Fanfic: Mayores | Tema: AyA
Pontual como sempre, às 19h em ponto Alfonso estacionou seu carro em frente à minha casa e sem saber o porquê, meu pai fora comigo até a porta, acredito que ele estivesse balançado com o que William dissera sobre Alfonso.
– Você falou sobre a nossa briga para os seus pais? – Alfonso perguntou frio, assim que eu entrei em seu carro, provavelmente porque percebera a forma como meu pai o olhara.
– Não fui bem eu quem falou, William e eu brigamos...
– Que parte da nossa briga você contou para os seus pais? – perguntou.
– Que você mentiu e saiu com a sua ex...
– Ótimo, agora seus pais me odeiam – disse ironicamente.
– Minha mãe sabe de toda a história – tentei me justificar.
– Mas o seu pai acha que eu sou um grande filho da puta – concluiu.
– Eu não contei nenhuma mentira – eu disse, com medo de que começássemos a brigar antes mesmo de nos entendermos.
– Se formos analisar desse jeito, eu também não menti – rebateu.
– Nós vamos brigar ou tentar conversar? – perguntei, não queria voltar a discutir sobre o mesmo assunto.
Alfonso respirou fundo, era nítido que algo o estava incomodando e o silêncio se instalara de forma esmagadora.
– Quer jantar onde? – ele perguntou quebrando o silêncio e isso fora o suficiente para fazer com que eu me arrependesse de ir jantar com ele.
– Qualquer fastfood está bom – respondi, se era para aguentar o mau humor de Alfonso, que pelo menos fosse na companhia de uma porção de batatas fritas e um belo milkshake.
– Me recuso a discutir relacionamento em uma rede de fastfood, escolha algum lugar com comida de verdade – ele disse no auge do seu mau humor.
– Escolhe você – eu disse, não começaria uma discussão por isso. – Qualquer lugar que não sirva apenas um bowl de saladas – pedi, já que Alfonso vivia me levando em restaurantes “naturebas”.
Fomos a um dos restaurantes favoritos de Alfonso, que tinha um menu italiano e cobrava uma fortuna por cada prato, o que demonstrava que por mais simples que Alfonso tentasse transparecer que era, ele continuava sendo um burguês de Nova York.
Ainda mal-humorado, Alfonso pediu uma garrafa de vinho e um risoto de cogumelos com legumes no vapor, e me olhou esperando que eu fizesse meu pedido.
– Tem pizza no final do menu – ele disse a contragosto, enquanto eu olhava o cardápio indecisa.
– Escolhe você alguma coisa para mim – disse fechando o cardápio, desmotivada pela forma como Alfonso estava agindo.
– Uma pizza de quatro queijos – respondeu entregando o cardápio para o garçom, pedindo exatamente o que eu pediria.
– Seu mau humor está me contagiando, e eu não quero ficar mal-humorada – eu disse quando novamente ficamos em silêncio.
– Desculpa – ele disse, parecia sentido por isso. – Estou há noites sem dormir, fico mal-humorado quando isso acontece – confessou.
– Por que não tem dormido? – perguntei esperançosa, esperava que ele dissesse que assim como havia acontecido comigo, ele não conseguira dormir depois que brigamos.
– Você ainda pergunta, não consegui parar de pensar na gente...
– Eu também tive noites péssimas – confessei.
– Você ficou com aquele cara ontem? – ele foi direto.
– Não, eu o chamei para sair, mas deixei claro que não aconteceria nada entre a gente, eu só queria beber um pouco e tentar te esquecer.
– Você me perdoaria se fosse ao contrário? Se eu tivesse saído para beber com uma mulher que eu sei que você não gosta – ele perguntou, e por algum motivo aquela pergunta não me pareceu apenas uma hipótese.
– Tem alguma coisa que você queira me contar? – perguntei desconfiada.
– Não, só queria saber como você se sentiria se isso fosse ao contrário...
