— Tini, você não vai voltar pra casa?! — Ela diz em tom de bronca me fazendo rir. Posso ter 27 anos, mas dona Mariana sempre vai me ver como o bebê dela. Palavras dela, inclusive.
— Mamãe, já estava me aprontando para voltar, sabia?! Não precisa me apressar, senhora Mariana, já, já estou aí. — Informo.
— Certo, senhorita Martina. — Poderia dizer que ela fez uma cara seria nesse momento, como seu pudesse vê-la. — E precisamos conversar sobre o evento da semana que vem. — O tom mais sério dela fez um frio correr por minha espinha.
— Tudo bem. — Concordo — Eu vou dirigir agora, mãe. Te vejo em vinte minutos.
— Até logo. Amo você
— Amo você — retribui desligando o telefone e entrando no carro.
☆★☆★
POV Jorge
— Jorge, você não acertou uma fala desde que chegou. — Stephie me parou.
Estávamos trabalhando juntos na minha próxima animação, uma continuação de Planeta 51. O projeto estava 75% concluído, faltava apenas alguns ajustes e revisões, além da dublagem.
— Eu sei. Desculpa — digo cansado, me sentando no sofá preto de couro que tem no Studio. — Os dias não tem sido muito bons.
— Deixa eu adivinhar — Ela pediu em tom divertido se sentando ao meu lado — Reencontro de Violetta?! — Chutou e eu ri — Acertei?! — Questiona e eu balanço a cabeça positivamente.
— Três anos sem vê-la e agora vou ser obrigado a isso — Digo jogando minha cabeça para trás de encontro ao encosto.
— Vocês nunca conversaram depois daquilo?!
— E ela deixa?! — Argumentei — Quando nos vimos pela última vez, ela estava tão frágil, tão vulnerável que eu só queria consola-la, mas ela entendeu tudo errado e acabou do jeito que acabou.
— Arrasta ela para um lugar reservado do evento e se explique, oras! Estarei lá também, caso você tenha esquecido e posso confirmar o que você disser. — Sugeriu. Seria uma boa ideia, a parte de arrastar Martina para um lugar mais reservado do evento mas a outra parte...
— Ah sim, por que a Tini confia muito na palavra da minha ex namorada — Retruquei irônico
— Você que sabe — Ela dá de ombros se levantando. — Acho que por hoje a dublagem foi por água a baixo. Que tal comermos naquele restaurante no final da rua? — Stephie sugeriu e eu concordei. Distrair a cabeça seria bom.
O restaurante tinha uma vibe anos 60, o que me levou ao passado nas gravações de "Nuestro Camino".
☆★ Flashback ON ☆★
— Deus amado, quem deu esse vestido rodado a ela! — Jorge brincou enquanto enlaçava Martina pela cintura, enquanto ela rodava por toda a sala de gravação do clipe que simulava uma lanchonete.
— A figurinista. — Ela respondeu sorrindo.
— Isso porque ela não sabe que você é espoleta e vai rodar esse set inteiro com esse vestido — Observou rindo tentando pará-la, ela tinha mais energia que uma criança de quatro anos. — Alguém te deu um pote de açúcar também?
— Não, você que é velhinho — Retrucou ela, se virando no abraço dele e o beijando rapidamente. — Vamos contar quando? — Perguntou se referindo ao namoro dos dois que estava “em segredo” por um tempo. Eles estavam sozinhos no set, enquanto esperavam todos voltarem do intervalo para o almoço.
— Se você quiser, pode ser no jantar na casa da Lodo amanhã, o que acha? — Sugeriu ele.
— Pode ser — Concordou feliz.
Aos poucos as pessoas da produção foi chegando e os dois foram se afastando, ficando próximos só quando necessário para a gravação do clipe. Sempre que possível, eles trocavam alguns olhares mais intensos e selinhos rápidos os fazendo rir feito bobos. Mas realmente eram bobos, bobos apaixonados.
☆★ Flashback OFF ☆★
POV Jorge
— Ei, Jorge Blanco — Stephie acenava a mão à frente dos meus olhos, me tirando do meu devaneio. — A batata vai entrar na sua boca ou vai ficar suspensa no ar? — Perguntou brincando enquanto eu colocava a batata na boca e a mastigava calmamente — Deixa eu adivinhar, está pensando na Martina — Deduziu dando um leve riso e me fazendo rir também.
