Fanfic: Enquanto Ela Desaparece - Vondy (finalizada/adaptada) | Tema: Vondy, drama, romance

CHRISTOPHER

A casa de tijolos de duas histórias era maior do que a que cresci, mas não tanto. Eu esperava que fosse muito maior que isso. Eles tiveram cinco filhos. Parecia que isso exigiria mais tamanho.

Subi na varanda, ainda sem saber se era uma boa ideia. Knox ligou e me convidou para jantar. Disse que a mãe dele queria cozinhar para mim e enviar um prato para o tio D. Não era bom com a família grande, simplesmente porque nunca tinha estado por perto.

Se eu estivesse sendo completamente honesto, admitiria que estava aqui por causa da garota e por minha curiosidade. Eu queria vê-la acordada. Ouvi-la falar. Observa-la com sua família. Nós dois passamos por um evento que mudou a vida ao mesmo tempo. Talvez tenha sido isso que me atraiu para ela, ou talvez eu fosse apenas um filho da puta intrometido. Seja qual for o motivo, eu estava aqui. Por causa dela.

Ela surpreendeu até os médicos por sua vontade de conquistar a reabilitação. Eles a libertaram depois de apenas uma semana. Ela precisava voltar uma vez por semana à clínica de reabilitação, mas fora isso, fora mandada para casa para viver sua vida.

Eu estava a caminho do quarto dela quando Everly, uma enfermeira que eu realmente queria não ter transado neste verão, me disse que ela havia sido libertada. Então ela me convidou para passar a noite. A mulher era pelo menos cinco anos mais velha do que eu e eu não estava convencido de que ela não era casada. Havia algo secreto nela.

Eu levantei minha mão para bater quando a porta se abriu e Knox ficou lá com um sorriso. "Você veio."

"Sim." Eu respondi. "Não vou perder comida caseira."

“Eu ouvi você. Tenho que ir para casa nos fins de semana da mamãe porque sinto falta da comida. A comida rápida e a cafeteria envelhecem durante a semana.”

Era tudo que eu sabia, mas assenti como se entendesse a diferença. Tio D e eu tínhamos vivido em jantares de micro-ondas. A única vez que ele tentou cozinhar espaguete, ele pegou fogo no fogão e acabamos na lanchonete da cidade.

"Sorte sua que toda a família não estará aqui esta noite. Mamãe tem mantido a multidão fora pelo bem da Dulce. Ela está se adaptando para estar em casa e tudo."

Fiquei feliz em saber que não precisava fazer a grande coisa da família. Eu estava curioso sobre Dulce, não sobre os outros irmãos.

"Como ela está?" Eu perguntei, seguindo Knox lá dentro.

Ele encolheu os ombros. "Bem eu acho. Ela está quieta. Menos tagarela e animada do que era antes. Mas os médicos disseram que isso é normal. Ela voltará a si mesma em breve.”

Nas fotos que eu já tinha visto antes, ela estava sempre rindo e sorrindo. Aquele sorriso e a maneira como seus olhos dançavam foram duas das coisas que me atraíram. Fez-me querer saber mais sobre ela.

"Acho que não. Aqui, mamãe, deixe-me fazê-lo.” Uma voz feminina chamou meus ouvidos e eu parei. Era ela. Mesmo sem ter ouvido a voz antes, eu sabia que era dela. Pode ser simplesmente porque ela era a única garota que eu sabia estar aqui, mas ainda assim. O som da voz dela se encaixa no rosto que eu já vi.

"OK tudo bem. Você passa manteiga no pão. Vou me preocupar em misturar o chá.” Disse a sra. Espinosa.

"Venha aqui e conheça minha irmã." Knox me levou para a cozinha branca e amarela brilhante. "A companhia está aqui." Ele anunciou.

Meu olhar foi diretamente para o dela. Seu cabelo era diferente, lavado e cheio de corpo. Ele pendia por muito tempo nas costas dela, curvando-se nas extremidades. Ela e Knox tinham os mesmos olhos castanhos. Quase como você pode ver através deles. Eu nunca tinha admirado o Knox antes, mas na irmã dele eles tiveram um efeito diferente.