– Eu errei chamando o Juan para sair, mas eu não queria continuar me sentindo tão mal quanto eu estava me sentindo, eu chorei por você Alfonso, e eu não me permito chorar por ninguém, eu entendo que eu errei, entendo que você não tenha gostado do que eu fiz, mas você me usou como estepe, você ficou comigo esperando esquecer sua ex...
– De onde você tirou isso? – ele perguntou me interrompendo. – Eu amo você, eu quero estar com você, eu não quero ninguém mais, eu não sei de onde você tirou isso, mas há muito tempo eu já não penso mais na Perla.
– William me disse que você ainda a ama, que não a esqueceu, ele é o seu melhor amigo, sabe tudo sobre você.
– Ele era o meu melhor amigo, agora ele é só um cara que me odeia e que me quer longe da irmã dele, eu não sei exatamente o que foi que ele te disse, mas eu não sinto mais nada pela Perla, eu amo você, por isso quero que a gente tente se entender. Eu sinto muito pela nossa discussão, eu devia ter te contado sobre a Perla, não devia ter escondido isso de você, mas eu estava tão furioso que não pensei direito.
– Eu não devia ter ido na festa da Bia...
– O problema não foi você ter ido, o problema foi o que você fez.
– Você não gostou que eu fui, você já estava enciumado por causa dos meninos – rebati.
– Mas era um ciúme besta, agora me ligar e perguntar se bodyshot é traição, isso foi demais, Anahí.
– Eu sinto muito, eu estava alegre por causa da bebida, Bia e eu sempre fazemos esse tipo de coisa, mas agora que eu sei que você não gosta, eu não faço mais.
– Eu nem sei o porquê de isso ter me incomodado tanto, acho que eu fiquei puto quando cheguei e vi aqueles dois caras por perto, esperando que vocês bebessem o suficiente para que eles pudessem se aproveitar...
– Eles não são assim – eu o interrompi.
– Anahí, eu trabalho com filho da puta, eu sei o que desgraçados fazem quando mulheres bebem demais perto deles.
– A violência está impregnada na sua mente, você só consegue pensar em coisa ruim, eu não posso beber porque algum cara pode se aproveitar disso, não posso pegar Uber de noite porque o motorista pode se aproveitar disso, daqui a pouco eu não vou poder fazer nada – bufei.
– Eu visito penitenciarias, Anahí. Se você visse metade do que eu vejo, também teria medo – rebateu. – Mas essa não é a questão, aqueles caras só estavam esperando vocês beberem um pouco mais para se aproveitarem...
– Então o problema não foi o que eu fiz, e sim na frente de quem eu fiz? – perguntei querendo entender Alfonso.
– Foi tudo Anahí, eu fiquei puto com tudo – ele coçou seu cabelo nervoso. – Você me ligou perguntando se bodyshot era traição, eu já sai do meu apartamento puto – ele disse, e em seguida o garçom chegou com nossos pedidos.
– Mas e agora, como estamos? – perguntei.
– É você quem decide, eu quero estar com você, mas e você, o que quer? – ele perguntou.
– Você sabe o que eu quero, quem terminou comigo foi você.
– Eu não queria ter feito isso, eu sinto muito, me perdoa? – perguntou após tomar um gole do seu vinho.
– Então estamos bem? – perguntei.
– Estamos – ele afirmou.
Jantamos enquanto conversávamos sobre outros assuntos mais leves, já havíamos voltado ao normal, sem crises de ciúmes, mas havia algo que ainda martelava em minha cabeça, o fato de Alfonso nunca ter mencionado a ex-noiva.
– Preciso te fazer uma pergunta – eu disse quando não aguentei mais me segurar.
– Faça – ele disse calmamente.
– Por que eu nunca soube da Perla? – perguntei.
– Porque nós não conversamos sobre as minhas ex-namoradas – ele deu de ombros.
– Mas ela não é qualquer ex, você ia se casar com ela, você traiu as suas ex-namoradas com ela...