— Essa lanchonete me lembra “Nuestro Camino” — Expliquei. — Ah, Stephie, eu não sei se vou nesse evento — Reclamo deixando meu corpo cair na cadeira.
— Acho que você não vai ter muita escolha, você assinou um contrato — Ela me lembra com cara de deboche. — Vamos falar de outra coisa? Você está ficando muito bitolado nesse evento, é só daqui duas semanas.
— Tem razão — Respondo pegando meu copo de milkshake e dando alguns goles.
☆★☆★
POV Tini
— Cheguei! — Anunciou ao chegar em casa.
— Oi filha — Meu pai me cumprimenta com um beijo na testa, passando por mim e seguindo para seu escritório.
— Mamãe? — Pergunto antes que ele suma.
— No quarto — Ele responde sem se virar para mim.
Continuo rumo ao quarto de minha mãe, já sabendo qual será o assunto da conversa que ela quer ter comigo. Chegando ao segundo andar, posso ouvir Fran em seu quarto escutando músicas e posso imaginá-lo fazendo algumas dancinhas ridículas.
Antes de ir até o quarto da minha mãe vou até o meu para colocar uma roupa mais confortável, tirar os tênis que me apertaram o dia todo e trocá-los por um chinelo. Depois de me trocar, vou para o quarto da senhora Mariana e a vejo na cama, lendo um livro. Sorrio e vou até ela que ainda não me percebeu e me jogo na cama.
— Oiie mãe! — Digo animada a assustando.
— Quer me matar do coração, Alejandra? — Ela fecha o livro o colocando no peito para acalmar o coração.
— Claro que não, mãezinha — Subo um pouco mais e deito minha cabeça no colo dela — Por que estava tão ansiosa para eu voltar para casa? — Começo o assunto.
— Estava revendo sua agenda e daqui duas semanas é o evento de Violetta — Ela começa e eu assinto, a olhando. — Você está pronta para vê-lo? Mesmo depois de tudo o que aconteceu? — Posso ver o olhar de preocupação dela. Eu dou um longo suspiro e faço que sim, estava sabendo do evento desde o início do mês, então estava me preparando desde lá.
— Eu estou, já estava sabendo disso há um tempo — Confirmo com a cara preocupada. — Só não sei quanto tempo vou aguentar passar do lado dele sem ter uma crise de choro.
— Você vai conseguir — Ela me dá um sorriso reconfortante e começa um cafuné em minha cabeça.
— Como foi o dia hoje? — Pergunta ela.
— Bem, corrido como sempre, mas bem — Conto suspirando entorpecida pelo carinho e perfume que emanava dela e me passava calma.
— Isso é bom — Conclui ela — Me ajuda com o jantar? — Pediu ela.
— Podemos fazer pizza? — Me levanto animada e ela ri.
— Hoje é sexta, Martina, vamos comer comida saudável! — Me repreende e sorri saindo da cama.
Nós duas descemos e começamos a fazer o jantar, Fran e meu pai logo apareceram para nos ajudar formando uma grande bagunça na cozinha.
☆★☆★
Os dias foram passando e os dois estavam cada vez mais ansiosamente nervosos. Tini estava pensando em como não desabar quando o visse pela primeira vez depois de todo o acontecido. Aquela era uma ferida não cicatrizada, das coisas que tinham acontecido ela sabia que uma ela não superaria. Ela ainda tinha sentimentos por ele, é claro. O amava, era isso e ponto, seu coração gritava aquilo, porém seu cérebro criara um sinal grande de aviso quando o assunto era Jorge Blanco.
Já Jorge, esperava não ficar hipnotizado por ela e dar bandeira de que ainda não tinha superado aquele ser que o tirava dos eixos mesmo que por fotos. Todo o sentimento que ele tinha por Tini estavam mais que vivo dentro de si, precisaria de mais do que três anos para supera-la, ainda a amava e no primeiro “oi” que trocassem, ele poderia cair aos pés dela.
