Fanfics Brasil - Capítulo - XXII Mayores

Fanfic: Mayores | Tema: AyA


Capítulo: Capítulo - XXII

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Já era início de tarde de uma quarta-feira quando vi o carro de Alfonso estacionando do outro lado da rua, no endereço que eu lhe havia passado, caminhei em sua direção com meus fones de ouvido enquanto escutava “What do you mean?”, eu achava que essa música havia sido feita para Alfonso.


Alfonso desceu do carro balançando a cabeça negativamente, eu sabia que devia ter lhe contado o que eu tinha em mente antes de simplesmente pedir para que ele se encontrasse comigo em um lugar que ele não conhecia.


Agora ele estava parado em frente ao consultório de uma terapeuta e parecia estar se xingando mentalmente enquanto me observava atravessar a rua sem olhar para os lados.


– Que porra é essa, Anahí? – perguntou assim que eu tirei meus fones e sorri para ele.


– Terapia – eu disse animada.


– Terapia? – perguntou apenas para confirmar o que já estava claro.


– Terapia, não é legal? – perguntei animada.


– Para que essa merda, Anahí? – perguntou tentando me entender.


– Porque é legal, é saudável fazer terapia...


– Desde quando você se preocupa com o que é saudável? – perguntou me interrompendo.


– Saúde mental, Alfonso, não saúde física, você se preocupa muito com a saúde disso aqui – eu disse dando dois tapinhas em sua barriga. – Mas você se esquece de cuidar da saúde disso daqui – eu dei um tapa em sua cabeça;


– Você está brincando comigo, não está? – ele perguntou incrédulo e eu neguei. – Você usou drogas? Você está drogada, Anahí?


– É por isso que precisamos de terapia, você não me leva a sério – bufei e Alfonso gargalhou. – Que bom que eu te faço rir, Alfonso.


– Desculpa, cariño – ele ainda ria. – Vamos entrar e acabar logo com isso.


Entramos na recepção do consultório da terapeuta e a recepcionista sorriu timidamente para Alfonso, eu já estava acostumada com isso, Alfonso era um homem bonito, atraia olhares por onde passava, assim como eu que também chamava atenção por onde passava.


Dez minutos depois a terapeuta nos chamou saindo de seu consultório, Alfonso me olhou como se perguntasse se eu realmente estava disposta a isso e eu sorri me levantando e o puxando pela mão.


– Anahí e Alfonso – ela sorriu apontando para o sofá onde deveríamos nos sentar. – Me chamo April, sou terapeuta de casais e espero ajudar vocês a solucionar os conflitos que possam surgir durante nossas sessões – ela sorriu gentilmente. – O que os trouxe até aqui? – perguntou.


– Ótima pergunta – disse Alfonso ironicamente. – Eu também gostaria de saber.


– Estamos aqui porque ele terminou comigo – eu respondi.


– O que levou você a tomar essa decisão? O que ocorreu? – perguntou April.


– Eu não terminei com ela, eu estou aqui, não estou? – Alfonso perguntou sem muita paciência.


– Está, mas terminou, terminou e voltou – eu contei.


– O que fez com que vocês se desentendessem? – ela perguntou tentando nos entender.


– Ele saiu com a ex-noiva dele e não me contou... – eu disse, ocultando algumas coisas.


– As coisas não foram bem assim – ele me interrompeu.


– Então como foram? – perguntou a psicóloga.


– Vamos lá Anahí, conte o que aconteceu – disse Alfonso debochado.


– Eu quero ouvir de você, quero saber a sua parte da história – ela disse e Alfonso fez a típica careta que ele fazia quando não estava a fim de fazer algo.


– Eu não consigo levar isso a sério – Alfonso riu. – Me desculpe.


– Você parece incomodado com a terapia, mas fazer terapia é bom, terapia nos ajuda a ver coisas que às vezes não conseguiríamos notar sozinhos – concluiu April.


– Eu sei que é bom, faço terapia todas as terças, há três anos – ele confessou, me deixando surpresa, eu sabia tanta coisa sobre ele, mas não sabia que ele fazia terapia.


– No entanto você parece estar desagradável por estar aqui hoje. Por que você concordou com a terapia? – ela perguntou.


