Fanfic: Enquanto Ela Desaparece - Vondy (finalizada/adaptada) | Tema: Vondy, drama, romance

DULCE

Na manhã seguinte, o trabalho foi difícil de conseguir, porque minha mente estava em outro lugar. Preocupava com Christopher e como ele estava lidando com as coisas. Minha mãe me mandou uma mensagem quando chegou ao hospital para me avisar que estava com ele. Isso ajudou. Mas eu ainda queria estar lá.

Liguei para Crawford no dia anterior para explicar o que estava acontecendo, mas ele não atendeu o telefone. Era o último sábado antes do início da temporada de jogos, e eu sabia que ele havia praticado muito o dia inteiro. Eu digitei um texto explicando e disse para ele ligar depois das doze. Eu estava trabalhando esta manhã. Novamente, outra coisa sobre a qual não conversamos. Eu nem tinha certeza de que ele sabia sobre o meu trabalho. Nas últimas duas vezes que conversamos, ele me contou tudo o que estava fazendo, mas na verdade não perguntou sobre mim.

Quanto mais eu pensava sobre isso, mais percebia que sempre fora assim. Crawford gostava de falar de si mesmo, e eu gostava de ouvir. Eu nunca quis atenção ou os holofotes e sabia que ele queria. Estava tudo bem então. Mas desde que acordei, isso me incomodou. Junto com tantas outras coisas.

Isla me perguntou várias vezes no trabalho se eu estava bem. Ela percebeu meu humor e eu gostei disso nela. Ela prestou atenção e se importou. Expliquei que o tio de um amigo estava morrendo. Eu precisava sair o mais rápido possível para chegar ao hospital. As onze eram lentas, então ela me disse para continuar.

Quando parei no hospital, meu telefone tocou e era Crawford. Estacionei e atendi.

"Ei." Eu disse.

"Ei, então você conseguiu um emprego?"

"Sim. Preciso trabalhar e ajudar meus pais com meus custos, como Knox faz.” Ele não perguntou sobre o tio de Christopher primeiro. Achei isso estranho. Foi o problema maior.

“Eu acabei de acordar uma hora atrás. Eu ia buscá-la para comer, mas recebi seu texto. Então, você conhece esse cara Christopher tão bem? Eu pensei que ele era amigo de Knox.”

O toque de ciúmes em seu tom não passou despercebido. Eu quase mencionei o rebanho de mulheres ao redor dele esta semana, mas não o fiz. Era inútil e eu não tinha tempo nem energia para o argumento que começaria.

“Ele leu para mim quando eu estava em coma. Deu uma folga à minha família regularmente e trouxe café e muffins. Isso faz dele meu amigo também. Mesmo que nossa amizade tenha começado enquanto eu estava dormindo.”

Ele ficou em silêncio por um momento. Deixei que ele pensasse no que eu disse e espero que ele tenha uma resposta razoável.

"Você conhece a reputação dele, não é? Quero dizer, você não quer ser amontoado com essas garotas. As pessoas vão assumir que é isso que você é."

Peguei o telefone um pouco demais na minha mão. Eu não poderia explodir nele. Isso não foi justo. Ele tinha suas preocupações e eu precisava deixá-lo tê-las. Mas eu não estava me curvando à vontade dele. Aqueles dias acabaram.

"Ele é meu amigo. Ele precisa de um amigo agora. Eu não ligo para quem diz o quê. Eu sei a verdade e é isso que importa. Você tem algum problema com isso?" Meu tom ficou agitado e eu percebi que ele ficou surpreso com isso.

"Oh não. Acho que não."

"Bom. Mamãe está lá com ele agora. Eu preciso ir. Vou te mandar uma mensagem quando voltar." Eu quase acrescentei que poderíamos nos reunir, mas não o fizemos. Porque eu não tinha certeza se estaria com vontade de vê-lo. Não depois do que eu estava prestes a enfrentar.

Encerrando a ligação do jeito que tínhamos feito há anos, dissemos: Eu te amo, mas desta vez foi diferente. Como se eu realmente não quisesse dizer isso. Afastei esses pensamentos da minha cabeça e entrei.

Minha mãe sentou em uma cadeira ao lado da janela e Christopher sentou ao lado de seu tio. Ele tinha uma das mãos do tio D nas dele. Quando entrei, sua cabeça virou para mim e vi gratidão e alívio. Minha mãe estava lá, mas era eu que ele precisava.

"Ei." Eu disse, caminhando até ele. "Como ele está?"