☆★☆★
POV Tini
Me olho no espelho, quando Peter diz que acabou de fazer meu cabelo, e sorrio satisfeita com o resultado. Os apliques davam volume ao meu cabelo e um pouco mais de comprimento, já fazia muito tempo desde a última vez em que cortei, mas ainda assim gostava do volume e comprimento a mais que os apliques davam.
— Peter, você arrasou — Elogiei, tocando as mechas delicadamente com medo de fazer toda aquela obra de arte que ele tinha feito no meu cabelo.
— Com você até um coque fica maravilhoso, Tini — Ele brinca, me abraçando. — Você está linda —Elogia. — Vou tirar algumas fotos, pode ser? — Confirmo com a cabeça, ainda me admirando pelo espelho, a maquiagem já tinha sido feita e eu estava iluminadíssima.
Meu celular vibra e o pego. Mensagem de Lodo.
L: Como está linda?!
T: Bem e vc?
Já está pronta?
L: Tente se arrumar com uma criança de quatro anos junto com você
Mais cinco minutos e estarei pronta
E vc?
T: Prontíssima!
Já estou indo para o evento.
L: Está MESMO pronta?
T: Se estiver perguntando por JB, sim, estou pronta!
L: Tudo bem, então. Nos vemos no evento.
T: Até ♡
Nos últimos dias, as meninas e eu estávamos conversando muito mais. Nós conversamos depois de Violetta, não com tanta frequência pela correria que cada uma tinha com sua carreira e, no caso de Lodovica, ela ainda tinha o filho. Mas sempre dávamos um jeito de manter contato.
Me olho uma última vez no espelho e tiro uma foto para postar em meu Instagram.
— Vamos lá, Martina, chegou a hora — Disse a mim mesma me olhando no espelho, respirando fundo, saio do meu closet e vou para o carro que me esperava para me levar até o evento
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POV Jorge
Me olhei uma última vez no espelho, ajeitando rapidamente o cabelo e sorrindo para meu reflexo. Estava ótimo. Passei um perfume e sai para o reencontro. Podia sentir minhas mãos suarem sem ao menos ter colocado o pé para fora de casa.
A caminho do salão de eventos onde seria o reencontro, fiquei pensando em como ela estaria, em como eu poderia me aproximar dele e conversar, que ela me ouvisse nem que por segundos. Poderia parecer um pouco desesperado da minha parta, mas a verdade é que eu estava mesmo desesperado por ela, com saudades de ouvi-la pelas manhãs cantarolando pela casa, a forma preguiçosa como ela se arrastava pela sala para assistir algum programa de TV... enfim, com saudades dela toda
Conforme ia me aproximando do local do evento, podia ver a multidão de pessoas, repórteres, fãs, a produção do evento... muitas pessoas em um lugar só. Os fortes holofotes mirando em um poster com os logos de Violetta, da Disney e alguns patrocinadores, podia ver Candelaria e Ruggerio posando para fotos. Cande estava com uma singela barriga, estava grávida de alguns meses e a barriga começava a aparecer.
O carro para e eu desço, recebendo uma onda de flashes e cliques das câmeras dos fotógrafos e perguntas dos repórteres. Vou andando e tentando responder o possível.
— Jorge, é verdade que está produzindo uma nova animação? — Perguntou uma.
— Sim, estou produzindo uma continuação para “Planeta 51” — Respondo andando um pouco mais a frente onde uma pessoa da produção sinalizava para que eu parasse para posar para as fotos.
— Jorge, como está a sua relação com a Tini depois da separação? — Um outro perguntou e eu penso um pouco antes de responder.
— Faz um tempo que não mantemos o contato, mas sempre teremos carinho e respeito um pelo outro — Aquela resposta era genérica, eu sei, mas era o que eu poderia responder no momento.
Mais fotos, algumas outras perguntas e segui para dentro do salão de eventos.
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POV Tini
E mais um evento começava. O local estava cheio, o que era de se esperar, flashes eram atirados por todos os lados, assim como as perguntas sobre tudo. Carreira, próximo CD, singles, feats e, para coroar as perguntas, como Jorge e eu estávamos.