– Eu não concordei, ela apenas me disse “me encontre nesse endereço”, e aqui estou.


– Eu tenho a leve impressão de que falta diálogo entre vocês – disse April. – Estou enganada?


– Não falta diálogo, eu só oculto algumas coisas para que ele concorde em fazer o que eu quero – eu disse, estava totalmente à vontade, com meus pés no sofá, enquanto Alfonso deixava nítido seu descontentamento por estar ali. – Temos um problema, ele tem algum trauma, ou algo do tipo, eu não sei, mas ele se acha velho demais para mim – contei.


– Vocês têm quantos anos de diferença? – ela perguntou.


– Oito anos – respondi. – Não é uma grande diferença.


– Por que isso te incomoda tanto? – April perguntou a Alfonso.


– Eu a conheço antes mesmo dela nascer, essa é a merda de tudo isso – ele contou.


– Como vocês se conheceram? – April perguntou com seu olhar analítico.


– Ele é o melhor amigo do meu irmão – contei.


– Era – Alfonso me corrigiu.


– E o que o seu irmão acha sobre esse relacionamento? – perguntou.


– Ele é contra, por isso os dois estão brigados, eles foram amigos por quase trinta anos, então eu ferrei com tudo – contei.


Seguimos falando sobre a amizade de William e Alfonso, depois voltamos a falar sobre Alfonso não ter me contado sobre sua ex-noiva e sobre nossa possível falta de diálogos.


– Como é a vida sexual de vocês? – perguntou April.


– Ótima – me apressei em responder, me surpreendendo quando Alfonso nada respondeu, afinal, eu achava que para ele fosse tão bom quanto era para mim.


– E você Alfonso, o que acha disso? – April perguntou.


– Acho que agora era para eu estar no meu apartamento, relaxado, tomando uma cerveja e assistindo ao jogo do Puma – disse após olhar em seu relógio.


– Mas você está aqui porque sua namorada queria isso, então tente fazer parte disso por ela – ela disse e isso parece que foi o suficiente para que a atitude de Alfonso mudasse. – Você está satisfeito com a vida sexual de vocês?


– Sim, muito – ele respondeu.


A próxima meia hora passou voando, Alfonso não apresentava mais resistência e parecia realmente querer fazer aquilo por mim, mas eu sabia que ele não voltaria para uma segunda sessão.


Saímos do consultório em silêncio, eu não queria ser a primeira a falar, estava esperando o que Alfonso diria sobre tudo isso.


– A próxima vez que você pensar em fazer terapia de casal, me consulte antes, por favor – pediu destravando as portas do seu carro.


– Não foi tão ruim assim – eu ri entrando no carro. – Você realmente faz terapia todas as terças?


– Faço – ele respondeu dando partida do carro.


– E sobre o que vocês conversam? – perguntei curiosa.


– A maioria das vezes eu falo sobre trabalho, meu trabalho me estressa – contou.


– Você não me parece um cara estressado – eu o analisei.


– É por isso que eu faço terapia, para não deixar o estresse tomar conta de mim, era isso ou fazer o que eu acho que o meu pai faz, fumar maconha – ele disse me fazendo rir.


– Eu sempre desconfiei que o seu pai fumava maconha, ele é muito good vibes – contei rindo. – Ele tem cara dessas pessoas que usa maconha como fins recreativos.


– Eu também desconfio, aquela calma toda não é normal.


– Você já fumou? – perguntei curiosa e ele assentiu. – Eu também, mas não pegou nada, só me deu fome.


– Você não precisa de muito para ficar com fome.


– Posso dirigir? – perguntei empolgada minutos depois.


– Você sabe dirigir? – ele perguntou sem olhar para mim.


– Mais ou menos – respondi, mas a verdade era que eu não sabia.


– Tem habilitação – perguntou.


– Não – respondi, já sabendo qual seria a resposta de Alfonso.


– Então você já sabe a resposta – se limitou a dizer.


– Ah, fala sério, por favor – rebati.


– Você deveria aprender a dirigir, fico preocupado com você pegando Uber.


– Eu não posso, não tenho noção de espaço – confessei.


