Fanfic: Enquanto Ela Desaparece - Vondy (finalizada/adaptada) | Tema: Vondy, drama, romance

CHRISTOPHER

A viagem para Franklin teria sido tão difícil sem a Dulce. Eu estava preocupado. Não, eu tinha pavor do que veria. De como o tio D ficaria. O garotinho em mim não estava pronto para vê-lo na porta da morte. Mal aguentando firme. Eu precisava dele. Eu não estava pronto para deixá-lo ir.

A voz de Dulce, sua capacidade de afastar minha mente das coisas, e a maneira como ela se mexeu na cadeira e cruzou e descruzou as pernas foram suficientes para me manter ocupado.

No entanto, quando finalmente chegamos ao estacionamento do hospital, todos os meus medos vieram me encontrar de frente. Fiz uma pausa depois que ficamos estacionados por um minuto para me treinar mentalmente para o que eu estava prestes a ver. Eu amava aquele homem no quarto do hospital e odiava vê-lo com dor.

Dulce se inclinou e colocou a mão na minha. "Gostaria de poder dizer que isso não será difícil. Será. Vai doer e seu coração vai sofrer. Mas ele precisa ver você sorrir. Ele precisa ouvir você rir. Ele precisa saber que você ficará bem.”

Ela estava certa. Essas não eram palavras vazias de encorajamento. Ela estava sendo real. Eu tive que enfrentar isso e ser exatamente o que aquele homem lá dentro precisava que eu fosse. Quando eu estava sem pais, ele interveio e foi o que eu precisava, e isso não poderia ter sido fácil. Mas ele fez isso. Ele sacrificou por mim a minha vida inteira.

Eu devia tudo a ele.

"Obrigado." Eu disse, olhando para ela. Aqueles lindos olhos estavam molhados de lágrimas não derramadas.

"Vamos recordar." Foi o que ela disse, mas o que nós dois sabíamos que ela queria dizer era "Esta pode ser a última vez. Vamos fazer valer a pena."

Eu concordei e saímos do meu jipe.

A caminhada lá dentro foi uma que eu fazia todos os dias a quase um mês. Durante esse tempo, ela estava dormindo. Vida perdida. Meu tempo com meu tio neste verão teriam sido mais fáceis com ela? De alguma forma eu pensei que teria sido. Ela facilitou as coisas. Apenas estando lá. Apenas sendo ela.

Quando saímos do elevador, Everly estava saindo de uma sala e parou para olhar para nós dois. Ela deu um sorriso falso que não combinava com a expressão em seus olhos.

"Vejo que, depois de toda a visita dele neste verão, você fez amigos agora que está acordada." Disse ela, sem parecer nada feliz com isso. Everly era esse tipo de mulher. Aquele que queria ser a mais bonita, a mais desejada. Infelizmente, ela queria tanto que não era atraente. Aquelas eram os piores tipos. Seu fator de calor foi seriamente atingido por seu egoísmo.

Dulce fez uma pausa e a estudou por um momento, então ela sorriu como se estivesse se lembrando. “Oh, você era uma das minhas enfermeiras. O tempo depois que acordei ainda está um pouco embaçado para mim. Estou trabalhando no que era real e no que não era".

Everly deu outro sorriso falso e apontou para o corredor. "Seu tio está em dois quarenta e seis."

"Obrigado." Eu disse, tocando o cotovelo de Dulce para girá-la na direção certa e nos levou pelo corredor. Longe de Everly. Meu sono com algumas das enfermeiras neste verão deve ter chegado. Ela era mais do que provavelmente amarga com isso.

"Não acho que ela seja muito legal." Disse Dulce, como se estivesse revirando a cabeça.

Eu ri. "Não, ela não é."

"Vergonha. Ela é tão bonita."

Esse tipo de honestidade era do tipo que atraía homens. E a Dulce não tinha nenhuma pista.

Chegamos à porta do meu tio e eu parei, incapaz de abri-la. Tão mentalmente preparado quanto eu tentei me fazer, o pensamento de entrar naquela sala e vê-lo ainda mais frágil não era fácil.

Dulce pegou minha mão e apertou-a, depois abriu a porta porque ela percebeu que eu não seria capaz.

Entramos devagar e meus olhos pousaram nele. Ele estava dormindo. Ligado a monitores e máquinas. Uma máscara de oxigênio cobria seu nariz e boca. Ele parecia ter perdido 20 quilos em uma semana.

Meu estômago apertou e meu peito doía tanto que eu precisava me sentar. Se isso era um medo real, eu nunca havia experimentado isso até agora. Mesmo quando me disseram que minha mãe estava morta, eu não estava com tanto medo. Quando criança, não pensava em encarar a vida sozinho.

Dulce soltou minha mão e caminhou para ficar ao lado da cama do tio D. Fiz o melhor que pude para me aproximar.

"Eu vim visitar, assim como prometi que faria. É melhor abrir esses olhos para mim.” Seu tom era suave e provocador.

Tio D piscou e finalmente se concentrou em Dulce olhando para ele. Um sorriso tocou seus lábios finos e secos.

"Olha quem está aqui." Ele murmurou.

Ela sorriu para ele. "Estou sem torta de maçã, receio, mas trouxe outra coisa. Eu acho que é melhor do que torta de maçã, pessoalmente.” Ela disse, depois olhou para mim.

Tio D virou a cabeça e seus olhos encontraram os meus. Eles nunca eram olhos muito expressivos, mas tão pálidos quanto estavam agora eu podia ver o amor neles. Eu nunca questionei o amor dele por mim, apesar de não termos dito muito essa palavra em nossa casa. Nossas ações falaram com clareza suficiente.

"Acho que sim." Disse ele. Suas palavras eram tão suaves que você teve que se esforçar para ouvi-lo.

Fazia apenas uma semana desde que eu o vi pela última vez e, no entanto, ele parecia meses diferente. Como metade do homem que ele era no último sábado.

"Eu deixo você por uma semana, velhote, e isso acontece." Eu disse, finalmente diminuindo a distância entre nós.

Ele deu uma risada fraca.

"Por que você não me disse que a Dulce tinha te visitado antes? Tive que ouvir dela.” Falei, querendo abaixar para segurar sua mão na minha, mas não fazendo isso. Não éramos carinhosos assim.

"Mantendo-a para mim mesmo." Respondeu ele, e desta vez eu ri.

"Você só queria a boa comida da minha mãe." Disse Dulce, e ele olhou para ela.

"Isso também.” Ele concordou.

Não haveria Texas Hold 'Em hoje. Ele mal tinha energia para conversar. A ideia de que nunca mais haveria uma mão do Texas Hold'Em entre nós é um pouco profunda.

"Você sabe que eu lhe disse que não tinha certeza sobre a faculdade. Mas eu fui, e estou feliz por isso. Você estava certo. Eu não conseguia me sentar e deixar a vida continuar sem mim.” Ela disse ao meu tio.

Seu sorriso cresceu, mas seus olhos pareciam pesados.

"Boa menina." Ele respondeu.

Ela levantou o olhar para o meu, como se percebesse a mesma coisa.

"Descanse seus olhos, tio D. Nós vamos ficar confortáveis ​​e sair aqui. Estaremos esperando para conversar mais quando você acordar.” Eu disse a ele.

Ele assentiu e fechou os olhos. Mas como eles fizeram, ele estendeu a mão para a minha e deu um tapinha gentil.

Fiquei feliz que seus olhos estavam fechados quando as lágrimas que eu estava lutando finalmente se soltaram e rolaram pelo meu rosto.