— Ultimamente não nos falamos muito, a correria sabe?! Mas sempre teremos um carinho e respeito mútuo — Respondo já andando para dentro do evento.
Entrando no grande salão, pude ver quase todo o elenco espalhado. Sorri me lembrando da época das gravações, as bagunças que fazíamos nos bastidores. Começo a descer a pequena escadaria que me levaria para dentro do salão.
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O evento estava a cada minuto mais cheio, pessoas do elenco, produção, alguns convidados especiais. Martina e Jorge já tinham se visto mas apenas de longe, estavam se olhando a distância enquanto conversavam em seus grupinhos que viam os olhares que o casal trocava a distância entretanto preferiram não interferir, por um tempo pelo menos.
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POV Tini
— Não acredito que ela está aqui — Falo para Mercedes e Lodovica que estão ao meu lado e se viram na direção que olho para verem de quem eu falava — Valentina Zenere — Explico apontando discretamente a loira que entrava deslumbrante em um lindo vestido vermelho.
— Amiga, calma. — Ela pede — Vocês já se separaram e eles também não estão juntos — Ela me lembra enquanto eu tento não pensar em Valentina e Jorge no passado.
— É, eu sei. — Assinto enquanto dou um gole na taça de champanhe que seguro — Mas o que ela quer aqui? A festa de “Soy Luna” vai acontecer daqui alguns anos. — Resmungo por trás da taça.
— Você também será convidada para o evento, tenho certeza — Afirma Mechi, enquanto observa ao redor. — Bebita, melhor colocar um sorriso ainda maior no rosto, Facu e os meninos estão vindo. — Ela me avisa a tempo de eu terminar de beber o champanhe e me virar para vê-los se aproximarem.
— Oi meninas — Facundo disse se aproximando. — Como estão?
— Oi Facu — Mechi e eu dissemos em uníssono. Os cumprimentos seguem para Rugge, Samuel, Pablo Spinosa e... Jorge. Assim que ele se aproxima para me dar um beijo na bochecha, assim como os outros, todos podem sentir o clima pesar um pouco.
— Então, senhorita Stoessel, ficou rica e esqueceu dos amigos, foi? — Samuel pergunta em seu tom brincalhão de sempre me fazendo sorrir.
— Ando muito ocupada, mas nunca vou me esquecer de vocês — Respondo no mesmo tom evitando o contato visual com Jorge, podia sentir os olhos dele me secando
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POV Jorge
O evento estava acontecendo até que muito bem. Martina e eu ainda não tínhamos conversado, na verdade, acho que todos os nossos amigos estavam evitando que nos encontrássemos antes da hora para evitar uma discussão ou qualquer tipo de clima ruim no ambiente.
Mas uma hora foi inevitável, estava em uma conversa com Facundo, Samuel e alguns outros caras do elenco, quando Facundo viu Mercedes e decidiu que iria falar com ela, fiquei feliz pois queria falar com ela também, estava com saudades da loira. O problema era que ela estava junto de Tini e bem... era claro que ela estava me evitando.
Facundo é o primeiro a falar, cumprimentando as duas e nós os seguimos. Depois que cumprimentei Tini foi possível sentir o clima pesar um pouco mas Samuel, com seu bom humor inalterável, iniciou uma conversa fazendo com que o clima se desfizesse.
Pelo menos por alguns minutos, a conversa voltou ao clima sombrio quando Valentina se aproximou e entrando na conversa, todos ficaram mudos por um momento até que, Samuel voltou a quebrar o gelo com algumas piadas.
— Com licença — Tini pediu em determinado momento da conversa, saindo para o outro lado do salão.
— Ainda não falou com ela? — Valentina questionou se virando para mim. Eu sinalizo com a cabeça que não — Jorge! — Ela me repreende.
— Falar o que? — Mechi pergunta com o cenho franzido, tentando entender a situação.
— Você explica, Val? — Pedi e ela assentiu — Vou atrás dela — Digo já a seguindo, pois não a perdi de vista.
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POV Tini
Vou para um canto menos cheio da festa tentando evitar que as lágrimas borrassem minha maquiagem. Sabia que aquilo poderia acontecer, então não estava surpresa, só esperava que ninguém percebesse.