– E quer dirigir meu carro? – perguntou, saindo da avenida principal, que dava acesso à rua de seu apartamento.


– Onde estamos indo? – perguntei esperançosa.


– Em um lugar vazio para você dirigir – ele respondeu, me fazendo gritar animada.


– Seu carro tem seguro, né? – perguntei.


– Tem, mas eu não gostaria de acioná-lo – respondeu.


– Não vai precisar, é que assim eu fico mais segura – eu disse, sem ter muita certeza disso.


– Eu queria saber por que é que eu sou incapaz de te dizer não – reclamou.


– Porque você me ama – respondi sorrindo.


– Amar é uma coisa, te entregar meu carro sabendo que você não sabe dirigir, é outra.


Alfonso dirigiu por mais alguns minutos, até entrar em ruas largas e vazias, antes de estacionar seu carro e me encarar pensativo.


– Eu e o idiota do seu irmão aprendemos a dirigir aqui – contou. – Seu pai que me ensinou a dirigir, totalmente sem paciência, gritando o tempo todo comigo e com o Will, sem tirar a mão do freio de mão – ele sorriu com a lembrança.


– Papai não tem paciência, é por isso que eu não quis que ele me ensinasse a dirigir.


– Melhor o seu pai gritando do que o meu te ensinando a meditar, meu pai tentou me ensinar a dirigir, mas não dava certo, ele me levava para as avenidas mais movimentadas e falava “agora vai”, eu ficava em pânico e ele só dizia “tente não matar ninguém”.


– E você acha isso ruim? – perguntei. – Melhor alguém meditando do seu lado do que alguém gritando.


– Qualquer coisa que eu precisava aprender eu ia direto para o seu pai, meu pai é muito pacífico, cariño, ele pergunta “se você não aprender isso, alguém vai morrer?”, se a resposta for não, então ele não se esquenta.


– William dizia que aprendeu com o seu pai, “se não mata, não tem porque se preocupar” – eu ri.


– É o lema da vida dele, se não mata, não se preocupe.


– Ele definitivamente usa maconha – concluí.


Alfonso era paciente, não gritava apavorado, mesmo nas vezes em que eu quase bati seu carro, acho que isso era porque ele realmente queria que eu aprendesse a dirigir, já que sempre ficava preocupado quando eu pegava Uber.



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Autor(a): alinerodriguez

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

Já era quinta-feira de noite quando eu me dei conta de que havia passado quase a semana toda no apartamento de Alfonso, mas nós estávamos nos dando tão bem agora, que eu não tinha vontade de voltar para minha casa, mesmo que minha mãe me mandasse dezenas de mensagens perguntando quando eu voltaria para casa. Durante a semana Alfonso ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 31



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  • keka785 Postado em 28/08/2021 - 14:19:17

    Voltaaaa.....

  • aptj_ Postado em 12/12/2020 - 11:32:12

    Voltaaaaaaaa por favorrrrrrrrr.

  • keka785 Postado em 17/11/2020 - 21:55:25

    Posta mais....

  • mileponnyforever Postado em 22/10/2020 - 08:32:38

    Cada capitulo novo, uma emoção!!!

  • ponnyyvida Postado em 15/10/2020 - 11:33:56

    Aí que amor, eles se acertaram *_* *_* Posta maissss ;)

  • ponnyyvida Postado em 09/10/2020 - 01:57:54

    Ihhh, será que é só TPM mesmo ?!?! hmmm, continuaaa <3

  • keka785 Postado em 03/10/2020 - 22:28:40

    Posta maiss <3 <3

  • ponnyyvida Postado em 27/09/2020 - 04:11:44

    O Poncho defendendo o William mesmo eles brigados = tudo pra mim <3 Continuaaaa

  • ponnyyvida Postado em 19/09/2020 - 17:50:45

    Ainda bem que o meu casal voltou <3 <3 Posta maiss

  • ponnyyvida Postado em 09/09/2020 - 21:28:32

    Anahí sendo uma mula de teimosa, só faz besteira :/ :/ Continuaaa

    • alinerodriguez Postado em 16/09/2020 - 17:03:26

      Esse orgulho dela não leva a nada


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