– Foi uma vez, eu não sei o que o William te disse, mas sei que ele tem tendência a exageros, eu traí uma namorada com ela – ele me interrompeu.
– Me fale sobre ela – pedi, embora sentisse ciúmes, não deixaria isso transparecer.
– Sobre a Perla? – perguntou o obvio.
– Isso, me fale sobre ela, quanto tempo vocês ficaram juntos e por que acabou.
– Perla e eu começamos a namorar quando eu tinha 25 anos, ficamos juntos por três anos, ficamos noivos poucos meses antes dela ir embora. Nós trabalhávamos juntos, eles me ofereceram uma vaga no México, segundo eles, seria mais fácil mandar um mexicano, eu nem precisei pensar, recusei, minha vida toda estava aqui, então eles a chamaram, ela também é mexicana, e ela também não precisou pensar muito para aceitar.
– Você realmente não sente mais nada por ela? – voltei a perguntar.
– Não...
– Vocês ficaram noivos, não deve ser algo fácil de se esquecer – eu o interrompi.
– E não foi – ele foi sincero e eu não consegui esconder o quanto ouvir aquilo me deixara enciumada. – Eu estou com você agora, Anahí, eu amo você, eu não começaria um relacionamento com você se eu ainda gostasse de outra pessoa.
– Como eu posso saber que você não vai me trair também? – perguntei demonstrando toda a minha insegurança.
– Merda Anahí, porque eu te amo, eu não sei o que foi que o William te disse, mas você não deve acreditar em tudo o que ele fala, ele está puto comigo, provavelmente vai jogar as piores coisas que eu já fiz só pra você ficar brava comigo também.
– Eu preciso ter certeza de que você está tão entregue quanto eu...
– Eu amo você, eu só quero você, eu cometi erros no passado, e nada do que eu diga apagará isso. Eu estou totalmente entregue, não sei como você ainda não percebeu isso.
Depois que eu pedi um sorvete de sobremesa, Alfonso pediu a conta, se recusando a aceitar que eu pagasse, assim como sempre fazia.
– É muito machista da sua parte nunca me deixar pagar nada – reclamei.
– É mesmo? – perguntou debochado, entregando seu cartão para o garçom.
– Com quantas mulheres você já saiu e deixou que elas pagassem a conta? – perguntei.
– Não sei – ele respondeu demonstrando desinteresse naquele assunto.
– Você já deixou alguma mulher pagar a conta?
– Não sei, acho que não, normalmente eu pago a conta, ninguém reclama e todos ficamos felizes – disse.
– Você precisa descontruir essa ideia de que só porque você é homem, você tem que pagar a conta – eu disse séria e ele me olhou debochado.
– Não pago porque eu sou homem, pago porque eu ganho mais, quem ganha mais paga, essa é a regra, aprendi com os seus pais.
Saímos do restaurante e fomos direto até o apartamento de Alfonso, eu tentava assimilar nossa conversa e dizer para mim mesma que Alfonso não amava sua ex-noiva, mas William havia me dito tanta coisa que era impossível não pensar em tudo o que ele dissera.
Assim que entrei na cozinha de Alfonso, vi diversas garrafas de vidro separadas no lixo reciclável e um alerta se instalara em minha mente, se perguntando quem esteve em seu apartamento e com quem ele havia bebido.
– Você bebeu tudo isso sozinho ontem? – perguntei olhando para as diversas garrafas vazias.
– Não – ele respondeu, e antes que eu pudesse suspeitar de qualquer coisa, fui apunhalada com sua resposta. – Perla veio aqui ontem à noite – disse, e aquilo fora mais doloroso do que receber um soco no estomago.
– Esse era o tempo que você precisava? – perguntei, não me permitiria chorar na frente dele. – Um tempo para ficar com outra?
– Não aconteceu nada, apenas bebemos e conversamos – contou.
– Você não quis me ver esses dias, mas quis ver sua ex...
– As coisas não foram assim – ele me interrompeu.
– Então como foram?