O local do evento tinha uma área externa que estava vazia, aquilo era ótimo poderia ficar alguns minutos sozinha antes de voltar para o evento. Aquele reencontro duraria mais algumas horas, ainda precisávamos dar algumas entrevistas, cantar algumas músicas e tirar algumas fotos.
Até aquele momento eu tinha conseguido ficar longe de Jorge em todos esses momentos, já que as músicas não eram os temas de Leonetta, mas logo chegaria aquele momento e eu precisaria estar bem.
Estava aproveitando a brisa fresca daquela noite, quando sinto a presença de mais alguém ali. Não preciso me virar para saber quem é, o perfume não havia mudado e ele invadia minhas narinas de forma inebriante.
— Achei que não fosse de fugir — Ele começa se aproximando de mim e se apoiando de costas no pequeno muro que tinha naquela varanda.
— Não estou fugindo, só não consigo ficar no mesmo ambiente que você e Valentina ao mesmo tempo — Explico sem olha-lo, fitando o horizonte.
— Entendi. — Ele fala compreensivo olhando para seu tênis. — Também achei que a Martina que eu conhecia escutava as pessoas antes de tomar decisões precipitadas. — Isso foi uma alfinetada?
— O que eu vi já foi o suficiente — Conclui.
— Mas o que você viu não foi a verdade —Rebateu ele. Solto uma risada fraca, sem vontade e me viro para ele
— E qual seria a verdade? — Questiono e o vejo levantar o olhar, a entrada da varanda começava a se aglomerarem pessoas e aquilo não era bom.
— Aqui não é o melhor lugar para conversar. Podemos nos encontrar? — O olhar suplicante dele me faz vacilar. Eu deveria? — Tini, qual é? Vai me dizer que não sente nada por mim? Que esqueceu tudo o que vivemos? — Ele me afronta e eu não sei como responder — Sei que não porque eu também não esqueci e eu ainda te amo. — Ele dispara e eu prendo o ar. — Me dá uma chance de explicar o que aconteceu aquele dia?
— Tudo bem! — Eu me vejo responder — Terça, no almoço. O lugar de sempre — Digo numa naturalidade que me espanta. Como assim lugar de sempre? Faziam três anos que nós não nos falamos! De qualquer forma, vejo um grande sorriso se abrir em seu rosto e ele assentir. — Agora, vamos voltar para o evento antes que comecem a falar — digo já me dirigindo de volta para o evento que continua normalmente, com Jorge exibindo um sorriso lindo que me contagia e eu também não paro de sorrir.
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POV Jorge
Chego no local marcado, com alguns minutos de antecedência pela ansiedade. Era a oportunidade de ter Tini de volta. Esclarecer todo o mal entendido do passado. Assim que me sento na lanchonete, uma garçonete me entrega o menu e eu peço um suco de maracujá para acalmar os nervos e conseguir esperar Martina.
Cinco minutos depois de mim, ela chega me fazendo prender o ar nos pulmões, ela estava linda. Ela usava uma roupa casual, calça jeans e blusa de linho azul, mas estava linda. Ela procura por mim, varrendo o ambiente com o olhar, até que me encontra e segue por até a mesa que escolhi, um pouco mais reservada para que pudéssemos conversar sem interrupções ou fotos de paparazzi.
— Oi — Ela se senta na cadeira a minha frente e sorri
— Oi — Digo da mesma forma. — Quer pedir alguma coisa?
— O que está tomando? — Ela aponta meu copo que tinha chego alguns segundos antes dela.
— Suco de maracujá. Quer? — Ela faz que sim e eu chamo a garçonete mais uma vez, pedindo mais um suco e uma porção de batata frita.
— Então... quer começar? — Assim que a garçonete saiu, ela puxou o assunto que nos levara até ali. Com um grande suspiro, eu balanço a cabeça positivamente.