"Mãe, você conhece Christopher." Disse Knox.

Voltei minha atenção para a mãe dele. “Olá, senhora Espinosa. Obrigado por me receber.”

Ela acenou com a mão para mim. "Agora, eu disse para você me chamar de Karen. Deixemos a senhora de lado. Já tivemos bolo e café juntos muitas vezes para isso." O sorriso dela era genuíno. Eu sempre senti que ela me queria por perto quando eu chegava ao quarto de hospital da Dulce.

"Sim, senhora." Eu respondi com um sorriso.

Knox se aproximou de sua irmã e eu pude focar nela novamente.

“E essa, como você sabe, é Dulce. Dulce, meu irmão de fraternidade Christopher. Embora ele tenha passado bastante tempo no seu quarto de hospital lendo para você, você nunca se conheceu.”

O sorriso dela não era real. Os olhos dela pareciam perdidos demais para sorrir de verdade. Mas ela tentou.

"É um prazer conhecê-lo." Disse ela, movendo-se em minha direção para me cumprimentar com um aperto de mão, que eu achei fofo. Não durou muito, no entanto. Sua mão minúscula se foi muito cedo e ela voltou a atenção para o pão que estava passando manteiga.

"Estamos quase prontos para comer. Seu pai está de volta brincando com aquele velho motor no cortador de grama. Juro que o homem é muito teimoso para o seu próprio bem. Precisamos apenas comprar um novo, pelo amor de Deus."

Knox assentiu. “Então eu preciso ir buscá-lo. É isso que você está dizendo?"

“Sim, você corra, pegue-o e mande-o lavar a louça. Christopher, por que você não senta em qualquer lugar que você gosta da mesa e eu lhe trago um copo de chá doce? Quero ouvir como está seu tio.”

Knox me deu um tapinha nas costas. "Desculpe, mano, ela é intrometida. Vem com a comida.” Ele sussurrou, depois foi para a porta dos fundos da cozinha.

“Tio D está jogando duro. Não fazem os tratamentos de quimioterapia e eles estão falando em mandá-lo para casa na próxima semana. Mas eu sei que ele vai fumar um maço por dia quando chegarmos lá e isso não é bom."

Olhei para Dulce e ela estava me observando. Ouvindo. Havia preocupação em seus olhos e eu sabia que era para o meu tio. Algo sobre isso me atingiu. Uma garota que acabara de acordar de um coma para descobrir que havia perdido um mês de sua vida, se preocupando com os problemas de outra pessoa. A maioria das garotas que eu conhecia era muito superficial.

"O que acontece se ele não tiver a quimioterapia?" Perguntou Dulce. Ela tinha uma voz muito boa. A tristeza em seus olhos era difícil de olhar. Isso me incomodou. Uma garota como ela deveria ser protegida. Não ter que enfrentar merda.

"Ele vai morrer mais cedo. A quimioterapia não o curará. Apenas prolongar a vida dele.”

Ela suspirou e largou a faca. "Não sei se o culpo. A quimioterapia parece uma coisa terrível. Mas para você, sinto muito. Eu também não gostaria que meus pais fossem mais cedo do que precisavam."

A franqueza de suas palavras foi refrescante. Ela não tentou fazer parecer melhor. Eu precisava disso.

“Você poderia fazê-lo parar de fumar quando ele for para casa? Pode ajudar as coisas.” Disse Karen. Esse era o tipo de sugestão que eu estava acostumado.

"Não espero que seja justo, mamãe. Ele é um homem doente e está morrendo. Por que tirar algo que ele gosta? Isso realmente ajudaria neste momento?” Mais uma vez, as palavras da Dulce eram exatamente o que eu estava pensando. Ela entendeu. Ela me fez sentir mais humano. Declarando meus pensamentos como se eles fizessem sentido.

Karen assentiu e soltou um suspiro. "Suponho que você esteja certa."

A Dulce não respondeu. Em vez disso, ela colocou o pão no forno, depois lavou a manteiga das mãos e as secou. Eu a observei cada movimento. Ela era fascinante. Essa garota em quem eu pensava tantas vezes nas últimas semanas. Mesmo antes dela acordar.