– Ela simplesmente apareceu aqui, nós bebemos enquanto conversávamos, não passou disso...
Antes que ele pudesse completar o que dizia, eu sai furiosa da cozinha e caminhei em direção ao quarto de Alfonso, não me reconhecendo, olhei sua cama arrumada e peguei seus travesseiros, os cheirando, me sentindo uma idiota por isso, eu nunca havia sido ciumenta assim, se alguém me dissesse que nada havia acontecido eu simplesmente usaria minha intuição e acreditaria ou não, agora eu estava cheirando os travesseiros de Alfonso, buscando pelo cheiro de outra mulher.
– O que você está fazendo? – perguntou me observando. – Eu não dormi com ela – disse quando entendeu o que estava acontecendo. – Essa não é você, Anahí – ele disse, me fazendo parar o que eu estava fazendo e me sentar em sua cama, me perguntando o que eu havia acabado de fazer.
Alfonso caminhou em minha direção e se sentou ao meu lado em sua cama, me observando.
– Eu não dormi com ela, não aconteceu nada ontem, eu não a atendi quando ela me ligou, então ela veio até aqui, nós bebemos e conversamos, não aconteceu nada além disso.
– Você a beijou? – perguntei querendo confiar em Alfonso.
– Não, nós não nos beijamos, nada aconteceu, apenas conversamos – respondeu.
– Eu não sou assim – eu disse, me dando por vencida.
– Eu sei – ele disse me puxando para ele e me abraçando.
– Ela tentou te beijar quando nós estávamos juntos, como você quer que eu acredite que sabendo que nós estávamos separados ela não tentou nada com você? – perguntei.
– Perla e eu somos amigos apesar de tudo, se não fosse por ela eu não teria ido atrás de você, foi ela quem me convenceu a deixar tudo para trás e esquecer nossa briga – ele disse pegando seu celular e abrindo sua conversa com Perla.
“Não se esqueça que você fez coisas muito piores na idade dela, se ela te faz feliz, fale com ela. Te quiero.” Eu li a mensagem no celular de Alfonso, surpresa.
– Eu preciso saber que você está tão nisso quanto eu...
– Eu estou nisso desde o começo, cariño.
Autor(a): alinerodriguez
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Já era início de tarde de uma quarta-feira quando vi o carro de Alfonso estacionando do outro lado da rua, no endereço que eu lhe havia passado, caminhei em sua direção com meus fones de ouvido enquanto escutava “What do you mean?”, eu achava que essa música havia sido feita para Alfonso. Alfonso desceu do carro balan&cc ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 31
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keka785 Postado em 28/08/2021 - 14:19:17
Voltaaaa.....
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aptj_ Postado em 12/12/2020 - 11:32:12
Voltaaaaaaaa por favorrrrrrrrr.
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keka785 Postado em 17/11/2020 - 21:55:25
Posta mais....
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mileponnyforever Postado em 22/10/2020 - 08:32:38
Cada capitulo novo, uma emoção!!!
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ponnyyvida Postado em 15/10/2020 - 11:33:56
Aí que amor, eles se acertaram *_* *_* Posta maissss ;)
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ponnyyvida Postado em 09/10/2020 - 01:57:54
Ihhh, será que é só TPM mesmo ?!?! hmmm, continuaaa <3
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keka785 Postado em 03/10/2020 - 22:28:40
Posta maiss <3 <3
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ponnyyvida Postado em 27/09/2020 - 04:11:44
O Poncho defendendo o William mesmo eles brigados = tudo pra mim <3 Continuaaaa
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ponnyyvida Postado em 19/09/2020 - 17:50:45
Ainda bem que o meu casal voltou <3 <3 Posta maiss
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ponnyyvida Postado em 09/09/2020 - 21:28:32
Anahí sendo uma mula de teimosa, só faz besteira :/ :/ Continuaaa
alinerodriguez Postado em 16/09/2020 - 17:03:26
Esse orgulho dela não leva a nada