— Aquele dia, tinha chamado a Valentina para ser uma das dubladoras de um curta que eu estava produzindo — Começo de forma calma e vejo que ela está prestando atenção em tudo o que faço — E eu queria aproveitar que ela estava ali para fazer uma surpresa pra você, já que ela era uma das suas melhores amigas e nós tivemos a ideia de fazer um CD comigo narrando alguns momentos nossos, do início do namoro, o noivado... era seu presente do dia dos namorados daquele ano. Um dos presentes, na verdade. — Explico a primeira parte e ela continua concentrada em tudo o que eu falo. — Nós tínhamos acabado, quando decidimos brincar com os equipamentos dentro da sala de gravação, a Val estava com uma jaqueta e começou a ficar com calor, então a retirou. Nós voltamos a brincar e ela tropeçou no suporte do microfone e eu fui ampará-la para que ela não caísse, mas nós dois acabamos caindo.
— Ai eu cheguei? — Ela deduziu e eu confirmei com a cabeça. Antes que eu pudesse voltar falar, a garçonete voltou com os pedidos.
— Eu juro para você que não houve nada. Valentina e eu amamos você e jamais faríamos nada para te machucar — Reforcei. Ela pareceu um pouco pensativa, enquanto bebia seu suco. — Tudo bem? — Pergunto quando ela se recosta na cadeira e não diz nada.
— Eu não acredito que a explicação é tão simples e eu fique me martirizando por três anos — Comenta ela incrédula.
— Pode pegar as fitas do Studio, ainda tenho o CD e várias outras coisas que comprovam o que estou dizendo.
— Sério?
— Sério. Sei que isso parece absurdo, coisa de novela... mas é a verdade.
— Já que estamos sendo sinceros, eu também tenho uma coisa para te contar — Confessa ela, parecendo procurar as palavras para o que queria dizer. — Depois que eu sai do Studio e sai de casa, eu me dediquei em ocupar a minha cabeça o máximo possível, a maioria do meu tempo era ocupado com ensaios de coreografias novas.
— Normal de você — Brinco, sabendo que ela adorava aprender os passos novos para seus clipes e turnês.
— É — Sorrindo fracamente ela concordou — Mas isso estressou muito o meu corpo e eu não sabia que... que eu estava grávida — ao dizer isso, ela baixa o olhar brincando com as unhas.
Eu tento assimilar o que ela me diz mas é impossível. Ela esteve grávida e não me contou?
— O que aconteceu? — As palavras apenas saíram da minha boca já que eu ainda estava assimilando a informação.
— Sofri um aborto espontâneo por conta de todo o stress e horas extensas demais de ensaios. — Tini explicou triste, da mesma forma que eu a tinha visto no dia em que assinamos o divórcio. — E-eu não te contei porquê... aquilo me machucou demais. Perder você em um dia e o nosso bebê no outro. — As lágrimas saíam dos olhos dela sem que ela fizesse qualquer esforço.
Eu queria ficar bravo com ela por ter escondido aquilo de mim. O bebê também era meu filho, eu gostaria de ter podido apoia-la, consola-la, e confortá-la nesse momento. E tê-la também para me confortar.
— Jorge, me diz alguma coisa — Pediu.
— E-eu não sei o que dizer. Eu queria saber desse detalhe, porque o bebê também era meu — Digo sentido.
— Eu sei, mas eu só consegui falar disso depois de um ano e nós já estávamos muito distantes.
— Imagino que tenha sido traumático pra você — Falo um pouco ríspido, não era minha intensão, mas saiu.
— O que você quer fazer agora? — Ela pergunta um pouco angustiada.
— Foi tudo uma confusão que trouxe uma consequência horrível porém, eu ainda amo você e eu não aguento mais ficar longe de você — Confesso pegando uma das mãos dela por cima da mesa. — Vou precisar de um tempo para me adaptar a informação do bebê mas, se você estiver comigo, eu acho que será mais rápido. — Sorrio tentando animar os ânimos.
Ela sorri e assente. Nós mudamos o tópico da conversa, colocando o papo em dia. Passamos o resto da tarde, na lanchonete e, quando finalmente saímos, à noite caia na Argentina. Fomos caminhando até o carro dela e paramos um de frente para o outro, com um sorriso bobo no rosto.
— Então... — ela fala esperando que eu diga alguma coisa.
— Te vejo amanhã? — Sugiro animado e ela faz que sim.