Christopher suspirou. "O mesmo." Ele olhou para minha mãe, que estava nos observando. “Sua mãe tem sido ótima. Eu só queria ter mais apetite para comer a comida que ela trouxe. O que eu pude comer foi muito bom.”

"Há mais de onde isso veio. Você come quando pode.” Ela disse gentilmente.

"Obrigado." Christopher disse a ela.

“Mãe, você pode ir. Eu vou ficar até hoje à noite."

Ela se levantou e foi até Christopher. Com um aperto da mão no ombro dele, ela disse: “Seu tio é um homem de sorte. Ele é amado por você e ele sabe disso.”

Christopher assentiu, mas ele não disse nada. Eu poderia dizer que ele estava tendo dificuldades com as palavras dela. Ele engoliu em seco.

“Ligue para mim se precisar de alguma coisa. Vou jantar mais tarde.”

"Obrigada, mamãe."

Ela me abraçou e depois nos deixou lá. Observando seu tio aguentar, mas mal.

"Ele está sangrando internamente desde o outono. Porém, nada que eles possam fazer.” Ele disse quando a porta se fechou atrás de minha mãe. "Eles não acham que ele conseguirá sobreviver à noite".

"Eu vou ficar com você." Não havia como eu deixá-lo.

"Você tem aulas de manhã." Argumentou, mas estava fraco. Ele me queria aqui. Ele estava com medo.

"Receberei o que perdi de outra pessoa nas minhas aulas."

Ele não tentou me convencer disso. O que foi bom porque eu não estava indo a lugar algum.

"Eu tenho uma fazenda para pensar. Não tenho certeza de como vou lidar com isso. Tio D possuía tudo isso. Trabalhou toda a sua vida para possuí-lo por completo. Ele me disse neste verão, quando ficou doente, que havia deixado tudo para mim. Foi minha decisão o que eu fiz com isso. Não posso administrar uma fazenda no momento, mas não posso vendê-la. Era a vida dele.”

Haveria muitas decisões como essa para ele tomar. Coisas que não seriam fáceis. Eu sabia que todos estavam começando a passar por sua mente.

"A fazenda te sustenta financeiramente?" Eu perguntei a ele.

Ele assentiu.

"Bem, por que você não encontra alguém para administrá-lo, mora lá, cuida das coisas e paga a elas? Quando e se chegar a hora em que você quer morar lá, estará esperando.”

Mais uma vez, ele assentiu. "Ok. Sim, acho que na cidade haverá pessoas que gostariam de fazer isso.”

"Não se estresse nem se preocupe com coisas assim ainda. Vai dar certo.”

Ele não respondeu e achei que ele precisava de um momento. Fui até lá e sentei no assento que minha mãe havia abandonado. Eu podia sentir o cheiro de seus donuts caseiros na caixa ao meu lado.

"Eu nunca tive alguém na minha vida que faria isso." Disse ele, olhando para mim. “Ficar quando as coisas estiverem difíceis. Ninguém em quem eu poderia confiar além do tio D.”

Isso fez meu coração doer. Eu tive uma grande família. Fui abençoada com tanta coisa na vida e tomei isso como garantido, enquanto Christopher não tinha mais ninguém.

“Você tem minha família agora. Eu e Knox. Nós somos seus amigos. Com a gente vem a nossa família.”

Um sorriso triste tocou os lábios de Christopher e seu olhar se voltou para os donuts. "Sim, você tem uma ótima família. Não tenho certeza do que fiz para obter o apoio deles.”

Eu sabia o que ele tinha feito.

"Acho que tudo começou com o café e os muffins que você trouxe para eles quando eles estavam me vendo dormir, imaginando se algum dia eu acordaria. E a leitura para mim quando eles precisavam de um tempo. Bondade como essa não é esquecida."

Ele encolheu os ombros. "Knox é meu amigo e..." Ele fez uma pausa e seus olhos se fixaram nos meus. “E eu queria ver seus olhos. Eu queria ouvir sua voz. Eu queria te conhecer. Bela adormecida."

Oh.

Oh.

Pisquei várias vezes e meu rosto aqueceu.

Ele riu e o som foi agradável na tristeza silenciosa da sala. “Você era exatamente como eu imaginava. Talvez até melhor.”

Eu não sabia o que dizer sobre isso. Então, peguei os donuts e peguei um, depois segurei a caixa em sua direção.

"Rosquinha?" Eu perguntei.

Então ele realmente riu. E meu coração palpitou no peito.