— Até amanhã, então — Sorriu um pouco desanimada e eu ri sabendo o que ela esperava. Ela se vira para abrir o carro e eu a puxo a prensando contra o carro e a beijando.
Um beijo cheio de saudade e desejo guardado. “Sé que a ti te gustan mis labios de fresa”. O milkshake de morango que ela tinha pedido pouco antes de saímos da lanchonete se fazia presente e fazendo a música invadir a minha mente.
— Agora assim, até amanhã — Digo satisfeito a soltando. Ela sorriu e entrou no carro partindo para sua casa.
☆★☆★
Dois anos depois
POV Tini
Conversar realmente era a solução para tudo. Lembro que minha mãe sempre me dizia que era melhor resolver na conversa e, depois de três anos longe da pessoa que eu mais amei na vida, eu podia dizer que era verdade.
Depois de ter aquela conversa com Jorge em que dissemos tudo o que estava guardado em nossos corações, tudo voltou ao seu lugar e retomamos em um nível a mais da relação, onde conversávamos mais sobre as coisas...Bem, quase tudo.
Tinha algumas semanas que estava suspeitando de que logo nossa pequena família de duas pessoas e três cachorros, poderia aumentar para três pessoas e dois cachorros. Minha menstruação estava atrasada há alguns dias, estava mais cansada que o normal, assim como minha fome estava ainda maior.
Aproveito que Jorge tinha saído para resolver algumas coisas sobre um projeto novo e fiz um teste que tinha comprado naquela manhã. Leio as instruções e faço de acordo com o que está na instrução e espero os três minutos para que o teste me diga se estou ou não esperando um outro bebê.
— Tini? — Ouço Jorge me chamar da sala. Droga! Achei que ele fosse demorar mais.
— NO QUARTO — Grito para que ele me escute. Consigo ouvir os passos dele pela casa, seguindo na direção do nosso quarto.
— Vai demorar? — Ele pergunta a porta.
— Não muito. Por que? — Respondo tentando não demonstrar o nervosismo na minha voz, enquanto olhava o resultado.
— Nada. — Responde e, provavelmente, ele se deitou na cama porque ouço o barulho da cama. — É, você foi bem rápida — ele sorriu ao me ver entrar no quarto.
— Eu disse que não demoraria muito — retribuo o sorriso. — Como foi hoje?
— Foi bem. Muito bem — Ele diz satisfeito me chamando para me deitar na cama com ele e eu vou com um pouco mais de cuidado. — Eu tenho uma surpresa pra você — Anuncia.
— O que? — Pergunto animada me sentando na cama. Ele também se senta e pega minhas mãos, me olhando profundamente nos olhos.
— Fazem dois anos que nós voltamos e recomeçamos essa vida a dois que eu estava sentindo muita falta. — Começa ele, fazendo meus olhos encherem de lágrimas. — E, mais uma vez, eu quero te pedir uma coisa. — Jorge se afasta um pouco para puxar algo de seu bolso, uma pequena caixinha — Martina Stoessel, casa comigo?.
Ele ainda precisava de uma resposta? É claro que me casaria com ele mais uma vez.
— Bem, eu me caso. — Aceito com um sorriso de orelha a orelha — Porém, você precisa saber de uma coisa — Digo séria e ele fica sério também. — Você vai ter que me dividir com outra pessoa.
— Quê? — Ele para confuso. Eu volto a sorrir e tiro o teste de gravidez do bolso do meu shorts entrego a ele que analisa minuciosamente o bastão em sua mão —É sério?
— Uhum! Vamos ter um bebê! — Confirmo animada e ele me abraça.
— Eu amo você. Amo vocês.
— Eu também amo você. Nós dois!
Nós não seriamos perfeitos. Como casal, pais ou pessoas, teríamos nossos problemas, discussões e divergências. Mas com aquele amor e sinceridade, com os aprendizados do dia-a-dia, tudo daria certo.
♪ Ven y enciende el mar bajo mis pies, yeh
Alma y corazón arráncame, yeh
Dices que solo me salvas tú y que estoy presa en tus brazos
Dejarte atrás es lo importante
Sigo adelante ♪
Sigo adelante| Tini
___________________
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Autor(a): lety_atwell
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